domingo, 28 de fevereiro de 2021

Best Seller: Revelações de Familia

 


Best Seller: Revelações de Família (Peep World, EUA, 2010) – Nota 6
Direção – Barry W. Blaustein
Elenco – Michael C. Hall, Jane Greer, Ben Schwartz, Rainn Wilson, Sarah Silverman, Kate Mara, Ron Rifkin, Lesley Ann Warren, Taraji P. Henson, Stephen Tobolowski, Alicia Witt.

Nathan Meyerwitz (Ben Schwartz) ficou famoso ao escrever um livro contando detalhes da vida íntima de sua família, afetando todos os integrantes. 

No dia em que eles se reúnem em um restaurante para o aniversário do patriarca, o famoso arquiteto Henry Meyerwitz (Ron Rifkin), as frustrações e desavenças vem à tona. 

Este longa segue a linha habitual do gênero ao misturar comédia e drama tendo uma família complicada como protagonista. 

Os personagens são clichês. Temos o irmão certinho que se sente frustrado (Michael C. Hall), a irmã vitimista sem talento (Sarah Silverman), o irmão irresponsável (Rainn Wilson) e o arrogante escritor, além é claro do pai que se sente superior aos filhos. 

Os diálogos tem alguns momentos engraçados e outros patéticos. Não existe um final para a história, na verdade a proposta é mostrar algumas virtudes e principalmente os defeitos de cada personagem. 


sábado, 27 de fevereiro de 2021

Poker Night

 


Poker Night (Poker Night, Canadá / EUA, 2014) – Nota 7
Direção – Greg Francis
Elenco – Beau Mirchoff, Titus Welliver, Ron Perlman, Ron Eldard, Giancarlo Esposito,Michael Eklund, Corey Large, Halston Sage, Lochlyn Munro.

O jovem policial Stan Jeter (Beau Mirchoff) foi recentemente promovido a detetive e ganhou um lugar na mesa de pôquer de um grupo de veteranos policiais que gostam de contar histórias sobre suas carreiras. 

Na mesma noite do jogo, Stan termina sequestrado ao atender um chamado. Ele precisará utilizar as táticas ensinadas pelos amigos para tentar se salvar. 

A premissa e a narrativa são bastante interessantes. Os diálogos na mesa de pôquer são fortes e divertidos, com as histórias contadas pelos policiais sendo mostradas em flashbacks, intercalando com as sequências em que o protagonista tenta escapar do sequestrador. 

O estilo lembra um pouco a franquia “Jogos Mortais”. A narração em off do protagonista também é outro acerto, mas infelizmente a atuação de Beau Mirchoff é inexpressiva. O destaque do elenco fica para os veteranos coadjuvantes. 

É um bom filme, que entrega mais do que promete.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Os Fora da Lei & Tiros, Garotas e Trapaças

 


Os Fora da Lei (The Baytown Outlaws, EUA, 2012) – Nota 6
Direção – Barry Battles
Elenco – Clayne Crawford, Travis Fimmel, Daniel Cudmore, Thomas Brodie Sangster, Andre Braugher, Eva Longoria, Billy Bob Thornton, Paul Wesley, Michael Rapaport, Zoe Bell, Julio Oscar Mechoso.

No Alabama, três irmãos fora da lei (Clayne Crawford, Travis Fimmel e Daniel Cudmore) são contratados por uma mulher (Eva Longoria), para resgatar um garoto que é refém de seu ex-amante (Billy Bob Thornton), que é chefe de uma perigosa quadrilha. Em paralelo, um agente do ATF (Paul Wesley), pressiona o xerife local (Andre Braugher) na busca pelos irmãos. 

Esta aventura violenta e descerebrada lembra o estilo de Quentin Tarantino ao colocar no caminho do trio de protagonistas alguns grupos criminosos bizarros. Infelizmente, o diretor e roteirista Barry Battles está longe do talento de Tarantino para criar diálogos ou desenvolver a história. O foco principal aqui são as violentas sequências de ação e as mortes exageradas. 

É um filme indicado para quem deseja se divertir com porradaria, sem preocupação com as falhas e os absurdos da trama.

Tiros, Garotas e Trapaças (Guns, Girls and Gambling, EUA, 2012) – Nota 6,5
Direção – Michael Winnick
Elenco – Christian Slater, Gary Oldman, Powers Boothe, Dane Cook, Jeff Fahey, Chris Kattan, Helena Mattson, Megan Park, Sam Trammell, Tony Cox, Anthonu Brandon Wong, Gordon Tootoosis, Anthony Azizi.

Um antiga máscara é roubada de um cassino indígena. Os suspeitos são cinco sujeitos que participaram de um concurso de imitadores de Elvis. O dono do cassino com suas capangas, um rancheiro (Powers Boothe) também com contratados, policiais corruptos e uma loira assassina (Helena Mattson) procuram a máscara, tendo como única pista seguir John Smith (Christian Slater), um dos imitadores de Elvis. 

O roteiro escrito pelo diretor Michael Winnick segue o estilo criado por Tarantino ao explorar personagens peculiares, diálogos cínicos e situações inusitadas. A violência e a correria beiram o humor negro em vários momentos. Os imitadores de Elvis são impagáveis. Mesmo com furos e exageros, vale destacar a reviravolta no final. 

É um filme divertido, que agradará quem gosta do estilo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

As Discípulas de Charles Manson & Um Tiro Para Andy Warhol

 


As Discípulas de Charles Manson (Charlie Says, EUA, 2018) – Nota 5
Direção – Mary Harron
Elenco – Hannah Murray, Matt Smith, Sosie Bacon, Marianne Rendon, Merritt Wever, Suki Waterhouse, Chace Crawford, Annabeth Gish, Kayli Carter, Grace Van Dien.

Los Angeles, anos setenta. A professora Karlene (Merritt Wever) recebe a missão de ensinar três mulheres que estão condenadas a prisão perpétua por terem participado do assassinato de Sharon Tate, crime bárbaro que teve como mentor o maluco Charles Manson (Matt Smith). 

