segunda-feira, 30 de abril de 2012

Bombas - Atores Famosos, Filmes Ruins - Parte I

Como é grande a quantidade de filmes ruins protagonizados por atores famosos, dividirei este tema em algumas postagens.

Vida Bandida (Bandits, EUA, 2001) – Nota 6
Direção – Barry Levinson
Elenco – Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Cate Blanchett, Troy Garity, Brian F. O’Byrne, January Jones, Bobby Slayton, Azura Skye.

Os bandidos Joe (Bruce Willis) e Terry (Billy Bob Thornton) fogem da prisão e iniciam uma série de assaltos a bancos, sempre sequestrando o gerente da agência na noite anterior ao roubo para este abrir o cofre. Em um destes assaltos, a dupla acaba levando a entediada Kate (Cate Blanchett), que vê na vida da dupla a chance de ter a aventura que tanto sonha. Além disso, os dois se apaixonam pela mulher que fica dividida e brinca com a situação, manipulando os amigos. 

O longa tenta misturar policial, comédia e romance, mas falha no fraco e forçado triângulo amoroso e na excessiva duração, além da mão pesada de Barry Levinson, tendo como ponto principal as atuações de Cate Blanchett e de Billy Bob Thornton como o sujeito cheio de manias. 

Tudo pela Fama (American Dreamz, EUA, 2006) – Nota 5,5
Direção – Paul Weitz
Elenco – Hugh Grant, Dennis Quaid, Mandy Moore, Willem Dafoe, Chris Klein, Jennifer Coolidge, Sam Golzari, Marcia Gay Harden, Seth Meyers, John Cho, Judy Greer, Bernard White, Tony Yalda, Shohreh  Aghdashloo, Marley Shelton.

Esta comédia tenta fazer uma crítica aos reality shows musicais e principalmente sobre a fama. A história tem como personagem principal o apresentador de um programa ao estilo “American Idol” chamado Martin Tweed (Hugh Grant fazendo papel de canalha), que sendo o campeão de audiência da temporada, tenta manter o Ibope convidando figuras excêntricas e jogando todas as suas fichas na aspirante a fama Sally Kendoo (Mandy Moore), a quem Martin percebe ser parecida com ele, ou seja, faria tudo pela fama. Misturando isso com o presidente recém reeleito (Dennis Quaid) que entra em depressão, seu assessor picareta (Willem Dafoe) que deseja levá-lo para ser juiz no programa e com mais um grupo de terroristas malucos, temos um filme extremamente confuso. 

O absurdo de algumas situações acaba estragando o que poderia até ser engraçado, porém o roteiro ruim, os personagens caricatos e a péssima interpretação de Dennis Quaid que tenta parodiar a inexpressividade de George W. Bush, piora ainda mais o resultado. 

Passando dos Limites (Noise, EUA, 2007) – Nota 6
Direção – Henry Bean
Elenco – Tim Robbins, Bridget Moynahan. William Hurt, Margartia Levieva, Gabrielle Brennan, Maria Ballesteros, William Baldwin.

Dave Owen (Tim Robbins) parece ser um cara normal, tem um trabalho regular e mora em Nova Iorque com a esposa (Bridget Moynaham) e a filha (Gabrielle Brennan), porém ele está totalmente estressado com os barulhos da cidade. O longa começa com Dave conversando com uma jovem (Margarita Levieva) que o acusa de ser o “Retificador”. Nesta conversa ele contará sua história, de como os barulhos o irritam e principalmente os alarmes de carros. Para combater este problema, ele criou a figura do “Retificador”, que sai pelas ruas da cidade destruindo todos os carros que estão com os alarmes disparados. 

Esta primeira parte do filme chega a ser uma crítica interessante aos barulhos da cidade grande, que são extremamente irritantes, mas nós moradores acabamos nos acostumando, lembrando um pouco o ótimo “Um Dia de Fúria”. Na parte final, quando a trama segue o caminho da política e da justiça, a história perde o foco e o filme desanda, partindo para uma disputa sem sentido, que acaba num julgamento constrangedor, piorando ainda mais com a atuação caricata de William Hurt como o prefeito. Resumindo, a boa história acabou sendo desperdiçada numa resolução fraca.

Morte Por Encomenda (The Big Bang, EUA, 2011) – Nota 4,5
Direção – Tony Krantz
Elenco – Antonio Banderas, Delroy Lindo, Thomas Kretschmann, William Fichtner, Sam Elliott, Sienna Guillory, Jimmi Simpson, Robert Ernie Lee, James Van Der Beek, Robert Maillet, Snoop Dogg, Rebecca Mader, Bill Duke, Autum Reeser.

O detetive particular Ned Cruz (Antonio Banderas) está sangrando, cego após levar um golpe na cabeça e sendo interrogado por três policiais. Para explicar a situação aos policiais, Ned contará toda a história, que o espectador verá em flashback. A trama começa em Los Angeles, quando Ned Cruz é contratado pelo ex-presidiário e boxeador Anton “The Pro” Protopov (o gigante Robert Maillet) para localizar Lexie Persimmon, uma bela mulher que trocava cartas de amor com Anton quando ele estava preso. Durante a procura Ned cruzará com várias pessoas, o que acarretará num rastro de mortes até um local secreto no deserto do Nova México. 

Este filme tem um dos roteiros mais malucos dos últimos tempos, no pior sentido da loucura. O começo lembra um misto do ótimo “Os Suspeitos” com uma trama de filme noir, mas já durante a investigação feita pelo personagem de Banderas, percebemos como os personagens ao seu redor são caricatos. Quando a trama chega ao deserto, a história afunda completamente, com dois malucos, um milionário (Sam Elliott) e um cientista (Jimmi Simpson) tentando recriar o Big Bang, alguns personagens procurando diamantes e a ridícula explicação das cartas que o presidiário grandalhão recebia. Para cada bom trabalho que Banderas faz com Almodovar na Europa, ele compensa estrelando uma bomba em Hollywood. 

Os Cavaleiros do Apocalipse (The Horsemen, EUA, 2009) – Nota 5,5
Direção – Jonas Akerlund
Elenco – Dennis Quaid, Ziyi Zhang, Lou Taylor Pucci, Clifton Collins Jr, Barry Shabaka Henley, Patrik Fugit, Eric Balfour, Paul Dooley, Chelcie Ross, Peter Stormare, Liam James.

O detetive Aidan Breslin (Dennis Quaid) investiga dois assassinatos com requintes de tortura que estão ligados a uma aparelho medieval que suspende as vítimas presas em ganchos. Cada vez mais obcecado em resover o caso, Breslin ainda precisa lidar com seus dois filhos (Lou Taylor Pucci e Liam James), que vivem praticamente independentes após a morte da mãe. Durante a investigação, Breslin descobre que os assassinatos estão ligados ao livro do apocalipse e que outras mortes podem ocorrer e precisam ser evitadas. 

A ótima premissa de misturar religião com assassinatos rituais tem um bom início, criando um interessante clima de suspense com algumas cenas violentas, porém a partir da metade do filme a história se perde. O roteiro cria reviravoltas absurdas, não aproveita o personagem de Clifton Collins Jr que some da ação em algumas sequências, piorando com as péssimas interpretações de Ziyi Zhang e Lou Taylor Pucci, finalizando sem um clímax e com uma explicação ridícula que qualquer cinéfilo descobre na metade do filme. Os pontos positivos são o clima que já citei e a produção bem cuidada, porém é pouco para salvar o filme.

domingo, 29 de abril de 2012

Ike: O Dia D

Ike: O Dia D (Ike: Countdown to D-Day, EUA, 2004) – Nota 6,5
Direção – Robert Harmon
Elenco – Tom Selleck, James Remar, Timothy Bottoms, Ian Mune, Bruce Phillips, Gerald McRaney.

Esta produção para TV conta a jornada do General Dwight “Ike” Einsenhower como comandante geral dos aliados na organização do chamado “Dia D”. 

O filme começa no início de 1944 quando Ike (Tom Selleck) pede o cargo para o Primeiro Ministro Inglês Winston Churchill (Ian Mune). A partir daí Ike precisará coordenar os preparativos para a ação que era vista como crucial para vencer a guerra e ao mesmo tempo lidar com problemas de ego, como seu relacionamento como o General Inglês Montgomery (Bruce Phillips) e ainda dar apenas um cargo decorativo para o egocêntrico General Patton (Gerald McRaney). 

No geral é uma produção bem cuidada, com um roteiro certinho e até didático em alguns momentos, pecando pela falta de emoção. Mesmo que a proposta fosse de mostrar apenas os bastidores do conflito, faltou algo mais. 

