Voltando a sessão Bombas, desta vez destaco filmes policiais de qualidade duvidosa protagonizados por astros que já tiveram mais fama que nos dias de hoje.
Por estas escolhas suas carreiras tiveram altos e baixos.
O Advogado dos Cinco Crimes (A Murder of Crows, EUA, 1998) – Nota 5,5
Direção – Rowdy Herrington
Elenco – Cuba Gooding Jr, Tom Berenger, Marianne Jean Baptiste, Eric Stoltz, Mark Pellegrino, Ashley Laurence, Carmen Argenziano, Doug Wert.
O advogado Lawson Russell (Cuba Gooding Jr), especialista em defender criminosos, num momento de consciência pesada acaba abandonando o julgamento do assassino Thurman Parks III (Eric Stoltz) e por este motivo é proibido de seguir na profissão. Um pouco perdido com a situação, Lawson resolve escrever um romance sobre o mundo dos advogados, mas não consegue sequer iniciar o trabalho. Por acaso, Lawson faz amizade com um solitário idoso e este lhe entrega um livro completo sobre advogados para saber sua opinião sobre a história. No dia seguinte o idoso morre e Lawson vê a chance de usar o manuscrito do sujeito como sendo seu trabalho, porém ele não sabe que o livro descreve em detalhes vários crimes que realmente aconteceram, o que o tornará suspeito.
Mais um exemplo de um longa que tem uma premissa interessante com um desenvolvimento confuso e um final com cara de seriado de tv. São vários furos no roteiro e uma parte do mistério é facilmente resolvido pelo espectador acostumado com o gênero. A explicação final revelada pelo vilão é muito ruim. A carreira de Cuba Gooding Jr não chegou aonde poderia em virtude de escolhas equivocadas como esta.
Beijos e Tiros (Kiss Kiss, Bang Bang, EUA, 2005) – Nota 5,5
Direção – Shane Black
Elenco – Robert Downey Jr, Val Kilmer, Michelle Monaghan, Corbin Bernsen, Dash Mihok, Larry Miller, Rockmond Dunbar, Shannyn Sossamon.
Em Nova Iorque, o ladrão pé-de-chinelo Harry Lockhart (Robert Downey Jr) ao fugir da polícia entra num prédio, é confundido com um ator que deseja fazer testes para um filme e ainda acaba sendo aprovado. Levado para Los Angeles, ele é apresentado ao detetive particular homossexual Gay Perry (Val Kilmer), que será seu professor para o papel ao qual foi escolhido, porém as coisas se complicam quando ele encontra uma ex-amiga de infância aspirante a atriz, Harmony Faith Lane (Michelle Monaghan). Os dois se envolvem no morte da filha de um astro de cinema (Corbin Bernsen) e começam a ser perseguidos.
Fica difícil explicar uma trama tão confusa e com soluções absurdas. Por mais que o trio principal esteja bem, a mistura de humor negro, violência e gozação em cima do mundo do cinema não agrada. Shane Black ficou famoso pelo roteiro da série “Máquina Mortífera”, mas nesta incursão como diretor ele erra a mão, a idéia de utilizar estereótipos de pessoas que vivem em Hollywood é interessante, mas nem sempre o humor negro funciona, aqui principalmente pelo roteiro.
3000 Milhas para o Inferno (3000 Miles to Graceland, EUA, 2001) – Nota 5,5
Direção – Demian Lichtenstein
Elenco – Kurt Russell, Kevin Costner, Courteney Cox, Christian Slater, David Arquette, Kevin Pollak, Thomas Haden Church, Jon Lovitz, Howie Long, Bokeem Woodbine, Ice T, David Kaye, Louis Lombardi.
Após sair da cadeia, Michael Zane (Kurt Russell) chega a um cidadezinha no meio do deserto de Nevada para encontrar Murphy (Kevin Costner), um ex-companheiro de prisão que montou uma gangue e planeja roubar um cassino em Las Vegas disfarçados como sósias de Elvis Presley. Enquanto aguarda a chegada de Murphy, Michael se envolve com a mãe solteira Cybil (Courteney Cox) e seu filho (David Kaye). Após o assalto, uma desavença entre os ladrões fará Michael novamente se encontrar com Cybil e seu filho, dando início a uma disputa pelo dinheiro roubado.
Mais um longa que entra na lista daqueles que tem uma premissa interessante, masse perde na fraca direção, no roteiro confuso e em cenas de ação forçadas. Grande parte do elenco aparece em poucas cenas, com o filme ficando na mão do trio principal, onde apenas Kurt Russell se salva como o anti-herói, papel comum em sua carreira. Já Kevin Costner está exagerado como o vilão e Courteney Cox merece ser elogiada apenas pela beleza.
End Game (End Game, EUA / Alemanha / Canadá, 2006) – Nota 5,5
Direção – Andy Cheng
Elenco – Cuba Gooding Jr, James Woods, Angie Harmon, Anne Archer, Patrick Fabian, Peter Greene, Jack Scalia, Burt Reynolds, Todd Jensen, Benito Martinez.
O Presidente Americano (Jack Scalia) é assassinado e o agente Alex Thomas (Cuba Gooding Jr), responsável pela segurança pessoal sente-se culpado, mesmo tendo feito o possível para salvá-lo. O atirador é morto pelos outros seguranças, porém uma repórter (Angie Harmon) inicia uma investigação paralela e encontra pistas que levam a um complô. Rapidamente ela pede ajuda a Alex para descobrir quem é o mandante do assassinato.
O filme é uma amontoado de clichês, que a maioria dos cinéfilos descobririam os responsáveis rapidamente, mesmo com a explicação final sendo confusa. O elenco tem bons nomes, mas todos trabalham no piloto automática. A depressão do personagem de Cuba é risível, James Woods e Anner Archer mesmo tendo importância na trama estão perdidos e Burt Reynolds tem um papel totalmente decorativo. Para os homens, vale apenas a apreciar a beleza de Angie Harmon (que trabalhou algumas temporadas na série “Law & Order), que se esforça no papel da repórter obstinada.
Ruas de Sangue (Streets of Blood, EUA, 2009) – Nota 5,5
Direção – Charles Winkler
Elenco – Val Kilmer, Curtis “50 Cent” Jackson, Sharon Stone, Barry Shabaka Henley, Michael Biehn, Jose Pablo Cantillo, Brian Presley.
Em New Orleans após o Furacão Katrina, o detetive Andy Devereaux (Val Kilmer) encontra seu parceiro morto no meio da enchente e acaba conhecendo o policial Stan Johnson (o rapper 50 Cent) que passa a ser seu parceiro. Seis meses depois, eles e outra dupla de policiais que trabalham no mesmo esquadrão, estão sendo investigados por um agente do FBI (Michel Biehn) como suspeitos de roubo e assassinatos, além de terem de passar por sessões de terapia com uma psicóloga (Sharon Stone). Aos poucos o grupo percebe que existe um traidor dentro da polícia tentando acabar com suas carreiras, situação que terminará de forma violenta.
A premissa é interessante ao mostrar a violência que tomou conta de New Orleans após a tragédia e como isso aumentou a corrupção e a violência da própria polícia, porém logo tudo se perde num roteiro confuso que descamba para o previsível tiroteiro final, com uma esperada reviravolta. Novamente o bom ator Val Kilme escolhe um papel errado, desta vez acompanhado por Sharon Stone, que não faz feio, mas demonstra que sua carreira já não está em alta. Em 2010 Sharon Stone conseguiu um interessante papel de promotora em quatro episódios da série “Law & Order: SVU”, quem sabe ela encontre um novo caminho para carreira em alguma outra série de tv.