quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

End of Sentence

 


End of Sentence (End of Sentence, Islândia / Irlanda, 2019) – Nota 7,5
Direção – Elfar Adalsteins
Elenco – John Hawkes, Logan Lerman, Sarah Bolger, Andrea Irvine, Olafur Darri Olafsson.

Após cumprir pena por roubo de carro, o jovem Sean (Logan Lerman) é libertado pouco tempo depois da morte de sua mãe, que era irlandesa. Mesmo tendo um péssimo relacionamento com o pai Frank (John Hawkes), Sean aceita acompanhá-lo em uma viagem para Irlanda com o objetivo de jogar as cinzas da mãe em um lago. É o início de uma jornada que pode unir ou afastar ainda mais pai e filho. 

O roteiro deste sensível longa explora a fórmula dos road movies, aqui começando por uma viagem de avião e passando por uma travessia de ferry boat até chegar no trajeto final de carro. 

A história mesmo aparentemente previsível insere a revelação de segredos sobre a vida da falecida que deixam claro que ninguém conhece outro completamente, mesmo vivendo juntos por anos. 

A química entre John Hawkes e Logan Lerman funciona, os dois tem ótimos diálogos e as inevitáveis discussões. Outro ponto positivo são as belas locações no interior da Irlanda, fator sempre importante neste tipo de filme. 

Eu gosto bastante do gênero e este longa me agradou. Ele cumpre o que promete.


quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Goldstone

 


Goldstone (Goldstone, Austrália, 2016) – Nota 6,5
Direção – Ivan Sen
Elenco – Aaron Pedersen, Alex Russell, Jacki Weaver, David Wenham, David Gulpilil.

No povoado de Goldstone no interior da Austrália, o policial Josh (Alex Russell) tenta não se envolver nas negociatas da prefeita (Jacki Weaver) com uma empresa que está explorando as terras que antes pertenciam aos aborígenes. 

Quando chega ao local o detetive Jay Swan (Aaron Pedersen) com a missão de investigar o desaparecimento de uma imigrante ilegal chinesa, ele é visto como uma ameaça para os negócios da corporação. 

Este longa policial australiano utiliza uma narrativa que lembra os antigos westerns em que um estranho tem que enfrentar inimigos poderosos. O roteiro explora também a questão do preconceito racial. O policial Jay é de origem aborígene, porém vive há anos na cidade grande. Para alguns aborígenes ele é um traidor e para os demais um mestiço, algo semelhante aos westerns em que o protagonista era de origem indígena. 

As locações no árido deserto australiano é um destaque, assim como o clímax, mas por outro lado, a narrativa irregular atrapalha um pouco.


terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Vulcão

 


Vulcão (Eldfjall, Islândia / Dinamarca, 2011) – Nota 7,5
Direção – Runar Runarsson
Elenco – Theodór Julíusson, Margrét Helga Johannsdottir, Porstein Bachmann, Elma Losa Gunnarsdottir.

Hannes (Theodór Julíusson) é um sujeito mal humorado que se aposenta após vinte e cinco anos trabalhando como zelador em um colégio. Ele não tem paciência alguma com a esposa (Margrét Helga Johannsdottir) e um péssimo relacionamento com o casal de filhos adultos. Quando ocorre um determinado fato, Hannes começa a ver a vida de outra forma e tenta corrigir seus erros com novas atitudes. 

Este melancólico drama filmado na Islândia tem como ponto principal a atuação do protagonista. O velho ranzinza esconde atrás de seu comportamento um sujeito sensível e triste, que aos poucos é revelado através de detalhes. 

A sequência em que vê fotos antigas no slide dá pistas sobre porque ele perdeu o gosto de viver, como a falta de perspectivas do dia a dia e a dificuldade em entender os filhos. 

O vulcão do título original se refere a ilha em que Hannes nasceu e que sofreu com uma erupção. Local para onde ele jamais voltou.


