sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Os 33

Os 33 (The 33, Chile / EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Patricia Riggen
Elenco – Antonio Banderas, Rodrigo Santoro, Juliette Binoche, Gabriel Byrne, Lou Diamond Phillips, Mario Casas, Jacob Vargas, James Brolin, Juan Pablo Raba, Oscar Nuñez, Tenoch Huerta, Marco Treviño, Adriana Barraza, Kate del Castillo, Cote de Pablo, Elizabeth De Razzo, Bob Gunton, Paulina Garcia.

Agosto de 2010. Um grupo de trinta e três mineiros conseguiu sobreviver ao desmoronamento de uma mina no Deserto de Atacama no Chile. O problema é que os homens se abrigaram num local chamado de “refúgio” que fica a setecentos metros de profundidade e que foi selado por uma gigantesca pedra que se movimentou. Durante sessenta e nove dias, os homens ficaram presos neste inferno antes de serem resgatados. 

Não existem surpresas quanto a história real que foi tema dos noticiários do mundo inteiro na época. O roteiro detalha de forma didática a dificuldade das equipes de resgate atuarem, elas que foram chamadas apenas após o governo chileno tomar o controle da mina que era de um empresa particular e assim tornar o salvamento uma espécie de propaganda política. 

A falta de estrutura para o trabalho nas minas é algo absurdo. Praticamente nenhuma comida estocada como garantia de sobrevivência para este tipo de situação, escadas de salvamento que não foram terminadas e o total desprezo da empresa em relação a vida dos mineiros. Fica claro que muitas outras situações semelhantes ocorreram pelo mundo e a tentativa de resgate sequer existiu. 

A grande quantidade de personagens dificulta um pouco a narrativa, por este motivo o roteiro foca nas situações mais importantes. Vale destacar o elenco internacional recheado de famosos, como Antonio Banderas como o líder informal dos mineiros, Rodrigo Santoro interpretando um político e a curiosidade de ver a francesa Juliette Binoche no papel de uma chilena irmã de um dos mineiros.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

The Missing - 2º Temporada

The Missing – 2º Temporada (The Missing, Inglaterra, 2017) – Nota 9
Direção – Ben Chanan
Elenco – Tcheky Karyo, David Morrissey, Keeley Hawes, Laura Fraser, Roger Allam, Abigail Hardingham, Olafur Darri Olafsson, Jake Davies, Anastasia Hille.

Eckhausen, Alemanha, 2014. Uma garota (Abigail Hardingham) é encontrada em péssimas condições no centro da pequena cidade. Ela cita o nome Sophie Giroux, porém é identificada como Laura Webster, um menina que havia desaparecido em 2003. 

Os pais da garota (David Morrissey e Keeley Hawes) acolhem a volta da filha, mas não demora para algumas pistas criarem dúvida sobre a verdadeira identidade da jovem, principalmente após a chegada na cidade do inspetor francês aposentado Julien Baptiste (Tcheky Karyo), que foi o responsável pela investigação do caso de Sophie Giroux, outra garota que também está desaparecida há anos. É o início de um complexa trama que esconde segredos obscuros e que afetará a vida de várias pessoas na cidade. 

Esta segunda temporada consegue ser ainda melhor que a primeira. Uma nova reviravolta ocorre em quase todos os episódios e mesmo assim consegue manter a verossimilhança da história, apesar de pequeninos furos que nem devem ser levados em conta. 

Assim como a temporada anterior, o roteiro explora duas narrativas, sendo a primeira em 2014 detalhando as consequências da volta da garota para casa e a segunda em 2017 focando na investigação do personagem de Tcheky Karyo, que chega a ir até o Iraque em busca de respostas. 

Entre as várias histórias que se entrelaçam temos o suicídio de um militar reformado, a crise familiar do casal Webster, a relação da militar Eva Stone (Laura Fraser) com seu pai (Roger Allam) que é brigadeiro aposentado e um drama pessoal que vive o protagonista vivido por Tcheky Karyo. 

É uma belíssima série para quem curte dramas investigativos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

O Homem das Sombras & Instinto de Vingança


O Homem das Sombras (The Tall Man, EUA / Canadá / França, 2012) – Nota 6
Direção – Pascal Laugier
Elenco – Jessica Biel, Jodelle Ferland, Stephen McHattie, William B. Davis, Samantha Ferris, Colleen Wheeler.

Numa decadente cidade na divisa dos EUA com o Canadá, várias crianças desapareceram nos últimos anos. Um agente do FBI (Stephen McHattie) investiga o caso sem grande ajuda dos moradores, que parecem não gostar dele.

Julia (Jessica Biel) é uma enfermeira que se transformou na única médica da cidade substituindo o marido após a  morte deste. Quando seu filho pequeno é sequestrado dentro de sua casa, Julia entra em uma violenta luta com o criminoso, que consegue escapar. O novo sequestro é o início de uma enorme reviravolta no caso dos desaparecimentos.

O filme é muito bom na meia-hora inicial, enfocando personagens suspeitos e uma narrativa ágil até a ótima sequência de ação do sequestro. Infelizmente a reviravolta que ocorre em seguida oferece uma explicação ingênua para a motivação dos crimes, além de diminuir o ritmo da história.

As locações na pequena cidade rodeada por uma floresta são ótimas para o clima suspense, mas pena que faltou um roteiro melhor. Vale citar ainda como destaque a criatividade dos créditos iniciais.   

Instinto de Vingança (Tell-Tale, EUA, 2009) – Nota 5
Direção – Michael Cuesta
Elenco – Josh Lucas, Lena Headey, Brian Cox, Beatrice Miller, Jamie Harrold, Michael Kenneth Williams, Pablo Schreiber, Tom Riis Farrell, Ulrich Thomsen, Dallas Roberts.

Terry (Josh Lucas) vive com um coração transplantado e ainda precisa cuidar da filha pré-adolescente (Beatrice Miller) que sofre de uma rara doença genética. Com o apoio da médica Elizabeth (Lena Headey), que logo se torna sua namorada, Terry parece enfrentar bem os problemas.

A situação fica estranha quando ele começa a ter alucinações que na verdade são flashbacks da memória do doador do coração. Terry descobre que o doador fora assassinado e passa a sentir impulsos de vingança sempre que cruza o caminho de algum suspeito de ter participado do crime.

Por mais que a premissa seja extremamente bizarra, existia o potencial para desenvolver um bom filme de suspense, inclusive explorando a questão do tráfico de órgãos. Infelizmente além do roteiro ser simplista, as situações vão se atropelando sem muita explicação, até chegar ao absurdo clímax.

É um filme para passar longe.                                        

terça-feira, 28 de agosto de 2018

A Noite Devorou o Mundo

A Noite Devorou o Mundo (La Nuit a Dévoré le Monde, França, 2018) – Nota 6,5
Direção – Dominique Rocher
Elenco – Anders Danielsen Lie, Golshifteh Farahani, Denis Lavant, Sigrid Bouaziz.

Em Paris, Sam (Anders Danielsen Lie) visita o apartamento de sua ex-namorada (Sigrid Bouaziz) para buscar uma caixa com fitas cassete de suas composições. 

Como a garota está dando uma festa, Sam é levado para procurar suas fitas em um quarto e acaba dormindo em uma poltrona. Ao acordar pela manhã, ele encontra a casa revirada, com sangue pelas paredes e as ruas repletas de pessoas enlouquecidas agindo como zumbis. 

