segunda-feira, 30 de junho de 2025

Perseguindo Abbott & Conspiração Implacável

 

Perseguindo Abbott (Survivor, EUA / Inglaterra, 2015) – Nota 5,5
Direção – James McTeigue
Elenco – Milla Jovovich, Pierce Brosnan, Dylan McDermott, Robert Forster, Roger Rees, James D’Arcy, Angela Bassett, Corey Johnson, Benno Furmann, Frances de la Tour.

Kate Abbott (Milla Jovovich) é uma agente federal americana que trabalha em Londres e se torna a única sobrevivente de um ataque à bomba que matou toda sua equipe. Transformada ao mesmo tempo em suspeita do atentado e alvo do verdadeiro assassino (Pierce Brosnan), ela precisa correr e lutar para salvar sua vida e provar sua inocência. 

Este longa tem até uma boa premissa sobre conspiração e uma competente dupla de protagonistas. Mesmo longe de ser grande atriz, Milla Jovovich tem talento para sequências de ação, enquanto Pierce Brosnan interpreta um assassino cruel. 

O grande problema é que o roteiro é repleto de furos e clichês, levando até um final abrupto onde tudo se resolve de forma fácil. É um filme de ação agitado e esquecível.

Conspiração Implacável (Trigger Point, Canadá / EUA, 2021) – Nota 5
Direção – Brad Turner
Elenco – Barry Pepper, Colm Feore, Eve Harlow, Carlo Rota, Jayne Eastwood, Nazneen Contractor, Laura Vandervoort, Karen Robinson.

Nicolas (Barry Pepper) é um ex-agente de operações especiais que vive com uma nova identidade em uma pequena cidade americana. Ao ser localizado por seu antigo chefe (Colm Feore), ele é obrigado a voltar à ativa para ajudar o sujeito a encontrar a filha que foi sequestrada. 

Este longa tem um premissa comum a muitos do filmes do gênero, que quando bem desenvolvida pode render algo interessante. Infelizmente o roteiro tem muitas falhas e a até as sequências de ação são fracas. A cara de série de tv fica ainda mais forte com o final que deixa um enorme gancho em aberto.

domingo, 29 de junho de 2025

Happy Face: Um Serial Killer

 

Happy Face: Um Serial Killer (Happy Face, EUA, 2025) – Nota 5,5
Criação – Jennifer Cacicio
Elenco – Annaleigh Ashford, Dennis Quaid, James Wolk, Tamera Tomakili, Khiyla Aynne, Benjamin Mackey, Connor Paton, David Harewood, Damon Gupta, Michael O’Neill, Momona Tamada, Marci T. House, Nola Augustson.

Décadas após estar cumprindo prisão perpétua, o assassino conhecido como Happy Face (Dennis Quaid) deseja chamar a atenção da filha Melissa (Annaleigh Ashford), que trabalha em uma emissora de tv. Happy Face alega que um inocente foi condenado à morte por um crime que ele cometeu. A história cresce e praticamente obriga Melissa a lidar novamente com o pai assassino e tentar descobrir a verdade. 

Esta produção tem coisas que parecem não se encaixar. Por ser inspirada em uma história real, era esperado que fosse uma minissérie, porém foi lançada como série e após oito episódios ainda deixou ganchos para talvez uma segunda temporada. 

Essa escolha atrapalha bastante, além de algumas situações clichês e uma caricata interpretação de Dennis Quaid. A produção é caprichada e a narrativa até prende a atenção, mas analisando a fundo, é um material que poderia ser sido muito melhor explorado.

sábado, 28 de junho de 2025

Busca Frenética

 

Busca Frenética (Frantic, França / EUA / Canadá / Inglaterra / Holanda, 1988) – Nota 7,5
Direção – Roman Polanski
Elenco – Harrison Ford, Emanuelle Seigner, Betty Buckley, John Mahoney.

Richard (Harrison Ford) é um médico que viaja para Paris com o objetivo de participar de um congresso e também aproveitar a cidade ao lado da esposa (Betty Buckley). O que seria um ótimo passeio se transforma em pesadelo quando sua esposa desaparece do hotel. Desesperado, Richard inicia uma busca pela esposa, variando entre locais turísticos e bairros decadentes, cruzando o caminho de personagens marginais tentando entender o que realmente aconteceu. 