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Sem Palavras

 


Sem Palavras (Un Homme Pressé, França, 2018) – Nota 6,5
Direção – Hervé Mimran
Elenco – Fabrice Luchini, Leila Bekhti, Rebecca Mader, Igor Gotesman.

Alain Wapler (Fabrice Luchini) é o CEO de uma grande empresa automobilística que após sofrer um AVC tem como consequência problemas na fala. Trocando palavras e falando errado, Alain é obrigado a fazer uma tratamento com a fonoaudióloga Jeanne (Leila Bekhti). O problema de saúde termina por aproximar Alain de sua filha Julia (Rebecca Mader) e o faz repensar a vida. 

Baseado na vida de um CEO da empresa francesa Peugeot, este longa segue o estilo comum do gênero, em que um protagonista viciado em trabalho é obrigado a enfrentar uma vida comum, mudando o ritmo e suas prioridades. 

A história não tem surpresas quanto a isso, porém uma determinada situação no final por mais que seja interessante e provavelmente verdadeira é contada de modo apressado. A escolha de inserir algumas pitadas de comédia funciona somente em parte. O destaque fica para a boa atuação de Fabrice Luchini. 

O filme no geral é apenas razoável.

domingo, 27 de dezembro de 2020

Bombas! Filmes de Ação

 

Atração Explosiva (Fair Game, EUA, 1995) – Nota 5
Direção – Andrew Sipes
Elenco – William Baldwin, Cindy Crawford, Steven Berkoff, Christopher McDonald, Miguel Sandoval, Salma Hayek, John Bedford Lloyd, Olek Krupa, Jenette Goldstein, Marc Macaulay.

Um policial (William Baldwin) tem a missão de proteger a vida de uma advogada (Cindy Crawford) que trabalhava para a KGB e que se tornou uma ameaça para o grupo. Este longa foi uma tentativa de emplacar a modelo Cindy Crawford como atriz. Ela estava casada com Richard Gere, mas não conseguiu seguir a carreira do ex-marido. O filme é explosivo com várias sequências de ação, porém a história recheada de clichês e os desempenhos dela e do canastrão William Baldwin levaram o longa ao fracasso.

Ponto de Impacto (Hollow Point, EUA, 1996) – Nota 5,5
Direção – Sidney J. Furie
Elenco – Thomas Ian Griffith, Tia Carrere, John Lithgow, Donald Sutherland, Robert Ito.

Um criminoso (John Lithgow) ligado a uma quadrilha tenta criar uma organização unindo as máfias italiana, russa e chinesa. Um agente do DEA (Thomas Ian Griffith) e uma agente do FBI (Tia Carrere) investigam o caso. Este longa com boas sequências de ação e uma história repleta de clichês foi uma das tentativas frustradas de emplacar o canastrão Thomas Ian Griffith como astro de filmes de ação. Vale citar que o roteirista e diretor Sidney J. Furie continua na ativa com quase noventa noventa de idade e sessenta de carreira. Seu melhor trabalho é o drama de guerra “Os Rapazes da Companhia C”.

Alvo Executivo (Executive Target, EUA, 1997) – Nota 4
Direção – Joseph Merhi
Elenco – Michael Madsen, Keith David, Angie Everhart, Roy Scheider, Dayton Callie, Matthias Hues.

Um dublê (Michael Madsen) que foi preso é resgatado no trajeto para a cadeia por uma quadrilha que o obriga a participar como motorista no sequestro do presidente dos EUA (Roy Scheider). Os bandidos tem em seu poder a esposa do dublê. O elenco de nomes conhecidos, principalmente Michael Madsen e o falecido Roy Scheider pouco podem fazer neste longa com uma trama absurda, que tem como único ponto interessante as perseguições de automóveis.

Fuga Implacável (Plato’s Run, EUA, 1997) – Nota 5
Direção – James Becket
Elenco – Gary Busey, Roy Scheider, Steven Bauer, Jeff Speakman, Tiani Warden.

