quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Bonnie & Clyde - Uma Rajada de Balas


Bonnie & Clyde – Uma Rajada de Balas (Bonnie and Clyde, EUA, 1967) – Nota 10
Direção – Arthur Penn
Elenco – Warren Beatty, Faye Dunaway, Gene Hackman, Estelle Parsons, Michael J. Pollard, Gene Wilder, Denver Pyle, Dub Taylor.

Há dois dias o cinema perdeu o diretor Arthur Penn, que durante quase cinquenta anos de carreira deixou em torno de vinte filmes, além de diversos trabalhos na tv, onde ele começou no anos cinquenta. Como homenagem estou escrevendo sobre filme mais famoso, o clássico "Bonnie & Clyde", longa feito na época mais fértil de sua carreira, que começou em 1962 com "O Milagre de Anne Sullivan", passando por "Mickey One" com Warren Beatty, o grande "Caçada Humana" que reuniu Marlon Brando, Robert Redford, Jane Fonda e Robert Duvall entre outros, chegando neste clássico e finalizando em 1970 com o faroeste "O Pequeno Grande Homem" com Dustin Hoffman. 

A história de "Bonnie & Clyde" se passa nos anos trinta, durante a Depressão Americana, onde o jovem casal Clyde (Warren Beatty) e Bonnie (Faye Dunaway) viaja pelo interior dos EUA cometendo assaltos, no início como uma aventura e depois de um tempo se tornando algo sério e violento, principalmente após se juntarem ao irmão de Clyde, o violento Buck (Gene Hackman) e sua assustada esposa Blanche (Estelle Parsons). No bando ainda está o estranho jovem C. W. (Michael J. Pollard). Esta violenta saga terminará em tragédia. 

O diretor Penn acertou em cheio ao filmar a versão de uma história real e na escolha do elenco, onde os cinco principais nomes concorrem ao Oscar e Estelle Parsons venceu como atriz coadjuvante. O filme concorreu ao total de dez prêmios Oscar e venceu ainda o de Melhor Fotografia. Como curiosidade, a pequena participação do comediante Gene Wilder marcou sua estréia no cinema.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Nem Tudo é o que Parece


Nem Tudo é o que Parece (Layer Cake, Inglaterra, 2004) – Nota 7,5
Direção – Matthew Vaughn
Elenco – Daniel Craig, Colm Meaney, George Harris, Michael Gambon, Kenneth Cranham, Sienna Miller, Dexter Fletcher, Steve John Shepherd, Jason Flemyng, Sally Hawkins, Marcel Iures.

Um sujeito que se veste bem e age como um homem de negócios, mas que na realidade é um traficante e ninguém sabe seu nome (Daniel Craig), acredita que possa se aposentar logo e curtir o dinheiro que ganhou sem se preocupar com os criminosos. O problema é que o chefão para quem ele presta serviços (Kenneth Cranham) praticamente o obriga a aceitar duas últimas missões: Encontrar a filha viciada de outro chefão (Michael Gambon) e ainda negociar como intermediário um grande carregamento de ecstasy. Estes trabalhos serão extremamente complicados, em virtude de diversos outros personagens envolvidos que desejam lucrar. 

O diretor Matthew Vaughn foi o produtor de Guy Ritchie nos ótimos “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” e “Snatch – Porcos e Diamantes” e aqui seguiu a mesma fórmula para estrear na direção. Ele criou uma história violenta misturada com humor negro e um grande número de personagens do submundo, alguns que chegam até a serem engraçados. Vaughn está confirmando seu talento, ele fez em seguida o elogiado “Stardust – O Mistério da Estrela” que ainda preciso conferir e este ano o ótimo “Kick-Ass – Quebrando Tudo”.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Tiro Que Não Saiu Pela Culatra


O Tiro Que Não Saiu Pela Culatra (Parenthood, EUA, 1989) – Nota 7
Direção - Ron Howard
Elenco – Steve Martin, Mary Steenburgen, Rick Moranis, Dianne Wiest, Jason Robards, Tom Hulce, Harley Jane Kozaz, Martha Plimpton, Keanu Reeves, Joaquin Phoenix, Eileen Ryan, Dennis Dugan, Clint Howard.

Apesar deste filme ter uma das piores traduções de títulos para o português da história (o original significa “Paternidade”), o resultado é uma simpática mistura de drama com comédia, que se não vai fundo no tema, tenta ao menos mostrar as alegrias e dificuldades de se criar um filho. 

O filme mostra a família Buckman, tendo como centro Gil (Steve Martin no auge da carreira) que é casado com Karen (Mary Steenburgen) com quem tem três filhos e ele deixando claro desde o início que não gostou do modo como seu pai (Jason Robards) o criou, com isso tendo como meta ser o melhor pai possível, porém irá descobrir que isso não é nada fácil. O restante da família é formado pelas irmãs de Gil, a professora Susan (Harley Jane Cozak) casada com o autoritário Nathan (Rick Moranis), a divorciada Helen (Diane Wiest) que sofre para criar e se relacionar com seu casal de filhos e por fim o complicado irmão mais novo Larry (Tom Hulce). 

O interessante é que toda a trama gira em torno das relações entre pais e filhos, avós e netos e entre os casais, sempre com temas relacionados a paternidade e como isso influência na vida de cada um.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Batman


Batman (Batman, EUA, 1989) – Nota 8
Direção – Tim Burton
Elenco – Jack Nicholson, Michael Keaton, Kim Basinger, Robert Wuhl, Billy Dee Williams, Pat Hingle, Michael Gough, Lee Wallace, Jerry Hall, Tracey Walter.

Quando criança, o milionário Bruce Wayne (Michael Keaton) viu seus pais serem assassinados pelo bandido Jack Napier (Jack Nicholson). Após o trauma, Bruce jurou proteger a cidade de Gotham City e fazer justiça a qualquer preço, com isso quando adulto acabou criando o personagem Batman. Vários anos depois, o assassino Napier está ligado ao chefão do crime Carl Grissom (Jack Palance) e durante um trabalho para o sujeito, Napier cai num tonel onde um produto químico o deixa desfigurado e com um sorriso permanente no rosto. Isto faz com que Napier se transforme no Coringa e comece a aterrorizar a cidade. 

O público de hoje que está acostumado aos Blockbusters e a seus esquemas milionários de marketing, deve creditar este fato ao filme “Batman”. A Warner resolveu jogar pesado e investiu uma fortuna na época em propagandas, com uma campanha que começou quase uma ano antes através de revistas, trailers no cinema e na TV (lembre-se que na época não existia internet, pelo menos como ela é hoje), contratou o cantor Prince que lançou um disco completo com canções sobre filme que complementam a ótima trilha sonora de Danny Elfman. 

Quando surgiram as primeiras informações do filme, muita gente, inclusive a crítica, não gostou da indicação de Michael Keaton como Batman, mas o diretor Tim Burton bateu o pé e conseguiu manter seu ator preferido na época no papel principal, isto porque um ano antes a dupla fez grande sucesso com a ótima comédia “Os Fantasmas se Divertem”. A Warner para não deixar o peso na mão dos dois apenas, contratou o figurão Jack Nicholson e ofereceu como cachê uma parte dos lucros da bilheteria, o que encheu o bolso do veterano ator. 

Hoje muitos podem não gostar deste filme, principalmente comparando com os longas de Christopher Nolan que são superiores, mas não se deve deixar de lado a importância do trabalho de Tim Burton e também a qualidade, tendo uma história bem contada, um vilão de primeira, uma bela mocinha (Kim Basinger no auge) e até um Michael Keaton competente como Batman. Por sinal, a continuação “Batman – O Retorno” é tão bom quanto este e tem ainda uma clima mais adulto.

domingo, 26 de setembro de 2010

Operação Dragão


Operação Dragão (Enter the Dragon, Hong Kong / EUA, 1973) – Nota 8
Direção – Robert Clouse
Elenco – Bruce Lee, John Saxon, Jim Kelly, Ahna Capri, Bolo Yeung, Shih Kien.

