Somente Deus Por Testemunha (A Night to Remember,
Inglaterra, 1958) – Nota 8
Direção –
Roy Ward Baker
Elenco –
Kenneth Moore, David McCallum, Jill Dixon, Honor Blackman, Alec McCowen.
Pouco lembrado atualmente, esta versão com estilo quase
documental do naufrágio do Titanic é uma produção inglesa dirigida por Roy Ward
Baker, diretor que faria carreira em filmes de terror da produtora Hammer nos
anos sessenta.
O longa começa mostrando a chegada de vários personagens ao
navio, mas não se prende a um principal, apesar de que talvez o mais importante
seja o do Segundo Oficial Herbert Lightoller interpretado por Kenneth Moore. Lightoller
foi um personagem real que sobreviveu ao Titanic e um dos muitos que deram sua
versão sobre o fato. Estes depoimentos serviram de base para esta versão, que
foca na tragédia, mostrando o desespero das pessoas tentando chegar aos botes
salva-vidas, a dificuldade das que estavam na terceira classe, ou seja, vemos
aqui muito do que James Cameron mostrou com um orçamento extremamente maior em
1997, com a diferença de que neste clássico não existe espaço para história de
amor.
As cenas de ação são muito bem filmadas para a época e ainda causam
impacto. A única falha é a sequência que mostra o navio afundando por inteiro,
na época ainda não se sabia que o navio havia se partido ao meio, já que no
momento os sobreviventes já estavam nos botes e no escuro.
Para muitos críticos
este trabalho de Roy Ward Baker era considerado a melhor versão sobre a
tragédia antes do filme de Cameron.
Titanic (Titanic, EUA, 1953) – Nota 7
Direção – Jean Negulesco
Elenco –
Clifton Webb, Barbara Stanwyck, Robert Wagner, Audrey Dalton, Harper Carter, Thelma
Ritter, Brian Aherne, Richard Basehart, Edmund Purdom.
Esta foi a primeira versão de Hollywood para a tragédia do
Titanic e além do naufrágio, o roteiro foca principalmente na relação entre o
casal Sturges. Julia (Barbara Stanwyck) embarca com o casal de filhos
adolescentes para fugir do esposo e morar nos Estados Unidos. O marido Richard
(Clifton Webb) consegue embarcar no último instante com o objetivo de ficar com
os filhos. A diferença entre o casal é enorme, enquanto Julia quer uma vida
simples, Richard é um arrogante aristocrata que adora viver em hotéis de luxo.
O drama entre o casal fica em segundo plano quando o navio bate em um iceberg e
a tragédia se torna inevitável.
Quanto ao elenco, vale destacar Robert Wagner
ainda bem jovem como um flerte da filha do casal Sturges, Richard Basehart como
um alcoólatra e a pequena mais importante participação de Edmund Purdom como Lightoller,
o segundo em comando e a única pessoa a se preocupar com os avisos enviados por
outros navios de que um iceberg estava na região.
James Cameron também utilizou
algumas situações daqui para o seu “Titanic”, como o romance adolescente, a
segurança cega do capitão que imaginava um navio indestrutível, a banda tocando
até o navio afundar e a participação de uma personagem rica e vulgar
interpretada aqui por Thelma Ritter e na nova versão por Kathy Bates. Esta
personagem é baseada na figura real de Molly Brown, talvez a mais famosa
sobrevivente da verdadeira tragédia.
Assim como em “Somente Deus Por Testemunha”,
aqui o navio é mostrado afundando por inteiro, mas para época os efeitos
especiais foram muito bem feitos, tendo ainda uma bela fotografia em preto e
branco.
O senão é o final que apela para o melodrama de uma forma
irreal, situação diferente de Cameron, que com certeza chegou bem próximo do
verdadeiro sofrimento daqueles que afundaram junto com o navio.
4 comentários:
Não tem jeito, Titanic sempre irá me chamar atenção pela catátrofe que foi. Vi algumas cenas deste filme, justamente mostrando algumas falhas de continuidade e roteiro. Mas para aquela época, acredito que retratou um pouco o que foi o naufrágio. Claro que Cameron teve mais sorte com suas câmeras atuais. Por mais que historinha ficou piegas, levou todos aqueles prêmios do Oscar. Mereceu.
Abraços!!
O de 53 ainda não vi. Somente Deus Por Testemunha foi o filme utilizado em um evento da UFBA ano passado, é bem interessante. O naufrágio é mesmo algo que chama a atenção, pela grandiosidade do navio, pela tragédia, pela quantidade de mortos. Uma pena que não seja apenas cinematográfico.
bjs
Silvia - Cameron teve a seu favor a nova tecnologia e um orçamento enorme.
Amanda - Esta versão inglesa é muito boa, mas como vc citou, o triste é saber que a tragédia aconteceu.
Abraço
Esse é o filme em que Leonardo DiCaprio participa?
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