Plato (Gary Busey) é um ex-agente da marinha que precisando de dinheiro aceita participar do resgate de dois cubanos que desejam fugir de seu país. Ele se une a dois antigos companheiros (Steven Bauer e Jeff Speakman). A ação transforma Plato em alvo de um organização criminosa liderada por Senarkian (Roy Scheider). É um filme B com trama de resgate reciclada e várias sequências de ação explosivas mal filmadas protagonizadas por um trio de canastrões.

Dupla Traição (Man with a Gun, Canadá, 1995) – Nota 5,5
Direção – David Wyles
Elenco – Michael Madsen, Jennifer Tilly, Gary Busey, Robert Loggia, Bill Cobbs, Ian Tracey.

Um assassino (Michael Madsen) recebe de seu chefe (Gary Busey) a missão de matar a ex-esposa dele (Jennifer Tilly). O problema é que o assassino está tendo com a um caso com a mulher. Para tentar enganar o mafioso, a mulher diz ter uma irmã gêmea, que poderia ser assassinada em seu lugar. O roteiro explora o tema clichê da mulher fatal que utiliza sua sensualidade para manipular os homens. O destaque fica para a presença de Jennifer Tilly em dose dupla.

sábado, 26 de dezembro de 2020

Truth Seekers

 


Truth Seekers (Truth Seekers, Inglaterra / EUA, 2020)
Direção – Jim Field Smith
Elenco – Nick Frost, Malcolm McDowell, Samson Kayo, Susan Wokoma, Emma D’Arcy, Simon Pegg, Taj Atwal, Julian Barratt, Kelly Macdonald.

Gus Roberts (Nick Frost) trabalha como instalador de internet e tv a cabo, além de nas horas vagas investigar eventos sobrenaturais. Quando sua empresa contrata um novo parceiro para trabalhar com ele, o medroso Elton John (Samson Kayo), Gus percebe que a quantidade de fenômenos aumenta, principalmente depois de cruzarem o caminho de Astrid (Emma D’Arcy), que é perseguida por fantasmas. 

A premissa desta série estrelada por Nick Frost e com um participação menor de seu parceiro habitual Simon Pegg é bastante interessante para quem gosta de obras com temática sobrenatural e conspirações. O problema é que a expectativa é maior do que a qualidade. 

A série de apenas oito episódios de meia-hora cada tem coisas legais como as citações a filmes de terror e ficção, os prólogos criativos e o carisma de Frost, Pegg mesmo em pequeno papel e de um mal humorado Malcolm McDowell como o pai do protagonista. O que tira pontos é a falta de diálogos mais inspirados. São poucas piadas engraçadas e algumas situações bobinhas. 

Eu gostei como passatempo sem compromisso e pelos atores envolvidos, mas acredito que agradará poucas pessoas. A série deixa alguns ganchos para uma provável segunda temporada.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Nada Melhor que o Natal

 


Nada Melhor que o Natal (Nothing Like the Holydays, EUA, 2008) – Nota 7
Direção – Alfredo Rodriguez de Villa
Elenco – Alfred Molina, Elizabeth Peña, Freddy Rodriguez, John Leguizamo, Luis Guzman, Jay Hernandez, Debra Messing, Vanessa Ferlito, Melonie Diaz, Ramses Jimenez, Manny Perez.

Uma família de origem porto-riquenha se reencontra para passar o Natal na casa dos pais (Alfred Molina e Elizabeth Peña) em Chicago. Jesse (Freddy Rodriguez) é um soldado que volta do Afeganistão, Mauricio (John Leguizamo) e sua esposa Sarah (Debra Messing) são executivos, enquanto Roxanna (Vanessa Ferlito) vive em Los Angeles tentando emplacar a carreira de atriz. A reunião se transforma em um momento em que os problemas vem à tona e os integrantes da família precisam lidar com a realidade. 