Após sua irmã ser assassinada por Han (Shih Kien), um traficante de ópio e de mulheres, Lee (Bruce Lee) busca vingança e para isso se infiltra no submundo para participar de um torneio de vida ou morte na fortaleza do chefão. Neste torneio participarão diversos sujeitos de todos os tipos e raças, como o americano Roper (John Saxon), o negro Willians (Jim Kelly) e o grandalhão chinês Bolo (Bolo Yeung). 

Este filme transfomou Bruce Lee em astro mundial, mesmo ele tendo falecido apenas alguns após o lançamento do longa. Antes disso Lee era conhecido por interpretar o personagem Kato no seriado “Besouro Verde” e por outros três filmes produzidos em Hong Kong, “O Dragão Chinês”, “A Fúria do Dragão” e “O Vôo do Dragão”. Estes filmes acabaram virando cult após sua morte, que elevou e muito a fama do astro. O longa tem uma história hoje bastante copiada (“O Grande Dragão Branco” com Van Damme é um destes filhotes), mas na época era novidade, o que chamou atenção do público, juntamente com as lutas muito bem filmadas e a habilidade de Bruce Lee. 

O sucesso deste filme praticamente criou um novo gênero, “os filmes de Kung Fu” e uma avalanche de produções filmadas em Hong Kong foram lançadas no mundo inteiro, criando novos astros como Jackie Chan, Sammo Hung e Yuen Biao. 

sábado, 25 de setembro de 2010

Paranoid Park


Paranoid Park (Paranoid Park, EUA, 2007) – Nota 6,5
Direção – Gus Van Sant
Elenco – Gabe Nevins, Daniel Liu, Taylor Momsen, Jake Miller, Lauren McKinney.

O diretor Gus Van Sant é talentoso, porém tem uma carreira de altos e baixos, tendo acertado em filmes como “Gênio Indomável” e “Garotos de Programa” e errado feio em “Até as Vaqueiras Ficam Tristes” e na refilmagem de “Psicose”. 

Aqui ele fica no meio termo, lembrando um pouco o estilo documental que usou em “Elefante”, o diretor conta a história do adolescente Alex (Gabe Nevins), que anda o dia inteiro com um skate embaixo dos braços, utilizando este apenas para se enturmar, tanto na escola como para visitar um parque da cidade repleto de skatistas, apelidado de “Paranoid Park”. Neste local todos vão para curtir, andar de skate e alguns ainda complementam a diversão viajando clandestinamente nos trens de carga que passam ao lado do local. Numa dessas aventuras acontece um acidente que deixará vários skatistas como suspeitos. 

Montado de forma não linear, utilizando mais as imagens dos que as palavras para descrever a história, Van Sant nos leva ao mundo atual onde muitos adolescentes vivem como zumbis, sem objetivo na vida, querendo apenas curtir e os adultos também sem saber como lidar com estes jovens, gerando atos inconseqüentes e até tragédias, como a história contada aqui. 

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Minha Adorável Lavanderia


Minha Adorável Lavanderia (My Beautiful Laundrette, Reino Unido, 1985) – Nota 7
Direção – Stephen Frears
Elenco – Saeed Jaffrey, Roshan Seth, Daniel Day Lewis, Gordon Warnecke, Shirley Anne Field.

Num bairro de pobre de Londres, o jovem paquistanês Omar Ali (Gordon Warnecke) é encarregado de tomar conta da lavanderia do tio.  Para reformar o local, ele pede dinheiro emprestado para um traficante e convida o amigo inglês Johnny (Daniel Day Lewis) para ajudá-lo no estabelecimento, porém acontece o inesperado, os dois jovens se apaixonam. Este é o início de um dilema para Omar, que  precisará enfrentar sua tradicional família ao assumir ser homossexual, além da questão étnica e da dívida. 

O roteiro mostra com sensibilidade e inteligência a questão do personagem de Omar ser paquistanês, mas ao mesmo não ter ligação alguma com a tradição do seu país, tendo apenas a aparência, o que acaba sendo utilizado para ser discriminado por se homossexual tanto na sua comunidade, quando entre os ingleses. 

Temos ainda Daniel Day Lewis no seu primeiro papel de destaque no cinema e Stephen Frears dirigindo seu segundo longa, após ter feito no ano anterior o ótimo “The Hit – O Traidor”. 

O filme é baseado num livro de Hanif Kureishi que concorreu ao Oscar pelo roteiro.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Bombas - Comédias com Stallone

Nos anos oitenta Sylvester Stallone chegou ao topo da fama no gênero ação, mas por três vezes tentou abrir o leque da carreira atuando em comédias e acabou quebrando a cara.

Abaixo eu comento estes três filmes protagonizados pelo eterno "Rocky Balboa".

Rhinestone, um Brilho na Noite (Rhinestone, EUA, 1984) – Nota 3
Direção – Bob Clark
Elenco – Sylvester Stallone, Dolly Parton, Richard Farnsworth, Ron Leibman, Tim Thomerson.

Após o sucesso de “Rocky III” e de “Rambo – Programado Para Matar”, Stallone fez sua primeira tentativa de emplacar em outro gênero e escolheu esta comédia musical. A história é basicamente sobre a cantora Jake (a estrela country Dolly Parton) que tenta transformar o taxista Nick (Sylvester Stallone) em cantor. O Rhinestone do título é o local onde a cantora se apresenta. O resultado deixa claro que a escolha foi péssima. O filme foi praticamente apagado da biografia de Stallone.  

Minha Filha Quer Casar (Oscar, EUA, 1991) – Nota 5
Direção – John Landis
Elenco – Sylvester Stallone, Ornella Muti, Peter Riegert, Vincent Spano, Marisa Tomei, Tim Curry, Don Ameche, Kirk Douglas, Kurtwood Smith, Yvonne De Carlo, Richard Romanus, Art LaFleur, William Atherton, Linda Gray, Martin Ferrero, Harry Shearer, Joe Travolta, Marshall Bell, Joe Dante.

Na segunda tentativa, Stallone contratou o consagrado John Landis para dirigir esta comédia. Mesmo sendo um mestre do gênero (“O Clube dos Cafajestes”, “Trocando as Bolas”) e recheando o elenco de rostos conhecidos, Landis não conseguiu acertar o alvo. A história gira em torno do mafioso Angelo “Snaps” Provolone (Stallone) que no leito de morte do pai (o veterano Kirk Douglas), promete deixar o crime e seguir uma vida honesta. Na tentativa de comprar um banco, Angelo esbarra nas pretensões de seu contador (Vincent Spano), que arma uma confusão alegando que deseja se casar com sua filha (Marisa Tomei), mas o que na realidade é um grande golpe. Além disso sua filha diz estar grávida de um certo Oscar, sujeito que nunca aparece. O filme tente ser engraçado através de mentiras e desencontros, mas acaba se perdendo no roteiro confuso e em muitas piadas sem graça.

Pare! Senão Mamãe Atira (Stop! Or My Mom Will Shoot, EUA, 1992) – Nota 4
Direção –  Roger Spottiswoode
Elenco – Sylvester Stallone, Estelle Getty, Jobeth Williams, Roger Rees, Martin Ferrero, Gailard Sartain, Ving Rhames.