Enquanto Karlene tenta entender o porquê dos crimes, uma segunda narrativa volta para 1969 detalhando a vida das garotas no rancho em que Manson liderava um grupo de jovens hippies. 

A diretora Mary Harron utilizou a sinistra história real para tentar humanizar as três jovens que participaram de um crime que não merece perdão. Elas são mostradas mais como ingênuas que sofreram uma lavagem cerebral do que como malucos assassinas. 

A narrativa também perde bastante tempo mostrando os discursos bizarros de Manson e as orgias no rancho. 

É um filme estranho, que parece mais um obra panfletária em prol da vitimização de criminosos.

Um Tiro Para Andy Warhol (I Shot Andy Warhol, Inglaterra / EUA, 1996) – Nota 4
Direção – Mary Harron
Elenco – Lili Taylor, Jared Harris, Stephen Dorff, Martha Plimpton, Lothaire Bluteau, Michael Imperioli, Tahnee Welch, Jill Hennessy, Bill Sage, Mark Margolis.

Em meados dos anos sessenta, a feminista radical Valerie Solanas (Lili Taylor) escreve um manifesto demonstrando ódio contra os homens. Sua vida a leva a cruzar o caminho do pintor Andy Warhol (Jared Harris), que era uma espécie de guru da cena artística independente nos EUA. 

Valerie fica obcecada em levar para os palcos uma peça que ela mesma escreveu, acreditando que Andy Warhol deveria bancar o projeto. Uma série de situações e conflitos levam Valerie a tentar matar Warhol. 

Baseado em uma história real, este longa é repleto de personagens exóticos ligados a arte que frequentavam o círculo de amizades de Andy Warhol. 

A interpretação forte e ousada de Lili Taylor retrata uma personagem terrível, que muitos tentam defender por causa do seu sofrimento na infância, mas não não pode servir desculpa para seu radicalismo, ou seja, é mais um filme panfletário.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Filth - O Nome da Ambição

 


Filth – O Nome da Ambição (Filth, Inglaterra / Alemanha / Suécia / Bélgica / EUA, 2013) – Nota 7,5
Direção – Jon S. Baird
Elenco – James McAvoy, Jamie Bell, Eddie Marsan, Imogen Poots, Brian McCardie, Emun Elliott, Gary Lewis, John Sessions, Shauna Macdonald, Jim Broadbent, Joanne Frogatt, Kate Dickie, Martin Compston, Shirley Henderson.

Em Glasgow, na Escócia, Bruce Robertson (James McAvoy) é um detetive beberrão, drogado e canalha que disputa com colegas uma promoção no departamento de polícia. 

Utilizando táticas cruéis para manipular os concorrentes e transando com todas as mulheres que passam por seu caminho, aos poucos o espectador percebe que os problemas de Bruce vão além da falta de caráter. 

Baseado em um livro de Irvine Welsh, criador de “Trainspotting”, este longa segue o mesmo estilo do trabalho de Danny Boyle ao explorar uma narrativa ágil que mistura realidade com alucinações, cortes rápidos e diálogos afiados sem pudor algum. 

Além da atuação alucinada de James McAvoy, vale destacar o panaca vivido por Eddie Marsan e o psiquiatra interpretado por Jim Broadbent, personagem utilizado também como uma espécie de “subconsciente” do protagonista. 

Não chega a ser tão bom quanto “Trainspotting”, mas vale a sessão para quem gosta do estilo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

La Sombra de la Ley

 


La Sombra de la Ley (La Sombra de la Ley, Espanha / França, 2018) – Nota 6,5
Direção – Dani de la Torre
Elenco – Luis Tosar, Michelle Jenner, Vicente Romero, Manolo Solo, Paco Tous, Jaime Lorente, Pep Tosar, Ernesto Alterio, Adriana Torrebejano, José Manuel Poga.

Barcelona, 1921. O policial Anibal Uriarte (Luis Tosar) chega de Madrid para auxiliar a polícia local na investigação do roubo de um carregamento de armas que pode ter sido obra de um grupo anarquista que lidera greves pela cidade. 

Ele começa a trabalhar com a equipe do corrupto inspetor Rediú (Vicente Romero), que tem ligações com o empresário conhecido como Barão (Manolo Solo). O que ninguém sabe é que Anibal tem um objetivo maior, além de localizar as armas. 

Esta produção espanhola tem como ponto alto a ótima reconstituição de época. Figurinos, carros, armas e o cabaré, incluindo as sequências de shows das dançarinas são perfeitos. A trama de traições envolvendo autoridades corruptas, criminosos e sindicalistas é interessante, mas ao mesmo tempo um pouco confusa. 

Um ponto que não me agradou foram as sequências de ação. As brigas estão longe de parecer reais e na sequência de perseguição com carros antigos os tiros teimam em não acertar o protagonista. 

É um filme razoável, que tinha potencial para ser melhor.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Uma Guerra Pessoal

 


Uma Guerra Pessoal (A Private War, Inglaterra / EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Matthew Heineman
Elenco – Rosamund Pike, Jamie Dornan, Tom Hollander, Stanley Tucci, Nikki Amuka Bird, Corey Johnson, Faye Marsay.

Este longa foca em episódios importantes na vida da correspondente de guerra Marie Colvin (Rosamund Pike) entre 2001 e 2012. 

O roteiro intercala as aventuras extremamente perigosas da jornalista e de seu fotógrafo Paul Conroy (Jamie Dornan) em países em guerra no período citado, com a complicada vida pessoal, principalmente sua luta para enfrentar os traumas relativos ao inferno que testemunhou e que também sentiu na própria pele. 

As jornadas detalhadas no longa focam na obsessão da jornalista em levar ao mundo as histórias das pessoas que estavam sofrendo com as guerras. Os créditos finais mostram as verdadeiras reportagens da protagonista, que aparentemente buscava a verdade acima de tudo. 