Com medo de enfrentar a violência, Sam transforma o edifício em seu refúgio, explorando os apartamentos para conseguir comida e utilizando a criatividade para passar o tempo, sem saber quando conseguirá sair para a rua. 

A novidade em relação aos filmes e séries com zumbis está no local da trama. A história inteira se passa dentro do edifício e com o protagonista sozinho por quase todo o longa. 

A questão do isolamento lembra em parte o clássico “A Última Esperança da Terra” e a refilmagem “Eu Sou a Lenda”, porém o roteiro aqui segue mais para o lado do drama da solidão, do que para o foco na ação ou em conflitos com outros personagens. Isso acaba cansando um pouco. 

A proposta é bem interessante, o ator principal Anders Danielsen Lie, que fez o ótimo “Oslo, 31 de Agosto”, entrega uma boa atuação, porém faltou um algo a mais no roteiro.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

I'll Follow You Down

I'll Follow You Down (I'll Follow You Down, Canadá, 2013) – Nota 6
Direção – Richie Mehta
Elenco – Haley Joel Osment, Gillian Anderson, Rufus Sewell, Victor Garber, Susanna Fournier, John Paul Ruttan.

Gabriel (Rufus Sewell) é um professor e cientista que sai do Canadá para encontrar o sogro Sal (Victor Garber), que também é professor na Universidade de Princeton. Ao chegar em Nova York, Gabriel desaparece. Sua esposa Marika (Gillian Anderson) fica desolada, assim como seu filho pequeno Erol (John Paul Ruttan). 

Anos depois, Erol (agora Haley Joel Osmet) está prestes a entrar na universidade quando seu avó Sal conta algo aparentemente absurdo. Ele acredita que Gabriel desapareceu ao fazer uma viagem no tempo. Sal encontrou estudos e equipamentos no porão da universidade que levam a construção de uma máquina do tempo, porém ele precisa da ajuda de Erol para terminar o projeto. 

Por mais que histórias sobre viagens no tempo sejam fascinantes, este longa deixa a desejar pela simplicidade de como a trama é solucionada, mesmo entendendo que a atitude que leva a este final seja extrema. 

O baixo orçamento pode ser uma explicação. Quase todo o filme foca no drama do desaparecimento do sujeito e nas consequências psicológicas enfrentadas por mãe e filho. A “ação” mesmo ocorre nos vinte minutos finais sem grande criatividade. 

A curiosidade é ter como protagonista o eterno garoto de “O Sexto Sentido” Haley Joel Osment, que como adulto não conseguiu emplacar na carreira. 

domingo, 26 de agosto de 2018

Mar Negro

Mar Negro (Black Sea, Inglaterra / EUA / Rússia, 2014) – Nota 7,5
Direção – Kevin Macdonald
Elenco – Jude Law, Scoot McNairy, Ben Mendelsohn, Konstantin Khabenskiy, Grigoriy Dobrygin, David Threlfall, Michael Smiley, Daniel Ryan, Karl Davies, Tobias Menzies, Jodie Whittaker.

Após anos trabalhando para uma empresa marítima, o ex-militar Robinson (Jude Law) é dispensado do emprego. 

Separado da esposa que casou novamente, Robinson fica sem perspectivas de vida, até que um amigo também desempregado o convida para encontrar um investidor interessado em resgatar do fundo do mar um tesouro em barras de ouro que teria afundado com um submarino russo durante a Segunda Guerra. 

Robinson convence o investidor a comprar um submarino e em seguida monta uma equipe mesclada de ingleses e russos para a perigosa missão. 

Mesmo não sendo espetacular como o clássico alemão “O Barco – Inferno no Mar”, este competente longa explora a claustrofobia causada pela convivência dentro do velho submarino e principalmente a ganância que leva o ser humano a cometer loucuras quando existe dinheiro em jogo. 

O diretor escocês Kevin Macdonald (“O Último Rei da Escócia” e “Intrigas de Estado”) consegue criar boas cenas de ação através dos conflitos entre os brutos marinheiros e assim prender a atenção do espectador que gosta do gênero. 

O resultado é um bom filme de ação e suspense.

sábado, 25 de agosto de 2018

A Comunidade

A Comunidade (Kollektivet, Dinamarca / Suécia / Holanda, 2016) – Nota 6,5
Direção – Thomas Vinterberg
Elenco – Ulrich Thomsen, Tryne Dyrholm, Helene Reingaard Neumann, Lars Ranthe, Fares Fares, Julie Agnete Vang, Magnus Millang, Martha Sofie Wallstrom Hansen.

Dinamarca, anos setenta. Erik (Ulrich Thomsen) é um professor de universidade e sua esposa Anna (Tryne Dryrholm) é apresentadora do jornal de tv local. 

Quando Erik herda uma enorme casa, Anna dá a ideia de montarem uma comunidade para custear as despesas. Além da filha adolescente (Martha Sofie Wallstrom Hansen), o casal convida ainda um amigo solteiro, uma amiga sozinha, outro casal e um estranho que aparece pedindo moradia. A aparente família feliz entra em crise quando Erik inicia um affair com uma aluna (Helene Reingaard Neumann). 

A premissa de focar na vida deste tipo de comunidade que era moda na Europa nos anos setenta, se perde na forma como o roteiro privilegia o triângulo amoroso deixando de lado os coadjuvantes. Ao invés de inserir pitadas de comédia ou explorar os conflitos entre os moradores da comunidade, a história se volta para a crise na relação do casal e resulta em uma narrativa cansativa. 

O diretor dinamarquês Thomas Vinterberg tem outros filmes bem melhores, como “Festa de Família” e “A Caça”.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Um Lugar Silencioso

Um Lugar Silencioso (A Quiet Place, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – John Krasinski
Elenco – John Krasinski, Emily Blunt, Millicent Simmonds, Noah Jupe, Cade Woodward, Leon Russom.

No início do longa fica a impressão de que a filmagem tem algum problema no som. Os personagens sussurram ou conversam pela linguagem de sinais. 

Logo, descobrimos que é uma família que vive em um mundo pós-apocalíptico. Pai (John Krasinski), mãe (Emily Blunt), filha adolescente que é surda-muda (Millicent Simmonds), mais dois irmãos pequenos (Noah Jupe e Cade Woodward). 

Uma tragédia muda a vida da família e mostra que o barulho é o grande inimigo neste novo mundo. Qualquer som mais alto chama a atenção de terríveis criaturas que atacam os humanos. 

Este longa desperta mais a atenção por algumas curiosidades do que pelo resultado. Ver o ator especialista em comédias John Krasinski dirigindo e protagonizando uma ficção pesada e violenta é a grande surpresa. 

Seu trabalho na frente das câmeras é competente e como diretor apresenta acertos e erros. A falta de diálogos por medo de morrer e a forma como os personagens precisam se comunicar é extremamente criativa, assim como o clima de medo, solidão e tristeza que domina a narrativa. 

Por outro lado, a mesma narrativa é um pouco arrastada nos dois primeiros terços, muito também pela falta de história, que no geral é bem simples e típica de filmes B. A forma encontrada para enfrentar as criaturas na clímax é no máximo curiosa. 