Nesta terceira incursão de Stallone ao gênero, ele faz o papel do detetive Joe Bromowski, que rompeu o namoro com sua chefe (Jobeth Williams) e por este motivo sua mãe (Estelle Getty) resolve passar algum tempo com o filho. O problema é que a velhinha resolve se meter em tudo, inclusive participando das investigações policiais do filho, a quem ela trata como se fosse um bebê. O resultado é um filme sem graça, com cenas bizarras e algumas até constrangedoras, fazendo com que Stallone percebesse que deveria ficar longe das comédias. A única curiosidade é a participação de Estelle Getty, que era conhecida por aqui pelo seriado “As Super Gatas”.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cidade Fantasma


Cidade Fantasma (City of Ghosts, EUA, 2002) – Nota 6,5
Direção – Matt Dillon
Elenco – Matt Dillon, James Caan, Natasha McElhone, Stellan Skarsgard, Gerard Depardieu, Sereyvuth Kem, Rose Byrne, Shawn Andrews.

Após um furacão destruir diversas casas em uma cidade, o vendedor de seguros Jimmy (Matt Dillon) é interrogado pelo FBI em virtude de sua empresa ter dado um golpe nos segurados daquele local. Jimmy explica que não conhece o dono da empresa, diz conversar com ele apenas por telefone sem saber como encontrar o sujeito. Liberado pelo FBI mas ainda sendo suspeito, Jimmy resolve ir atrás de Marvin (James Caan), o verdadeiro mentor do golpe que está vivendo no Cambodja. Ele encontra na Tailândia outro participante do esquema, Kaspar (Stellan Skarsgard) e juntos vão ao encontro de Marvin no Cambodja. Chegando lá eles descobrem que Marvin está negociando a construção de um cassino com um ex-general do Khmer Vemelho e ao mesmo tempo está sendo perseguido por antigos sócios de origem russa. 

Este emaranhado de situações marca a estréia do ator Matt Dillon na direção, que tem seu trabalho dificultado pelo confuso roteiro que tem até uma pequena reviravolta perto do final. Os pontos fortes são o bom elenco internacional e as belas paisagens do sudeste asiático que contrastam com a pobreza do local. 

Como informação, o Khmer Vermelho era o Partido Comunista do país que tomou o poder nos anos setenta com o ditador Pol Pot no comando. Esta ditadura foi o responsável pela morte de quase cinco milhões de pessoas naquele país.  

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Billy Elliot


Billy Elliot (Billy Elliot, Reino Unido / França, 2000) – Nota 8
Direção – Stephen Daldry
Elenco – Jamie Bell, Julie Walters, Gary Lewis, Jamie Draven, Stuart Wells.

Numa pequena cidade da Inglaterra onde o principal trabalho é nas minas de carvão, o garoto Billy Elliott (Jamie Bell) é obrigado pelo pai (Gary Lewis) a treinar boxe. Sem talento algum para o esporte, seu desejo é dançar e aprender balé nas aulas de Mrs. Wilkinson (Julie Walters), que utiliza o subsolo do ginásio de boxe para ensinar garotas. Billy começa a treinar escondido e logo demonstra talento, mas para realizar seu sonho terá de enfrentar o preconceito e os ânimos exaltados do pai e do irmão, que naquele exato momento participam de uma greve dos mineradores. 

A história é contada com sensibilidade pelo diretor Stephen Daldry na sua estréia no cinema e tem na interpretação de Jamie Bell o grande trunfo para o sucesso do filme. Sua perfomance como dançarino é sensacional, além da ótima interpretação de um personagem que tem um sonho, mas que parece impossível ser realizado no meio onde vive. Destaque também para a ótima Julie Walters, como a professora que mesmo frustrada com a vida, percebe o talento do garoto e tenta ajudá-lo a realizar o sonho. 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nosso Lar


Nosso Lar (Brasil, 2010) – Nota 7
Direção – Wagner de Assis
Elenco – Renato Prieto, Fernando Alves Pinto, Rosane Mulholland, Inez Viana, Rodrigo dos Santos, Werner Schunemann, Clemente Viscaíno, Helena Varvaki, Aracy Cardoso, Selma Egrei, Othon Bastos, Ana Rosa, Paulo Goulart, Lu Grimaldi, Chica Xavier.

Este longa pode ser considerado uma superprodução brasileira, que teve um orçamento de vinte milhões de reais e já está lucrando nas bilheterias em virtude do grande sucesso de público. 

A história é baseada no livro “Nosso Lar” que Chico Xavier psicografou e que conta a vida após a morte de André Luiz (Renato Prieto), um médico que ao falecer descobre que está preso num local escuro e cheio de sofrimento chamado Umbral, que fica entre o Céu e a Terra, uma espécie de purgatório. Após algum tempo ele é levado para o “Nosso Lar”, onde descobrirá a bondade das almas que lá vivem e aos poucos perceberá os erros que cometeu na Terra e como poderá ter uma vida plena naquele local. 

O filme é competente ao mostrar a base da doutrina espírita, que seria a caridade e o respeito ao próximo, tem uma bela produção, graças a ótima equipe técnica que tem ainda o músico Phillip Glass (responsável por “Koyaanisqatsi”) como autor da trilha sonora. 

O roteiro é razoável, ele segue um esquema para mostrar didáticamente a transformação de André Luiz e todo o processo de vida no Nosso Lar, além disso alguns personagens aparecem rapidamente na trama, sem um desenvolvimento, com o conselheiro vivido por Paulo Goulart, além de na minha opinião a interpretação do ator principal Renato Prieto ser um pouco teatral, exagerada na formalidade. 

No geral o filme cumpre seu papel de ensinar um pouco da doutrina espírita para quem não a conhece e em alguns momentos emociona, principalmente na visita de André Luiz a sua família alguns anos após sua morte.

domingo, 19 de setembro de 2010

1900


1900 (Novecento, Itália / França / Alemanha, 1975) – Nota 8
Direção – Bernardo Bertolucci
Elenco – Robert De Niro, Gerard Depardieu, Donald Sutherland, Burt Lancaster, Dominique Sanda, Stefania Sandrelli, Sterling Hayden, Alida Valli.

No dia 1º de janeiro de 1900 nascem Alfredo (Robert DeNiro), filho de um latifundiário e Olmo (Gerard Depardieu), filho bastardo de camponeses. Apesar da diferença social, eles se tornam amigos, até que explode a 1º Guerra Mundial e Olmo se alista para lutar, enquanto Alfredo fica nas terras do seu pai. Quando Olmo volta da guerra eles se afastam, porque Alfredo contrata um capataz (Donald Sutherland) violento e adepto do fascismo e Olmo se torna um seguidor do socialismo, que luta para melhorar a vida dos camponeses. A luta social seguirá até o final da 2º Guerra Mundial em 1945, quando tudo mudará na Itália destruída pela guerra. 

O ótimo diretor e roteirista Bernardo Bertolucci conta através da vida dos dois amigos as mudanças políticas e sociais na Itália na primeira metade do século passado, muito em razão das duas guerras que abalaram a Europa. 

É um filme longo, mas para quem gosta de drama histórico é uma boa pedida, apenas que em virtude do elenco internacional existem versões em inglês e em italiano, neste segundo caso com os diálogos dublados. 

sábado, 18 de setembro de 2010

500 Dias com Ela


500 Dias com Ela ((500) Days of Summer, EUA, 2009) – Nota 8
Direção – Marc Webb
Elenco – Joseph Gordon Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Chloe Moretz, Matthew Gray Gubler, Clark Gregg.

O jovem Tom Hansen (Joseph Gordon Levitt) trabalha numa empresa de cartões onde cria frases para inspirar as pessoas. Sua vida muda quando seu chefe (Clark Gregg) contrata uma bela assistente, Summer (Zooey Deschanel) por quem Tom se apaixona à primeira vista. A história de amor e amizade entre os dois se estenderá por 500 dias e será contada de forma não linear. Logo no começo descobrimos que Tom foi deixado e a partir daí veremos os altos e baixos da relação. 