O roteiro segue o estilo quase clássico da reuniões familiares embaladas por dramas, frustrações e pequenas alegrias. É um clichê que funciona aqui, muito pela química entre o elenco e os diálogos bem escritos, sem grandes exageros. A sequência da comemoração da “parranda” pelas ruas do bairro residencial é um ponto interessante ligado as tradições do povo de Porto Rico. 

É um simpático drama familiar natalino. 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Feliz Natal

 


Feliz Natal (Joyeux Noel, França / Alemanha / Inglaterra / Bélgica / Romênia / Noruega / Japão / EUA, 2005) – Nota 7,5
Direção – Christian Carion
Elenco – Dianne Kruger, Benno Furmann, Guillaume Canet, Daniel Bruhl, Gary Lewis, Dany Boon, Lucas Belvaux, Alex Ferns.

Primeira Guerra Mundial, véspera de Natal de 1914. Tropas francesas e escocesas tentam brecar o avanço alemão na fronteira com a França. A atitude de um soldado alemão (Benno Furmann) leva a um acordo para cessar fogo no período, resultando em uma inusitada confraternização. 

O roteiro escrito pelo diretor Christian Carion é inspirado em relatos sobre uma trégua de uma noite que teria ocorrido em várias frentes de batalha durante a Primeira Guerra. Carion utilizou esta premissa para criar um filme de temática humanista, quase uma fábula sobre solidariedade. 

A confraternização filmada de modo emocionante e também doloroso, serve para mostrar aos soldados que o inimigo é muito parecido com ele e também para questionar o porquê de toda aquela matança que seguiria até 1918. 

É um filme de Natal bem diferente.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Provocação

 


Provocação (The Door in the Floor, EUA, 2004) – Nota 6,5
Direção – Tod Williams
Elenco – Jeff Bridges, Kim Basinger, Jon Foster, Elle Fanning, Mimi Rogers, Bijou Phillips, Larry Pine, John Rothman.

O adolescente Eddie (Jon Foster) pretende se tornar escritor. Seu pai que é professor consegue que Eddie passe as férias de verão na casa do escritor de histórias infantis Ted Cole (Jeff Bridges), que vive na região litorânea dos Hamptons. 

Ao chegar no local, Eddie encontra um sujeito excêntrico e problemático, que vive um casamento em crise com Marion (Kim Basinger), que por seu lado não consegue se relacionar direito com a filha pequena Ruth (Elle Fanning). 

Este drama baseado em um livro explora uma história de perdas, frustrações e descobertas. O casal que carrega uma trauma enfrenta um presente sombrio, enquanto o jovem Eddie descobre o sexo e as dificuldades do mundo dos adultos. 

O destaque do elenco fica para Jeff Bridges como o complexo protagonista. Kim Basinger também tem entrega uma boa atuação, com direito a cenas de sexo. 

Mesmo sendo uma história interessante para quem gosta de drama, a narrativa é fria e irregular.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Crimes de Família

 


Crimes de Família (Crimenes de Familia, Argentina, 2020) – Nota 6,5
Direção – Sebastian Schindel
Elenco – Cecilia Roth, Miguel Angel Solá, Sofia Gala Castiglione, Benjamin Amadeo, Yanina Ávila, Paola Barrientos, Marcelo Subiotto, Diego Cremonesi.

Alicia (Cecilica Roth) e Ignacio (Miguel Angel Solá) são um casal de classe média alta que sofre pelos erros do filho Daniel (Benjamin Amadeo), que foi preso acusado de agredir e violentar a ex-esposa. 

Enquanto Ignacio se mostra cansado dos problemas do filho, Alicia ainda tenta acreditar cegamente em Daniel. Tudo fica ainda mais complicado quando ocorre outro crime envolvendo a empregada do casal, a calada Gladys (Yanina Ávila). 

Este drama argentino explora o desmantelamento de uma família que se vê envolvida em dois crimes. O sofrimento pelo afastamento dos amigos e o dinheiro gasto para tentar salvar o filho da cadeia são alguns dos pontos que atingem diretamente o mundo do casal. 

