sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O Príncipe

O Príncipe (Brasil, 2002)
Direção – Ugo Giorgetti
Elenco – Eduardo Tornaghi, Bruna Lombardi, Ricardo Blat, Nydia Licia, Ewerton de Castro, Otávio Augusto, Elias Andreato, Márcio Bernardes, Bruno Giordano, Luís Guilherme, Adriano Stuart, Luiz Carlos de Moraes, Júlio Medaglia, Wandi Doratiotto.

O diretor paulistano Ugo Giorgetti tem um carreira com apenas seis filmes em mais de vinte de anos, mas todos com grande qualidade e tendo a cidade de São Paulo como palco. Seus filmes costumam ter um ar nostálgico, colocando personagens que vivem na atualidade relembrando o passado e fazendo comparação com uma São Paulo que não existe mais, sempre com uma pitada de humor.

Com seu olhar crítico, mas extremamente hábil e sensível, ele disseca as mudanças ocorridas na cidade nos últimos trinta anos através de suas histórias. Ele mostrou a decadência do bairro nobre do Pacaembu em “Jogo Duro”, sua estréia no cinema, a futilidade das festas dos ricos moradores dos Jardins em “Festa”, o abandono do prédios do centro de São Paulo em “Sábado” e o mundo do futebol em “Boleiros” e “Boleiros II”.

Aqui em “O Príncipe” ele mostra São Paulo pelos olhos de Gustavo (Eduardo Tornaghi), um intelectual que vive em Paris há mais de vinte anos e volta para visitar a mãe (Nydia Licia) e o sobrinho Mário (Ricardo Blat), professor que está internado em um casa de repouso após começar a falar verdades sobre o país na escola particular em que leciona. O diretor mostra como alguém que ficou tanto fora da cidade deve se assustar em sua volta, tanto pelas mudanças físicas da cidade, quanto pelo mudança de foco dos bairros, como por exemplo a casa de sua mãe na Vila Madalena, que de bairro tranqüilo até os anos oitenta, se transformou em locais de bares e baladas, o que acabou expulsando os antigos moradores, além da violência mostrada em pequenos assaltos, discussões e falta de sentimento por parte de quem vê este tipo acontecimento.

Outra mudança tão grande quanto é a dos seus amigos, os quais ele vai reencontrando e descobrindo quase que novas pessoas, cada um vivendo a seu modo e talvez o maior exemplo seja o misto de consultor de cultura e puxa-saco Marino Esteves (Ewerton de Castro) que era intelectual de esquerda e se transformou num capitalista selvagem ou ainda o amor antigo de Eduardo, Maria Cristina (Bruna Lombardi), hoje uma executiva de sucesso, mas que deixa transparecer seu vazio quando o encontra.

Uma ótima pedida, assim como os outros filmes de Georgetti, para quem gosta de histórias simples, com personagens reais mostrando na maioria das vezes o lado triste da passagem do tempo e da modernidade.

4 comentários:

Anônimo disse...

Não vi esse. Desconhecia ele. Parece interessante...

Ciao!

Pedro Henrique Gomes disse...

Também não vi, mas como é cinema nacional, devo conferir em breve.

Thiago Paulo disse...

Nossa, já faz um tempinho que não alugo um filme Brasileiro.... Eu até gosto, mais não alugo!

Assim que possível...vou alugar algum.

Abraços...

Romulo Perrone disse...

Como a maioria, eu nao vi, nem nunca ouvi falar.....

Mas tb nao me chamou a atenção nao...=/