quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Somente Deus Por Testemunha & Titanic (1953)


Somente Deus Por Testemunha (A Night to Remember, Inglaterra, 1958) – Nota 8
Direção – Roy Ward Baker
Elenco – Kenneth Moore, David McCallum, Jill Dixon, Honor Blackman, Alec McCowen.

Pouco lembrado atualmente, esta versão com estilo quase documental do naufrágio do Titanic é uma produção inglesa dirigida por Roy Ward Baker, diretor que faria carreira em filmes de terror da produtora Hammer nos anos sessenta. 

O longa começa mostrando a chegada de vários personagens ao navio, mas não se prende a um principal, apesar de que talvez o mais importante seja o do Segundo Oficial Herbert Lightoller interpretado por Kenneth Moore. Lightoller foi um personagem real que sobreviveu ao Titanic e um dos muitos que deram sua versão sobre o fato. Estes depoimentos serviram de base para esta versão, que foca na tragédia, mostrando o desespero das pessoas tentando chegar aos botes salva-vidas, a dificuldade das que estavam na terceira classe, ou seja, vemos aqui muito do que James Cameron mostrou com um orçamento extremamente maior em 1997, com a diferença de que neste clássico não existe espaço para história de amor. 

As cenas de ação são muito bem filmadas para a época e ainda causam impacto. A única falha é a sequência que mostra o navio afundando por inteiro, na época ainda não se sabia que o navio havia se partido ao meio, já que no momento os sobreviventes já estavam nos botes e no escuro. 

Para muitos críticos este trabalho de Roy Ward Baker era considerado a melhor versão sobre a tragédia antes do filme de Cameron.

Titanic (Titanic, EUA, 1953) – Nota 7
Direção – Jean Negulesco
Elenco – Clifton Webb, Barbara Stanwyck, Robert Wagner, Audrey Dalton, Harper Carter, Thelma Ritter, Brian Aherne, Richard Basehart, Edmund Purdom.

Esta foi a primeira versão de Hollywood para a tragédia do Titanic e além do naufrágio, o roteiro foca principalmente na relação entre o casal Sturges. Julia (Barbara Stanwyck) embarca com o casal de filhos adolescentes para fugir do esposo e morar nos Estados Unidos. O marido Richard (Clifton Webb) consegue embarcar no último instante com o objetivo de ficar com os filhos. A diferença entre o casal é enorme, enquanto Julia quer uma vida simples, Richard é um arrogante aristocrata que adora viver em hotéis de luxo. O drama entre o casal fica em segundo plano quando o navio bate em um iceberg e a tragédia se torna inevitável. 

Quanto ao elenco, vale destacar Robert Wagner ainda bem jovem como um flerte da filha do casal Sturges, Richard Basehart como um alcoólatra e a pequena mais importante participação de Edmund Purdom como Lightoller, o segundo em comando e a única pessoa a se preocupar com os avisos enviados por outros navios de que um iceberg estava na região. 

James Cameron também utilizou algumas situações daqui para o seu “Titanic”, como o romance adolescente, a segurança cega do capitão que imaginava um navio indestrutível, a banda tocando até o navio afundar e a participação de uma personagem rica e vulgar interpretada aqui por Thelma Ritter e na nova versão por Kathy Bates. Esta personagem é baseada na figura real de Molly Brown, talvez a mais famosa sobrevivente da verdadeira tragédia. 

Assim como em “Somente Deus Por Testemunha”, aqui o navio é mostrado afundando por inteiro, mas para época os efeitos especiais foram muito bem feitos, tendo ainda uma bela fotografia em preto e branco. 

O senão é o final que apela para o melodrama de uma forma irreal, situação diferente de Cameron, que com certeza chegou bem próximo do verdadeiro sofrimento daqueles que afundaram junto com o navio. 

4 comentários:

Silvia Freitas disse...

Não tem jeito, Titanic sempre irá me chamar atenção pela catátrofe que foi. Vi algumas cenas deste filme, justamente mostrando algumas falhas de continuidade e roteiro. Mas para aquela época, acredito que retratou um pouco o que foi o naufrágio. Claro que Cameron teve mais sorte com suas câmeras atuais. Por mais que historinha ficou piegas, levou todos aqueles prêmios do Oscar. Mereceu.
Abraços!!

Amanda Aouad disse...

O de 53 ainda não vi. Somente Deus Por Testemunha foi o filme utilizado em um evento da UFBA ano passado, é bem interessante. O naufrágio é mesmo algo que chama a atenção, pela grandiosidade do navio, pela tragédia, pela quantidade de mortos. Uma pena que não seja apenas cinematográfico.

bjs

Hugo disse...

Silvia - Cameron teve a seu favor a nova tecnologia e um orçamento enorme.

Amanda - Esta versão inglesa é muito boa, mas como vc citou, o triste é saber que a tragédia aconteceu.

Abraço

Iracema disse...

Esse é o filme em que Leonardo DiCaprio participa?