Por outro lado, o roteiro tenta guardar um segredo que é revelado próximo ao final, mas que o cinéfilo acostumado ao gênero vai descobrir bem antes. 

O roteiro também peca um pouco pela rapidez da passagem do tempo na meia-hora final, deixando a história corrida e com a impressão de que faltou um melhor desenvolvimento. 

O resultado é um filme apenas mediano.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O Último Retrato

 


O Último Retrato (Final Portrait, Inglaterra, 2017) – Nota 6,5
Direção – Stanley Tucci
Elenco – Geoffrey Rush, Armie Hammer, Tony Shalhoub, Sylvie Testud, Clémence Poésy, James Faulkner.

Paris, 1964. O escritor americano James Lord (Armie Hammer) chega na cidade para encontrar seu amigo, o pintor e escultor Alberto Giacometti (Geoffrey Rush). O que seria uma rápida estadia, se transforma em vários dias após James aceitar posar para um retrato. 

A insegurança de Giacomett, junto com a busca pela perfeição e as distrações como seu casamento complicado com Annette (Sylvie Testud) e o relacionamento com uma prostituta (Clémence Poésy) parecem ser obstáculos intransponíveis para a finalização da obra. 

Baseado em uma história real, este longa tem como ponto principal o processo de criação de uma obra em que o artista envolve todos os seus sentimentos e também os problemas, até chegar ao que seria o ideal, mesmo que ele próprio não acredite jamais que sua obra esteja perfeita. 

A atuação de Geofrrey Rush é o destaque. Ele cria um personagem inteligente, talentoso e cheio de manias, entre elas a de fazer o que bem entende da vida. 

O ritmo irregular e o interminável processo do retrato podem cansar um pouco. É um filme que vale como curiosidade para quem gosta de artes e personagens excêntricos.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Rainhas do Crime

 


Rainhas do Crime (The Kitchen, EUA / Canadá, 2019) – Nota 5
Direção – Andrea Berloff
Elenco – Melissa McCarthy, Tiffany Haddish, Elisabeth Moss, Domhnall Gleeson, James Badge Dale, Brian D’Arcy James, Jeremy Bobb, Margo Martindale, Bill Camp, Common, E.J. Bonilla, Wayne Duvall.

Hell’s Kitchen, Nova York, anos setenta. Após um roubo fracassado, três bandidos da máfia irlandesa são condenados. Suas esposas se mostram insatisfeitas ao receber uma ninharia do chefe do grupo como compensação pelos maridos ficarem quietos. 

Para conseguir mais dinheiro, Kathy (Melissa McCarthy), Ruby (Tiffany Haddish) e Clair (Elisabeth Moss) decidem começar um negócio de proteção aos comerciantes locais, desagradando o chefe de seus maridos. Aos poucos elas conseguem lucrar, mas também criar inimigos. 

Apenas a trilha sonora e a reconstituição de época funcionam neste filme equivocado que tem um roteiro ruim e uma trama que não convence. A ideia de transformar as mulheres dos bandidos em criminosas funcionou em parte no recente “As Viúvas”, mesmo tendo alguns exageros. 

Aqui esta escolha passa longe de funcionar, em momento algum dá para acreditar no que as personagens estão fazendo, mesmo com a entrada em cena do assassino vivido por Domhnall Gleeson, que se torna o braço armado do grupo. 

Conforme a trama avança, tudo piora. As negociações, as traições e o lamentável final onde as coisas se se resolvem em um diálogo constrangedor fecham o longa da pior maneira possível.


sábado, 19 de dezembro de 2020

Confusões em Família & Duas Famílias e um Segredo

 


Confusões em Família (City Island, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Raymond De Felitta
Elenco – Andy Garcia, Julianna Margulies, Steven Strait, Emily Mortimer, Ezra Miller, Domink Garcia, Alan Arkin, Carrie Baker Reynolds, Hope Glendon Ross.