Com certeza é um dos filmes mais simpáticos dos últimos anos, o par principal demonstra uma grande química, com Joseph Gordon Levitt mostrando que é um bom ator e a bela Zooey Deschanel deixando todos os marmanjos de boca aberta. Outro ponto positivo é a pequena participação da menina Chloe Moretz, que já mostrou talento em “Kick-Ass” e aqui com uma personagem inteligente deixa a impressão de que terá um belo futuro. 

Uma curiosidade, a atriz Zooey Deschanel tem uma irmã mais velha chamada Emily Deschanel, que protagoniza a série “Bones”, sendo igualmente bela.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Apostando no Amor & Michael e Donna

Todo ano surgem vários diretores que parecem ter potencial para seguir uma carreira de sucesso, porém assim como em todos os segmentos, muitos ficam pelo caminho sem conseguir evoluir ou ainda acabam mudando de rumo.

Aqui eu destaco dois filmes da diretora Nancy Savoca, que apareceu no final dos anos oitenta com duas boas comédias românticas, dando a impressão de que poderia ter uma bela carreira, mas isso não aconteceu e depois de um terceiro filme acabou migrando para a tv onde dirigiu episódios de séries, não mais voltando ao cinema.

Apostando no Amor (Dogfight, EUA, 1991) - Nota 7
Direção – Nancy Savoca
Elenco – River Phoenix, Lili Taylor, Richard Panebianco, Anthony Clark.


Na noite antes de embarcarem para o lutarem na Guerra do Vietnã, um grupo de jovens recrutas vão a um bar para uma despedida e após iniciarem a bebedeira fazem uma aposta: Quem ficar com a garota mais feia é o vencedor. E por sinal o local está cheio delas.                                                                                                          

O que começa como comédia se transforma em drama quando o personagem do falecido River Phoenix se apaixona pela sua vítima, a personagem de Lili Taylor e no final da noite verá o quanto será difícil deixá-la para ir à Guerra.

Michael e Donna – Um Verdadeiro Amor (True Love, EUA, 1989) – Nota 6
Direção – Nancy Savoca
Elenco – Annabella Sciorra, Ron Eldard, Aida Turturro, Roger Rignack, Vicent Pastore.

A história se passa entre o noivado e os preparativos para o casamento de Michael (Ron Eldard) e Donna (Annabella Sciorra), um casal descendente de italianos. Enquanto planejam a festa, compram as alianças e  tudo o mais que é necessário, aparecem as dúvidas e os conflitos. De um outro Michael demonstra o medo de assumir um compromisso tão sério e do outro Donna se preocupa com a imaturidade do noivo. 

Este drama independente chamou a atenção pela história simples e realista, além da química entre o casal principal que estreava no cinema. Foi também a estréia no cinema da diretora Nancy Savoca. Nada de revolucionário, mas é um bom filme para descontrair e analisar as diferenças entre os casais.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Vidente


O Vidente (Next, EUA, 2007) – Nota 6
Direção – Lee Tamahori
Elenco – Nicolas Cage, Julianne Moore, Jessica Biel, Thomas Kretschmann, Tory Kittles, José Zuniga.

Nicolas Cage é Cris Johnson, um mágico que se apresenta em um decadente show em Las Vegas como Frank Cadillac, porém o diferencial é que ele consegue ver sempre o que irá acontecer até dois minutos a frente, mas somente um futuro onde ele esteja envolvido. Sua única visão com maior tempo é de uma garota (Jessica Biel) por quem ele se apaixona e a espera todos os dias numa lanchonete que aparece nas suas visões. Outro detalhe é que o Cris/Frank aproveita seu dom para faturar uma grana jogando em um cassino. Sem muita explicação, ele acaba sendo vigiado pelo FBI, através da agente Ferris (Julianne Moore) que deseja usá-lo para desbaratar um possível atentado, porém os terroristas o conhecem e pretendem matá-lo antes. 

Esta história baseada num livro de Philip K. Dick, que escreveu “Blade Runner” e “O Vingador do Futuro”, tem um começo interessante apesar de alguns furos no roteiro e se desenvolve de maneira razoável, até que praticamente no meio da ação o filme acaba abruptamente, com uma explicação simplista, deixando a impressão de que o roteirista não sabia como terminar o filme. 

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vampiros de Almas & Invasores de Corpos



Nesta semana o cinema perdeu o ator Kevin McCarthy aos 96 anos. Pouco conhecido da geração atual, ele deixou mais duzentos trabalhos no currículo, tendo como papel mais importante o de protagonista no clássico de ficção dos anos cinquenta "Vampiros de Almas", longa dirigido por Don Siegel. Esta história foi refilmada três vezes, sendo que aqui eu cito outras duas, não vi apenas a mais recente que foi um fracasso estrelado por Nicole Kidman e Daniel Craig.

Vampiros de Almas (Invasion of the Body Snatchers, EUA, 1956) – Nota 8
Direção – Don Siegel
Elenco – Kevin McCarthy, Dana Wynter, Larry Gates, Carolyn Jones.

O dr. Miles Bennell (Kevin McCarthy) após participar de uma conferência de médicos, volta para sua cidade e percebe que muitas pessoas estão diferentes, não na aparência, mas sim nas atitudes. Desconfiado, ele começa a investigar e descobre que as pessoas estão sendo trocadas por cópias alienígenas, que tomam a forma humana com o intuito de dominar o planeta. 

Este filme hoje é um clássico da ficção, que gerou uma interpretação política da história em virtude de ter sido feito na época do Macarthismo, quando liderado pelo senador Joseph McCarthy, o governo americano perseguiu todos os suspeitos de serem comunistas, inclusive atrapalhando a carreira de muitas artistas. Desta forma a invasão alienígena pode ser vista com uma parábola ao medo de uma escalada comunista na América. Tirando esta conotação política, o longa é competente ao criar um clima de paranóia e suspense na pequena cidade e sua curta duração (oitenta minutos) ajuda na dinâmica do longa. Como curiosidades, o diretor Don Siegel ficou famoso por sua parceria com Clint Eastwood em diversos filmes e é considerado por ele como um de seus mentores como diretor, junto com o italiano Sergio Leone. Outro detalhe é que o ator principal Kevin McCarthy tem o mesmo sobrenome do senador obcecado por caçar comunistas, porém sem parentesco algum. 

Invasores de Corpos (Invasion of the Body Snatchers, EUA, 1978) – Nota 7,5
Direção – Philip Kaufman
Elenco – Donald Sutherland, Brooke Adams, Leonard Nimoy, Jeff Goldblum, Veronica Cartwright, Kevin McCarthy, Don Siegel, Robert Duvall, Art Hindle.

Matthew Bennell (Donald Sutherland) trabalha como fiscal do departamento de saúde e tem atração por sua colega de trabalho Elizabeth (Brooke Adams), porém ela é casada. Sujeito obcecado pelo trabalho, Matthew não dá muito atenção quando Elizabeth alega que seu marido está diferente e andando com pessoas estranhas. Quando outra pessoa diz para Matthew que sua esposa também mudou, ele resolve investigar e pede ajuda a um psquiatra que é seu amigo (Leonard Nimoy). Logo o psiquiatra desconfia que os humanos estão sendo trocados por clones alienígenas. Este é o início da correria, pois Matthew e Elizabeth passam a ser perseguidos pelos aliens. 

Esta refilmagem apesar de não ter o charme do original, é extremamente competente ao criar um clima de suspense e paranóia, onde ninguém sabe que é realmente humano e sem criar um pano de fundo político, pode ser visto como diversão pura. 