O diretor Roman Polanki vinha do enorme fracasso da aventura “Piratas” quando decidiu comandar esse suspense que bebe na fonte dos longas de Hitchcock ao explorar uma trama em que um protagonista perdido tenta resolver o desaparecimento sem ter pistas ou experiência em uma situação semelhante. Esse desconforto intercalado com sequências de suspense e personagens dúbios eram comuns nas obras de Hitchcock. 

É interessante também o desenvolvimento do personagem de Harrison Ford, que mesmo sofrendo ao enfrentar situações perigosas, termina sentindo um certo prazer em algo novo em meio a sua vida burocrática. 

É um filme que deveria ser mais lembrado nas carreiras de Polanski e Ford.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Marcando em Cima, A Mulher do Chefe & Policial Por Acaso

 

Marcando em Cima (Checking Out, EUA, 1988) – Nota 5
Direção – David Leland
Elenco – Jeff Daniels, Melanie Mayron, Michael Tucker, Kathleen York, Ann Magnuson, Alan Harvey, Ian Wolfe.

Ray (Jeff Daniels) é um executivo de uma companhia aérea que fica traumatizado e se torna hipocondríaco após ver um colega morrer de forma fulminante enquanto contava uma piada. Seu medo de morrer cria situações patéticas que afetam sua vida profissional e seu casamento. 

Este longa com pitadas de um estranho humor, absurdos e situações até de fantasia tem mais curiosidades atrás das câmeras do que na tela. O longa foi produzido pelo Beatle George Harrison, que inclusive tem uma pequena participação em uma cena. 

O diretor inglês David Leland tinha alguma fama no circuito de arte pelo cult “Gostaria que Você Estivesse Aqui” produzido no ano anterior. E o roteirista Joe Esztehas ficaria famoso em 1992 ao assinar a trama de "Instinto Selvagem".

A Mulher do Chefe (The Boss’ Wife, EUA, 1986) – Nota 5
Direção – Ziggy Steinberg
Elenco – Daniel Stern, Arielle Domsbale, Fisher Stevens, Melanie Mayron, Christopher Plummer, Lou Jacobi, Martin Mull, Robert Constanzo.

Joel (Daniel Stern) trabalha em uma empresa de investimentos com o objetivo de subir na carreira. Casado com Janet (Melanie Mayron), ele enfrenta problemas de fertilidade, ao mesmo tempo em que é seduzido pela jovem esposa do dono da empresa, a sensual Louise (Arielle Dombasle). 

Essa é uma comédia típica dos anos oitenta ao colocar infidelidade, nudez, ambição e piadas bobas no mesmo balaio. É curioso notar que o antigo astro Christopher Plummer estava em um fase de escolhas ruins, algo que conseguiu superior e voltar a ter bom papéis apenas na metade dos anos noventa até sua morte em 2021.

Policial Por Acaso (Off Beat, EUA, 1986) – Nota 5
Direção – Michael Dinner
Elenco – Judge Reinhold, Meg Tilly, Cleavant Derricks, Joe Mantegna, Amy Wright, John Turturro, James Tolkan, Julie Bovasso, Anthony Zerbe, Fred Gwynne, Harvey Keitel, Victor Argo, Austin Pendleton, Penn Jillette.

Joe (Judge Reinhold) é um segurança de biblioteca que para ajudar um amigo policial (Cleavant Derricks) a investigar um caso, se faz passar também por policial. A situação sai do controle quando ele se apaixona pela policial verdadeira Rachel (Meg Tilly). 

É outra comédia dos anos oitenta que se apoia em uma farsa para criar uma trama policial fraca misturada com romance. O filme foi uma tentativa de emplacar a carreira de Judge Reinhold, que se destacou como coadjuvante em “Um Tira da Pesada”. A bela Meg Tilly vinha do sucesso de crítica “Agnes de Deus”, mas pouco pode fazer para melhor o filme.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Meu Filho, Nosso Mundo

 

Meu Filho, Nosso Mundo (Ezra, EUA, 2023) – Nota 6,5
Direção – Tony Goldwyn
Elenco – Bobby Cannavale, Robert De Niro, William A. Fitzgerald, Rose Byrne, Vera Farmiga, Whoopi Goldberg, Tony Goldwyn.

Max (Bobby Cannavale) é um comediante de stand-up que sofre para tentar ajudar o filho Ezra (William A. Fitzgerald) que é autista e que mora com a mãe (Rose Byrne). Uma série de situações leva Max a tomar a atitude extrema de levar o garoto para uma viagem, mesmo contra a vontade da mãe. 