Apesar dos muitos elogios dos cinéfilos, considero uma misto de ficção e suspense apenas mediano.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Destinos Ligados & Coisas Que Você Pode Dizer Só de Olhar Para Ela


Destinos Ligados (Mother and Child, EUA / Espanha, 2009) – Nota 7,5
Direção – Rodrigo Garcia
Elenco – Naomi Watts, Annette Bening, Kerry Washington, Samuel L. Jackson, Jimmy Smits, David Ramsey, Elpidia Carrillo, S. Epatha Merkerson, Britt Robertson, Eileen Ryan, David Morse, Cherry Jones, Amy Brenneman, Michael Blucas, Carla Gallo, Michael Warren, LaTanya Richardson Jackson, Elizabeth Peña, LisaGay Hamilton, Shareeka Epps, Tayana Ali.

Três narrativas paralelas focam em problemas familiares relacionados a maternidade e a criação de filhos. Karen (Annette Bening) é uma solteirona frustrada que vive com a mãe idosa e que a culpa por tê-la obrigada a doar a filha que teve quando tinha apenas catorze anos. 

A menina cresceu longe da mãe e se transformou na advogada Elizabeth (Naomi Watts). Ela também vive sozinha, é independente, diz que não pretende casar e utiliza os homens apenas como objetos sexuais. 

A terceira narrativa foca no casal Lucy (Kerry Washington) e Joseph (David Ramsay). Eles não podem ter filhos e decidem adotar um bebê. A empolgação de Lucy contrasta com o silêncio de Joseph. 

O roteiro escrito pelo diretor colombiano Rodrigo Garcia, filho do escritor Gabriel Garcia Marquez, explora de forma sensível e também sóbria a difícil decisão de ter um filho e as consequências desta escolha. Por mais que o final seja pró-vida e deixe uma mensagem de esperança mostrando as alegrias de ser mãe, por outro lado fica claro em várias sequências os problemas que surgem com esta escolha. 

O resultado é um interessante drama que faz pensar sobre o tema. 

Coisas Que Você Pode Dizer Só de Olhar Para Ela (Things You Can Tell Just by Looking at Her, EUA, 2000) – Nota 6,5
Direção – Rodrigo Garcia
Elenco – Glenn Close, Cameron Diaz, Holly Hunter, Calista Flockhart, Kathy Baker, Amy Brenneman, Valeria Golino, Matt Craven, Gregory Hines, Miguel Sandoval, Danny Woodburn, Roma Maffia, Elpidia Carrillo.

O longa está dividido em cinco pequenas tramas encabeçadas por mulheres. As histórias não chegam a se cruzar totalmente, são ligadas em detalhes apenas. A detetive Kate (Amy Brennenan) chega ao local de um crime e descobre que a vítima era sua amiga de escola. Carol (Cameron Diaz), que é irmã de Kate, é cega e tenta levar uma vida independente. Rebecca (Holly Hunter) fica perdida ao saber que está grávida do amante que é casado (Gregory Hines). Rose (Kathy Baker) se sente atraída pelo novo vizinho que é anão (Danny Woodburn). A médica Elaine (Glenn Close) espera por um telefonema que parece que nunca acontecerá. O elenco tem ainda um casal feminino (Calista Flockhart e Valeria Golino). 

Este longa marcou a estreia de Rodrigo Garcia na direção, que com seu roteiro sobre dramas vividos por mulheres, conseguiu reunir um elenco feminino de primeira qualidade. Todas as histórias focam em mulheres solitárias que tentam seguir a vida. Apesar da sensibilidade das histórias e interpretações, o ritmo lento resulta em um filme introspectivo e um pouco cansativo. A escolha de não entregar um filme fechado também dividiu opiniões. 

É um filme com uma ideia interessante e uma realização apenas mediana.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Os Diários Zen de Garry Shandling

Os Diários Zen de Garry Shandling (The Zen Diaries of Garry Shandling, EUA, 2018) – Nota 8
Direção – Judd Apatow
Documentário

Mesmo sendo pouco conhecido fora dos Estados Unidos, o comediante Garry Shandling deixou um grande legado ao gênero. 

Falecido em 2016, Shandling criou um novo estilo de comédia com a sitcom “The Garry Shandling Show” que foi ao ar de 1986 a 1990. No sitcom, Garry conversava com a plateia e com a câmera, quebrando a chamada “quarta parede”. 

Ele chegou a apresentar o famoso programa de entrevistas “Tonight Show” em algumas oportunidades nos anos noventa, porém recusou o convite para ser o apresentador fixo. Ele preferiu criar o sitcom “The Larry Sanders Show”, em que interpretava também um apresentador de talk show e mostrava os bastidores deste tipo de programa. O sitcom passou aqui no Brasil em canal fechado nos anos noventa. 

Este documentário dirigido por Jude Apatow, diretor de comédias como “Superbad”, é uma homenagem ao comediante. Apatow foi roteirista parceiro de Shandling e herdou os diários que o comediante deixou. 

Shandling anotava pequenas frases para captar sua vida e seus sentimentos naquele momento. Apatow utilizou estas frases dos diários para detalhar a vida do amigo, ao lado de depoimentos de diversos nomes ligados a comédia, entre eles Jim Carrey, Bob Saget e Kevin Nealon.

O doc está dividido em duas partes de duas horas cada, mas em momento algum se mostra cansativo. 

Para quem gosta de comédia inteligente, vale a pena conhecer um pouco do trabalho de Garry Shandling.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Dean: A Vida e Outras Piadas

Dean: A Vida e Outras Piadas (Dean), EUA, 2016) – Nota 7
Direção – Demetri Martin
Elenco – Demetri Martin, Kevin Kline, Gillian Jacobs, Mary Steenburgen, Luka Jones, Briga Heelan.

Após a morte da mãe e o fim de seu noivado, Dean (Demetri Martin) tenta seguir a vida. Ele tem uma relação confusa com o pai (Kevin Kline), que parece não acreditar na carreira de desenhista do filho. 

Enquanto busca inspiração para um novo livro de desenhos, Dean tenta se reaproximar dos amigos e quem sabe encontrar um novo amor. 

É basicamente um filme independente sobre pessoas comuns tentando enfrentar obstáculos da vida como luto e frustrações Apesar das diferenças, o protagonista e seu pai procuram praticamente a mesma coisa. 

Além de dirigir, o ator Demetri Martin também escreveu o roteiro e muito provavelmente inseriu experiências pessoais na história. Vale citar que Martin também fez os desenhos que aparecem por todo o filme destacando situações enfrentadas e sentimentos do protagonista. 

Simples e simpático, o longa é uma inofensiva sessão da tarde.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A Criada

A Criada (Ah-Ga-Ssi, Coreia do Sul, 2016) – Nota 8
Direção – Chan Wook Park
Elenco – Min Hee Kim, Tae Ri Kim, Jung Woo Ha, Jin Woong Cho, Hae Sook Kim, So Ri Moon.

Coreia, anos trinta. A jovem Sook Hee (Tae Ri Kim) é enviada para casa da herdeira japonesa Hideko (Min Hee Kim) para trabalhar como criada. A japonesa vive com seu tio viúvo (Jing Woong Cho) em uma bela casa. 