Destaque para as caprichadas cenas de ação, a violência e o suspense, além da atuação de Rosamund Pike, que passa toda a força e também as fragilidades de sua personagem. 

Para quem gosta de jornalismo e histórias reais, este longa é uma boa opção.


domingo, 21 de fevereiro de 2021

La Belle Époque

 


La Belle Époque (La Belle Époque, França / Bélgica, 2019) – Nota 7
Direção – Nicolas Bedos
Elenco – Daniel Auteuil, Guillaume Canet, Doria Tillier, Fanny Ardant, Pierre Arditi, Denis Podalydes, Michael Cohen.

Após mais de quarenta anos juntos, o casal Victor (Daniel Auteuil) e Marianne (Fanny Ardant) está em crise. Ele é um cartunista desempregado e depressivo, enquanto ela não o suporta mais. 

Após ser expulso de casa, Victor decide utilizar uma espécie de cartão-presente dado pelo filho. Uma empresa liderada por Antoine (Guillaume Canet) oferece o serviço de recriar o dia ou os dias mais felizes da vida do cliente, que deseja sentir novamente a mesma alegria do dia original. Victor pede para recriar um dia em 1974, quando ainda jovem conheceu Marianne. 

O roteiro escrito pelo diretor belga Nicolas Bedos explora uma premissa extremamente criativa e que com certeza seria o sonho de muitas pessoas. 

Os problemas enfrentados durante a vida muitas vezes levam as pessoas a um caminho de tristeza e frustração, fazendo com que relembrem os momentos felizes como uma nostalgia dolorida. 

A recriação de época é um dos pontos altos, com direito a figurinos, objetos e músicas. O destaque do elenco fica para a interpretação de Daniel Auteuil, que tenta renascer ao reviver um passado de alegrias.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

O Guardião Invisível, Legado nos Ossos & Oferenda à Tempestade

 


O Guardião Invisível (El Guardián Invisible, Espanha / Alemanha, 2016) – Nota 7
Direção – Fernando Gonzalez Molina
Elenco – Marta Etura, Elvira Minguez, Frances Orella, Carlos Librado “Nene”, Itziar Aizpuru, Colin McFarlane, Benn Northover.

O assassinato de uma adolescente leva a inspetora Amaia Salazar (Marta Etura) de volta à sua cidade natal para investigar o crime. Na pequena Elizondo no País Basco, Amaya precisará lidar com os traumas de seu passado e sua complicada relação com a família, principalmente com a irmã mais velha (Elvira Minguez). 

A situação fica ainda mais difícil quando ocorre um segundo assassinato de forma semelhante. Amaya acredita ser obra de um serial killer, enquanto a mídia batiza o assassino como “Basajaun”, que seria uma criatura da mitologia basca que lembra o americano “Pé Grande”. 

O filme é baseado no primeiro livro de uma trilogia policial que explora a mitologia, os costumes e as tradições do País Basco, região espanhola que faz fronteira com a França e que há décadas luta para se tornar um país independente. 

A premissa e o clima de tragédia são os pontos altos do longa. As cenas ao ar livre foram quase todas filmadas em dias nublados ou debaixo de chuva, o que passa uma sensação de tristeza e desamparo. 

Por mais que a investigação prenda a atenção, o filme se tornar irregular por perder tempo nos conflitos familiares da protagonista, inclusive deixando pontas para o longa seguinte, como a explicação de sua terrível relação com a mãe que é mostrada em flashbacks.

Legado nos Ossos (Legado en los Huesos, Espanha / Alemanha, 2019) – Nota 7
Direção – Fernando Gonzalez Molina
Elenco – Marta Etura, Carlos Librado “Nene”, Leonardo Sbaraglia, Francesc Orella, Imanol Arias, Benn Northover, Elvira Minguez, Itziar Aizpuru, Patricia Lopez Arnaiz, Ana Wagener, Alvaro Cervantes.

Quatro meses após ser mãe, a inspetora de polícia Amaia Salazar (Marta Etura) volta para sua cidade natal Elizondo no País Basco para investigar um novo caso. Seu marido (Benn Northover) e o bebê seguem juntos, ficando na casa da tia (Itziar Aizpuru). 

Não demora para ocorrer outro crime em que é citado o nome de Amaia e também a palavra ‘Tartallo”, referente a uma criatura mitológica assassina. É o início de uma investigação que a levará a descobrir segredos de sua própria família. 

Este é o segundo filme da trilogia que foca em mitos do País do Basco, que começou com “O Guardião Invisível” e foi finalizado com a “Oferenda a Tempestade”. 

Por mais que o roteiro apresente algumas situações mal explicadas, o filme ganha pontos pela crescente tensão e o clima de suspense e tragédia pontuado por uma fotografa noturna com várias sequências debaixo de uma chuva torrencial. 

A história mistura segredos familiares, mitologia, religião e violência, com certeza agradando aos fãs do gênero. O gancho final obriga o espectador ver o fechamento da trilogia.

Oferenda à Tempestade (Ofrenda a la Tormenta, Espanha / Alemanha, 2020) – Nota 6
Direção – Fernando Gonzalez Molina
Elenco – Marta Etura, Carlos Librado “Nene”, Leonardo Sbaraglia, Francesc Orella, Imanol Arias, Benn Northover, Elvira Minguez, Itziar Aizpuru, Patricia Lopez Arnaiz, Ana Wagener, Alvaro Cervantes, Paco Tous.
 
Após os acontecimentos do segundo filme em que a policial Amaia Salazar (Marta Etura) foi surpreendida por atitudes de sua mãe e solucionou crimes envolvendo um médico, vem à tona a suspeita de que na região exista um culto que sacrifica bebês. No desenrolar da investigação, novos fatos levam a crer que os crimes anteriores podem estar ligados a este culto. 