Os Invasores de Corpos (Body Snatchers, EUA, 1993) – Nota 6
Direção – Abel Ferrara
Elenco – Terry Kinney, Meg Tilly, Gabrielle Anwar, Reilly Murphy, Billy Wirth, Christine Elise, R. Lee Ermey, Forest Whitaker.

O químico Steve Malone (Terry Kinney) é convocado para analisar uma possível contaminação numa base da Força Aérea, onde diversas pessoas tiveram reações violentas sem motivo algum. Ele viaja com a esposa Carol (Meg Tilly), sua filha do primeiro casamento, Marti (Gabrielle Anwar) e o pequeno Andy (Reilly Murphy). A rebelde Marti logo faz amizade com filha do comandante do local, a também rebelde Jenn (Christine Elise) e logo elas percebem atitudes estranhas de algumas pessoas, sendo uma destas a madastra de Marti. Logo todos descobrirão que as pessoas estão sendo trocadas por alienígenas, que preparam uma invasão. 

Esta terceira versão com certeza é a mais fraca (não estou considerando o longa com Nicole Kidman, pois não assisti), mesmo tendo o controvertido e competente diretor Abel Ferrara no comando e um roteiro que muda o local da ação para uma base militar, o desenrolar da história é confuso e o clima de suspense não alcança o nível dos filmes anteriores. Além disso bons atores como Meg Tilly e Forest Whitaker são mal aproveitados na história.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ilha do Medo


Ilha do Medo (Shutter Island, EUA, 2010) – Nota 8
Direção – Martin Scorsese
Elenco – Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max Von Sydow, Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Ted Levine, John Carroll Lynch, Elias Koteas, Robin Bartlett, Christopher Denham.

Em 1954, dois agentes federais, Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) e Chuck Aule (Mark Ruffalo) são encarregados de investigar o desaparecimento de uma paciente na Shutter Island, local onde funciona um sanatório comandado por dois médicos (Ben Kingsley e Max Von Sydow). A dupla percebe logo a dificuldade em investigar o caso naquele local sinistro e além disso o agente Teddy sofre de enxaqueca e tem sonhos estranhos, tudo ligado ao seu passado, em especial ao suicídio de sua esposa (Michelle Williams). 

Este filme é baseado num livro de Dennis Lehane (“Sobre Meninos e Lobos”) e foge um pouco do estilo da filmografia de Scorsese. Aqui Scorsese utiliza referências a diversos filmes e gêneros para criar um estranho clima, acentuado pela forte trilha sonora. A história começa lembrando um longa de investigação estilo noir, passa pelo drama de guerra nas cenas em flashback com o personagem de DiCaprio como soldado entrando num campo de concentração, se transforma em suspense com pitadas de conspiração e termina como um drama pesado. 

A maioria das críticas citama vários filmes como referências nas diversas cenas, mas no meu caso a história lembrou o ótimo “Coração Satânico” de Alan Parker, que era mais voltado ao terror, porém as explicações sobre a procura dos personagens principais são semelhantes. 

Finalizando, mesmo sendo diferente e tendo um final que tenta ser surpresa, mesmo não enganando aos cinéfilos mais experientes, no geral é outro filme acima de média de Scorsese, com um produção muito bem cuidada e um elenco de qualidade.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Obrigado pelo Chocolate


Obrigado Pelo Chocolate (Merci Pour le Chocolat, França / Suiça, 2000) – Nota 7
Direção – Claude Chabrol
Elenco – Isabelle Huppert, Jacques Dutronc, Anna Mouglalis, Rodolphe Pauly, Brigitte Catillon, Michel Robin.

Ontem o cinema perdeu o diretor francês Claude Chabrol, um dos expoentes da Novelle Vague e que fez mais de cinquenta longas durante a carreira. Assisti apenas um filme deste diretor e escrevo sobre ele como homenagem.

Uma família de classe alta francesa recebe a jovem Jeanne (Anna Mouglalis) que acredita ter sido trocada na maternidade e ser filha do pianista André Polonski (Jacques Dutronc). A princípio ela é bem recebida pela segunda esposa do seu possível pai, Mika (Isabelle Huppert) que é dona de uma fábrica de chocolates. O casal vive com Guillaume (Rodolphe Pauly) filho do primeiro casamento de André. Aos poucos a jovem Jeanne percebe que há algo estranho naquela família, após descobrir que Mika todas as noites prepara um chocolate com sonífero para o marido e o enteado. 

O filme segue o estilo francês de suspense e policial, com pequenos detalhes sendo revelados aos poucos e mostrando o que existe de verdade por debaixo daquela família que parece perfeita. 

O longa foi lançado em DVD com o título “A Teia do Chocolate”.

domingo, 12 de setembro de 2010

Meu Primeiro Amor


Meu Primeiro Amor (My Girl, EUA, 1991) – Nota 6
Direção – Howard Zieff
Elenco – Dan Aykroyd, Jamie Lee Curtis, Anna Chlumsky, Macaulay Culkin, Griffin Dunne, Richard Masur, Ann Nelson.

No início dos anos setenta, a pré-adolescente Vada (Anna Chlumsky) mora com o pai viúvo (Dan Aykroyd) e vive fazendo perguntas complicadas ao sujeito que não sabe o que responder. Anna se culpa pela morte da mãe, que faleceu em seu parto e talvez por isso não tenho amigas, convivendo apenas com o tímido garoto Thomas (Macaulay Culkin). Quando o pai consegue uma namorada (Jamie Lee Curtis), Anna se rebela e a situação piora ainda mais após uma tragédia. 

Este drama sensível foi feito para emocionar o espectador e na época utilizou a fama de Macaulay Culkin após “Esqueceram de Mim” para chamar o público, porém ao invés de risadas, o resultado são lágrimas. 

Mesmo sendo competente no que se propõe, o longa é um drama apenas razoável. 

Como curiosidade, o filme teve uma sequência.

sábado, 11 de setembro de 2010

Resident Evil 3: A Extinção


Resident Evil 3: A Extinção (Resident Evil: Extinction, França / Alemanha / Austrália / Inglaterra / EUA, 2007 – Nota 6,5
Direção – Russell Mulcahy
Elenco – Milla Jovovich, Oded Fehr, Ali Larter, Iain Glen, Ashanti, Mike Epps, Christopher Egan, Linden Ashby, Spencer Locke, Matthew Marsden.

Os sobreviventes do filme anterior (Oded Fehr e Mike Epps, entre outros) fugiram de Racoon City após o T-Vírus ser liberado no mundo e a maioria da população ter se transformado em zumbis. Eles tentam se proteger temporáriamente num laboratório no meio de deserto, onde um cientista (Iain Glen) tenta descobrir a cura pra o vírus. O laboratório está totalmente cercado pelos zumbis, sendo uma questão de tempo a invasão. Quando percebem que precisam fugir novamente, o grupo resolve ir para o Alasca, onde acreditam que o vírus não chegou. No caminho serão guiados por Alice (Milla Jovovich), que assumiu completamenta sua missão de matar zumbis. 

Esta terceira parte fica um pouco aquém dos filmes anteriores,  mas mesmo assim cria um bom clima de suspense e as cenas de ação continuam competentes, com a sempre hábil e bela Milla Jovovich dando conta do recado no papel da heroína. 

Como curiosidade, o diretor australiano Russel Mulcahy é o responsável pelo ótimo “Highlander – O Guerreiro Imortal”, além de alguns outros bons filmes, porém está em baixa nos últimos anos. Aqui ele mostra apenas que ainda é competente para dirigir cenas de ação. 

Agora é esperar "Resident Evil: Afterlife". 