A curiosidade é a interpretação de Selleck, que lembra muito seu papel atual de comandante da polícia de Nova York no seriado “Blue Bloods”.

sábado, 28 de abril de 2012

Parente é Serpente

Parente é Serpente (Parenti Serpenti, Itália, 1992) – Nota 8
Direção – Mario Monicelli
Elenco – Tommaso Bianco, Renato Cecchetto, Marina Canfalone, Cinzia Leone.

Na tradicional ceia de natal de uma família italiana, os avós comunicam que pretendem morar com um dos filhos, já que o casal está em idade avançada e o avó com alguns problemas de saúde. A avó diz ainda que os filhos devem escolher quem ficará com eles e este se tornará o único herdeiro do apartamento e de todos os bens que o casal possui. 

O que era para ser um encontro social, se torna uma disputa entre irmãos e seus pares, que não querem perder sua parte da herança e muito menos desejam cuidar do casal de idosos. Pequenos discussões, disputas por objetos e até segredos acabam vindo à tona, antes de chegarem a uma solução no mínimo radical. 

O falecido diretor Mario Monicelli (de “O Incrível Exército de Brancaleone”) acerta em cheio nesta trama que mistura comédia, drama e uma pitada forte de humor negro, desmascarando as falsidades comuns as reuniões familiares, mostrando ainda como o ser humano pode ser extremamente egoísta. 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Uma Manhã Gloriosa

Uma Manhã Gloriosa (Morning Glory, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Roger Michell
Elenco – Rachel McAdams, Harrison Ford, Diane Keaton, Patrick Wilson, John Pankow, Jeff Goldblum, Matt Malloy, Patti D’Arbanville, 50 Cent, Bruce Altman, Ty Burrell.

A jovem Becky Fuller (Rachek McAdams) perde o emprego de produtora de tv e mesmo desacreditada pela mãe, resolve buscar seu sonho de voltar para carreira. 

A oportunidade aparece para produzir um decadente programa matinal especializado em futilidades. Após demitir o apresentador (Ty Burrell), Becky mantém a temperamental Colleen Peck (Diane Keaton) e decide contratar a todo custo o jornalista especializado em política Mike Pomeroy (Harrison Ford), que está apenas cumprindo seu contrato na emissora pelo salário, além de ser um pessoa extremamente difícil. 

Este longa é uma típica produção hollywoodiana, com um roteiro esquemático, onde o espectador sabe exatamente como terminará a história. 

O ponto positivo é a interpretação de Rachel McAdams, que faz uma simpática jovem que coloca o trabalho em primeiro lugar e fala exageradamente. Harrison Ford faz o sujeito ranzinza que mostrará que tem coração e Diane Keaton interpreta pela enésima vez uma personagem que não tem papas na língua. 

O resultado é um filme simpático que o espectador esquecerá facilmente.

Cliente Insatisfeito

Quem acompanha o blog sabe que as vezes escrevo sobre situações desagradáveis que passamos no dia a dia.

Desta vez comento sobre como a história de tratar bem o cliente é ignorada por muitas empresas atualmente, com as desculpas de "procedimentos da empresa", "organização" e "controle da informação", sendo que na realidade são apenas barreiras para fazer o cliente insatisfeito desistir de sua reclamação.

Não vou citar os nomes das empresas tanto para não ter dor de cabeça com patrulheiros da internet, como para não fazer propaganda gratuita, mesmo sendo negativa. Cito algumas situações que passei:

Tive problemas com uma grande empresa de material de escritório, onde comprei um roteador que não funcionava. Para conseguir trocar tive de bater o pé, discutir na loja e entrar em contato com a ouvidoria da empresa. Depois de mais de uma semana consegui um vale troca.

Adquiri um computador pela loja virtual de um grande hipermercado. O computador foi entregue com a CPU quebrada, não com defeito, mas com a caixa quebrada. A troca foi um verdadeiro parto, depois de mais de quinze dias tentando resolver por telefone, fiz uma reclamação formal no site Reclame Aqui informando que iria para o Procon no dia seguinte. Em dois dias fizeram a troca.

Tenho vários outros exemplos de problemas deste tipo, como a demora de três meses para entrega de uma janela, um pedreiro que tentou me enganar pedindo dinheiro para comprar material, uma assistência técnica de computador que pediu uma valor absurdo para trocar uma peça que eu já havia trocado, outro funcionário de assistência técnica que queria cobrar um valor por algo que eu tinha direito pela garantia. Eu poderia citar uma infinidade de exemplos que vivenciei, além de situações simples como atendentes mal educados, caixas que não olham na sua cara, reclamam por terem dar troco e situações em que você mesmo sendo o cliente e tratando com educação, o vendedor ainda acredita que está lhe fazendo um favor.

Decidi escrever sobre o assunto em virtudede mais uma situação, que é menos complicada para resolver, porém não deixa de ser outro exemplo de como o que interessa para a maioria das empresas é vender.

Meu irmão adquiriu cupons de desconto para eu e minha esposa de uma conhecida pizzaria e restaurante que disponibilizou uma promoção por um famoso site de vendas coletivas. Eu não tenho cartão de crédito e como opinião pessoal, não indicaria cartão de crédito para ninguém, por isso meu irmão é quem comprou. Sobre a promoção, ela é válida exceto de sexta e sábado, valendo por aproximadamente 40 dias, o problema é que foram vendidos uma quantidade enorme de cupons, inviabilizando a reserva dos compradores no domingo que seria o dia comum para ir ao local. No meu caso posso ir durante a semana, mas com certeza a maioria dos compradores necessitam do domingo, o que já deve estar causando uma confusão nas reservas e no último final de semana com certeza causará um espiral de problemas.

Por sinal, os sites de compras coletivas aceitam todo o tipo de estabelecimento em suas promoções, o que resulta numa quantidade enorme de reclamações dos clientes, que muitas vezes são mal atendidos em alguns destes estabelecimentos porque pagaram um valor menor. Procurando na internet você encontrará diversas reclamações, sendo um exemplo gigantesco o caso de outra pizzaria, esta de um conhecido bairro da zona leste de São Paulo, que cadastrou promoções em diversos sites e não consegue atender os clientes por falta de estrutura.

Você encontrará também um grande número de reclamações de clientes que não puderam usar o cupom porque o estabelecimento impôs algo diferente do combinado e também vários casos de cobranças duplicadas em cartão de crédito. Meu irmão tenta há dois meses ressarcimento de um caso como este e o péssimo atendimento do site não resolve a situação.

Outra situação que quem mora em São Paulo sabe bem é a dor de cabeça para sair a noite. Além dos preços absurdos que qualquer restaurante ou lanchonete meia-boca cobra, nos casos dos estabelecimentos na rua o prejuízo é ainda maior. Como a quantidade de carros é enorme e o número de estacionamentos pequeno, estacionar se transformou numa verdadeira mina de ouro para aproveitadores. Estacionamentos dobram o preço no período da noite e os estabelecimentos colocam em suas portas os famigerados valets, que em quase sua totalidade estacionam os veículos nas ruas próximas em locais proibidos, sem segurança ou seguro e cobram por isso. Some-se a isso muitas vezes a qualidade ruim da comida, um mal atendimento e a quase obrigação de cobrança do serviço, que muitas vezes é péssimo.

Talvez por já ter visto muitas coisas erradas, minha paciência como estes fatos é menor. Sempre escolho a dedo os lugares para passeio, infelizmente grande parte dos locais da moda são apenas uma ilusão que custará caro e o deixará insatisfeito, assim como muitas promoções destes sites de compras coletivas estão longe de agradar ao cliente.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Reencontro, Entre Amigos & Para o Resto de Nossas Vidas


Nesta postagem comento sobre três filmes em que o tema principal é a amizade. As três histórias mostram um grupo de amigos que se reencontra após algum tempo e despertam sentimentos dos mais variados entre eles. A curiosidade é que cada longa tem uma locação distinta, com personagens de nível social e cultural diferentes entre si. Um dos filmes tem como grupo de amigos ex-colegas de uma Universidade Americana com foco no típico americano de classe média, o segundo longa se passa no bairro de classe trabalhadora do Queens e o terceiro reúne amigos que estudaram na aristocrata Universidade de Cambridge na Inglaterra.

O Reencontro (The Big Chill, EUA, 1983) – Nota 7
Direção – Lawrence Kasdan
Elenco – Tom Berenger, Glenn Close, Jeff Goldblum, William Hurt, Kevin Kline, Mary Beth Hurt, Meg Tilly, Jobeth Williams, Don Galloway.