Vince Rizzo (Andy Garcia) é um guarda prisional que vive com a esposa Joyce (Julianna Margulies) e o filho adolescente Vince Jr. (Ezra Miller) em City Island, Brooklyn. Ele tem ainda a filha Vivian (Dominik Garcia) que cursa universidade e mora em Nova York. 

Num certo dia, Vince descobre que um rapaz que está preso (Steven Strait) também é seu filho, fruto de uma relação de quando ele era solteiro. Vince abandonou a mãe do rapaz quando ela ainda estava grávida. Para tentar reparar a situação, ele faz uma escolha incomum para se aproximar do rapaz, dando início a uma série de desencontros. 

O título nacional passa a impressão de ser uma comédia rasgada, quando na verdade o filme segue a linha de um misto de comédia de costumes e drama familiar. São pequenas mentiras e segredos que levam a conflitos familiares que são potencializadas pelos diálogos cheios de frustração. Tudo isso ganha pontos pelos personagens que ao mesmo tempo são pessoas comuns, mas que guardam segredos no mínimo excêntricos. 

É um filme que entrega mais do que promete.

Duas Famílias e um Segredo (You Can Choose Your Family, EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Miranda Bailey
Elenco – Jim Gaffigan, Logan Miller, Anna Gunn, Samantha Mathis, Alex Karpovsky, Daniel Rashid, Isabelle Phillips, Emerson Tate Alexander, Gage Banister.

Em suas últimas férias de escola antes de ir para a universidade, Philip (Logan Miller) descobre que seu pai Frank (Jim Gaffigan) tem outra família. Como o relacionamento dos dois era complicado, Philip decide se aproximar da segunda família do pai para entender a situação, a princípio sem contar a verdade para os envolvidos, deixando apenas Frank preocupado em ser desmascarado. 

Este longa explora o estilo da comédia de erros em que uma mentira puxa outra até que várias situações inusitadas levam a um inevitável conflito. A forma como o pai adúltero tenta manter a mentira é criativa em alguns momentos e exagerada em outras, principalmente na parte final quando a história se torna insustentável. 

O resultado é basicamente um misto de comédia e drama ao estilo sessão da tarde.


sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Showbiz Kids

 


Showbiz Kids (Showbiz Kids, EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – Alex Winter
Documentário – Evan Rachel Wood, Milla Jovovich, Henry Thomas, Will Wheaton, Mara Wilson, Cameron Boyce, Jada Pinkett Smith, Todd Bridges, Baby Peggy.

Dirigido pelo ator Alex Winter, este documentário foca em depoimentos de atores e atrizes que foram astros infantis e que contam os problemas que enfrentaram, além da dificuldade de transição para a carreira adulta. 

Os depoimentos não tem surpresas, são descritas situações que os cinéfilos já conhecem, como problemas familiares por causa de dinheiro, pressão para o sucesso, falta de entendimento de como funciona uma carreira para as então crianças e por fim, de uma forma bastante rasa, apenas pequenos detalhes sobres temas mais sérios como abusos e drogas. 

O documentário acaba sendo uma espécie de terapia para cada um dos entrevistados contar detalhes pessoais sobre como ser um astro infantil impactou em suas vidas. 

Como curiosidade triste, o jovem Cameron Boyce que deu um longo depoimento aqui, faleceu antes do documentário ser lançado.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

O Último Rei

 


O Último Rei (Birkebeinerne, Noruega / Dinamarca / Suécia / Irlanda / Hungria, 2016) – Nota 6
Direção – Nils Gaup
Elenco – Jakob Oftebro, Kristofer Hivju, Torkel Dommersnes Soldal, Ane Ulimoen Overli, Nikolaj Lie Kaas, Pal Sverre Hagen, Asmund Brede Eike, Fridtjov Saheim.

Noruega, 1206. Um dos sobrinhos do rei (Pal Sverre Hagen) utiliza sua amante para assassinar seu tio envenenado. Para usurpar o trono, ele acusa seu irmão e envia soldados para matar um filho ilegítimo do rei que vive com a mãe e que seria o sucessor natural. Dois guardas leais ao rei (Jakob Oftebro e Kristofer Hivju) tentam manter a criança e a mãe vivos, para chegarem até o castelo e desmascarar o traidor. 