Este drama com pitadas de comédia claramente foi produzido para colocar em foco o tema do autismo. Ao mesmo tempo em que o roteiro tenta desmistificar o tema, por outro lado ele também apela para algumas situações exageradas que não convencem. 

O melhor do filme fica para a trinca de atores. Mesmo repetindo o estilo falastrão de outros papéis, Bobby Cannavale consegue passar toda a angústia do seu personagem, assim como Robert De Niro está bem interpretando o avô e destaque principalmente para a espontânea interpretação do garotinho William A. Fitzgerald.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Lua de Papel, No Mundo do Cinema & Muito Riso e Muita Alegria

 

Lua de Papel (Paper Moon, EUA, 1973) – Nota 8
Direção – Peter Bogdanovich
Elenco – Ryan O’Neal, Tatum O’Neal, Madeline Kahn, John Hillerman, Randy Quaid, Noble Willingham.

Kansas, anos trinta. Durante a Depressão Americana, a garotinha Addie (Tatum O’Neal) perde a mãe. No enterro aparece um sujeito chamado Moses (Ryan O’Neal), que algumas pessoas acreditam ser o pai verdadeiro de Addie. Mesmo a contragosto, Moses aceita tomar conta de Addie, levando a garota pelas cidades decadentes da região ensinando como sobreviver enganando as pessoas com a venda de bíblias e pequenos golpes. 

Vários filmes dos anos setenta contam histórias que se passam os anos trinta, normalmente dramas mostrando a dura vida a população durante a crise econômica que alastrou a pobreza pelo país. 

Este ótimo longa muda um pouco o foco e a forma de abordar o tema ao misturar drama e comédia na relação entre pai e filha, que por sinal ganha muitos pontos pela espontânea atuação de Tatum O’Neal, que de forma surpreendente vendeu o Oscar de Atriz Coadjuvante. 

Filha do astro Ryan O’Neal, eles voltaram a atuar juntos sobre o comando de Peter Bogdanovich em “No Mundo do Cinema”, porém ela jamais conseguir se firmar na carreira.

No Mundo do Cinema (Nickelodeon, EUA, 1976) – Nota 7
Direção – Peter Bogdanovich
Elenco – Ryan O'Neal, Burt Reynolds, Tatum O'Neal, Brian Keith, John Ritter, Stella Stevens, Jane Hitchcock, Brion James.

Los Angeles, 1910. Nos primórdios do cinema, algumas situações levam um advogado (Ryan O’Neal) a ser tornar diretor e um sujeito comum (Burt Reynolds) se revela um novo astro em meio a improvisos e confusões durante as filmagens. 

O diretor Peter Bogdanovich faz uma homenagem ao “desbravadores” do cinema. Pessoas comuns que se arriscaram em algo totalmente novo sem saber que aquilo que se tornaria em uma das maiores indústrias do mundo. 

O longa tem várias sequências divertidas, inclusive algumas beirando o pastelão, o que em parte levou a obra a fracassar nas bilheterias na época. Além da dupla principal, destaque para a adolescente Tatum O’Neal e para o veterano Brian Keith.

Muito Riso e Muita Alegria (They All Laughed, EUA, 1981) – Nota 6
Direção – Peter Bogdanovich
Elenco – Ben Gazzara, Audrey Hepburn, John Ritter, Dorothy Stratten, Blaine Novak, Colleen Camp, Patti Hansen.

Em Nova York, John (Ben Gazzara) e Charles (John Ritter) são detetives particulares que são contratados por maridos que acreditam que suas esposas tem amantes. Ao invés de resolverem os caros, eles terminam se envolvendo com seus alvos. 

Esta comédia romântica dirigida por Peter Bogdanovich é muito mais lembrada por uma tragédia, do que pela qualidade. Bogdanovich deu um dos papéis principais para a modelo Dorothy Stratten, com quem ele teve um affair. 

A situação saiu do controle porque Dorothy era casada com um sujeito extremamente ciumento que descobriu o caso e assassinou a esposa antes do filme ser lançado. Essa terrível história foi retratada no longa “Star 80” produzido em 1983.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Mr. Long

 

Mr. Long (Misutâ Ron, Japão / Taiwan / Hong Kong / Alemanha, 2017) – Nota 5,5
Direção – Sabu
Elenco – Chang Chen, Shô Aoyagi, Yao Yiti, Run Yin Bai.