Dez anos após se formarem na Universidade de Michigan, sete amigos se reencontram numa cidade da Carolina do Norte para o funeral de um colega que se suicidou. O que eles não entendem é porque o amigo se matou, já que ele era o mais inteligente da turma e tinha potencial para um futuro brilhante. O grupo de amigos é formado por um casal (Glenn Close e Kevin Kline), um ator de seriados (Tom Berenger), um impotente (William Hurt), o eterno adolescente (Jeff Goldblum), duas outras amigas (Jobeth Williams e Mary Kay Place) e ainda uma jovem (Meg Tilly) que era namorada do falecido. 

O filme que começa com um misto de sorrisos pelo reencontro e lamentação pela perda do amigo, aos poucos desencava situações mal resolvidas, mentiras e frustrações da vida de cada personagem, que fazem uma espécie de comparação do que esperavam da vida e como ela realmente aconteceu. O ritmo lento pode não agradar a todos, mas os ótimos diálogos e o elenco afiado valem a sessão. 

Como curiosidade, o suicida foi interpretado por Kevin Costner, porém seu papel foi totalmente cortado na montagem final. Como uma espécie de compensação, o diretor Lawrence Kasdan deu a Costner um importante papel no seu filme seguinte, o ótimo faroeste “Silverado”. 

Entre Amigos (Queens Logic, EUA, 1991) – Nota 7,5
Direção – Steve Rash
Elenco – Kevin Bacon, Joe Mantegna, Linda Fiorentino, John Malkovich, Ken Olin, Tony Spiridakis, Chloe Webb, Jamie Lee Curtis, Tom Waits, Jenny Wright, Terry Kinney, Ed Marinaro.

Num final de semana um grupo de amigos se reenconta no bairro de Queens para o casamento de Ray (Ken Olin) e Patricia (Chloe Webb). Faltando poucas horas para o evento, os noivos ainda tem dúvida se estão fazendo a coisa, porém cada um discute separadamente a situação com os amigos. No grupo de amigos temos um casal em crise (Joe Mantegna e Linda Fiorentino), um homossexual (John Malkovich), um ator em busca de trabalho (Tony Spiridakis) e um músico que finge estar feliz com a carreira (Kevin Bacon). 

Durante o final de semana os amigos passam a limpo sua vida, lembrando das coisas boas do passado, do difícil presente e do que esperar do futuro, sempre tendo a frente a amizade. Os pontos fortes do longa são o bom roteiro com diálogos divertidos e inteligentes, além dos personagens próximos da realidade, bem interpretados pelo bom elenco, com destaque para John Malkovich. 

Para o Resto de Nossas Vidas (Peter’s Friends, Inglaterra, 1992) – Nota 7,5
Direção – Kenneth Branagh
Elenco – Stephen Fry, Alphonsia Emmanuel, Kenneth Branagh, Hugh Laurie, Emma Thompson, Imelda Staunton, Rita Rudner, Richard Briers, Phyllida Law.

Após dez anos de terem se formado em Cambridge, um grupo de amigos se reencontra na mansão de Peter (Stephen Fry), que herdou o local dos pais. Além de Peter que é solteiro, são convidados Andrew (Kenneth Branagh) que mudou para Los Angeles, se tornou roteirista e está casado com uma atriz (Rita Rudner), as solteiras Maggie (Emma Thompson) e Sarah (Alphonsia Emmanuel), além do casal Roger (Hugh Laurie) e Mary (Imelda Staunton) que tiveram filhos gêmeos e perderam um deles que faleceu. O reencontro será recheado de lembranças, alegrias e frustrações, culminando com uma trágica e inesperada notícia. 

Este simpático longa mistura comédia com drama de forma sóbria, com um bom roteiro da atriz Rita Runder em parceria com Martin Bergman. Os personagens são bem desenvolvidos, interpretados por um ótimo elenco britânico que dispensa comentários. Como curiosidade, na época Kenneth Branagh e Emma Thompson eram casados.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Meu Mundo em Perigo

Meu Mundo em Perigo (Brasil, 2007) – Nota 7,5
Direção – José Eduardo Belmonte
Elenco – Eucir de Souza, Rosane Mulholland, Milhem Cortaz, Justine Otondo, Wolney de Assis, Helena Ignez.

Elias (Eucir de Souza) trava uma batalha no tribunal com a perturbada ex-esposa (Justine Otondo) pela custódia do filho. Elias é um fotógrafo desempregado, desiludido com a vida, que tem no filho a única ligação afetiva com o mundo. Uma nova esperança surge quando ele se interessa pela jovem Isis (Rosane Mulholland), que enfrenta seus problemas, porém de forma inusitada. 

Em paralelo, Fito (Milhem Cortaz) também um desempregado, é desprezado pela esposa e pelo pai alcoólatra (Wolney de Assis). Os destinos destes dois melancólicos personagens se cruzarão através de uma tragédia. 

O cinema do diretor José Eduardo Belmonte não é algo simples, ele costuma criar personagens melancólicos como protagonistas (Murilo Grossi em “Subterrâneos” e Cauã Reymond em “Se Nada Mais Der Certo”) e misturar cenas comuns com imagens em flashback, aqui algumas coloridas em Super 8 e outras utilizando fotos tiradas pelo protagonista. Outro ponto comum em seus filmes são os planos fechados nos rostos dos personagens, marcando cada reação e olhar, que muitas vezes dizem mais que uma fala. 

Aqui o roteiro dele com o dramaturgo Mario Bortolotto utiliza interessantes recursos como a troca de bilhetes por debaixo das portas entre os personagens de Eucir de Souza e Rosane Mulholland, além dos closes nas bocas e falas dos personagens antes da disputa pela custódia no tribunal. 

Finalizando, grande parte das cenas foram filmadas nas ruas do centro de São Paulo, aproveitando bem o charme da decadente região, inclusive utilizando como um dos cenários principais um hotel verdadeiro do local.  

terça-feira, 24 de abril de 2012

Abismo do Medo 2

Abismo do Medo 2 (The Descent: Part 2, EUA, 2009) – Nota 5,5
Direção – Jon Harris
Elenco – Shauna Macdonald, Krysten Cummings, Natalie Mendoza, Gavan O’Herlihy.

Após conseguir escapar da caverna no final do filme do anterior, Sarah (Shauna Macdonald) é encontrada por um motorista vagando perdida na estrada e ainda sem memória. 

Ao mesmo tempo, um grupo de resgate que tenta desbravar a caverna no lado errado, é convocado pelo delegado (Gavan O’Herlihy) para enviar alguns voluntários que devem mudar o local da busca sem que a imprensa saiba. O grupo de dois homens e uma mulher recebe o apoio da assistente do delegado (Krysten Cummings) e do próprio, que ainda obriga a desorientada Sarah a acompanhar o resgate e tentar indicar o caminho correto dentro da caverna. 

Aos poucos, Sarah começará a lembrar do que ocorreu, mas poderá ser tarde, já que todos estão dentro da caverna junto com as terríveis criaturas que lá vivem. 

A claustrofobia e originalidade do suspense criado no primeiro filme, aqui é deixado de lado em prol da violência exagerada e do sangue em profusão. O roteiro também é repleto de absurdos, como a decisão de levar de volta a sobrevivente para a caverna e a surpresa da segunda metade da história. 

Os personagens que eram bem desenvolvidos no primeiro filme, nesta sequência são puro clichê. As atitudes do policial e de sua assistente no começo do filme já revelam facilmente seus destinos para o cinéfilo acostumado ao gênero, além da mudança da personagem de Sarah, que em dois dias se transforma de mulher depressiva em guerreira, sem contar com o heroísmo exagerado do clímax. 

Infelizmente é mais um exemplo de como não se fazer uma sequência.  

segunda-feira, 23 de abril de 2012

J. Edgar

J. Edgar (J. Edgar, EUA, 2011) – Nota 7,5
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Leonardo DiCaprio, Naomi Watts, Judi Dench, Armie Hammer, Jeffrey Donovan, Josh Lucas, Dermot Mulroney, Zach Grenier, Denis O`Hare, Stephen Root, David Clennon, Michael O`Neill, Lea Thompson, Amanda Schull,.Jessica Hecht, Josh Hamilton.

Desta vez Clint Eastwood decidiu contar sua versão da vida de um ícone americano, o quase eterno diretor do FBI J. Edgar Hoover (Leonardo DiCaprio). 

O roteiro intercala Hoover quase ao final da vida, quando ele resolve contar sua história através de um livro que nunca foi finalizado, com sua carreira, começando em 1919 quando ele é um mero funcionário do Departamento de Justiça, que resolve tomar a frente na luta contra os comunistas que viviam na América e também contra aqueles que ele acreditava serem subversivos. 

