Perseguições e corridas com carros e motos sempre foram exploradas pelo cinema, seja em filmes independentes ou grandes produções.
Nesta postagem comento seis filmes antigos em que a velocidade é um dos pontos principais.
Agarra-me
se Puderes (Smokey and the Bandit, EUA, 1977) - Nota 7,5
Direção – Hal Needham
Elenco – Burt Reynolds, Sally Field, Jerry Reed, Jackie Gleason, Mike Henry,
Paul Williams, Pat McCormick.
Bandit (Bur Reynolds)
e seu parceiro Snowball (Jerry Reed) são contratados por dois picaretas (Pat
McCormick e Paul Williams) para transportarem 400 caixas de cerveja de forma
ilegal do Texas para Georgia. No meio do caminho, Bandit resolve dar carona
para Carrie (Sally Field), que está fugindo do casamento com o bobalhão Junior
(Mike Henry). O problema é que Junior é filho de um xerife da região (Jackie
Gleason), que decide a todo custo capturar a nora fugitiva, inclusive
utilizando todos os policiais que estão sob seu comando.
Clássico B dos anos setenta, este
longa foi um dos maiores sucessos da carreira do astro Burt Reynolds, parte
pelo seu carisma irônico somado a química com uma espevitada Sally Field, mas
principalmente pelas diversas sequências de perseguições de automóveis e as
dezenas de veículos policiais destruídos.
O diretor Hal Neddham era dublê e aqui
estreava comandando o filme certo para sua experiência. O restante da carreira
de Needham seguiu o mesmo estilo, inclusive com outros trabalhos com Reynolds, com maior destaque para a comédia “Quem Não Corre, Voa”.
Desta Vez te Agarro (Smokey and the Bandit II, EUA, 1980) – Nota 6
Direção – Hal Needham
Elenco – Burt Reynolds,
Sally Field, Jerry Reed, Jackie Gleason, Dom DeLuise, Paul Williams, Pat
McCormick, David Huddleston, Mike Henry.
O grande sucesso do filme anterior, principalmente no sul dos Estados
Unidos, gerou esta inevitável sequência que segue o mesmo estilo do original.
Desta vez Bandit (Burt Reynolds), sua namorada Carrie (Sally Field) e Snowball
(Jerry Reed) tem a missão de transportar um elefante da Flórida até o Texas,
novamente sendo perseguidos pelo xerife (Jackie Gleason) e seus policiais. A novidade
é a presença de Dom DeLuise como um médico beberrão que pega carona com os
contrabandistas na viagem repleta de perseguições. É divertido para
quem deseja ver dezenas de batidas de automóveis.
The Wraith –
A Aparição (The Wraith, EUA, 1986) – Nota 7
Direção – Mike Marvin
Elenco –
Charlie Sheen, Nick Cassavetes, Sherilyn Fenn, Randy Quaid.
Uma pequena cidade do Arizona é aterrorizada pela gangue de
Packard (Nick Cassavetes). Após um desentendimento, Packard mata um garoto que
estaria flertando com a bela Keri (Sherilyn Fenn), jovem por quem o assassino
tem interesse. Pouco tempo depois, surge na estrada que corta a cidade um
estranho automóvel negro que passa a perseguir a gangue de Packard, ao mesmo tempo
em que o jovem Jake (Charlie Sheen) também chega ao local com sua potente motocicleta.
Jake se aproxima de Keri e se torna alvo de Packard, criando uma situação que
terminará em violência.
Clássico B do cinema do adolescente dos anos oitenta,
este longa mistura ação, violência e ficção pontuada por uma trilha sonora de
rock pesado e um interessante visual que explora as estradas americanas.
Como
informação, este foi o primeiro filme de Charlie Sheen como protagonista, tendo
sido lançado no mesmo ano em que ele ficou famoso com “Platoon”, onde dividia a
tela com Willem Dafoe e Tom Berenger.
As Máquinas
Quentes (Little Fauss and Big Halsy, EUA, 1970) – Nota 6,5
Direção –
Sidney J. Furie
Elenco –
Robert Redford, Michael J. Pollard, Lauren Hutton, Noah Beery Jr.
Durante um
corrida de motos no deserto, o jovem Little Fauss (Michael J. Pollard) faz
amizade com o corredor profissional Halsy (Robert Redford), um talentoso
motociclista que está impedido de correr profissionalmente desde que foi pego
competindo após beber. Para burlar a suspensão, Halsy faz uma proposta para
Fauss. Eles trocariam de identidade e Fauss seria seu mecânico. A princípio a
troca funciona e os dois fazem sucesso nas corridas, até que surge a bela Rita
(Lauren Hutton) que acaba se envolvendo com Halsy e magoando Fauss que decide
se afastar.
Com uma história clássica de amizade abalada por causa de uma
mulher, intercalada com interessantes cenas de corridas de motos, este longa é
um despretensioso divertimento que tem a curiosidade de apresentar uma dupla
de protagonistas totalmente oposta, com o então galã Robert Redford e o
estranho Michael J. Pollard.
Dragster (Heart Like a Wheel, EUA, 1983) – Nota 7
Direção – Jonathan Kaplan
Elenco – Bonnie Bedelia, Beau Bridges, Leo Rossi, Hoyt Axton, Anthony
Edwards, Paul Bartel.
Shirley Muldowney (Bonnie Bedelia) foi influenciada pelo pai (Hoyt Axton) e
cresceu apaixonada por carros. Já adulta e casada com Jack (Leo Rossi), ela
inicia sua carreira nas corridas de dragster, mas preciso enfrentar o machismo
da associação que não aceita mulheres competindo. A obstinação de Shirley a
faz entrar em conflito com o próprio marido e mais tarde com o chefe de sua
equipe, Connie (Beau Bridges), que também se torna seu amante.
Baseado na
história real da primeira mulher que conseguiu licença para competir com carros
de forma profissional nos Estados Unidos, este esquecido trabalho do diretor
Jonathan Kaplan (“Acusados” com Jodie Foster e “As Barreiras do Amor” com
Michelle Pfeiffer) é um interessante drama sobre uma personagem forte, que
enfrentou o preconceito sem medo.
As cenas de disputa de dragster também são
destaque. Para quem não sabe, corridas de dragster são disputas de carros
especiais em uma reta. Dois carros se alinham em paralelo e vence aquele que chegar
primeiro ao final da reta.
O Carro – A Máquina do Diabo (The Car, EUA, 1977) – Nota 6,5
Direção –
Elliot Silverstein
Elenco –
James Brolin, Kathleen Lloyd, John Marley, R. G. Armstrong, John Rubinstein.
Numa pequena cidade americana, surge um carro negro com
vidros escuros que passa a atacar quem cruza seu caminho. Logo a polícia da
cidade está atrás do veículo, porém é impossível ver quem é o motorista.
Este
curioso suspense segue fórmula semelhante a “Encurralado” de Spielberg, ao
colocar um carro como vilão (no longa de Spielberg era uma caminhão), escondendo o motorista e deixando no ar que o carro era algo maligno.
O diretor
Elliot Silverstein (“Dívida de Sangue”, “Um Homem Chamado Cavalo”) consegue
manter o clima de suspense até o final, mesmo com um roteiro extremamente
simples.