Vício Maldito (Days of Wine and Roses, EUA, 1962) – Nota 8
Direção – Blake Edwards
Elenco – Jack Lemmon, Lee Remick, Charles Bickford, Jack
Klugman, Alan Hewitt.
Joe Clay (Jack Lemmon) é o novo relações públicas de uma
grande empresa em Nova York. Seu primeiro trabalho é “recrutar” garotas para
participarem de uma festa no iate de um milionário. Joe termina por confundir a
secretária de seu chefe com uma das garotas contratadas. No dia seguinte, Joe
procura Kirsten (Lee Remick) para se desculpar, dando início a um
relacionamento que se transformará em casamento. A vida profissional agitada
leva Joe a beber cada vez mais, muitas vezes junto com a própria esposa.
Este
ótimo longa sobre a tragédia do alcoolismo tem como destaque e também
curiosidade as presenças de Jack Lemmon e Blake Edwards, astro e diretor que
são lembrados pelos trabalhos em comédia. No ano anterior, Blake Edwards havia
feito o hoje clássico “Bonequinha de Luxo”, um misto de drama e comédia
palatável para o público em geral. Aqui o foco é bem mais pesado.
A escalada do
vício da bebida nas vidas dos personagens de Jack Lemmon e Lee Remick é cruel e
realista, muito parecida com as consequência do uso de drogas mais pesadas nos
dias atuais. O filme ganha pontos pelas ótimas atuações da dupla de
protagonistas, principalmente Jack Lemmon.
Ele consegue demonstrar com competência os
estágios de um bêbado. A alegria do início, a melancolia da segunda fase, a
raiva e por fim as terríveis crises de abstinência. Sua habilidade demonstrada nas comédias físicas aqui são extremamente importantes para recriar as
atitudes malucas de um alcoólatra. É sem dúvida um dos grandes clássicos sobre
o tema.
Farrapo Humano (The Lost Weekend, EUA, 1945) – Nota 8
Direção – Billy Wilder
Elenco – Ray Milland, Jane Wyman, Phillip Terry, Howard Da
Silva, Doris Dowling.
Prestes a viajar para um final de semana na casa da família,
o alcoólatra Don Birman (Ray Milland) faz de tudo para escapar do passeio. Seu
irmão Wick (Phillip Terry) termina viajando sozinho, enquanto sua namorada
Helen (Jane Wyman) passa os dias procurando o parceiro em bares da cidade.
Esta
obra produzida há mais de setenta anos é um dos longas mais realistas sobre as
atitudes de um alcoólatra. O grande diretor Billy Wilder divide o filme em duas
narrativas. A principal segue o protagonista pela cidade durante o final de
semana em sua luta para saciar o vício. Mentiras, desculpas e pequenos roubos
são as armas utilizadas pelo protagonista, que muitas vezes termina sendo
humilhado.
A outra narrativa mostra em flashbacks a relação de Don e Helen. A
forma como eles se conheceram, as tentativas de esconder o vício e as crises
causadas pela bebida.
O filme não ganha mais pontos pelo final que tenta ser
positivo, provavelmente uma imposição do estúdio para amenizar a polêmica.
Vale
destacar a ótima atuação de Ray Milland, no melhor papel de sua carreira.
6 comentários:
Desses dois, eu só assisti "Farrapo Humano".
Abraço
Olá Hugo
Não assisti nenhum dos dois, que triste o título Farrapo Humano :/
Acho importante a divulgação de filmes sobre o alcoolismo, apesar de também ser um vício e de acabar com a dignidade, saúde e vida do alcoólatra (e abalar emocionalmente a família), por não ser considerado droga é não só legalizado como algumas vezes até incentivado e as vezes dentro de casa e com adolescentes :(
Vou anotar os dois aqui, quero assistir
Excelente fds pra ti e todos aí
Bjs Luli
https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br
José - O nível de qualidade dos dois filmes é semelhante.
Luli - Um vício devastador para a pessoa e na maioria das vezes para família também. Os dois filmes retratam com realista esta situação.
Abraço
Assisti Farrapo Humano. Filmaço. Realista e cruel.
Hugo, comentei desses 2 filmes na outra postagem.
Não lembro se assisti algum dos 2.
Como médica sempre fui intolerante com alcoólatras.
Porque mesmo na consulta, mentem muito.
E eu tinha medo de errar no diagnóstico pelas mentiras.
Acho que a sociedade é conivente com vícios.
Marília - O filme com Jack Lemmon tb é bastante realista.
Liliane - Todo pessoa que se deixa tomar pelo vício utiliza mentiras para conseguir saciar seu desejo. Tb conheço algumas pessoas que agem desta forma e que fazem a família sofrer bastante.
Bjos
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