Ambicioso e vivendo apenas para o trabalho, Hoover sobe rapidamente na carreira, até que o FBI é criado e ele se torna o chefão, enfrentando durante quase cinco décadas comunistas, os gângsters durante a Lei Seca, além do famoso “Caso Lindbergh”, sobre o sequestro do filho do aviador Charles Lindbergh. 

Durante seu “reinado” no FBI, Hoover se mostrou vaidoso e não poupou esforços, mentiras e dossiês para manter seu poder, inclusive chantageando pessoas de alto escalão, entre estes alguns presidentes. 

Ao mesmo tempo, o roteiro mostra que Hoover era um sujeito inseguro que se escondia atrás da fachada de durão, era influenciado pela mãe (Judi Dench) e não tinha coragem de assumir sua homossexualidade, mesmo que tenha vivido por décadas um romance com seu companheiro de traballho Clyde Tolson (Armie Hammer). 

Os pontos negativos são a maquiagem para envelhecimento dos atores, principalmente no caso de Armie Hammer, que em algumas sequências parece um boneco, além da frieza na condução da história, provavelmente uma escolha do próprio Clint. 

Como curiosidade, quem tiver interesse em saber mais sobre o “Caso Lindbergh”, procure assistir o ótimo longa produzido pela HBO chamado “O Crime do Século”, que tem Stephen Rea no papel principal e mostra uma versão do crime em relação ao culpado totalmente diferente da apresentada aqui.

domingo, 22 de abril de 2012

Quart4B

Quart4B (Brasil, 2005) – Nota 6,5
Direção – Marcelo Galvão
Elenco – Christiano Cochrane, Deto Montenegro, Antônio Destro, Malu Bierrenbach.

O diretor de uma escola primária convoca os pais dos alunos da Quarta B para uma reunião após ser encontrado um tijolo de maconha na sala. Um grupo heterogêneo de pessoas se reúne e logo começam a acusar uns aos outros sobre quem é o pai do dono da maconha, mostrando claramente o preconceito enraizado em cada pessoa e a obesssão em defender seu lado, não percebendo os próprios defeitos. No grupo temos o advogado agressivo, o surfista, o desempregado, a mãe superprotetora e um casal de idosos, entre outras figuras comuns da chamada classe média. 

A interessante premissa tinha tudo para render um ótimo filme, com discussões aprofundadas sobre a forma de pensar e ver o mundo destas pessoas, porém o roteiro do próprio diretor Marcelo Galvão dá uma reviravolta até certo ponto absurda, que não vou comentar para não estragar a surpresa de quem deseja assistir. 

Esta reviravolta leva a sequências que chegam a ser psicodélicas e algumas mostradas de forma não linear, ficando claro a pretensão do diretor em focar nas imagens e nas reações dos personagens. Esta tendência do diretor em criar imagens e sequências para confundir o público, se tornou ainda mais exagerada no seu filme posterior, o confuso “Bellini e o Demônio”. Aqui esta escolha faz o longa se tornar irregular e perder parte da força, porém ainda é um interessante exercício de análise sobre como os filhos são reflexos dos pais. 

Não deixe de assistir aos créditos finais, com alguns depoimentos interessantes que explicam o comportamento dos pais dos alunos.

sábado, 21 de abril de 2012

Borat

Borat (Borat, EUA, 2006) – Nota 5
Direção – Larry Charles
Elenco – Sacha Baron Cohen, Ken Davitian, Pamela Anderson.

O repórter Borat criado pelo comediante Sacha Baron Cohen para seu programa de tv, fez grande sucesso em virtude das polêmicas entrevistas, o que levou o personagem para este longa. 

O personagem que é um repórter do Cazaquistão, segue para os Estados Unidos com o objetivo de encontrar Pamela Anderson, a polêmica estrela da antiga série “Baywatch”. Pelo caminho o personagem entrevista diversas pessoas que acreditam participar de algo real e mesmo assim soltam grandes absurdos, principalmente diversos exemplos de preconceitos enraizados, em alguns casos que nem mesmo o entrevistado acreditava ser preconceito. 

O filme apenas confirmou algo que infelizmente é comum, todas as pessoas tem algum tipo de preconceito e em alguns casos eles são enormes, porém considero o grande sucesso do filme um exagero. Vi graça em poucas cenas, que por sinal lembram os programas em que os repórteres tentam constranger os entrevistados, sejam eles políticos, celebridades ou mesmo anônimos. O humor politicamente incorreto pode ser engraçado e inteligente ou totalmente idiota quando passa dos limites exagerando no mal gosto, que é o caso deste longa. 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Trabalho Sujo & Censura Máxima


Os irmãos Emilio Estevez e Charlie Sheen começaram praticamente juntos no cinema, mas seguiram carreiras distintas. Emilio Estevez por ser mais velho fez fama primeiro, porém a partir dos anos noventa preferiu se dedicar mais a direção, deixando a atuação em segundo plano. Já Charlie Sheen se tornou astro com filmes como "Platoon" e "Wall Street", para depois se afundar nas drogas e noitadas com mulheres, mas mesmo com altos e baixos, voltou ao topo com a série "Two an Hal Men", de onde saiu brigado e novamente no meio de polêmicas.

Neste postagem cito dois filmes protagonizados pela dura e dirigidos por Estevez, com temáticas bem diferentes entre si e uma diferença de dez anos entre as produções.

Trabalho Sujo (Men at Work, EUA, 1990) – Nota 6
Direção – Emilio Estevez
Elenco – Charlie Sheen, Emilio Estevez, Leslie Hope, Keith David, John Getz, Dean Cameron.

Dois amigos, Carl e James (Charlie Sheen e Emilio Estevez) trabalham como lixeiros e dividem um apartamento sonhando em economizar para terem o próprio negócio. Carl utiliza um telescópio para espionar os vizinhos, principalmente as mulheres e acaba vendo um sujeito bater numa moça (Leslie Hope). Ele acerta o homem com um tiro de chumbinho e no dia seguinte a dupla o encontra morto dentro da lixeira. Pensando terem matado o sujeito, eles tentam esconder o corpo, porém não sabem que ele foi assassinado por outros motivos, dando início a uma grande confusão com os verdadeiros assassinos e a polícia. 

Seguindo a linha das comédias de desencontros e ainda com pitadas de policial, Emilio Estevez dirigiu e escreveu o roteiro de uma trama que pode agradar quem gosta do gênero, principalmente em comparação com as comédias atuais, mas no geral é apenas uma diversão sem compromisso.   

Censura Máxima (Rated X, EUA, 2000) – Nota 6
Direção – Emilo Estevez
Elenco – Charlie Sheen, Emilio Estevez, Megan Ward, Rafer Weigel, Terry O'Quinn, Tracy Hutson, Danielle Brett, Peter Bogdanovich.

No anos sessenta, Jim Mitchell (Emilio Fernandez) é um estudante de cinema que entra em conflito com seu professor (o diretor Peter Bogdanovich numa ponta), em virtude de filmar muheres seminuas em seus trabalhos de curso. Percebendo que o cinema pornô estava prestes a explodir, Jim se une a seu irmão Artie (Charlie Sheen) para produção de filmes pornográficos, conseguindo sucesso com o hoje clássico “Atrás da Porta Verde”, que transformou Marilyn Chambers (Tracy Hutson) em estrela do gênero. Com o sucesso e muito dinheiro, surgem os problemas com a censura e o governo, que eles enfrentam alegando liberdade de expressão, porém o envolvimento da dupla com as drogas terminará de forma trágica. 

Esta interessante premissa é baseada na história real dos irmãos Mitchell, que estiverem entre os primeiros a explorar o gênero pornô com sucesso e tinha tudo para se tornar um grande filme, porém o resultado é frio. Por ser um filme produzido para a tv, as limitações do veículo amenizam a história, que além disso tem roteiro simples, que lembra um documentário para tv.

O crescimento da indústria pornô americana nos anos setenta e oitenta foi contada de forma competente em “Boggie Nights” e aqui Emilio Estevez não soube aproveitar o assunto.   

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Rio

Rio (Rio, EUA, 2011) – Nota 6,5
Direção – Carlos Saldanha
Vozes – Jesse Eisenberg, Leslie Mann, Rodrigo Santoro, Jamie Foxx, Will i Am, Anne Hathaway, Bernardo de Paula, Jemaine Clement, George Lopez, Tracy Morgan.