Long (Chang Chen) é um assassino profissional em Taiwan que é enviado para um “trabalho” no Japão. O serviço não sai como o esperado e Long ferido se esconde de criminosos em uma região decadente com casas abandonadas, pobreza e drogados. 

Este longa escrito e dirigido pelo japonês Sabu é dividido em três partes que resultam em uma obra no mínimo estranha. A violenta meia-hora inicial passa a impressão de seguir o estilo dos filmes de ação produzidos no oriente, mesmo com sequências que não empolgam, porém o roteiro muda o rumo para um drama sobre drogas e por fim entra em cena até mesmo um romance. 

É um daqueles filmes que vai agradar poucas pessoas e que se torna cult por ser diferente e não especificamente bom.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Jogando a Linha

 

Jogando a Linha (Mending the Line, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Joshua Caldwell
Elenco – Brian Cox, Sinqua Walls, Perry Mattfeld, Patricia Heaton, Wes Studi, Chris Galust, Michaela Sasner.

Colter (Sinqua Walls) é um soldado veterano que sobreviveu a um ataque no Afeganistão, porém sofreu ferimentos pesados e viu dois companheiros morrerem. Levado a uma centro de reabilitação física e mental, Colter deseja voltar à ativa, mas antes terá de passar um doloroso processo de aceitação da nova situação. Por indicação de sua médica, ele inicia uma “terapia” aprendendo a pescar com Ike Fletcher (Brian Cox), um idoso solitário e teimoso. 

Esse é mais um filme sobre a dificuldade de reinserção na sociedade de um veterano de guerra, que utiliza de forma inusitada a pescaria para lidar com suas angústias e traumas. A relação criada entre os dois veteranos de guerra, o idoso lutou no Vietnã e a da jovem vivida por Perry Mattfeld que também sofreu uma perda é sensível, mas também bastante previsível. Destaque para a boa atuação do sempre competente Brian Cox.

domingo, 22 de junho de 2025

O Contador 2

 

O Contador 2 (The Accountant 2, EUA, 2025) – Nota 7
Direção – Gavin O’Connor
Elenco – Ben Affleck, Jon Bernthal, Cynthia Addai Robinson, J.K. Simmons, Allison Robertson, Daniella Pineda, Andrew Howard, Grant Harvey.

Quando o agente federal aposentado Ray King (J.K. Simmons) é assassinado durante uma investigação particular, sua ex-subordinada no trabalho Medina (Cynthia Addai Robinson) herda uma série de pistas que a levam a encontrar o Contador (Ben Affleck), um gênio das finanças que trabalhava lavando dinheiro para criminosos. Eles se unem ao irmão do contador, o assassino Braxton (Jon Bernthal) para encontrar os responsáveis pelo assassinato de King. 

Esta sequência do filme de 2016 tem uma história um pouco mais complicada e com alguns exageros a mais do que original, além de pitadas de comédia que parecem desconectadas com a premissa. 

Por outro lado, as sequências de ação são competentes, o ritmo é ágil e a forma como a tecnologia é utilizada para conseguir informações é bastante interessante e até assustadora ao analisar a vulnerabilidade como os sistemas podem ser hackeados. O roteiro ainda deixa algumas portas para talvez mais uma sequência.

sábado, 21 de junho de 2025

A Loteria da Vida

 

A Loteria da Vida (The Wrong Box, Inglaterra, 1966) – Nota 7,5
Direção – Bryan Forbes
Elenco– John Mills, Ralph Richardson, Michael Caine, Peter Cooke, Dudley Moore, Nanette Newman, Tom Hancock, Peter Sellers.

Um grupo de jovens amigos decide criar uma espécie de loteria da vida, ou pior, da morte. Cada um contribui com uma determinada quantia que será destinada ao último homem do grupo que sobreviver. 

Sessenta e três anos depois, somente dois irmãos que se odeiam estão vivos (John Mills e Ralph Richardson), porém com um deles à beira da morte e o outro bastante idoso, alguns sobrinhos esperam colocar as mãos na fortuna, dando início a uma série de traições, golpes e mentiras. 

Mesmo tendo envelhecido no formato, essa comédia ainda é uma divertida história sobre ganância com personagens peculiares. Os dois idosos são opostos e impagáveis, enquanto entre os sobrinhos temos Michael Caine e um jovem Dudley Moore que faz uma dupla de vilões patéticos com Peter Cook. 