Este longa que fecha a chamada “Trilogia de Baztan” sobre mitos, lendas e crimes no País Basco é o mais fraco da série. A motivação dos crimes tem uma explicação aceitável, porém a história se resolve de forma totalmente previsível e com poucas sequências de emoção. O roteiro também acaba dando muito destaque a um romance que não convence. 

O destaque fica novamente para o clima sinistro pontuado por uma chuva constante semelhante aos filmes anteriores.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

#Alive

 


#Alive (Saraitda, Coreia do Sul, 2020) – Nota 7
Direção – Il Cho
Elenco – Ah In Yoo, Shin Hey Park, Bae Soo Jeon.

Ao acordar em uma dia qualquer, o jovem Joon (Ah In Yoo) se desespera ao ver que as pessoas enlouqueceram. No condomínio em que vive, pessoas atacam ferozmente os vizinhos. 

Com seus pais fora de casa, Joon está trancado sozinho no apartamento, tentando contato com alguém pela internet ou esperando alguma notícia pela televisão, além de precisar racionar a água e a pouca comida. 

O roteiro escrito pelo diretor estreante Il Cho em parceria com Matt Naylor parece uma mistura do francês “A Noite Devorou com o Mundo” com o cultuado “Buscando...”, sendo uma versão moderna dos filmes de zumbis. 

Mesmo com pelo menos dois terços do filme se passando no apartamento do protagonista, o diretor consegue prender a atenção do espectador com boas de sequências de suspense, algumas bastante criativas e outras violentas como pede o gênero. 

É um filme pipoca bastante divertido para quem gosta de obras com zumbis e também de tecnologia.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Palavrões

 


Palavrões (Bad Words, EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção – Jason Bateman
Elenco – Jason Bateman, Kathryn Hahn, Rohan Chand, Philip Baker Hall, Allison Janney, Ben Falcone, Steve Witting, Beth Grant.

Aos quarenta anos de idade, Guy Trilby (Jason Bateman) se aproveita de uma brecha no regulamento e consegue se inscrever em um concurso de soletrar que seria apenas para crianças. 

Ele é acompanhado de uma jornalista (Kathryn Hahn) que deseja entender o porquê de sua obsessão em participar daquilo. A premissa aparentemente sem sentido esconde a real motivação do protagonista que será revelada no terço final. 

Não chega a ser uma grande surpresa, é possível descobrir o motivo antes, porém isso não atrapalha o filme, que é uma comédia com alguns momentos divertidos, principalmente aqueles em que o personagem de Jason Bateman contracena com o garotinho vivido por Rohan Chand. As piadas que passam longe do politicamente correto também são outro acerto. 

É um filme que entrega algo melhor do que o esperado.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

O Fantástico Mundo do Dr. Kellogg

 


O Fantástico Mundo do Dr. Kellogg (The Road to Wellvile, EUA, 1994) – Nota 6
Direção – Alan Parker
Elenco – Anthony Hopkins, Bridget Fonda, Matthew Broderick, John Cusack, Dana Carvey, Michael Lerner, Colm Meaney, John Neville, Lara Flynn Boyle, Traci Lind, Camryn Manheym.

Michigan, final século XIX. Famoso pela criação do cereal que existe até hoje, o dr. John Harvey Kellogg (Anthony Hopkins) administra uma sanatório (uma espécie de spa absurdo) para pessoas ricas que desejam desintoxicar o corpo ou tratar doenças através da alimentação e processos incomuns. 

Neste contexto, um casal em crise (Bridget Fonda e Matthew Broderick) procura ajuda, enquanto um vendedor (John Cusack) tenta emplacar uma marca de cereal rival utilizando o maluco filho do Dr. Kellogg (Dana Carvey). 

Esta comédia é sem dúvida o filme mais estranho dirigido pelo recentemente falecido Alan Parker. Ele explora a história real do sanatório criado pelo dr. Kellogg para entregar um filme com uma sucessão de sequências desagradáveis relacionadas a fluídos corporais e tratamentos bizarros, com o spa parecendo mais um local de torturas. 

Algumas coisas são engraçadas, como a abstinência sexual do personagem de Matthew Broderick que causa alucinações e o personagem totalmente insano vivido por Dana Carvey, mas acaba sendo pouco para encarar as várias sequências estranhas. O próprio Anthony Hopkins parece um picareta maluco ao encarnar o Dr. Kellogg. 

É um filme que o espectador precisa entrar na brincadeira para se divertir.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Nota de Rodapé

 


Nota de Rodapé (Hearat Shulayim, Israel, 2011) – Nota 7,5
Direção – Joseph Cedar
Elenco – Shlomo Bar Aba, Lior Ashkenazi, Aliza Rosen, Alma Zack, Micah Lewensohn.

Na sequência inicial, Eliezer Shkolnik (Shlomo Bar Aba) se mostra totalmente incomodado durante a entrega de um prêmio literário para seu filho Uriel (Lior Ashkenazi). Os dois são professores e pesquisadores especialistas no Talmude, que é uma coletânea de livros sagrados e discussões sobre o judaísmo. 

Aos poucos, o espectador descobre o porquê do desconforto de Eliezer, situação que fica ainda mais complicada quando um fato coloca novamente à prova as diferenças entre pai e filho. 

Escrito e dirigido por Joseph Cedar (“Norman: Confie em Mim”), este longa explora as dificuldades dos relacionamentos familiares e a disputa de egos no mundo acadêmico. 

O conflito entre pai e filho é praticamente mudo, muito pelo personagem soturno e frio de Eliezer, que parece não saber como lidar com as emoções ou pior, talvez falte sentimento para com a família. Uma cena no jardim em que ele é espionado pelo filho deixa uma pista de um dos motivos que fez Eliezer perder sua alegria de viver. 