Hideko é cortejada pelo conde japonês Fujiwara (Jung Woo Ha), sem saber que na verdade o sujeito é um vigarista que contratou Sook Hee para espioná-la. O objetivo de Fujiwara é casar com Hideko e depois interná-la em um hospício para ficar com a fortuna. 

Este ótimo longa é um verdadeira ciranda de mentiras, segredos, traições e reviravoltas. O roteiro divide a narrativa em três partes, cada uma delas detalhando segredos sórdidos e entregando reviravoltas. É um filme em que personagem algum é confiável. O diretor Chan Woo Park ainda explora cenas ousadas de sexo e diálogos picantes. 

Poderia ser ainda melhor se tivesse uns vinte ou trinta minutos há menos. Vale citar ainda a caprichada parte técnica e a ótima montagem que ajuda a amarrar a história através dos detalhes.     

domingo, 19 de agosto de 2018

O Melhor Jogo da História

O Melhor Jogo da História (The Greatest Game Ever Played, EUA / Canadá, 2005) – Nota 7,5
Direção – Bill Paxton
Elenco – Shia LaBeouf, Stephen Dillane, Peter Firth, Josh Flitter, Peyton List, Luke Askew, Elias Koteas, Marnie McPhail, Len Cariou, Stephen Marcus.

Brookline, Boston, início do século passado. Francis Ouimet (Shia LaBeouf) é um jovem de família pobre que para ganhar alguns trocados trabalha como caddy no campo de golfe que fica em frente sua casa. 

Proibido de utilizar o campo, Francis é ajudado por seu chefe (Luke Askew) que vê um grande talento no jovem. Vários obstáculos atrapalharam o que seria o início da carreira de Francis, incluindo a oposição de seu pai (Elias Koteas), até que em 1913 surge a oportunidade de participar do Torneio de Golfe Aberto dos Estados Unidos, em que enfrentaria golfistas profissionais, entre eles seus ídolo, o inglês Harry Vardon (Stephen Dillane). 

Este longa baseado na sensacional história real do golfista Francis Ouimet é uma adaptação do livro de Mark Frost, escritor e roteirista conhecido pela série “Twin Peaks”. Não é necessário entender ou gostar de golfe, o roteiro detalha uma história de superação que vai além do esporte. Francis sofre com o preconceito social, pois o golfe era e ainda é um esporte para ricos, além de precisar lidar com suas próprias emoções. 

Além do protagonista vivido por Shia LaBeouf, vale destacar Stephen Dillane como o campeão de golfe que demonstra muitas semelhanças com o jovem e a participação extremamente simpática do garoto Josh Flitter como o caddy de Ouimet. Por mais que pareça mentira, Ouimet não tinha como pagar um caddie e por isso utilizou o então garoto Eddie Lowery de apenas dez anos. Ouimet e Lowery se tornaram amigos pela vida inteira. 

Vale citar ainda a direção do falecido ator Bill Paxton. Ele conseguiu criar suspense nas sequências das tacadas de uma forma inusitada. Paxton deixou apenas dois filmes como diretor, porém que valem ser vistos. Este que comento aqui e o ótimo suspense “A Mão do Diabo”

sábado, 18 de agosto de 2018

Assim na Terra Como no Inferno & Santuário


Assim na Terra Como no Inferno (As Above, So Below, EUA, 2014) – Nota 7
Direção – John Erick Dowdle
Elenco – Perdita Weeks, Ben Feldman, Edwin Hodge, François Civil.

A arqueóloga Scarlett (Perdita Weeks) encontra transcrições em pedra dentro de uma caverna no Irã que aparentemente indicam o local onde está escondida a chamada Pedra Filosofal. A transcrição leva Scarlett a montar um pequeno grupo para explorar as catacumbas de Paris em busca do artefato lendário. 

A história extremamente simples é muito bem desenvolvida pelo roteiro escrito pelo diretor John Erick Dowdle e seu irmão Drew Dowdle, responsáveis também pela ótima minissérie “Waco”. Eles conseguem criar ótimas sequências de suspense explorando a claustrofobia causada pelos espaços apertados dentro das catacumbas. Algumas cenas são angustiantes para quem tem medo de espaços pequenos. O desespero dos personagens aumenta a cada novo obstáculo que passa a sensação de que eles jamais conseguirão sair do local. 

Mesmo não sendo tão assustador e claustrofóbico como “Abismo do Medo”, este longa foi uma boa surpresa. 

Santuário (Sanctum, EUA / Austrália, 2011) – Nota 7
Direção – Alister Grierson
Elenco – Richard Roxburgh, Rhys Wakefield, Ioan Gruffudd, Alice Parkinson, Dan Wyllie, Christopher James Baker, Allison Cratchley.

Um grupo de mergulhadores liderados por Frank (Richard Roxburgh) explora uma gigantesca caverna em meio a floresta de Papua Nova Guiné. Na equipe de Frank está seu filho Josh (Rhys Wakefield). Os dois vivem em um eterno conflito. A expedição é bancada por um milionário (Ioan Gruffudd), que também participa da exploração. Uma tempestade que chega antes do tempo previsto deixa a equipe presa na caverna, os obrigando a procurar uma nova saída antes que o local seja inundado. 

Produzido por James Cameron, este longa é baseado livremente na história real do roteirista Andrew Wight que ficou preso por dois dias em uma caverna junto com um grupo de pessoas. O desenrolar da história no filme aumenta bastante a tensão em relação ao que realmente ocorreu e insere ainda as habituais mortes de personagens durante a sufocante busca da saída da caverna. 

É outro longa que não chega a ser tão angustiante como “Abismo do Medo”, mas mesmo assim entrega ótimas cenas subaquáticas e sequências através de pequenas fendas que assustam o espectador. 

O filme perde alguns pontos pela interpretações ruins do elenco. Apenas o protagonista Richard Roxburgh convence como o explorador obcecado. 

O resultado é um bom passatempo para quem procura suspense dentro de uma caverna.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

A Vida Por um Fio

A Vida Por um Fio (Life on the Line, EUA, 2015) – Nota 5,5
Direção – David Hackl
Elenco – John Travolta, Kate Bosworth, Devon Sawa, Gil Bellows, Julie Benz, Ryan Robbins, Ty Olsson, Sharon Stone, Reese Alexander.

No Texas, um grupo de eletricistas trabalha na manutenção de postes que foram danificados por uma queda de árvores em meio a chuva. Um raio acaba matando o supervisor (Ty Olsson) na frente de seu irmão Beau (John Travolta). Outra tragédia em seguida resulta na morte da esposa da vítima. 

Anos depois, Beau é o novo supervisor e responsável pela filha deixada pelo irmão. Bailey (Kate Bosworth) está prestes a ir para universidade, porém passa uma crise no namoro com Duncan (Devon Sawa), que também começa a trabalhar como eletricista. A chegada de uma tempestade mudará tudo novamente. 

O filme é baseado em história real e apresenta uma premissa que foge do lugar comum. O perigoso serviço de manutenção em postes de energia de alta tensão numa região afetada por chuvas fortes, vento e calor excessivo jamais foi levado para o cinema, pelo menos eu não conheço filme algum que aborde este tema. 

Infelizmente o roteiro explora muito mal a premissa. São várias situações que parecem se atropelar em apenas uma hora e meia, sem se aprofundar em absolutamente nada. A trama paralela da crise no casamento da vizinha do protagonista (Julie Benz) com o marido veterano do Iraque (Ryan Robbins) é totalmente descartável, assim como a sequência de violência que envolve o casal e mais dois personagens. 