É um filme que vai agradar quem gosta de comédias de erros e principalmente do cínico humor britânico.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Crepúsculo dos Deuses

 

Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, EUA, 1950) – Nota 8,5
Direção – Billy Wilder
Elenco – William Holden, Gloria Swanson, Erich von Stroheim, Nancy Olson, Fred Clark, Lloyd Gough, Jack Webb.

Joe Gillis (William Holden) é um roteirista de cinema desempregado e endividado que por acaso cruza o caminho da antiga estrela do cinema mudo Norma Desmond (Gloria Swanson). Vivendo reclusa em uma decadente mansão somente com a ajuda de um mordomo (o diretor Erich von Stroheim), Norma acredita que Gillis possa escrever o roteiro de um novo filme que seria sua volta triunfal ao cinema, porém o sujeito pensa em resolver sua vida financeira. 

Este clássico produzido há setenta e cinco anos tem uma história ainda bastante atual, sobre a forma como muitos pessoas famosas não aceitam quando sua carreira acabou e não sabem como enfrentar a realidade. 

A personagem de Gloria Swanson é um reflexo da própria carreira real da atriz, que fora famosa na época do cinema mudo, para depois ser esquecida até conseguir esse papel que foi seu último grande trabalho, mesmo tendo seguindo com algumas participações na tv. 

Os diálogos afiados entre a protagonista que vive uma fantasia e o roteirista canalha, a lealdade do sinistro mordomo e cínica sequência final são alguns dos pontos altos.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Basquete Blues

 

Basquete Blues (Hoop Dreams, EUA, 1994) – Nota 9
Direção – Steve James
Documentário

No final dos anos oitenta, o documentarista Steve James escolheu dois garotos com talento para o basquete que sonhavam chegar à NBA para filmar suas vidas durante os quatros ano do ensino médio. 

Vivendo em bairros pobres nos arredores de Chicago, William Gates e Arthur Agee conseguiram bolsas de estudo no famoso colégio St. Joseph, porém logo no primeiro ano seguiram caminhos diferentes na busca pelo mesmo sonho. 

Este sensacional documentário com quase três horas de duração detalha uma verdadeira saga da vida real. São problemas familiares, questões financeiras, pressão, desempenho, dificuldade em conseguir as notas no colégio, uma série de situações que deixam claro como o caminho para o sucesso, seja ele qual for, é extremamente difícil. 

É interessante também comparar com a luta dos garotos brasileiros que tentam se tornar jogadores de futebol profissional, em que desde cedo são cercados por pessoas que dizem pensar em ajudá-los, mas que também buscam alguma vantagem no processo. O garimpador de jovens nos bairros pobres, o treinador da equipe, o recrutador da universidade, todos tem seus objetivos próprios. 

É um documentário que vai além do esporte, sendo uma história de duas pessoas em busca de um sonho e de uma vida melhor. Para quem assistir, vale a pena também busca informações da vida posterior de William Gates e Arthur Agee.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Dreamin' Wild

 

Dreamin' Wild (Dreamin' Wild, EUA, 2024) – Nota 6,5
Direção – Bill Pohlad
Elenco – Casey Affleck, Walton Goggins, Zooey Deschanel, Bo Bridges, Noah Jupe, Jack Dylan Grazer, Chris Messina.

Em 2011, os irmãos Donnie (Casey Affleck) e Joe Emerson (Walton Goggins) são procurados por um sujeito chamado Matt Sullivan (Chris Messina) que diz ter ouvido o disco que eles gravaram em 1979 quando eram adolescentes. 

Matt acredita que o disco é fantástico e faz a proposta de relançar com uma nova roupagem, utilizando a internet para divulgação. É o início de uma nova vida para a família e também uma série de recordações vem à tona na cabeça do melancólico Donnie. 

Este longa é baseado em uma história real sobre uma segunda chance, algo que dificilmente ocorre em uma carreira musical. A narrativa lenta quebra um pouco do interesse, mesmo intercalando os fatos de 2011 com flashbacks dos irmãos na época em que gravaram o disco em um estúdio montado pelo próprio pai (Beau Bridges) na fazenda da família. 

No bom elenco, o destaque fica para Casey Affleck, especialista em personagens introspectivos. É um filme que vale como registro de uma interessante história real.