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Bombas - Suspense Erótico Soft

Nesta nova postagem sobre bombas cinematográficas, disponibilizo a resenha de sete filmes que misturam suspense e erotismo com pouca qualidade. Bom divertimento para quem tiver coragem de encarar algum destes.


Orquídea Selvagem (Wild Orchid, EUA, 1989) – Nota 5
Direção – Zalman King
Elenco – Mickey Rourke, Jacqueline Bisset, Carré Otis, Bruce Greenwood, Oleg Vidov, Milton Gonçalves, Assumpta Serna.

A milionária Clauda (Jacqueline Bisset) contrata a jovem advogada Emily (Carré Otis) para viajarem ao Rio de Janeiro, onde ela pretende adquirir um resort. A jovem fica deslumbrada com o local, principalmente quando conhece o charmoso e rico James Wheeler (Mickey Rourke), com quem se envolve num jogo de sedução. O diretor Zalman King foi o roteirista de “9 ½ Semanas de Amor”, clássico também estrelado por Mickey Rourke e vendo a possibilidade de lucrar com o gênero, se uniu novamente ao astro que estava em baixa, para criar uma cópia pálida daquele filme. Rourke aproveitou e incluiu sua namorada na época, a modelo Carré Otis como sua parceira na tela, mas apesar de bonita e moça era péssima atriz e nem mesmo as partipações de bons nomes com Jacqueline Bisset e Bruce Greenwood salvam o longa. Por sinal, Zalman King se especializou no gênero e até hoje dirige e produz filmes e seriados no estilo pornô soft. 

O Outro Homem (Sexual Malice, EUA, 1994) – Nota 4
Direção – Jag Mundhra
Elenco – Edward Albert, Chad McQueen, John Laughlin, Diana Barton, Don Swayze, Samantha Phillips.

Uma esposa frustrada (Diana Barton) trai o marido (Edward Albert) com um jovem misterioso (Chad McQueen), se envolvendo num perigoso jogo sexual que culminará num crime. O diretor Jag Mundhra é especialista no gênero suspense erótico, estilo pornô soft. Aqui a história é apenas um detalhe para as cenas quentes envolvendo a bela Diana Barton, O elenco é recheado de canastrões conhecidos de filmes B, inclusive o estranho Don Swayze, irmão de Patrick.

Olhos Noturnos (Night Eyes, 1990, EUA) – Nota 5,5
Direção – Jag Mundhra
Elenco – Andrew Stevens, Tanya Roberts, Cooper Huckabee, Veronica Henson Phillips, Stephen Meadows.

Um desconfiado marido contrata um detetive particular (Andrew Stevens) para vigiar a esposa (Tanya Roberts). O que começa como um mais trabalho se transforma em atração e faz o detetive se aproximar da mulher e iniciar um affair. Lógico que a história não terminará bem. Este outro longa de Jag Mundhra é o que mais chega próximo de um filme razoável em sua carreira, tendo algum suspense e um interessante clima de sedução entre Andrew Stevens, hoje produtor de filmes  B e a bela Tanya Roberts, que ficou conhecida pela sua participação na fase final do seriado “As Panteras”. O filme gerou ainda três continuações com diretor e elenco diferentes.

Vingança Amarga (Bitter Sweet, EUA, 1999) – Nota 4,5
Direção – Luca Bercovici
Elenco – Angie Everhart, James Russo, Eric Roberts, Brian Wimmer, Joe Penny.

A jovem Samantha “Sam” Jensen (Angie Everhart) é ferida e presa durante um assalto, onde seu namorado (Brian Wimmer) escapa. Depois de cumprir pena, ela volta para se vingar do namorado e do líder da quadrilha que a traiu, o violento Venti (Eric Roberts). A mistura de ação com algumas cenas quentes vale apenas pela bela e fraca Angie Everhart. O resto do elenco é composto por canastrões famosos como Eric Roberts e James Russo.

Alcova (L’alcova, Itália, 1984) – Nota 4
Direção – Joe D’Amato
Elenco – Lilli Carati, Laura Gemser, Annie Belle, Al Cliver, Robert Caruso.

Um militar italiano (Al Cliver) que lutou na África na época do Facismo, trás consigo uma bela princesa local (Laura Gemser) para ser sua escrava e amante. A questão é que a sensual princesa irá seduzir toda a família do militar, inclusive sua esposa (Lilli Carati). O longa tem uma história que serve apenas como desculpa para uma coletânea de cenas de pornô soft, a maioria estrelada pela bela morena Laura Gemser. O longa ficou famoso por aqui na época e depois voltou a tona no início dos anos noventa quando passou na TV aberta pelo canal CNT/Gazeta, que apesar da briga na justiça, conseguiu passar este filme e também “Calígula”, porém cheio de cortes. 

Bolero – Uma Aventura em Êxtase (Bolero, EUA, 1984) – Nota 2
Direção – John Derek
Elenco – Bo Derek, George Kennedy, Andrea Occhipinti, Ana Obregon, Olivia D’Abo.

Durante a década de vinte, a jovem Lida (Bo Derek) após se formar em um colégio interno, viaja para Arábia em busca de aventuras e para um outro objetivo também, perder a virgindade. Não existe muito mais o que comentar deste péssimo filme dirigido por John Derek, marido da estrela Bo Derek. Ele estreou como ator no cinema nos anos quarenta e chegou a trabalhar em grandes filmes como “Os Dez Mandamentos”, mas a partir dos anos sessenta tentou a carreira de diretor e não acertou uma. Após se casar com Bo Derek, tentou transformar a jovem que era trinta anos mais nova que ele em estrela, mas a falta de talento dele na direção e dela na atuação não ajudaram muito.

Tarzan Nota 10 (Tarzan, the Ape Man, EUA, 1981) – Nota 2
Direção – John Derek
Elenco – Bo Derek, Miles O’Keefe, Richard Harris, John Phillip Law.

Um pouco antes de “Bolero”, o casal Derek fez um longa ainda pior, uma adaptação erótica da história de Tarzan. Bo Derek faz a aristocrata Jane que vai para África e se envolve com Tarzan (Miles O’Keefe), jovem criado por macacos desde criança. O filme é recheado de cenas eróticas entre o casal no meio da selva. Aqui a bela e fraquinha Bo tem como par um ator com o mesmo nível de atuação, o péssimo Miles O’Keefe. Fica difícil entender a presença do ótimo Richard Harris no papel do pai de Jane.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Brown Bunny


Brown Bunny (The Brown Bunny, EUA / Japão / França, 2003) – Nota 4
Direção – Vincent Gallo
Elenco – Vincent Gallo, Chloe Sevigny, Cheryl Tiegs, Elizabeth Blake, Anna Vareschi.

A polêmica causada em virtude de um cena de sexo oral da atriz Chloe Sevigny em Vincent Gallo é maior que a qualidade do filme. 

O longa divide opiniões, alguns adoram a melancolia e o sofrimento do personagem de Gallo, outros odeiam, principalmente a cena explícita que é vista como gratuita e exagerada. A cena em si estava no roteiro do diretor/ator/produtor e com coragem foi aceita por Chloe Sevigny, tendo até sentido em relação a história, mas acredito que ela foi criada apenas com o intuito de chocar e chamar a atenção para conseguir um público maior. 

Fora isso e algumas análises filosóficas de parte da crítica para explicar a história, o filme é extremamente chato, um road movie com um ritmo lento onde praticamente não acontece nada durante mais de uma hora. Além disso o personagem de Vincent Gallo é exagerado na depressão, ele murmura poucas palavras durante o filme, muitas vezes de cabeça baixa, o que chega a ser irritante. 

Eu gostei apenas de dois detalhes: Da fotografia nas cenas das estradas, onde o espectador acompanha diferentes locais, alguns com um beleza própria e da bela e melancólica trilha sonora, que acompanha bem a depressiva jornada do personagem principal. 