É um filme que fala muito mais pelas entrelinhas, olhares e silêncio, do que nas atitudes. O resultado é triste, sóbrio e bastante interessante.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O Idiota do Meu Irmão & Faça o que Digo, Não Faça o que eu Faço

 


O Idiota do Meu Irmão (Our Idiot Brother, EUA, 2011) – Nota 6,5
Direção – Jesse Peretz
Elenco – Paul Rudd, Elizabeth Banks, Zooey Deschanel, Emily Mortimer, Adam Scott, Steve Coogan, Kathryn Hann, T.J. Miller, Shirley Knight, Matthew Mindler, Sterling K. Brown, Hugh Dancy.

Após cumprir alguns meses de prisão por ter vendido drogas a um policial, Ned (Paul Rudd) volta para casa e descobre que sua namorada arrumou outro homem. Sem ter onde ficar, ele é obrigado a retornar para a casa da mãe (Shirley Knight) e aos poucos se envolve na vida das três irmãs (Elizabeth Banks, Zooey Deschanel e Emily Mortimer), criando problemas diferentes para cada uma delas. 

O título e a premissa passam a impressão de ser uma comédia boba, escondendo algumas boas ideias que surgem no desenrolar da história. O protagonista “paz e amor” de Paul Rudd é um sujeito até ingênuo em algumas situações, confiando nas pessoas, falando o que pensa e por consequência trazendo problemas para todos aos seu lado e para ele mesmo. 

A sacada do roteiro é mostrar que mesmo com as consequências confusas, na maioria das vezes suas atitudes são mais verdadeiras e corretas do que a das irmãs. É o típico personagem que não se encaixa no mundo atual. 

O resultado é um filme leve e divertido, que faz pensar sobre como levar uma vida mais simples.

Faça o que Digo, Não Faça o que eu Faço (Role Models, EUA, 2008) – Nota 5,5
Direção – David Wain
Elenco – Paul Rudd, Seann William Scott, Christopher Mintz Plasse, Bobb’e J. Thompson, Elizabeth Banks, Jane Lynch, Ken Jeong, Ken Marino, Matt Walsh, Joe Lo Truglio. Kerri Kenney.

Danny (Paul Rudd) e Wheeler (Seann William Scott) são amigos que trabalham juntos. Quando se envolvem em um acidente, a dupla é condenada a cumprir horas de trabalho em uma ONG. 

A obrigação é cada um deles passar um tempo com garotos que não tem pai. Danny fica com Augie (Christopher Mintz Plasse) que adora jogos de RPG, enquanto Wheeler tem que enfrentar o falador Ronnie (Bobb’e J. Thompson). 

A premissa absurda e os marcantes personagens dos garotos são os pontos altos. O problema é que o desenvolvimento da história é bobo, com situações sem graça que levam até o terço final no jogo de RPG humano, que pode agradar apenas a quem curte o tema. Eu esperava um filme mais engraçado.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Life: Um Retrato de James Dean

 


Life: Um Retrato de James Dean (Life, Inglaterra / Alemanha / Canadá / Austrália / EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Anton Corbijn
Elenco – Robert Pattinson, Dane DeHaan, Joel Edgerton, Ben Kingsley, Alessandra Mastronardi.

Los Angeles, 1955. Após um encontro casual em uma festa, o fotógrafo Dennis Scott (Robert Pattinson) acredita que o jovem ator James Dean (Dane DeHaan) se tornará um grande astro. Ele faz de tudo para convencer o ator a ser fotografado em momentos causais. Dennis acredita que poderá vender as fotos para a revista Life, ajudando sua carreira e a de Dean. 

Baseado em um história real, este melancólico longa explora a rápida e curiosa amizade que surge entre os dois personagens, que se tornou ainda mais importante por ser um registro único da vida pessoal de James Dean, que faleceu poucos meses depois. 

Além da relação entre os protagonistas, o roteiro foca também nos bastidores de Hollywood através das entrevistas repletas de falsidades, os jornalistas famintos por notícias e a presença quase maligna de Jack Warner (Ben Kingsley), chefão da Warner Brothers que se considerava dono da vida dos atores. Todo este circo desagradava James Dean, que desejava apenas atuar. 

O filme perde alguns pontos pelas interpretações de um inseguro Robert Pattinson e do canastrão DaneDeHaan, que exagera nos maneirismos do seu personagem. Isso não atrapalha o longa no geral, que é totalmente indicado para quem gosta de histórias sobre a chamada “Era de Ouro de Hollywood”.


sábado, 13 de fevereiro de 2021

25 Watts

 

25 Watts (25 Watts, Uruguai, 2001) – Nota 6,5
Direção – Juan Pablo Rebella & Pablo Stoll
Elenco – Daniel Hendler, Jorge Temponi, Alfonso Tort.

Durante vinte e quatro horas em um final de semana na periferia de Montevidéu, a câmera da dupla de diretores Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll segue a vida de três jovens. 

Neste período, Leche (Daniel Hendler), Javi (Jorge Temponi) e Seba (Alfonso Tort) conversam sobre diversos assuntos, cruzam o caminho de várias pessoas e precisam lidar com pequenas situações pessoais. 

O estilo da narrativa, os diálogos, a trilha sonora e a filmagem em preto e branco são claramente inspiradas em “O Balconista” de Kevin Smith, além é claro dos personagens excêntricos. Esta escolha funciona em parte. O ritmo é um pouco irregular e os diálogos não são tão afiados como os do filme de Kevin Smith. 

Rebella e Stoll fariam três anos depois um longa melhor e mais voltado para o drama chamado “Whisky”. Infelizmente Rebella cometeu suicídio em 2006. Stoll continuou sua carreira sozinho, mas sem grande sucesso.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Pânico na Torre

 


Pânico na Torre (Ta-Weo, Coreia do Sul, 2012) – Nota 7
Direção – Ji Hoon Kim
Elenco – Sang Kyung Kim, Kyung Gu Sol, Ye Jin Son, In Kuwon Kim, Sung Ki Ahn.