A arara azul Blu (voz de Jesse Eisenberg) é capturada ainda filhote no Brasil e contrabandeada para os EUA, onde acaba caindo de um caminhão de transporte e passa a ser cuidada pela menina Linda (Leslie Mann). Anos depois, Linda é procurada pelo brasileiro Tulio (Rodrigo Santoro), que deseja levá-la com Blu para o Brasil, com o objetivo de acasalar Blu com Jade (Anne Hathaway) a última fêmea da espécie. Relutante, Linda aceita o convite, porém no Brasil, Blu é sequestrada, dando início a uma complicada aventura pelas favelas e pontos turísticos do Rio de Janeiro. 

O filme foi criticado pelos “patriotas de plantão” por mostrar o lado desonesto do Brasil e ainda criar personagens estereotipados, porém isso não me incomodou, pois infelizmente é uma paródia sobre parte de nossa realidade, não é uma mentira criada para difamar o país. 

Os críticos ficaram ainda mais irritados pela direção ser do brasileiro Carlos Saldanha, um craque na animação. O desejo destes era mostrar um Brasil das maravilhas, ou seja, criar uma fantasia. 

Quanto a animação em si, considerei apenas razoável. Ela tem uma ótima sequência inicial, belas imagens e uma divertida trilha sonora, porém faltou carisma aos personagens principais e um roteiro melhor, já que os diálogos não funcionam tão bem. O melhor personagem é o tucano Rafael dublado por George Lopez, pelo menos o mais carismático. 

No geral é uma animação que ficou pouco atrativa para os adultos e talvez um pouco adulta para as crianças, que devem ter gostado das músicas e das cores dos personagens. 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Bombas - Jovens em Filmes de Ação Fracassados

Com o sucesso dos filmes de ação nos anos oitenta, vários produtores tentaram emplacar jovens atores como astros do gênero e muitas vezes erraram feio.

Aqui cito alguns filmes protagonizados por jovens que naufragaram nas bilheterias e foram detonados pela crítica.


Chuva de Chumbo (Out of Bounds, EUA, 1986) – Nota 5,5
Direção – Richard Tuggle
Elenco – Anthony Michael Hall, Jenny Wright, Jeff Kober, Glynn Turman, Raymond J. Barry, Pepe Serna.

O jovem Daryl Cage (Anthony Michael Hall) tem sua mala trocada por uma de um traficante (o sinistro canastrão Jeff Kober) no aeroporto. O problema se torna ainda maior, pois a mala do traficante contém um fortuna em dinheiro sujo. Logo, Daryl acaba sendo perseguido pelo traficante e pela polícia que desejam o dinheiro. 

Anthony Michael Hall era astro de comédias adolescentes como “Clube do Cinco” e “A Garota de Rosa Shocking”, não sendo o ator mais indicado para protagonizar um filme policial como este. Apesar da escolha ruim do protagonista e do roteiro repleto de absurdos clichês, o filme tem um bom ritmo e cenas de ação que prendem a atenção. É um típico filme de ação dos anos oitenta.

Espião Por Engano (If Looks Could Kill, EUA, 1991) – Nota 6
Direção – William Dear
Elenco – Richard Grieco, Linda Hunt, Roger Rees, Gabrielle Anwar, Roger Daltrey, Robin Bartlett.

O estudante Michael Corbin (Richard Grieco) viaja para Paris com um grupo de colegas do colégio sob a responsabilidade da professora de francês (Robin Bartlett). O problema começa no aeroporto quando Michael é confundido com um agente secreto que tem o mesmo nome. Este coincidência faz Michael se tornar parte de um trama de espionagem internacional, sendo perseguido por espiões e vilões. 

O ator Richard Grieco teve algum sucesso na série “Anjos da Lei” (“21 Jump Stret”) e ganhou esta chance no cinema, porém apesar do filme ser divertido, o ator não conseguiu se firmar na carreira. Os destaques do longa são a baixinha Linda Hunt e a pequena participação do roqueiro Roger Daltrey, vocalista do “The Who”, como um agente secreto. Como curiosidade, o roteiro é assinado por Darren Star, responsável por séries como “Barrados no Baile”, “Melrose Place” e “Sex and the City”. 

Into the Sun – Desafiando os Limites (Into the Sun, EUA, 1992) – Nota 5
Direção – Fritz Kiersch
Elenco – Anthony Michael Hall, Michael Paré, Deborah Maria Moore, Terry Kiser, Brian Haley, Linden Ashby.

Em 1992, Anthony Michael Hall já não tinha mais o rosto de garoto e sua carreira de astro adolescente estava em declínio. Alguém teve a ideia novamente de tentar transformá-lo em astro de filme de ação e acabou errando feio. 

Hall interpreta um ator que será um piloto de caça num filme e para entrar no personagem, resolve voar com um piloto de verdade (o canastrão Michael Paré). Seguindo o clichê de filmes sobre duplas, eles se odeiam, mas são obrigados a se unir para tentar sobreviver após o avião de treinamento sofrer um acidente e ter de pousar no Golfo Pérsico, onde se tornam prisioneiros de um exército inimigo dos americanos. 

Na época o filme foi chamado de cópia vagabunda de “Top Gun” e abortou a carreira de Hall no gênero ação.

O Resgate (The Rescue, EUA, 1988) – Nota 5,5
Direção – Ferdinand Fairfax
Elenco – Kevin Dillon, Christina Harnos, Marc Price, Charles Haid, Ned Vaughan, Edward Albert, Timothy Carhart, James Cromwell.

Um grupo de militares americanos é capturado na Coréia do Norte durante uma missão não oficial. O governo americano ignora a situação por questões políticas, o que faz com que os filhos destes oficiais elaborem uma missão de resgate clandestina. Esta absurda trama é um misto de “Rambo II – A Missão” com “Amanhecer Violento” e tem como protagonista Kevin Dillon, irmão mais novo de Matt Dillon. 

Kevin Dillon teve um pequeno papel em “Platoon” e provavelmente pela fama do irmão na época, conseguiu estrelar três filmes em 1988, sendo dois longas de ficção B, os curiosos “Controle Remoto” e “A Bolha Assassina”, além deste “O Resgate”, que tentava transformá-lo em astro de ação. 

O filme tem sequências exageradas de ação, como a cena final em um avião, além de um absurdo patriotismo que utiliza até mesmo a clássica e ufanista música “Born in the USA” de Bruce Springstee. A curiosidade é que o diretor deste longa é um inglês especialista em trabalhos para a tv britânica. Finalizando, a carreira de Kevin Dillon como astro nunca decolou, seu papel mais famoso foi o de coadjuvante na extinta série “Entourage”.  

O Prisioneiro (Captive, Canadá, 1998) – Nota 4
Direção – Matt Dorff
Elenco – Richard Grieco, Marie Josée Croze, Paul Hopkins, Michele Greene.

Sete anos depois de “Espião por Engano”, Richard Grieco passou de promessa para ator de filmes B. Aqui ele interpreta um sujeito que se envolve com uma colega de trabalho (Marie Josée Croze) e juntos armam o sequestro do filho do chefe para fugir com o resgate. 

O longa é uma produção para tv que tenta pegar o espectador com algumas reviravoltas, mas falha em virtude do fraco roteiro e as limitações das produções do gênero. É o tipo de trama que sempre acaba protagonizada por algum ator decadente.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Bens Confiscados

Bens Confiscados (Brasil, 2004) – Nota 6,5
Direção – Carlos Reichenbach
Elenco – Betty Faria, Renan Gioelli, Werner Schunemann, Antônio Grassi, Eduardo Dusek, Marina Person, Marcia de Oliveira, Fernanda Carvalho Leite, Beth Goulart, André Abujamra.

Quando o senador Américo Baldani é acusado de corrupção pela esposa (Beth Goulart), que descobriu ter sido traída, este encarrega seu braço direito (Antônio Grassi) de esconder uma de suas amantes, a solitária Serena (Betty Faria) e o garoto Luís (Renan Gioelli), filho do senador com outra amante que acabou de cometer suicídio. 

Os dois são levados para uma pequena cidade praiana no interior do Rio Grande do Sul (Estado natal do diretor Reichenbach) e ficam escondidos na casa de um sujeito extremamente bruto (Werner Schunemann) que sempre bate na sua esposa quase adolescente (Marcia de Oliveira). 

O diretor Reichenbach novamente toca em temas como violência e corrupção, misturando personagens sofredores com outros manipuladores e desonestos, deixando a idéia de que os mais fracos precisam se desdobrar para se defender neste mundo cruel em que vivemos. 

Mesmo com estes detalhes interessantes, inclusive a decisão de não mostrar o personagem do senador corrupto, o resultado é inferior a outros trabalhos do diretor, como “Falsa Loura” e “Garotas do ABC”, em parte pela lentidão da trama e também pela fraca atuação do joven Renan Gioelli..