A história é simples, Vincent Gallo é Bud Clay, um motociclista que após disputar uma corrida atravessa os EUA para chegar na Califórnia onde pretende encontrar sua amada Daisy (Chloe Sevigny) e pelo caminho cruza com três mulheres diferentes, todas com nomes de flor e ainda visita os pais de Daisy (margarida em inglês, outra flor), que moram em uma casa ao lado da sua quando criança e em frente a um cemitério. Estes pequenos detalhes e o coelho que a mãe de Daisy tem casa fazem a alegria dos fãs do filme que cultuam a jornada do sujeito, mas infelizmente não entrei no clima e posso resumir o trabalho como um pretensioso exercício narcisista de Vincent Gallo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Karatê Kid (2010)


Karatê Kid (The Karatê Kid, EUA / China, 2010) – Nota 7
Direção – Harald Zwart
Elenco – Jaden Smith, Jackie Chan, Taraji P. Henson, Wenwen Han.

Fui assistir ao filme esperando uma bomba, mais uma refilmagem ruim, porém mesmo sendo inferior ao original e tendo diversos defeitos, o filme é um razoável passatempo. 

A história é uma mistura das partes I (garoto sentindo-se deslocado após mudança) e II (desafio no Japão junto com o mestre) da série original, mostrando o garoto Dre Parker (Jaden Smith) sendo obrigado a se mudar para a China com sua mãe (Taraji P. Henson) que é viúva e foi transferida para aquele país. Logo de cara ele se aproxima de uma garota (Wenwen Han) mas é surrado por um valentão expert em kung fu. Mesmo sozinho na escola, sem falar a língua do país e morrendo de medo de apanhar novamente, Dre revida o ataque do violento garoto chinês e atinge também os amigos deste, que o perseguem, mas ele acaba salvo pelo zelador do prédio onde mora, Mr. Han (Jackie Chan), sujeito calado e especialista em kung fu. Começa ali uma amizade entre os dois, com Han fazendo o papel de treinador ao ensinar a arte marcial para Dre, que terá de enfrentar seus inimigos agora num torneio local de kung fu. 

O roteiro utiliza todos os clichês da história do original, que fala sobre vencer obstáculos e enfrentar seus medos, ficando claro que o filme que foi produzido por seu pai, o astro Will Smith, é voltado para tentar transformar o garoto Jaden Smith também em astro. No caso o treinamento do garoto é mostrado em diversas sequências, lembrando um pouco o estilo usado nos filmes da série “Rocky”, as cenas de luta são extremamente violentas para agradar o público jovem, além do princípio de arrogância que Jaden Smith mostra na tela, que na minha opinião, para a idade dele já está um pouco exagerado. 

Outro detalhe, para mais de duas horas de exibição, a quantidade de personagens com importância na tela é pequena, tendo de destacar Jackie Chan que faz um papel mais sério do que está acostumado e corresponde, seu carisma é fundamental para gostar do filme, apesar dele participar apenas de uma luta durante o filme, provavelmente para não ofuscar Jaden Smith.. A insuportável Taraji P. Henson que faz a mãe de Dre aparece pouco e os personagens chineses também, com destaque para o sorriso da simpática Wenwen Han e a violência dos garotos chineses lutadores. 

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Surplus


Surplus (Surplus, Suécia, 2003) – Nota 5
Direção – Erik Gandini

Este documentário com cara de videoclip tenta fazer uma crítica ao consumismo, mas no geral é apenas uma amontoado de frases e imagens. 

No início o diretor mostra a posição do escritor meio maluco John Zorzan, autor de um livro que defende a idéia de que o homem deveria voltar à Idade da Pedra e todas as indústrias deveriam ser destruídas. Em seguida é mostrado um protesto onde os participantes procuram destruir propriedades das grandes corporações, utilizando a idéia de Zorzan. 

Numa outra sequência temos Fidel Castro discursando contra o consumismo, mas em contra-partida são entrevistados populares em Cuba que mostram uma carteira de racionamento, onde dia a dia é anotado o que cada um pode retirar na”bodega” do governo, sendo basicamente arroz, feijão, óleo e pão. Já uma jovem cubana diz ter visitado Londres e ficado maravilhada com a quantidade de produtos no supermecado, tendo experimentado de tudo. 

Resumindo, o documentário crítica o consumismo desenfreado, a desigualdade social e ao mesmo tempo mostra que o socialismo cubano (há muito tempo uma ditadura) também não funciona. 

Infelizmente o resultado não chega perto do que promete o tema.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sexta-Feira 13 (1980 e 2009)



Sexta-Feira 13 (Friday the 13th, EUA, 1980) – Nota 7
Direção – Sean S. Cunningham
Elenco – Betsy Palmer, Adrienne King, Harry Crosby, Kevin Bacon, Jeannine Taylor, Robbi Morgan.

Um grupo de jovens monitores resolvem reabrir o acampamento no local chamado Crystal Lake, onde no passado vários assassinatos brutais ocorreram e que muitos acreditam ser obra do espírito de um garoto chamado Jason que morreu afogado no local. Não acreditando na história, os jovens aproveitam o acampamento, até que os assassinatos recomeçam e o desespero toma conta do grupo. 

Este clássico do cinema de terror sangrento foi uma idéia do diretor e produtor Sean S. Cunnigham, que criou a história pensando seguir o sucesso de “Halloween”, outro clássico produzido dois anos antes. O filme tem duas curiosidades, a primeira é a participação de Kevin Bacon ainda bem jovem como um dos monitores e a outra é sobre o personagem Jason, que aparecerá somente no segundo filme (neste longa a responsabilidade dos assassinatos é de outra pessoa). O sucesso do filme gerou diversas sequências e inúmeras cópias, transformando Jason em ícone do gênero, com um detalhe, a famosa máscara de hóquei do personagem é utilizada pela primeira vez apenas no terceiro filme.

Sexta-Feira 13: Bem-Vindo a Crystal Lake (Friday the 13th, EUA, 2009) – Nota 6
Direção – Marcus Nispel
Elenco – Jared Padalecki, Danielle Panabaker, Amanda Righetti, Travis Van Winkle, Aaron Yoo, Derek Mears, Jonathan Sadowski, Julianna Guill, Richard Burgi.

Um grupo de jovens procura uma plantação de drogas para revender o produto na cidade, sendo esta busca na região do abandonado acampamento em Crystal Lake, local onde há vários anos ocorrem diversos assassinatos. Após encontrar a plantação, o grupo de jovens se depara com o assassino Jason que mata um a um. Pouco tempo depois, um jovem (Jared Padalecki) vasculha a região em busca da irmã que desapareceu e ao mesmo tempo um grupo de universitários se instala num chalé para beber e festejar. Novamente Jason aparecerá no caminho dos jovens e dará início a outro banho de sangue. 

A história desta volta do personagem Jason ao cinema começa após o final do original de 1980 e cria uma nova história utilizando os clichês clássicos da série. Assim como fez na refilmagem de “O Massacre da Serra Elétrica”, o diretor Marcus Nispel entrega um longa que agrada ao público jovem, com muitas cenas de violência e uma produção muito bem cuidada, mas na comparação com original acaba sendo inferior.  

domingo, 5 de setembro de 2010

O Enviado


O Enviado (Godsend, EUA, 2004) – Nota 6
Direção – Nick Hamm
Elenco – Greg Kinnear, Rebecca Romijn Stamos, Robert De Niro, Cameron Bright.