Durante uma festa de natal em duas torres luxuosas em Seul, um acidente dá início a um incêndio nos andares superiores. Enquanto os convidados, funcionários e moradores das torres lutam para escapar e sobreviver, os bombeiros tentam chegar até o local do incêndio. 

Este longa segue o estilo criado pelo “cinema catástrofe” dos anos setenta. A primeira meia-hora é utilizada para apresentar diversos personagens, que terão os destinos cruzados durante o incêndio. A clara inspiração deste filme está no clássico “Inferno na Torre”, com várias referências e até ideias copiadas. 

O roteiro tem furos, explora algumas dramas que beiram o piegas, mas tudo isso é compensado pelas explosivas sequências de ação e a tensão crescente. 

Para quem gosta do gênero, o filme é uma boa opção.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Jamesy Boy

 

Jamesy Boy (Jamesy Boy, EUA, 2014) – Nota 6,5
Direção – Trevor White
Elenco – Spencer Rocco Lofranco, Mary Louise Parker, Ving Rhames, James Woods, Taissa Farmiga, Rosa Salazar, Michael Trotter, Ben Rosenfield, Jimmy “Taboo” Gomez.

O roteiro divide o longa em duas narrativa paralelas. Uma detalha a vida de James Burns (Spencer Rocco Lofranco) entrando para uma gangue de bairro aos catorze anos de idade. A segunda pula alguns anos à frente quando James está cumprindo pena na cadeia. 

Nas duas narrativas o jovem demonstra sua dificuldade em lidar com a raiva e a necessidade de se mostrar forte para encarar criminosos violentos. 

Baseado em uma história real, este longa não chega a ser do gênero de superação. Na verdade a proposta é até sóbria em relação a mudança de vida que o protagonista luta para conseguir, em parte com a ajuda incomum de um assassino condenado (Ving Rhames). 

As idas e vindas das narrativa são bem trabalhadas e convergem de forma interessante numa espécie de simbolismo numa sequência próximo ao final. 

O elenco tem outros bons nomes como Mary Louise Parker no papel da mãe do protagonista e James Woods como o chefe dos guardas prisionais, além de Taissa Farmiga que trabalhou com Spencer Rocco Lofranco um ano antes na comédia romântica “Um Novo Amor”.             


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A Máfia Nunca Perdoa & Heróis do Inferno

 


A Máfia Nunca Perdoa (Across 110th Street, EUA, 1972) – Nota 7
Direção – Barry Shear
Elenco – Anthony Quinn, Yaphet Kotto, Anthony Franciosa, Paul Benjamin, Antonio Fargas, Ed Bernard.

Em Nova York, três ladrões disfarçados de policiais roubam uma grande quantia em dinheiro referente um acordo entre a Máfia dos italianos e uma quadrilha do Harlem. Eles deixam vários mortos, incluindo dois policiais. 

Enquanto as duas quadrilhas procuram os ladrões, o capitão Mattelli (Anthony Quinn) e o tenente Pope (Yaphet Kotto) tentam deixar as divergências pessoais de lado para chegar até os criminosos. 

Este interessante longa policial mistura o estilo de obras como “Shaft” com os filmes sobre a Máfia dos anos setenta. O roteiro coloca em discussão o preconceito, os conflitos entre bandidos e a violência policial. 

Destaque para as várias sequências de tiroteios, as locações na decadente Nova York dos anos setenta e a atuação de Anthony Quinn como o capitão que seguia suas próprias regras.

Heróis do Inferno (Hellfighters, EUA, 1968) – Nota 6,5
Direção – Andrew V. McLaglen
Elenco – John Wayne, Katharine Ross, Jim Hutton, Vera Miles, Jay C. Flippen, Bruce Cabot, Edward Faulkner.

Chance Buckman (John Wayne) é o dono de um empresa especializada em apagar incêndios em poços de petróleo. Seu perigoso trabalho o afastou da esposa (Vera Miles) e da filha (Katharine Ross), que volta para sua vida após Chance sofrer um acidente. A jovem acaba se envolvendo com o braço-direito de Chance (Jim Hutton), seguindo o mesmo caminho da mãe. 

Ícone do western, John Wayne também se arriscou em filmes de aventura como “Hatari” e “Os Boinas Verdes”, além deste esquecido “Heróis do Inferno”. A grande curiosidade do longa é sem dúvida a premissa. Não lembro de outro filme que tenha como ponto principal bombeiros especialistas em incêndios em poços de petróleo. 

O roteiro leva o protagonista e sua equipe para alguns lugares no mundo, finalizando em um trabalho na Venezuela em que são obrigados a enfrentar também um grupo guerrilheiro. 

O filme perde pontos por ser longo e exagerar nos dramas amorosos, deixando a narrativa irregular. O resultado é uma obra diferente e indicada cinéfilos curiosos que gostam de filmes antigos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

A Death in the Gunj

 


A Death in the Gunj (A Death in the Gunj, Índia, 2016) – Nota 7,5
Direção – Konkona Sen Sharma
Elenco – Vikrant Massey, Kalki Koechlin, Gulshan Devaiah, Ranvir Shorey, Tanuja, Om Puri, Tillotama Shome, Jim Sarbh.

Um casal com a filha pré-adolescente que vive em Cacultá volta para a pequena cidade de Gunj para encontrar seus pais e familiares. Com eles viaja o jovem tímido e solitário Shutu (Vikrant Massey), que foi criado como sendo da família e que estuda em uma universidade em Calcutá. Não demora para o espectador perceber que na verdade Shutu é tratado com um certo desprezo, fato que aos poucos mexe com seus sentimentos e seu psicológico. 

Este curiosa produção indiana explora uma história de falsas aparências em que as relações familiares escondem traições, inveja e arrogância. A forma com surgem os problemas e a tensão crescente levam a crer que algo mais pesado está prestes a ocorrer. É uma história que incomoda. 