O fraco diretor David Hackl mais uma vez desperdiça uma história com bom potencial, assim como fez na aventura “Dentro do Labirinto Cinzento”.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

O Terceiro Olho

O Terceiro Olho (The I Inside, Ingaterra / EUA, 2004) – Nota 6,5
Direção – Roland Suso Richter
Elenco – Ryan Phillippe, Sarah Polley, Piper Perabo, Robert Sean Leonard, Stephen Rea, Peter Egan, Stephen Lang, Rakie Ayola, Stephen Graham.

Simon Cabel (Ryan Phillippe) acorda na cama de um hospital ao lado de um médico (Stephen Rea) sem lembrar o que aconteceu nos últimos dois anos de sua vida. 

Ele não lembra de sua esposa Anna (Piper Perabo) e nem de uma garota chamada Clair (Sarah Polley) que o visita e se diz apaixonada. 

Após ter uma espécie de alucinação, Simon acorda no mesmo hospital, porém dois anos antes quando esteve ali por causa de um acidente de automóvel que vitimou seu irmão (Robert Sean Leonard). 

Sem saber o que é realidade ou sonho, Simon “viaja” entre os dois tempos tentando descobrir o que realmente aconteceu com sua vida. 

A premissa é extremamente instigante. Por pelo menos dois terços do filme o espectador se vê em dúvida sobre o que realmente está ocorrendo, com se estivesse buscando a verdade ao lado do protagonista. 

Infelizmente as pistas levam a uma parte final que deixa a desejar. A revelação não se mostra uma grande surpresa, na verdade é uma solução simplista que ainda deixa algumas perguntas pendentes. 

Este é o único trabalho americano do diretor alemão Roland Suso Richter, que tem no currículo vários trabalhos em seu país natal, incluindo o ótimo longa “O Túnel”, que detalha uma fuga através do Muro de Berlim.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Negócios Mortais & O Sequestro


Negócios Mortais (Not Safe For Work, EUA, 2014) – Nota 6
Direção – Joe Johnston
Elenco – Max Minghella, JJ Feild, Christian Clemenson, Eloise Mumford, Molly Hagan.

Thomas (Max Minghella) é um jovem advogado que trabalha numa empresa especializada em grandes casos. Ele é um mero assistente que ao tentar mostrar serviço apresentando sua opinião sobre o caso de um mafioso, termina sendo mandado embora pelo chefe (Christian Clemenson) no final do dia.

Na saída do edifício, Thomas percebe uma movimentação estranha e decide seguir um sujeito (JJ Feild) que entra no elevador. Ao chegar no andar da empresa onde ele trabalhava, Thomas descobre que o estranho é um assassino. É o início de um jogo de gato e rato dentro do enorme escritório.

A premissa de explorar apenas um cenário para criar cenas de suspense é comum no cinema. Neste longa as sequências até que funcionam. Os personagens utilizam cartões de acesso para abrir e trancar passagens, estações de trabalho e salas de segurança para perseguir o oponente.

Infelizmente o roteiro é repleto de furos. A explicação para a ação do assassino é fraca e confusa, além da escolha equivocada do diretor de deixar o final em aberto, ou pelo menos com um enorme gancho para uma sequência que dificilmente acontecerá.

É um filme que prende a atenção, mas não convence após uma análise mais apurada. 

O Sequestro (Kidnap, EUA, 2017) – Nota 6
Direção – Luis Prieto
Elenco – Halle Berry, Sage Correa, Chris McGinn, Lew Temple.

Karla Dyson (Halle Berry) é uma garçonete divorciada que briga com o ex-marido pela guarda do filho Frankie (Sage Correa). Durante um passeio no parque, Karla atende o telefone por alguns minutos e o filho desaparece. Correndo pelo parque desesperada, ele vê o menino sendo colocado dentro de um carro. Sem pensar, Karla entra em seu automóvel e inicia uma louca perseguição aos sequestradores. 

O roteiro explora os clichês dos filmes sobre sequestros com a adrenalina do hoje clássico “Velocidade Máxima”. Essa mistura tem o lado bom e o ruím. O melhor são as tensas sequências de perseguição pela rodovia, que prendem a atenção. O lado negativo são os furos na trama que culmina com a aparição de um personagem sem muito sentido na cena final. 

É basicamente um suspense de ação B, que pode divertir o espectador que não se importar com os absurdos.  

terça-feira, 14 de agosto de 2018

O Grupo Baader Meinhoff

O Grupo Baader Meinhoff (Der Baader Meinhof Komplex, Alemanha / França / República Tcheca, 2008) – Nota 8
Direção – Uli Edel
Elenco – Martina Gedeck, Moritz Bleibtreu, Johanna Wokalek, Nadja Uhl, Bruno Ganz, Stipe Erceg, Niels Bruno Schimdt, Heino Ferch, Alexandra Maria Lara.

No final dos anos sessenta, jovens estudantes em vários países protestavam nas ruas contra a Guerra do Vietnã e contra o capitalismo. Na Alemanha Ocidental, a jornalista Ulrike Meinhof (Martina Gedeck) acompanhava os protestos e escrevia matérias criticando o governo alemão. 

Neste contexto, ela se aproxima de Andreas Baader (Moritz Bleitbreu) e de sua namorada Gudrun Ensslin (Johanna Wokalek) que lideravam um grupo denominado RAF (Fração do Exército Vermelho). 

Após ajudar Baader a fugir da polícia, Ulrike entra de vez para a clandestinidade e passa a participar das violentas ações do grupo, incluindo roubos a bancos, sequestros, assassinatos e ataques com bombas. 

Este ótimo longa foca numa história real semelhante ao que ocorreu em vários países nos anos sessenta e setenta em que jovens revoltados acreditavam de forma ingênua que poderiam derrubar seus governos, assim como Fidel Castro e Che Guevara fizeram em Cuba. A ideologia logo se transformava em violência e por consequência o governo revidava na mesma moeda. 

O grande acerto deste longa é não glamourizar as ações do grupo. O roteiro deixa claro que eram jovens com ódio que não mediam as consequências dos ataques e nem se preocupavam se atingiriam inocentes. 

O ponto em comum entre os personagens é que para eles o grupo e a ideologia eram mais importantes do que tudo, inclusive a família. Filhos, pais e companheiros eram abandonados em nome da luta. 

O resultado é um filme didático para entender como funciona o pensamento daqueles que defendem o comunismo em nome de uma falsa democracia, onde o que importa na verdade é ter poder.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Preto e Branco

Preto e Branco (Black or White, EUA, 2014) – Nota 6,5
Direção – Mike Binder
Elenco – Kevin Costner, Octavia Spencer, Jillian Estell, Bill Burr, Anthony Mackie, Mpho Koaho, André Holland, Gillian Jacobs, Jennifer Ehle, Paula Newsome.

A morte da esposa em um acidente faz com que o advogado Elliott Anderson (Kevin Costner) fique sozinho com a neta Eloise (Jillian Estell). Como sua filha faleceu no parto e o genro (André Holland) é um viciado em drogas, a garota foi criado pelos avós. 