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Os Agentes do Destino

Os Agentes do Destino (The Adjustment Bureau, EUA, 2011) – Nota 7,5
Direção – George Nolfi
Elenco – Matt Damon, Emily Blunt, Michael Kelly, Anthony Mackie, Terence Stamp, John Slattery, Anthony Ruivivar.

David Norris (Matt Damon) é o favorito na disputa para o Senado Americano, porém uma foto gera um escândalo e sua candidatura naufraga na eleição. Antes de fazer seu discurso de despedida da campanha, David cruza com a bela Elise (Emily Blunt), que está escondida no banheiro dos homens após fugir dos seguranças de uma festa privada. O inusitado encontro gera um delicioso diálogo e uma atração mútua, antes que Elise fuja do local. 

Algum tempo depois, o casal se encontra novamente por acaso, em virtude de um erro de Harry (Anthony Mackie) um agente que tinha a missão de manter o casal afastado. Harry faz parte de um grupo que cuida do destino das pessoas, interferindo para o “grande plano” ser mantido. Estes agentes tem o poder de parar o tempo para manter a ordem, porém a atração de David por Elise é tão forte, que sua determinação poderá mudar o que está escrito. 

Esta interessante ficção é baseada num conto de Philip K. Dick, autor dos livros que foram base para “Blade Runner” e “O Vingador do Futuro” e novamente temos uma visão de um futuro pessimista dominado por algo maior, mesmo que aqui seja algo ou alguém indefinido. 

A diferença das adaptações dos outros livros está no foco do roteiro, enquanto a visão pessimista do autor era o ponto principal dos outros filmes, este mostra em paralelo uma história de amor, que ainda faz o espectador pensar sobre o livro arbítrio e porque muitas vezes as pessoas seguem alguma ordem sem mesmo saber o porquê. 

Não chega a ser um grande filme, mas tem bons momentos, como a perseguição em Manhattan por diversas portas, situação que brinca com o tempo e o espaço, além de uma boa química entre o casal Matt Damon e Emily Blunt. 

É uma boa diversão, mas que poderá desagradar quem espera uma ficção pura ao estilo dos livros de Philip K. Dick. 

domingo, 15 de abril de 2012

Hoffa - Um Homem, Uma Lenda

Hoffa – Um Homem, Uma Lenda (Hoffa, EUA / França, 1992) – Nota 7
Direção – Danny DeVito
Elenco – Jack Nicholson, Danny DeVito, Armand Assante, J. T. Walsh, John C. Reily, Frank Whalley, Kevin Anderson, John P. Ryan, Robert Prosky, Natalia Nogulich, Nicholas Pryor, Paul Guilfoyle, Karen Young, Cliff Gorman, Bruno Kirby. 

Baseado na vida do líder sindical Jimmy Hoffa, este longa dirigido por Danny DeVito tem um roteiro escrito por David Mamet (roteirista de “Os Intocáveis” e diretor de “Cinturão Vermelho”), que modificou parte da história real, criando um personagem fictício interpretado pelo próprio DeVito e ainda imaginando um final que nunca foi comprovado, já que Hoffa desapareceu sem deixar pistas em 1975. 

A história começa nos anos trinta, com Hoffa (Jack Nicholson) tentando fortalecer o sindicato dos caminhoneiros em Detroit. Neste período ele conhece Bobby Ciaro (DeVito) que se torna seu braço direito no movimento que cresce com grande força, principalmente após uma greve de várias semanas. Cada vez mais poderoso, Hoffa tem o objetivo de se tornar presidente nacional do sindicato e para isso se associa a um mafioso (Armand Assante) num nebuloso negócio com dinheiro do fundo de pensão do sindicato, situação que lhe causará grandes problemas, inclusive um briga pública com o então Senador Robert Kennedy (Kevin Anderson). 

Apesar da interessante história, o filme foi um fracasso. Um dos erros foi a falta de explicação das situações em relação a passagem do tempo. O roteiro mostra diversos acontecimentos durante algumas décadas, mas não discrimina o ano, deixando o espectador um pouco confuso. Além disso, o desenrolar da história é frio, com exceção de algumas cenas em que Hoffa discute com o Senador Kennedy. 

A interpretação de Nicholson também foi bastante criticada, mas não achei que atrapalhou o resultado. O melhor papel do filme é de Danny DeVito, que interpreta com segurança o amigo leal do protagonista, mesmo sendo um personagem fictício.

sábado, 14 de abril de 2012

O Jovem Einstein & As Aventuras de Ned Kelly


O cinema australiano surgiu para o mundo com o sucesso de "Mad Max" em 1979. Em seguida várias produções chamaram a atenção do público. As duas sequências de "Mad Max" e filmes como o drama de guerra "Galipolli" estrelado também por Mel Gibson, o terror "Razorback", as comédias "Os Deuses Devem Estar Loucos" e "The Coca-Cola Kid" tiveram sucesso, porém o grande estouro de bilheteira foi "Crocodilo Dundee", longa que transformou o veterano ator australiano Paul Hogan em astro mundial.

O sucesso de "Crocodilo Dundee" entusiasmou outro australiano. Greg Pead era conhecido por um programa de tv na Austrália e praticamente sozinho produziu o "O Jovem Einsten". Ele dirigiu, escreveu o roteiro, produziu e estrelou o filme utilizando o nome de Yahoo Serious e conseguiu fazer sucesso. Ela também produziria o divertido "As Aventuras de Ned Kelly", que fez sucesso apenas Austrália a ainda um terceiro longa chamado "Sr. Acidente", filme que eu não assisti.

O Jovem Einstein (Young Einstein, Austrália, 1988) – Nota 7
Direção – Yahoo Serious
Elenco – Yahoo Serious, Odile LeClezio, John Howard, Pee Wee Wilson.

Albert Einsten (Yahoo Serious) é um jovem que vive numa fazenda no interior da Tasmânia e passa o tempo fazendo experiências malucas. Nestas experiências ele inventa o rock, aprende a surfar e com o objetivo de criar bolhas na cerveja, acaba descobrindo a fórmula de divisão do átomo. 

Com baixo orçamento e muita criatividade, Yahoo Serious criou uma divertida sátira da vida de Einstein, com direito até a romance com a jovem Marie (Odile LeClezio).

As Aventuras de Ned Kelly (Reckless Kelly, Austrália, 1993) – Nota 6
Direção – Yahoo Serious
Elenco – Yahoo Serious, Melora Hardin, Hugo Weaving, Alexei Sale, Kathleen Freeman, Martin Ferrero.

Após o sucesso de “O Jovem Einstein”, Yahoo Serious demorou cinco para voltar ao cinemas e mesmo tendo produzido outro filme divertido, o sucesso aconteceu apenas na Austrália. 

Aqui Yahoo Serious interpreta o legendário bandido australiano Ned Kelly, numa versão moderna do Robin Hood australiano, onde ele rouba bancos para distribuir dinheiro aos pobres. Após algumas confusões, Ned precisa conseguir dinheiro e para isso parte Holywood com o objetivo de se tornar astro de cinema. 

O resultado é um pouco inferior a “O Jovem Enstein”, mas mesmo assim ainda é uma boa sessão da tarde.       

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Mister Roberts

Mister Roberts (Mister Roberts, EUA, 1955) – Nota 8
Direção – John Ford & Mervin LeRoy
Elenco – Henry Fonda, James Cagney, William Powell, Jack Lemmon, Ward Bond, Besty Palmer, Phil Carey, Perry Lopez, Harry Carey Jr, Patrick Wayne.

No final da Segunda Guerra Mundial, o oficial Roberts (Henry Fonda) é o encarregado de comandar os homens em um navio cargueiro da Marinha Americana, porém fica dividido entre o desejo de participar efetivamente da guerra e defender seus homens do tirano capitão do navio (James Cagney), com quem trava uma batalha diária, desde liberar os marinheiros para folga, até suas solicitações de transferência para um navio de combate. 

Esta mistura de drama e comédia tendo a guerra como pano de fundo é dirigida com competência a quatro mãos, o mestre John Ford e na época o já veterano Mervin LeRoy. 

