A Viagem de Meu Pai (Floride, França, 2015) – Nota 7,5
Direção – Philippe Le Guay
Elenco – Jean Rochefort, Sandrine Kiberlain, Laurent Lucas,
Anamaria Marinca, Clement Metayer.
Claude Lherminier (Jean Rochefort) é um industrial
aposentado que vive numa belíssima casa de campo e que sofre com demência em
fase inicial. Para mantê-lo em casa, sua filha Carole (Sandrine Kiberlain) está
sempre à procura de uma empregada que consiga entender a situação e que não
desista do trabalho. Conforme a doença avança, fica mais difícil tomar conta do
pai, além da situação interferir diretamente nas relações pessoais de Carole.
Com o avanço da medicina e a expectativa de vida cada vez mais longa, a
quantidade de pessoas idosas também aumenta e por consequência as doenças
degenerativas que são incuráveis se tornam mais comuns e visíveis para
sociedade.
Nos últimos anos o cinema vem explorando este tema em vários filmes,
algumas vezes focando apenas na parte do sofrimento e em outras criando
histórias duras, porém sem apelar para o melodrama. Este sensível “A Viagem do
Meu Pai” segue a segunda linha, mostrando as dificuldades enfrentadas pelo
protagonista e sua filha de um modo sóbrio.
A proposta do roteiro é detalhar a
fase inicial deste tipo de doença, quando a pessoa começa a confundir nomes,
datas e locais, variando de conversas normais para situações em que passa a
agir como criança.
O ponto interessante do filme é intercalar o avanço da
doença com a sequência de uma viagem de avião para Miami, local que o
protagonista tem obsessão por causa de uma filha que se mudou da França para lá.
O problema é que a filha faleceu e o homem não se lembra do ocorrido.
O
destaque do elenco fica para o veteraníssimo Jean Rochefort (“O Marido da Cabeleireira”), que entrega uma sensível e belíssima interpretação do alto dos
seus oitenta e cinco anos de idade.
Para quem conhece ou convive com alguma
pessoa que sofre de demência, com certeza vai entender as situações enfrentadas
por pai e filha.