Com a morte da mulher, a avó paterna Rowena (Octavia Spencer) decide entrar na justiça para pedir a custódia da menina, dando início a uma disputa com Elliott. 

O filme cita no início ser inspirado em fatos reais, porém a forma como a situação é resolvida está mais para o politicamente correto de uma produção para a tv, do que para a vida real. Mas o filme não chega a ser ruim, alguns pontos são bem interessantes. 

O roteiro tenta explorar os conflitos raciais e sociais entre o rico personagem de Kevin Costner, com a família negra que vive num bairro pobre liderada por Octavia Spencer. Não temos heróis ou vilões, o roteiro procura ser imparcial nas virtudes e defeitos dos dois lados, porém sem se aprofundar no tema, assim fugindo de qualquer polêmica. 

O diretor, ator e roteirista Mike Binder comandou dramas melhores como “Reine Sobre Mim” com Adam Sandler e “A Outra Face da Raiva” que também tinha Kevin Costner como protagonista.  

domingo, 12 de agosto de 2018

O Caçador

O Caçador (Chugyeogja, Coreia do Sul, 2008) – Nota 8
Direção – Hong Jin Na
Elenco – Yoon Seok Kim, Jung Woo Ha, Yeong Hie Seo, Yoo Jeong Kim, In Gi Jeong.

Joong (Yoon Seok Kim) é um ex-policial que agora trabalha como agenciador de garotas de programa. Numa determinada noite, ele envia uma de suas garotas (Yeong Hie Seo) para um cliente (Jung Woo Ha) que sempre utiliza o mesmo celular para contato.

Pouco minutos depois, ele descobre que outras garotas desapareceram após fazer um programa com o sujeito. A princípio Joong procura uma amigo na polícia, para em seguida investigar por conta própria. É o início de uma violenta noite de loucuras em busca da garota e do possível psicopata. 

Elogiar o cinema sul-coreano se tornou hábito. Os filmes policiais e de suspense produzidos naquele país mesclam boas histórias, ótimas sequências de ação e muita violência, inclusive por parte da polícia nos interrogatórios.

A crueldade dos vilões também é outro ponto alto. Aqui o vilão é um jovem psicopata extremamente cruel.

A saga do protagonista em busca da garota desaparecida é repleta de perseguições e brigas.

O roteiro é bem amarrado, criando pistas para o protagonista seguir e inserindo ainda uma trama paralela com a filha da prostituta desaparecida. 

Para quem curte filmes policiais e também o cinema sul-coreano, este é mais uma ótima opção.

sábado, 11 de agosto de 2018

O Resgate de um Campeão

O Resgate de um Campeão (Resurrecting the Champ, EUA, 2007) – Nota 7
Direção – Rod Lurie
Elenco – Josh Hartnett, Samuel L. Jackson, Kathryn Morris, Dakota Goyo, Alan Alda, Rachel Nichols, Teri Hatcher, David Paymer, Harry Lennix, Peter Coyote, Kristen Shaw.

Eric Kernan Jr (Josh Hartnett) é um jornalista especializado em esportes que está em busca de uma história marcante para subir na carreira. 

O destino faz Eric cruzar o caminho de um morador de rua (Samuel L. Jackson) que estava lutando boxe e apanhando de três jovens em um beco. Eric ajuda o desconhecido que diz se chamar Bob Satterfield e que afirma ter sido um famoso boxeador nos anos cinquenta. 

Instigado com a história, ele encontra poucas informações sobre o lutador, mas mesmo assim decide escrever uma matéria sobre o sujeito, além de criar um laço de amizade com o falante Bob. 

O filme foi vendido como inspirado em uma história real, assim como o lutador Bob Satterfield realmente existiu, mas na verdade o que ocorreu é bem diferente do que é detalhado aqui. 

Mesmo assim, o filme ganha pontos pela química entre a dupla de protagonistas, principalmente pela caracterização de Samuel L. Jackson. Seu personagem é uma figura extremamente carismática. 

O roteiro é previsível, não é difícil descobrir o que vai ocorrer, mas isso não chega a atrapalhar. É basicamente um simpático filme sobre solidão, ambição e frustrações.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Fúria & O Homem que Quis Matar Hitler


Fúria (Fury, EUA, 1936) – Nota 7,5
Direção – Fritz Lang
Elenco – Spencer Tracy, Sylvia Sidney, Walter Abel, Bruce Cabot, Edward Ellis, Walter Brennan, Frank Albertson, George Walcott.

Joe Wilson (Spencer Tracy) precisa de dinheiro para casar com a jovem Katherine (Sylvia Sidney). Enquanto ela volta para sua cidade natal, Joe fica em Chicago e ao lado dos irmãos compra um pequeno posto de gasolina. Um anos depois, Joe consegue comprar um carro e viaja para encontrar Katherine. Ao chegar em uma cidade próxima da casa da namorada, ele é abordado por policiais e detido como suspeito de ter cometido um sequestro. Mesmo antes da polícia terminar a investigação, a notícia de sua prisão vaza e a população local se une para fazer “justiça” com as próprias mãos.

O polêmico tema do linchamento foi abordado várias vezes no cinema, geralmente em westerns como o clássico “Consciências Mortas”. Aqui o roteiro divide a história em duas partes. A primeira foca na prisão do inocente e na ação da população raivosa. Uma reviravolta transforma a parte final em um drama de tribunal, com a história perdendo um pouco da força.

Por ser uma produção extremamente antiga, algumas coisas incomodam um pouco, como as atuações teatrais. Por outro lado, as sequências da população tentando invadir a delegacia são assustadoras por causa do ódio. Eu tive aula com um professor que dizia que “a massa é canalha”, ou seja, quando várias pessoas se unem para lutar por algo, elas geralmente deixam de lado a razão e acreditam não serem culpadas pelas consequências de forma individual.

O Homem Que Quis Matar Hitler (Man Hunt, EUA, 1941) – Nota 6
Direção – Fritz Lang
Elenco – Walter Pidgeon, Joan Bennett, George Sanders, John Carradine, Roddy McDowall.

Meados de 1939, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial. O caçador inglês Alan Thorndike (Walter Pidgeon), que também é capitão do exército, termina preso pelos nazistas por portar um rifle próximo a residência de Hitler. Mesmo torturado pelos nazistas, Thorndike se recusa a assinar um documento afirmando que tentaria matar Hitler a pedido do governo britânico. Ele consegue fugir, mas ao voltar para Londres é perseguido por agentes alemães.

Apesar da direção do grande Fritz Lang e da informação de que o longa foi baseado em uma reportagem da época, esta obra me decepcionou. Eu imaginava algo como um plano para assassinar Hitler, quando na verdade a trama é basicamente uma propaganda americana no estilo “esforço de guerra” para mostrar como os nazistas eram malvados. Fica difícil acreditar na motivação do protagonista que alegava não ter intenção de matar o Fuhrer.

As poucas cenas de perseguição nas ruas são fracas, assim como romance com a bela Joan Bennett não convence. A curiosidade é a participação de Roddy McDowall interpretando um esperto garoto alemão que ajuda o protagonista.

É um filme que envelheceu mal. 

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Sabor da Vida

Sabor da Vida (An, Japão / França / Alemanha, 2017) – Nota 8
Direção – Naomi Kawase
Elenco – Kirin Kiki, Masatoshi Nagase, Kyara Uchida.