Como informação, este foi um dos últimos trabalhos do ator Om Puri, que além de ser famoso na Índia, também participou de vários filmes em Hollywood e na Inglaterra. Ele faleceu em 2017.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Viver É Fácil com os Olhos Fechados

 


Viver É Fácil com os Olhos Fechados (Vivir es Fácil con los Ojos Cerrados, Espanha, 2013) – Nota 7
Direção – David Trueba
Elenco – Javier Camara, Natalia de Molina, Francesc Colomer, Ramon Fontsere, George Sanz, Ariadna Gil.

Espanha, 1966. O solitário professor de inglês Antonio (Javier Camara) viaja de carro saindo de Madrid com destino a cidade litorânea de Almeria para tentar conhecer o cantor John Lennon, que estaria trabalhando como ator em um filme. 

No meio do caminho Antonio dá carona para duas pessoas aleatórias. A jovem Belen (Natalia de Molina) que está grávida e o adolescente Juanjo (Francesc Colomer) que brigou com o pai. É o início de uma viagem de descobertas. 

Este filme escrito e dirigido por David Trueba, irmão do também diretor Fernando Trueba, explora a história real da filmagem do longa “Como Eu Ganhei a Guerra” em Almeria, para criar uma trama de ficção com personagens que buscam um novo caminho na vida. 

O longa citado foi dirigido por Richard Lester e protagonizado por John Lennon, em uma época em que o músico pensava em se tornar ator também. 

Trueba cria um road movie passando pelo interior da Espanha, que era extremamente pobre nos anos sessenta e que ainda sofria com a ditadura do general Franco. 

As boas atuações do trio principal são o destaque, principalmente o personagem falador e otimista interpretado por Javier Camara.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Ninguém Sabe que Estou Aqui

 


Ninguém Sabe que Estou Aqui (Nadie Sabe Que Estoy Aqui, Chile, 2020) – Nota 7
Direção – Gaspar Antillo
Elenco – Jorge Garcia, Luis Gnecco, Millaray Lobos, Alejandro Goic, Gaston Pauls.

Memo (Jorge Garcia) é um sujeito calado e estranho que vive com o tio (Luis Gnecco) em uma fazenda de ovelhas numa ilha no litoral do Chile. Apesar de estar próximo de uma pequena cidade, Memo prefere a solidão do sítio. O que ninguém sabe é que Memo tem uma bela voz para cantar. Um determinado fato poderá mudar sua vida. 

Este sensível drama explora uma história triste através de uma narrativa que beira a fantasia em alguns momentos, principalmente nas sequências em que o protagonista imagina estar se apresentando para o público. 

O roteiro detalha aos poucos as situações que o levaram ao exílio na ilha, fazendo uma crítica ao mundo da música e na parte final também detonando os programas de tv. 

Destaque para melancólica interpretação de Jorge Garcia, ator conhecido por seu trabalho em “Lost” e que tem uma carreira quase toda voltada para séries de tv.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Garoto Prodígio

 


Garoto Prodígio (Boy Wonder, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Michael Morrissey
Elenco – Caleb Steinmeyer, Zulay Henao, Bill Sage, Daniel Stewart Sherman, Tracy Middendorf, James Russo, Chuck Cooper, John Sharian.

Quando criança, Sean (Caleb Steinmeyer) testemunhou sua mãe ser assassinada em um assalto. Anos depois, prestes a ir para a universidade, ele divide seu tempo entre o estudo e a caça a homens violentos que abusam de mulheres e crianças. As ações de Sean chamam a atenção da detetive Teresa (Zulay Henao), que passa a desconfiar do rapaz. 

Este curioso longa mistura atitudes de um vigilante ao estilo “Desejo de Matar” com um personagem que lembra o “Kick-Ass”, porém totalmente perturbado pelo trauma que carrega. 

As sequências de violência são competentes e a interpretação do atormentado Caleb Steinmeyer se casa perfeitamente com o personagem. 

O roteiro tem algumas situações forçadas, como as visitas do protagonista à delegacia, mas por outro lado, entrega um final corajoso.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Ava & O Ritmo da Vingança

 


Ava (Ava, EUA, 2020) – Nota 5,5
Direção – Tate Taylor
Elenco – Jessica Chastain, John Malkovich, Common, Colin Farrell, Geena Davis, Jess Weixler, Ioan Gruffudd, Diana Silvers, Joan Chen, Efka Kvaraciejus.

Ava (Jessica Chastain) é uma assassina profissional que se torna alvo de sua própria organização. Enquanto seu superior (John Malkovich) tenta protegê-la, o líder (Colin Farrell) deseja eliminá-la. Em paralelo, Ava volta para Boston com o objetivo de reencontrar sua família, de quem está afastada há muitos anos. 

O clichê da jovem perdida que é recrutada para trabalhar em uma organização de assassinos foi utilizado pela primeira vez em uma grande produção em 1990 por Luc Besson em “Nikita: Criada Para Matar”. 

O sucesso do tema gerou vários filmes similares, principalmente nos últimos anos com os produtores querendo aumentar o número de protagonistas femininas. Em algumas vezes dá certo, em outras resultam em filmes genéricos como este “Ava”. 

Pouca coisa se salva aqui, desde a trilha sonora que parece deslocada, passando pelo motivo estúpido para tentar eliminar a protagonista, pelas atuações caricatas, até as cenas de luta. 

Por mais que as sequências sejam agitadas, fica muito difícil acreditar em Jessica Chastain descendo a porrada em vários homens fortes ao mesmo tempo, diferente por exemplo da atuação de Charlize Theron em “Atômica”, em que as lutas eram muito mais interessantes. 

O resultado é decepcionante.

O Ritmo da Vingança (The Rhythm Section, Inglaterra / EUA / Espanha, 2020) – Nota 4,5
Direção – Reed Morano
Elenco – Blake Lively, Jude Law, Sterling K. Brown, Richard Brake, Max Casella.

Um jornalista (Richard Brake) marca um encontro com uma jovem prostituta (Blake Lively). No quarto, ele revela que seu objetivo é conseguir ajuda da garota, que na verdade se chama Stephanie. 