Com personagens muito bem delineados, que além dos dois antagonistas ainda tem William Powell no papel do médico que precisa ser mais um psicólogo do que clínico para diminuir a ansiedade e os problemas dos marinheiros e o grande Jack Lemmon ainda jovem, interpretando um oficial que faz de tudo para não encontrar o Capitão e que deseja mesmo é fica em sua cabine longe de qualquer problema. 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Os Cabeças de Vento

Os Cabeças de Vento (Airheads, EUA, 1994) – Nota 7
Direção – Michael Lehmann
Elenco – Brendan Fraser, Steve Buscemi, Adam Sandler, Joe Mantegna, Michael McKean, Amy Locane, Ernie Hudson, Nina Siemaszko, Chris Farley, Harold Ramis, Michael Richards, Judd Nelson, Marshall Bell. Reg E. Cathey, David Arquette.

Existem filmes que mesmo não sendo de grande qualidade, ficam em nossa memória pela simpatia dos personagens e da história. É o caso desta comédia. 

A história se passa numa estação de rádio especializada em rock, que é invadida pelo trio “The Lone Rangers” (Brenda Fraser, Steve Buscemi e Adam Sandler), que utiliza armas de brinquedo com o objetivo de forçarem o famoso DJ Ian “The Shark” (Joe Mantegna) a tocar sua fita demo. Após transformar em refém todos os funcionários e o dono da estação (Michael McKean), eles acreditam que conseguirão seu objetivo, porém a fita acaba danificada e ao mesmo tempo a polícia cerca o local. 

O roteiro brinca com a dificuldade que as novas bandas de rock tinham em conseguir fazer sua música tocar nas rádios, numa época em que a internet estava engatinhando e as rádios eram praticamente a única forma de divulgar seu trabalho. 

O trio principal está muito engraçado, o grandalhão Brendan Fraser, o esquentado Steve Buscemi e o bobalhão Adam Sandler estão perfeitos nos papéis de roqueiros malucos, ajudados ainda por um irônico Joe Mantegna e as confusas participações do falecido Chris Farley como um policial e de Michael Richards, o Kramer de “Seinfeld” como um atrapalhado funcionário da rádio. 

Como curiosidade, o diretor Michael Lehman vinha de um grande fracasso, o pretensioso “Hudson Hawk” estrelado por Bruce Willis. 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Incontrolável

Incontrolável (Unstoppable, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Tony Scott
Elenco – Denzel Washington, Chris Pine, Rosario Dawson, Ethan Suplee, Kevin Dunn, Kevin Corrigan, Kevin Chapman, Lew Temple, T. J. Miller.

Um maquinista descuidado (Ethan Suplee) erra feio e deixa um trem carregado com produtos tóxicos seguir desgovernado pela linha utilizada por trens de passageiros. Em paralelo, o veterano maquinista Frank (Denzel Washington) e o novato Will (Chris Pine), este em seu primeiro dia de trabalho, conduzem um trem de carga que pode colidir com o trem desgovernado e ao mesmo tempo ser a salvação para uma tragédia que parece inevitável. 

Esta quinta parceria entre o diretor Tony Scott e o astro Denzel Washington tem um clímax que poderá parecer absurdo, mas que é baseado numa história real. 

O roteiro foca no suspense da caça ao trem desgovernado e cria alguns dramas pessoais para os personagens de Washington e Chris Pine, além da clássica discussão entre o sentimento humano da razão, personificada pela ótima Rosario Dawson e o pensamento financeiro na questão do prejuízo material no papel do veterano Kevin Dunn. 

Como na maioria dos filmes de Scott, o ritmo é ágil com muitas cortes, apesar de que aqui ele não exagera na dose, as cenas de ação são bem filmadas e os diálogos os mais simples possíveis.  

terça-feira, 10 de abril de 2012

Blitz

Blitz (Blitz, Inglaterra / França / EUA, 2011) – Nota 6
Direção – Elliott Lester
Elenco – Jason Statham, Paddy Considine, Aidan Gillen, Zawe Ashton, David Morrissey, Ned Dennehy, Mark Rylance, Luke Evans.

Em Londres, o psicopata Weiss (Aidan Gillen) após assassinar alguns policiais, entra em contato com um jornalista (David Morrissey) para que este destaque seus crimes no jornal local. Enquanto isso, a polícia busca encontrar o sujeito, principalmente o violento sargento Brant (Jason Statham) e seu novo chefe Nash (Paddy Considine). 

Apesar de algumas boas cenas de violência e perseguição, o filme se perde no fraco roteiro, que falha ao criar personagens clichês (o vilão exagerado, o policial durão que não respeita ninguém, um policial gay, o jornalista covarde e sem caráter) numa trama repleta de furos, inclusive o previsível final. O roteiro tem ainda uma trama paralela com uma policial viciada em drogas (Zawe Ashton) que pouco agrega ao filme. 


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Bombas - Filmes Brasileiros

Desta vez na sessão "Bombas", eu destaco cinco produções brasileiras que nada acrescentaram ao nosso cinema.

A Extorsão (Brasil, 1975) – Nota 5
Direção – Flávio Tambellini
Elenco – Paulo César Peréio, Kate Lyra, Suzana Faini, Carlos Kroeber, Roberto Bonfim, Otávio Augusto, Marcos Wainberg, Emiliano Queiroz, Arlete Salles, Carlos Gregório.

Um advogado (Paulo César Peréio) que tem um caso com uma mulher casada (Kate Lyra), recebe fotos dos dois juntos e começa a ser chantageado por um desconhecido que sabe do affair. Não aceitando pagar nada pelas fotos, ele é ameaçado e tem a filha de nove anos seqüestrada para desespero de sua mulher (Suzana Faini). Procurando a policia, o advogado recebe a ajuda na investigação de um delegado (Carlos Kroeber), que descobre algo mais na história do seqüestro.

Apesar da história comum sobre seqüestro, o filme tem algumas boas reviravoltas, mas peca por ser datado e hoje envelhecido, além das péssimas atuações de todo elenco, inclusive dos ótimos Peréio e Otávio Augusto. As interpretações são exageradas e caricatas.

A Ópera do Malandro (Brasil, 1986) – Nota 5,5
Direção – Ruy Guerra
Elenco – Edson Celulari, Claudia Ohana, Ney Latorraca, Elba Ramalho, Fábio Sabag, Wilson Grey, Maria Silvia, Cláudia Jimenez.

Na década de quarenta, Max (Edson Celulari) é um malandro carioca do bairro da Lapa que vive de trambiques e de explorar uma cantora de cabaré (Elba Ramalho). A vida de Max muda quando ele se envolve com Ludmila (Claudia Ohana), filha do dono do cabaré (Fábio Sabag).

Baseado na peça teatral de Chico Buarque, o longa é uma comédia musical pontuada por suas canções para contar a história da vida boêmia na época, aqui extremamente romantizada. Os críticos especializados adoram tudo que Chico Buarque faz e por este motivo adoram o filme. Por outro lado, eu não não gosto do sujeito e nem sou fã de musical, o que faz com que eu considere um filme chato, indicado apenas para os fãs do cantor. Assisti o fime no cinema na época e me decepcionei. Tentei uma segunda sessão para talvez mudar de opinião e acabei parando de ver na metade do filme. 

Lili, a Estrela do Crime (Brasil, 1988) – Nota 2
Direção – Lui Farias
Elenco – Betty Faria, Reginaldo Faria, Mário Gomes, Patricia Travassos, João Signorelli.

A dona de casa Elisa (Betty Faria) se junta a um bando de assaltantes liderado por Guerreiro (o péssimo Mário Gomes) após a morte de seu marido e se torna a perigosa Lili Carabina. A assaltante fica famosa e passa a ser perseguida pelo delegado Renato (Reginaldo Faria).

Este filme é um exemplo de como o cinema brasileiro estava mal no final dos anos oitenta. Além da falta de dinheiro que fica claro na produção, o roteiro baseado num livro do escritor de novelas Aguinaldo Silva, que por sua vez se baseou numa personagem real, é muito ruim ao misturar uma história policial com comédia. O elenco também é horroroso, todos interpretam seus papéis como se estivessem em uma novela, da piores por sinal. Reginaldo Faria fez bons trabalhos como “Prá Frente Brasil” e “Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia”, mas aqui paga mico ao lado dos canastras Mário Gomes e Betty Faria.   

Lua Cheia (Brasil, 1989) – Nota 5
Direção – Alain Fresnot
Elenco – Lima Duarte, Otávio Augusto, Lúcia Alves, Antonio Abujamra, Antonio Petrin, José Rubens Chachá, Laura Cardoso.

O empresário Guimarães (Lima Duarte) é um sujeiro duro e implacável, que trata todos com superioridade e arrogância, porém quando chega a noite, ele bebe todas e muda o comportamento, se tornando amigável e brincalhão. Este comportamento bipolar irá atrapalhar o casamento arranjado de sua filha (Lúcia Alves) com o filho de outro empresário (Roney Fachini).