Sentaro (Masatoshi Nagase) toma conta de uma pequena loja especializada em vender um doce chamado Dorayaki. O doce é uma pequena panqueca recheada com um creme de feijão vermelho. 

Num determinado dia, uma senhora chamada Tokue (Kirin Kiki) aparece na loja pedindo emprego. Educadamente Sentaro dispensa a mulher por causa da idade. 

No dia seguinte ela volta e entrega um pote com o recheio do creme de feijão. Sentaro experimenta o creme e decide contratar a mulher. Não demora para a novidade fazer sucesso, porém os problemas do passado de Tokue e do próprio Sentaro mudam o rumo das coisas. 

Com extrema sensibilidade, a diretora Naomi Kawase entrega uma história sobre dois personagens que enxergam a vida de modo completamente oposto. Enquanto a veterana Tokue encara o mundo com felicidade e alegria, deixando para trás os sofrimentos da juventude, Sentaro não consegue superar um trauma. 

No meio da relação que nasce entre os dois surge uma terceira personagem. A solitária adolescente Wakana (Kyara Uchida) também cria um laço com Tokue. 

É um filme que faz pensar sobre como devemos ser mais humanos e encarar a vida com felicidade.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Roger, o Conquistador

Roger, o Conquistador (Roger Dodger, EUA, 2002) – Nota 7,5
Direção – Dylan Kidd
Elenco – Campbell Scott, Jesse Eisenberg, Isabella Rossellini, Elizabeth Berkley, Jennifer Beals, Mina Badie, Ben Schenkman, Chris Stack, Morena Bacarin.

Em Manhattan, Roger (Campbell Scott) é um publicitário mulherengo e canalha que tem um caso com sua chefe (Isabella Rossellini). 

No dia em que sua amante decide acabar com o affair, Roger recebe a inesperada visita de seu sobrinho Nick (Jesse Eisenberg), que veio conhecer a Universidade de Columbia. 

Assim que começam a conversar, Nick diz que precisa de ajuda para conquistar garotas e perder a virgindade. Roger decide levar Nick para uma jornada noite adentro em busca de mulheres. 

Esqueça os filmes românticos, a proposta aqui é mostrar como funciona o mundo do sexo casual através da “aula” ministrada de tio para sobrinho. 

São vários pontos interessantes no longa. O contraponto entre o tio canalha que vê as mulheres como objeto e o sobrinho que deseja algo mais do que sexo resulta em ótimos diálogos, situações realistas e alguma melancolia. 

A conversa dos protagonistas com as personagens liberais vividas por Elizabeth Berkley e Jennifer Beals detalham como pensam as pessoas que curtem o sexo casual, mas que ao mesmo tempo sonham com uma relação estável. 

Com apenas um olhar de um personagem, a cena final deixa claro como a vida pode ser vazia.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

À Queima Roupa

À Queima Roupa (À Bout Portant, França, 2010) – Nota 7
Direção – Fred Cavayé
Elenco – Gilles Lellouche, Roschdy Zem, Gerard Lanvin, Elena Anaya, Mireille Perrier, Claire Perot.

Dois ladrões são perseguidos pela polícia, sendo que um deles (Roschdy Zem) é baleado, enquanto o outro consegue fugir. O sujeito chamado Hugo sobrevive ao tiro, mas fica detido no quarto do hospital. Logo, um desconhecido tenta matar o bandido, mas termina impedido pelo enfermeiro Samuel (Gilles Lellouche) que salva o paciente. 

No dia seguinte, a esposa de Samuel (Elena Anaya) é sequestrada e um bandido exige que o enfermeiro tire Hugo do hospital antes que a polícia o leve para a cadeia. É o início de uma corrida desesperada de Samuel para salvar a esposa. 

Nos últimos anos o cinema francês se especializou em filmes de ação e suspense que copiam o modelo hollywoodiano. Este longa é um exemplo que prende a atenção do início ao fim. O roteiro tem alguns furos e vários exageros que são compensados pelo ritmo ágil e pelas boas cenas de ação. 

O astro Gilles Lellouche e o diretor Fred Cavayé repetiram a dose no um pouco inferior “Mea Culpa”, que tem ainda Vincent Lindon no elenco. 

Para quem gosta de uma diversão agitada e passageira, este filme é uma boa opção.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

O Estrangeiro

O Estrangeiro (The Foreigner, Inglaterra / China / EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – Martin Campbell
Elenco – Jackie Chan, Pierce Brosnan, Michael McElhatton, Charlie Murphy, Orla Brady.

Um atentado terrorista em Londres cometido por uma dissidência do IRA (Exército Republicano Irlandês) deixa como uma das vítimas a filha do imigrante chinês Quan (Jackie Chan). 

Após perceber que a polícia não tem pistas sobre os autores do atentado, Quan entra em contato com o Primeiro Ministro Irlandês Liam Hennessy (Pierce Brosnan), que é um ex-combatente do IRA que costurou a paz com os ingleses. 

Sem conseguir a ajuda do Ministro pelo telefone, Quan decide ir até Belfast, capital da Irlanda do Norte, para pressionar o sujeito pessoalmente e assim buscar vingança pela morte da filha. 

Mesmo com algumas boas cenas de brigas, esqueça os filmes de lutas acrobáticas de Jackie Chan, o foco principal aqui é um drama sobre terrorismo e vingança. 

O diretor neozelandês Martin Campbell utiliza sua experiências em filmes de James Bond (“007 Contra Goldeneye” e “007 Cassino Royale”) para criar boas cenas de ação e suspense, além de uma narrativa ágil que explora uma complexa trama política por trás do atentado. 

Aos sessenta e três anos, o astro Jackie Chan ainda dá conta do recado em algumas criativas cenas de brigas, lógico que sem as loucuras que costumava inventar anos atrás. Sua interpretação também é correta como o sujeito de poucas palavras que carrega um passado trágico. 

O longa é uma agradável surpresa.

domingo, 5 de agosto de 2018

O Lenço Amarelo

O Lenço Amarelo (The Yellow Handkerchief, EUA, 2008) – Nota 7
Direção – Udayan Prasad
Elenco – William Hurt, Maria Bello, Kristen Stewart, Eddie Redmayne.

Numa pequena cidade da Louisiana, Brett (William Hurt) é libertado após cumprir cinco anos de prisão. 

Ao parar em uma lanchonete, ele faz amizade com a jovem Martine (Kristen Stewart), que por seu lado deseja chegar até New Orleans e para isso aceita carona do falante Gordy (Eddie Redmayne). 

Como Brett deseja reencontrar sua ex-esposa (Maria Bello), o trio se junta para seguir viagem. O desconhecidos aos poucos revelam suas alegrias, tristezas, frustrações e sonhos. 

Este simpático road movie tem como ponto alto o desenvolvimento dos personagens. O trio de viajantes tenta seguir a vida da melhor forma possível, mesmo carregando traumas. 

A narrativa ainda explora flashbacks para detalhar a vida do personagem de William Hurt antes da prisão através de sua relação com a ex-mulher. 

É basicamente um drama independente sobre pessoas comuns enfrentando as dificuldades da vida.

sábado, 4 de agosto de 2018

Bomb City

Bomb City (Bomb City, EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Jameson Brooks
Elenco – Dave Davis, Glenn Morshower, Logan Huffman, Lorelei Linklater, Eddie Hassell, Henry Knotts, Luke Shelton.