O jornalista diz que está investigando um acidente de avião que matou dezenas de pessoas, entre elas a família de Stephanie, e que na realidade teria sido um atentado. A garota decide então ajudar o sujeito, porém com o objetivo de buscar vingança. 

A atriz Blake Lively abraçou a onda de filmes de ação estrelados por mulheres e falhou feio. Com exceção da premissa ligada a uma espécie de conspiração, nada mais funciona. 

A transformação da prostituta em assassina treinada pelo personagem de Jude Law chega a se infantil. As sequências de luta e a atuação de Blake Lively são péssimas. Nem mesmo a perseguição de carros pelas ruas do Marrocos com a câmera dentro do automóvel convence. 

É um filme para passar longe.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Flugten

 


Flugten (Flugten, Dinamarca, 2009) – Nota 6,5
Direção – Kathrine Windfield
Elenco – Iben Hjele, Lars Mikkelsen, Faegh Zamani, Sonja Richter, Henrik Prip.

Rikke (Iben Hjele) é uma jornalista dinamarquesa que é sequestrada pelo Talibã no Afeganistão. Sua esperança de sobreviver surge quando o jovem Nazir (Faegh Zamani) a libera, com a condição de que ela jamais conte a verdade sobre a sua ajuda. Nazir diz que foi obrigado a participar do Talibã após seu pai ter sido assassinado. O fato levará a consequências inesperadas em suas vidas. 

O primeiro terço da história foca no cativeiro da jornalista, passando a impressão de que seria um filme de ação sobre fuga como cita o título original. O roteiro muda o contexto da história ao criar um drama diferente sobre ética no jornalismo, inveja entre profissionais e colocando em questão sobre até que ponto a verdade pode ser pior que a mentira em algumas situações. O roteito toca ainda sem grande aprofundamento na questão dos refugiados. 

A parte final entrega a solução do problema de uma forma um pouco fantasiosa, mas entendendo ser uma escolha para colocar emoção na trama. O resultado é aceitável e mediano.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Amostras Grátis

 


Amostras Grátis (Free Samples, EUA, 2012) – Nota 6,5
Direção – Jay Gammill
Elenco – Jess Weixler, Jesse Eisenberg, Halley Feiffer, Jason Ritter, Tippi Hedren, Matt Walsh, Keir O’Donnell.

Após uma noite de bebedeira, Jillian (Jess Weixler) é praticamente obrigada pela amiga Nancy (Halley Feiffer) a substituí-la no trailer que ela utiliza para oferecer amostras grátis de um novo tipo de sorvete. Cínica, ácida e sem paciência, Jillian discute com diversas figuras que passam pelo trailer durante o dia em busca do sorvete gratuito. 

O roteiro extremamente simples mostra como a forma que vemos mundo impacta em nossa vida. Nossas frustrações, dúvidas e experiências de vida influenciam em como enfrentamos e reagimos as atitudes das pessoas que convivemos ou que por algum motivo cruzam nosso caminho. 

Em meio a discussões bizarras, a protagonista tem a chance de abrir sua cabeça ao conversar com uma nova paquera (Jesse Eisenberg) que pensa diferente do normal e com uma solitária e veterana atriz (Tippi Hedren), que conta sua complexa história de vida, que em alguns pontos se confunde com sua vida real. Tippi Hedren tem como trabalhos mais famosos seus papéis em “Os Pássaros” e “Marnie – Confissões de uma Ladra”, filmes de Alfred Hitchcock, além de ser a mãe da também atriz Melanie Griffith.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

O Senhor das Moscas

 


O Senhor das Moscas (Lord of the Flies, EUA, 1990) – Nota 6,5
Direção – Harry Hook
Elenco – Balthazar Gethy, Chris Furrh, Danuel Pipoly, James Badge Dale.

Um grupo de crianças que são alunos de um colégio de militar sobrevive a um acidente aéreo, porém ficam isoladas em uma ilha. Com o piloto muito ferido, o garoto Ralph (Balthazar Getty) tenta liderar o grupo para construir abrigos e buscar água e comida. Não demora para outro garoto chamado Jack (Chris Furrh) iniciar uma revolta e criar uma divisão entre eles. 

Esta adaptação do famoso livro infanto-juvenil resulta em um filme simples e interessante, que cria um microcosmo do mundo dentro da ilha isolada. O roteiro explora as virtudes e os defeitos do ser humano. Vem à tona a luta pela sobrevivência, a solidariedade e a amizade, mas também o desejo de poder, a vingança e o ódio. Tudo isso demonstrado no comportamento das crianças. As atuações são razoáveis e as sequências de ação até criativas. 

Do elenco apenas duas crianças fizeram carreira adulta. Balthazar Getty e James Badge Dale estão na ativa, sendo que o segundo depois deste trabalho voltou a atuar apenas em 2002, quando já tinha mais de vinte anos de idade.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

O Pai das Invenções

 


O Pai das Invenções (Father of Invention, EUA, 2010) – Nota 6
Direção – Trent Cooper
Elenco – Kevin Spacey, Camilla Belle, Heather Graham, Johnny Knoxville, Craig Robinson, Virginia Madsen, Anna Schafer, John Stamos, Red West, Jack McGee.

Robert Axle (Kevin Spacey) é um empresário de sucesso especialista em criar produtos bizarros, como uma máquina fotográfica que lança um spray de pimenta. Uma destas invenções causa uma série de acidentes e Robert termina na cadeia. Libertado oito anos depois, ele tenta recomeçar a vida e se reconciliar com a filha (Camilla Belle). 

A premissa de explorar a vida de fabricante picareta de produtos estranhos é curiosa, mas as surpresas terminam por aí. O roteiro segue o estilo sessão da tarde de drama misturado com comédia, de forma leve e bastante rasa. Vale como passatempo e pelas interpretações de Kevin Spacey e Heather Graham.