Este é outro longa produzido numa época em que cinema brasileiro estava em baixa e as poucas produções eram de baixo orçamento e pouca qualidade. O filme não chega ser tão ruim, o roteiro utiliza a questão da dupla personalidade para fazer uma crítica aos empresários sedentos por dinheiro e poder, tendo como destaque a atuação de Lima Duarte.

Maria, Mãe do Filho de Deus (Brasil, 2003) – Nota 2
Direção – Moacyr Góes
Elenco – Giovanna Antonelli, Luigi Baricelli, Padre Marcelo Rossi, Ana Beatriz Cisneiros, José Wilker, Ewerton de Castro, José Dumont, Tônico Pereira, Ítalo Rossi, Fábio Sabag, André Valli, Chris Nicklas.

O filme é um produção primária feita sob encomenda para os fãs do Padre Marcelo Rossi, que na época estava no auge da popularidade e aparecia em todo tipo de mídia para arrebanhar seguidores. O roteiro segue a vida de Jesus Cristo através de flashbacks narrados pelo Padre, que conta a história para uma garotinha que espera a mãe voltar do hospital com o resultado de um importante exame de saúde. É o típico exemplo de caça-níquel estrelado por atores globais, especialidade do péssimo diretor Moacyr Góes.

domingo, 8 de abril de 2012

O Céu Que Nos Protege

O Céu Que Nos Protege (The Sheltering Sky, Inglaterra / Itália, 1990) – Nota 7
Direção – Bernardo Bertolucci
Elenco – Debra Winger, John Malkovich, Campbell Scott, Jill Bennett, Timothy Spall, Paul Bowles.

Após o final de Segunda Guerra, o casal Kit (Debra Winger) e Porter (John Malkovich) viaja para o Norte do África levando o jovem Tunner (Campbell Scott). Logo que chegam à África percebemos que a relação do casal está desgastada, enquanto Porter sai sozinho pela cidade e se encontra com uma prostituta, Kit é cortejada por Tunner e ao que parece logo cederá aos seu encantos. A situação fica ainda mais complicada quando Porter fica doente numa pequena cidade no meio do deserto, para desespero de Kit. É o início de uma drástica mudança no pensamento da esposa. 

É um filme interessante, porém com altos e baixos. São vários pontos positivos, a boa história, as magníficas interpretações de Winger e Malkovich, a belíssima fotografia de Vitorio Storaro, colaborador habitual de Bertolucci, que capta com maestria as imagens do deserto e a trilha sonora de Ryuichi Sakamoto. 

Por outro, a lentidão de diversas passagens e principalmente a parte final do longa, em torno de quarenta minutos que ao meu ver são desnecessários, deixam a impressão do filme ser mais longo do que realmente é, diminuindo a força da história. 

sábado, 7 de abril de 2012

Contágio

Contágio (Contagion, EUA / Emirados Árabes Unidos, 2011) – Nota 7,5
Direção – Steven Soderbergh
Elenco – Matt Damon, Laurence Fishburne, Jude Law, Marion Cotillard, Gwyneth Paltrow, Kate Winslet, Jennifer Ehle, Elliott Gould, Bryan Cranston, Enrico Colantoni, John Hawkes, Monique Gabriela Curnen, Larry Clarke, Anna Jacoby Heron, Chin Han, Sanaa Latham.

Algumas mortes causadas por algo desconhecido acontecem em Hong Kong e nos EUA, dando início a uma corrida contra o tempo dos governos e das autoridades de saúde para tentar descobrir a cura e deter o que pode se transformar numa epidemia. 

Com este ponto de partida, o diretor Steven Soderbergh escolheu criar um filme muito mais próximo da realidade em detrimento de um longa de ação, o que seria comum para a maioria dos diretores. Esta escolha de Soderbergh é favorecida pelo roteiro de Scott Z. Burns, que mistura várias ações simultâneas como consequência da situação. 

Temos a questão familiar na ação dos personagens de Matt Damon e John Hawkes, os cientistas interpretados por Laurence Fishburne, Jennifer Ehle e Elliott Gould, a ação do governo no papel burocrata de Enrico Colantoni e do oficial de Bryan Cranston, a tentativa de descobrir o paciente zero pela representante da OMS interpretada por Marion Cotillard e por final o jornalista de Jude Law, um blogueiro de caráter duvidoso. 

A ação destes personagens cria um panorama geral do que poderia acontecer numa situação real semelhante ao roteiro do filme, já que vemos a manipulação comandada pelo governo, a crítica as indústrias farmacêuticas, o desespero da população numa situação extrema e até aqueles que pensam em lucrar com a tragédia. O lado irônico e crítico ao sistema em que vivemos fica claro na rápida sequência final, que mostra como a epidemia começou.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Corpo

O Corpo (The Body, EUA / Israel / Alemanha, 2001) – Nota 6
Direção – Jonas McCord
Elenco – Antonio Banderas, Olivia Williams, John Shrapnel, Derek Jacobi, Jason Flemyng, John Wood, Makram J. Khoury, Vernon Dobtcheff, Ian McNeice, Mohammed Bakri.

Em Jerusalém, a arqueóloga israelense Sharon Golban (Olivia Williams) é chamada para escavar um túnel encontrado atrás de um loja e localiza um corpo que pode ser de Jesus Cristo. 

A descoberta abala a fé do padre Lavelle (Derek Jacobi) e assusta o Papa (John Wood), que envia o padre Matt Gutierrez (Antonio Banderas) para investigar o caso, ou melhor, fazer tudo para provar que a história é uma mentira. 

A princípio Sharon e o padre Gutierrez se desentendem por terem opiniões diferentes, mas aos poucos percebem que precisam se unir quando diversos grupos religiosos e políticos tentam usar a descoberta em favor próprio. 

A ótima premissa se perde no roteiro que mistura religião e política de forma confusa, jogando no mesmo caldeirão a luta entre israelenses e palestinos, os dogmas arcaicos da Igreja Católica, a manipulação dos fiéis e a eterna disputa entre ciência e religião. 

O elenco faz o que pode, mas no final o espectador fica frustrado com o desperdício de um tema que poderia render um grande filme.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes & Team America: Detonando o Mundo


South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes (South Park: Bigger Longer & Uncut, EUA, 1999) – Nota 7,5
Direção – Trey Parker
Vozes – Trey Parker, Matt Stone, Mary Kay Bergman, Isaac Hayes.

Com o sucesso da série na tv, os criadores Matt Stone e Trey Parker levaram seus personagens para o cinema nesta sátira corrosiva sobre a conservadora sociedade americana. 

No longa, as quatro crianças que são os personagens principais (Kyle, Stan, Kenny e Cartman) resolvem assistir a um violento filme proibido para menores e após a sessão eles aumentam muito a quantidade de palavrões que falam no dia a dia, deixando seus pais em polvorosa. Como o filme era uma produção canadense, os pais resolvem declarar guerra ao país vizinho. 

O filme apenas aumenta a quantidade de piadas e sátiras que os criadores utilizam na tv, detonando todo tipo de instituição como Governo, Igreja e famosos como o na época presidente Bill Clinton, um dos alvos preferidos da dupla. É uma animação indicada para quem gosta de humor sem censura. Finalizando, a série lançada em 1997 ainda está no ar.

Team America: Detonando o Mundo (Team America: World Police, EUA, 2004) – Nota 5
Direção – Trey Parker
Vozes – Trey Parker e Matt Stone.

Após os atentados de 11 de setembro, os EUA resolveram invadir o Afeganistão e depois o Iraque como uma espécie de vingança que visava também lucro com petróeo e outras vantagens financeiras, disfarçando estas ações como uma luta contra o terrorismo. Esta situação é o ponto de partida desta sátira dos criadores de “South Park”, porém sem a mesma qualidade do longa sobre a série. Parker e Stone decidiram utilizar bonecos manipulados ao estilo da antiga série “Thunderbirds”, que fez sucesso nos anos sessenta e setenta e que aqui tinha potencial para dar certo, mas acabou não ocorrendo. 

O roteiro mostra uma equipe de polícia, o Team America do título, que tem o objetivo de enfrentar ameaças terroristas pelo mundo, tendo como líder um policial que vive disfarçado de astro da Broadway. O público que curte “South Park” gostou deste filme, mas eu vi pouca coisa de engraçada. A sequência inicial em que o grupo praticamente destrói Paris é legal, mas o desenrolar das piadas é sem graça, mesmo com a dupla satirizando os filmes de ação sem conteúdo, com direito até a uma cena de sexo entre os bonecos. Infelizmente não consegui entrar no clima da brincadeira.