Amarillo, Texas, 1997. Após viver algum tempo em Nova York, o jovem Brian (Dave Davis) volta para a cidade e reencontra seus amigos que curtem o movimento punk. 

Vistos como inimigos pelos jovens de classe média, principalmente os jogadores de futebol colegial da cidade, aos poucos a tensão entre os grupos aumenta, chegando até um inevitável e violento confronto. 

Baseado numa história real, este longa segue duas narrativas. A principal mostra a escalada da tensão entre os jovens e a secundária foca em um julgamento que é consequência do conflito. 

É interessante conferir o filme sem saber toda a história, pois os detalhes do julgamento não deixam claro quem são o réu e a vítima até próximo do final. 

O roteiro explora a questão do preconceito em relação a quem não se encaixa nas “regras do sistema”. 

É um filme simples, violento em alguns momentos e que vai direto ao tema sem rodeios.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Terra de Paixões & Segredos Imperdoáveis


Terra de Paixões (The Hi-Lo Country, EUA, 1998) – Nota 6
Direção – Stephen Frears
Elenco – Woody Harrelson, Billy Crudup, Patricia Arquette, Cole Hauser, Penelope Cruz, Sam Elliott, John Diehl, Darren Burrows, Jacob Vargas, Enrique Castillo, James Gammon, Katy Jurado, Lane Smith.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os amigos Pete (Billy Crudup) e Big Boy (Woody Harrelson) voltam para a pequena cidade de Hi-Lo no Texas. Grande parte das terras da região pertencem ao fazendeiro Jim Ed Love (Sam Elliott). Mesmo assim, os amigos preferem trabalhar em suas terras, sem prestar conta a Jim Ed. 

A forte amizade fica abalada quando Big Boy se envolve com a bela Mona (Patricia Arquette), por quem Pete é apaixonado. Para complicar ainda mais a situação, Mona é casada com o violento capataz de Jim Ed, Les (John Diehl). 

Esta escolha do diretor inglês Stephen Frears em levar às telas uma obra tipicamente americana com os pés nos antigos westerns resulta num longa arrastado que lembra uma novela. Os conflitos causados pelo triângulo amoroso e também pela questão das terras em momento algum empolgam. O filme ganha pontos pela bela fotografia e as atuações de Woody Harrelson e Sam Elliott. 

É um filme no máximo razoável.

Segredos Imperdoáveis (The Locusts, EUA, 1997) – Nota 6
Direção – John Patrick Kelley
Elenco – Vince Vaughn, Jeremy Davies, Kate Capshaw, Ashley Judd, Paul Rudd, Daniel Meyer, Jessica Capshaw.

Anos cinquenta, interior do Kansas. O jovem Clay (Vince Vaughn) é um andarilho que viaja de carona com o objetivo de chegar na Califórnia. Precisando de dinheiro, ele consegue emprego na fazenda da viúva Mrs. Potts (Jessica Capshaw). 

Enquanto aprende o serviço, Clay faz amizade com o filho da mulher, o garoto Flyboy (Jeremy Davies), que ficou internado por anos em uma instituição psiquiátrica após a morte do pai e que hoje vive sob a sombra da mãe. Clay se envolve com a jovem Kitty (Ashley Judd) e ainda precisa administrar as investidas da manipuladora Mrs. Potts. 

A premissa deste drama lembra os westerns em que um estranho chega a uma pequena cidade e muda a vida dos moradores. O personagem de Vince Vaughn é o catalisador das mudanças e principalmente o responsável por desenterrar segredos que criam um conflito familiar. 

O filme perde pontos pelas interpretações ruins de Jeremy Davies e Kate Capshaw. O ator exagera no tom da timidez e insegurança do personagem, enquanto a atriz não convence ao tentar mostrar força e sensualidade. 

É um drama irregular, que pode agradar o cinéfilo menos exigente.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Juventudes Roubadas

Juventudes Roubadas (Testament of Youth, Inglaterra / Dinamarca, 2014) – Nota 6
Direção – James Kent
Elenco – Alicia Vikander, Taron Egerton, Colin Morgan, Kit Harington, Dominic West, Emily Watson, Joana Scanlan, Miranda Richardson, Nicholas Farrell.

Inglaterra, 1914. A jovem Vera Brittain (Alicia Vikander) deseja estudar na Universidade de Oxford, mas precisa convencer seu pai (Dominic Weston). Com a ajuda do irmão Edward (Taron Egerton), Vera consegue dobrar o pai e assim fazer a prova para entrar na Universidade. 

Mesmo sabendo que um amigo de sua família chamado Victor (Colin Morgan) está apaixonado por ela, Vera abre seu coração para Roland (Kit Harington), que também estuda em Oxford. Assim que explode a Primeira Guerra Mundial, os jovens são enviados para o front, enquanto Vera decide trabalhar como enfermeira para ajudar os feridos. 

Baseado em um livro autobiográfico de Vera Brittain, este longa é um exemplo de uma história muito melhor do que o filme. A complexa história de vida da protagonista é contada através de uma narrativa arrastada. O foco principal do roteiro é o romance que toma praticamente toda primeira parte do longa. 

Quando começa a guerra, o longa se torna uma drama que explora o sofrimento da protagonista ajudando os feridos e na distância do amado e do irmão. Não existem sequências de ação, a guerra é mostrada em rápidas cenas com os soldados apenas nas trincheiras. O grande destaque fica para a caprichada reconstituição de época. 

É um filme que pode agradar quem curte histórias sobre sofrimento por amor. O cinéfilo que deseja algo mais consistente vai se decepcionar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O Sentido do Fim

O Sentido do Fim (The Sense of an Ending, Inglaterra, 2017) – Nota 7
Direção – Ritesh Batra
Elenco – Jim Broadbent, Charlotte Rampling, Harriet Walker, Michelle Dockery, Matthew Goode, Emily Mortimer, James Wilby, Edward Holcroft, Billy Howle, Freya Mavor, Joe Alwyn.

Tony Webster (Jim Broadbent) é surpreendido ao receber uma correspondência informando que um antigo amigo que acabou de falecer deixou para ele um diário. 

O problema é que a irmã do amigo chamada Veronica (Charlotte Rampling) se nega a entregar o diário. Extremamente curioso em saber o porquê da “herança”, Tony tenta se reaproximar de Veronica, com quem teve um breve relacionamento na juventude. 

A busca pelo objeto faz com que ele relembre fatos importantes da juventude, amizades e até mesmo o relacionamento com sua ex-esposa (Harriet Walker) e com sua filha que está grávida (Michelle Dockery). 

O roteiro que é baseado em um livro, tem como ponto principal a forma como manipulamos nossas lembranças. O protagonista conta sua história de acordo com seu interesse ou da forma que acredita ser verdadeira, ou seja, sua versão dos fatos vai se modificando com o passar do anos. É uma mistura de realidade com memória afetiva. O roteiro aos poucos confronta a versão do protagonista com a verdade do passado através de flashbacks. 

A simpática atuação do veterano Jim Broadbent ajuda bastante. Ele constrói um personagem que em determinado momento precisa aceitar que cometeu erros que mudaram sua vida e a de pessoas ao seu redor. 

É um bom drama apresentado de forma sóbria.