O casal Paul (Greg Kinnear) e Jessie (Rebecca Romijn Stamos) perde o filho Adam (Cameron Bright) em uma tragédia e em seguida são procurados pelo Dr. Richard Well (Robert De Niro) que diz poder ajudar o casal a gerar um filho idêntico ao garoto falecido. A princípio a idéia é rechaçada com veemência, mas com o decorrer do tempo e a depressão do casal, eles resolvem procurar o médico. O casal aceita a proposta do doutor e este cumpre o que promete, ajudando o casal a gerar um novo filho idêntico a Adam. A vida continua feliz até que o garoto chega a idade em que seu “irmão” faleceu e a partir daí começa a ter atitudes estranhas, dando início ao pesadelo do casal. 

O roteiro usa o suspense e o terror psicológico como um instrumento para criticar a possibilidade da clonagem humana, mas no geral o resultado é apenas razoável. 

Os destaques do elenco são o garoto Cameron Bright que até chega a assustar e De Niro que cria um médico que parece querer brincar de deus, mas que tem outro motivo por trás da experiência.

sábado, 4 de setembro de 2010

Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio


Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio (The Fast and the Furious: Tokyo Drift, EUA / Alemanha, 2006) – Nota 5,5
Direção – Justin Lin
Elenco – Lucas Black, Bow Wow, Nathalie Kelley, Brian Goodman, Sung Kang, Brian Tee, Sonny Chiba, Vin Diesel.

O jovem Sean Boswell (Lucas Black) adora corridas de carro clandestinas e em umas delas acaba participando de um grande acidente. Para não ser preso, a mãe envia o jovem para morar com o pai no Japão. Mesmo do outro lado do planeta, ela rapidamente se envolve novamente com carros tunados e corridas clandestinas, se misturando com mafiosos japoneses e se aproximando da namorada de um deles, a bela mestiça Neela (Nathalie Kelley). 

Esta terceira parte não tem ligação alguma com os outros filmes da série, exceto pela pequena participação de Vin Diesel. O que continua igual são os carros envenenados e as perseguições cada vez mais rápidas e com cara de videogame. O primeiro longa tinha uma boa história por trás das cenas de ação, mas a sequência e este terceiro filme se apóiam apenas  nas cenas de perseguição, em roteiros fracos e cheios de furos. Um diferencial aqui é a locação em Tóquio e as corridas onde os carros devem deslizar nas curvas, estilo bem diferente das corridas ocidentais. Fora isso, vale apenas para os apreciadores de carros. 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O Homem que Fazia Chover

O Homem que Fazia Chover (The Rainmaker, EUA, 1996) – Nota 7
Direção – Francis Ford Coppola
Elenco – Matt Damon, Danny DeVito, Claire Danes, Jon Voight, Mary Kay Place, Danny Glover, Dean Stockwell, Teresa Wright, Virginia Madsen, Mickey Rourke, Andrew Shue, Red West, Johnny Whitworth, Roy Scheider.

O jovem advogado Rudy Baylor (Matt Damon) consegue um emprego no suspeito escritório de Bruiser Stone (Mickey Rourke) e recebe como companheiro de trabalho Deck Shifflet (Danny DeVito), um sujeito que repetiu por cinco vezes o exame e não conseguiu se tornar advogado. Com dois casos na manga, o primeiro de uma jovem (Claire Danes) espancada pelo marido e o outro de um jovem (Johnny Whitworth) com uma doença grave que teve seu pedido de tratamento negado por oito vezes por uma seguradora, Rudy e seu parceiro escolhem o segundo e resolvem processar a empresa, sendo obrigados a enfrentar um grupo de advogados liderados pelo veterano e mal caráter Leo F. Drummond (Jon Voight). 

Baseado em um livro de John Grisham, especialista em obras sobre o mundo dos advogados, o filme é irregular e nem de longe lembra as grandes obras de Coppola, com o roteiro forçando a barra principalmente na história da jovem que apanha do marido e acaba resolvendo o problema de modo no mínimo suspeito. 

O filme vale pela denúncia das empresas de seguro-saúde, que hoje já é de conhecimento geral a dificuldade que elas criam para cumprir os contratos com os pacientes e como a maioria delas visa apenas o lucro. 

O resultado final é apenas razoável, como por sinal são todas as adpatações dos livros de John Grisham e para quem se interessa pelo tema, vale mais a pena a assistir ao documentário S.O.S. Saúde de Michael Moore.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Estamos Todos Bem


Estamos Todos Bem (Stanno Tutti Bene, Itália / França / EUA, 1990) – Nota 7,5
Direção – Giuseppe Tornatore
Elenco – Marcello Mastroianni, Michele Morgan, Valeria Cavalli, Marino Cenna, Norma Martelli, Roberto Nobile, Salvatore Cascio.

O idoso Matteo Scuro (Marcello Mastroianni) vive na Sicília, região sul da Itália e não vê os filhos há quatro anos. Matteo é um sujeito feliz e falante, mas sentindo falta dos filhos resolve viajar por toda a Itália para visitá-los. No início do longa quando Matteo pega o trem em sua pequena cidade, rapidamente tenta mostrar aos outros passageiros da cabine onde viaja todo o orgulho que sente pelos filhos, mas como bem acontece na vida real, a pessoas não tem interesse algum em saber do próximo. Em sua viagem ele passará por Napoles, Roma e Milão, atravessando o país do sul ao norte e descobrindo que a vida de seus filhos não é tão feliz e realizada como ele imagina, ou melhor, como eles tentam mostrar ao velho homem. 

O ótimo roteiro é enriquecido pela maravilhosa interpretação de Mastroianni, que encarna com talento e perfeição o típico siciliano. O personagem de Mastroianni  fala demais e criou os filhos para eles serem alguém importante, chegarem onde ele não chegou, mas sua boa intenção acabou se transformando numa grande pressão, o que faz com que os filhos escondam a real situação de cada um.

Para quem não sabe, a região sul da Itália é a parte pobre do país, podendo ser comparada ao nordeste brasileiro, sendo discriminada pelo rico norte, onde ficam cidades como Milão e Turim. Este preconceito é mostrado em algumas cenas do longa.

O diretor Tornatore vinha do sucesso mundial de “Cinema Paradiso” e aqui utilizou até o menino Salvatore Cascio que ficou famoso naquele filme, como um dos filhos do personagem de Mastroianni quando este relembra o passado. 

Um filme simples, simpático e extremamente verdadeiro ao retratar temas como frustração e terceira idade.

Em 2009 Hollywood refilmou o longa, com Robert De Niro, Drew Barrymore e Sam Rockwell nos papéis principais.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Frankenstein


Frankenstein (Frankenstein, EUA, 1931) – Nota 7,5
Direção – James Whale
Elenco – Colin Clive, Mae Clark, John Boles, Boris Karloff, Edward Von Sloan, Frederick Kerr, Dwight Frye.

Numa vila na Alemanha, o jovem Dr. Henry Frankenstein (Colin Clive) junto com seu estranho ajudante Fritz (Dwight Frye), rouba corpos do cemitério para tentar ressuscitá-los com suas experiências. Ao montar um novo homem com os pedaços de vários corpos, inclusive utilizando o cérebro de um assassino, ele dá vida a um monstro (Boris Karloff), porém não consegue controlar sua criação, que foge deixando um rastro de mortes. 

Clássico filme de terror dirigido pelo especialista do gênero James Wahle (“O Homem Invisível”), a obra não segue a risca o livro de Mary Shelley, mas é extremamente competente ao criar um clima de suspense e terror com cenários simples e a clássica interpretação de Karloff como o monstro. 

Como curiosidade, os atores Edward Von Sloan e Dwight Frye no mesmo ano trabalharam em outro clássico do terror, “Drácula” ao lado de Bela Lugosi. 

O longa ainda gerou uma continuação chamada "A Noiva de Frankenstein".