Direção – Marcos Farias, Miguel Borges, Joaquim Pedro de
Andrade, Carlos Diegues e Leon Hirszman
Elenco – Flávio Migliaccio, Waldir Onofre, Oduvaldo Vianna
Filho, Cláudio Corrêa e Castro, Milton Gonçalves, Francisco de Assis, Glauce
Rocha.
Considerado um dos marcos iniciais do chamado Cinema Novo,
está obra dividida em cinco episódios dirigidos por jovens diretores é ao mesmo
tempo interessante e irregular. Vale destacar que os diretores eram jovens da
classe média carioca que decidiram iniciar a carreira utilizando como tema
principal uma realidade diferente de suas raízes, a favela.
O primeiro episódio
dirigido por Marcos Farias é o melhor na minha opinião. Com o título de “Um
Favelado”, conta a história de um sujeito (o ótimo Flávio Migliaccio) que sem
dinheiro para pagar o aluguel do barraco onde vive com mulher e filho na
favela, acaba se envolvendo num assalto mal sucedido.
A segundo história
chamada “Couro de Gato” foi dirigida por Joaquim Pedro de Andrade (“Macunaíma”)
e apesar de constar ter sido premiada no exterior, é apenas razoável. Mostra
alguns garotos que roubam gatos na época do carnaval para vendê-los a pessoas que
usam seu couro para fabricar tamborins.
A terceira história é “Zé da Cachorra”
de Miguel Borges. A trama com conotação política e social gira em torno de um
político que deseja expulsar um grupo de pessoas de uma parte da favela que não
pagam aluguel, para no local construir um empreendimento. O tal Zé da Cachorra
se torna o líder dos favelados e toma a frente para impedir a expulsão das
famílias.
A quarta história é “Escola de Samba Alegria de Viver” dirigida por
Carlos Diegues (“Bye Bye Brasil”), que mostra um sujeito (Oduvaldo Vianna
Filho) que se torna presidente de uma escola de samba após dar uma espécie de
golpe e precisa enfrentar dívidas e rivais para poder fazer a escola desfilar
no carnaval. É o típico filme de Diegues, que mistura música e drama porém com
resultado vazio.
O episódio final dirigido por Leon Hirszman tem o título de
“Pedreira de São Diego” e já mostra o estilo contestador do diretor. A história
mostra um grupo de trabalhadores de uma pedreira que se revoltam quando o
capataz manda explodir um local que afetará os barracos da favela onde eles
moram. Hirszman faleceu cedo, mas deixou o ótimo "Eles Não Usam Blakc-Tie”,
drama sobre as greves no ABC paulista durante os anos setenta.
Em 2010, Carlos
Diegues produziu uma espécie de sequência do longa chamado “Cinco Vezes Favela
– Agora Por Nós Mesmos”, filme com cinco episódios dirigidos por cineastas
nascidos na favela que mostravam sua visão sobre o local.
4 comentários:
Esse ainda não vi, sempre tive curiosidade, ouvi falar, mas acabei nunca indo atrás dele.
bjs
Parece interessante. Beijos
www.dicaselistas.blogspot.com
Muito dica, Hugo. Preciso ver mais os filmes nacionais. Obrigado por mesmo por fazê-lo lembrar. Um abraço...
Amanda - Assisti no Canal Brasil.
Jenifer - Interessante é melhor definição.
Maxwell - Tem vários filmes nacionais bons, inclusive muitos deles pouco conhecidos.
Abraço
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