domingo, 13 de janeiro de 2013

Os Crimes de Snowtown

Os Crimes de Snowtown (Snowtown, Austrália, 2011) – Nota 7,5
Direção – Justin Kurzel
Elenco – Lucas Pittaway, Daniel Henshall, Louise Harris, Anthony Groves.

Em 1999, na cidade de Snowtown no interior da Austrália, Elizabeth Harvey (Louise Harris) é uma mulher divorciada que vive num bairro pobre com três filhos, tendo ainda um quarto filho que pouco aparece no local, sendo este o mais velho. Elizabeth flerta com um vizinho, mas logo se revolta ao descobrir que o sujeito abusou de seus três filhos, inclusive do adolescente Jamie (Lucas Pittaway). 

O fato faz algumas pessoas da comunidade se reunirem para discutir o assunto, situação que faz emergir a figura de John (Daniel Henshall), que se apresenta como alguém indignado com a falta de atitude da polícia e que pensa em resolver o assunto por conta própria. Ao mesmo tempo, John se envolve com Elizabeth e se aproxima dos três filhos, criando quase uma relação de pai e filhos. Com Jamie a relação se torna mais profunda, John passa a atuar como uma espécie de mentor, o que a princípio parece ser algo bom, mas aos poucos ele demonstra sua verdadeira face, colocando na cabeça do jovem seus pensamentos homofóbicos e preconceituosos, envolvendo ainda o garoto numa série de crimes. 

Este pesadíssimo drama australiano é baseado numa história real que chocou o país, sendo a estreia na direção de Justin Kurzel, que optou por contar uma história fragmentada, bem longe de ser didática, mostrando aos poucos a verdadeira motivação dos crimes e todo o horror daquela situação absurda. 

O elenco é ótimo, o jovem Lucas Pittaway lembra o falecido Heath Ledger, inclusive na melancolia e submissão de como cria seu personagem, que é ao mesmo tempo vítima e cúmplice. Vale destacar também o desenvolvimento do personagem de Daniel Henshall, que mostra um olhar frio de psicopata em várias sequências, alternando com cenas em família onde deixa a impressão de ser um bom padrasto. 

Esta escolha em apresentar o dia a dia da vida de um psicopata, que nesses momentos geralmente age como uma pessoa normal, foi outro acerto do diretor Kurzel. 

O resultado é um filme de difícil digestão, que inclui ainda cenas de violência, tortura e estupro.    

2 comentários:

Gonga disse...

Filme bastante duro, mas vale a pena ver sem duvida.

Hugo disse...

Gonga - História pesada.

Abraço