A trama explora os clichês do filmes medievais em que um usurpador tenta tomar o poder, colocando como obstáculo um pequeno grupo de soldados honestos. É curioso que várias sequências de ação são perseguições de esqui na neve, algo não muito comum em filmes do gênero. 

A história não tem surpresas e o desenvolvimento dos personagens é raso. O ritmo ágil e as cenas de ação seguram o espectador, mas mesmo assim o resultado é apenas mediano.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Possessão

 


Possessão (Possession, França / Alemanha Ocidental, 1981) – Nota 6
Direção – Andrzej Zulawski
Elenco – Isabelle Adjani, Sam Neill, Margit Carstensen, Heinz Bennent.

Mark (Sam Neill) pede demissão de seu emprego em que parece prestar algum tipo de serviço sujo para um grupo de executivos. O objetivo de Mark é salvar seu casamento com Anna (Isabelle Adjani), porém no mesmo dia descobre que sua esposa tem um amante. 

O rompimento desencadeia uma série de crises pessoais e psicológicas nos dois personagens, chegando até um bizarro relacionamento da mulher com uma figura incomum. 

O diretor polonês Andrzej Zulawski explora uma história que lembra os primeiros filmes de David Cronenberg, por sinal produzidos na mesma época deste. São histórias que misturam loucura e ficção, onde o inexplicável é uma parte importante. 

Algumas sequências são marcantes e estranhas, como os surtos dos personagens em momentos diferentes. Ele em um quarto de hotel e ela na estação do metrô. A bizarra sequência de sexo também é outro momento absurdo. 

É um filme que desperta as mais diversas teorias sobre relacionamentos e tabus da sociedades, mas que no fundo é uma viagem em meio a personagens perturbados.


terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Você Não Estava Aqui

 


Você Não Estava Aqui (Sorry We Missed You, Inglaterra / França / Bélgica, 2019) – Nota 7,5
Direção – Ken Loach
Elenco – Kris Hitchen, Debbie Honeywood, Rhys Stone, Katie Proctor, Ross Brewster.

Ricky (Kris Hitchen) está desempregado e cheio de dívidas. Sua esposa Abbie (Debbie Honeywood) trabalha como cuidadora de idosos visitando várias casas durante o dia. O casal tem um filho adolescente (Rhys Stone) e uma garotinha (Katie Proctor). 

Pensando em uma vida melhor, Ricky aceita a proposta de trabalhar como entregador. Ele financia a compra de uma van. É o início de uma série de problemas que o casal terá de enfrentar. 

O diretor inglês Ken Loach é especialista em filmes críticos à sociedade. Suas obras vão além da questão política, o foco é mostrar como a vida de pessoas comuns é difícil, no seu caso tendo sempre o Reino Unido como cenário. 

A saga da família neste longa é sobre como as relações são complicadas, seja entre patrão e empregado, vendedor e cliente, pais e filhos e casais. 

A luta pela sobrevivência endurece as pessoas e faz ignorar o sofrimento alheio. Esta triste visão de mundo infelizmente é muito mais comum do que imaginamos. 

O resultado é uma obra triste e bastante realista.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Os que Sabem Morrer & O Inferno é para os Heróis

 


Os que Sabem Morrer (Men in War, EUA, 1957) – Nota 7
Direção – Anthony Mann
Elenco – Robert Ryan, Aldo Ray, Robert Keith, Vic Morrow, Phillip Pine, Nehemiah Persoff, James Edwards, L.Q. Jones.

Durante a Guerra da Coreia, um pelotão liderado pelo tenente Benson (Robert Ryan) está perdido atrás das linhas inimigas. Na longa caminhada para alcançar o batalhão americano, Benson e seus comandados se unem ao sargento Montana (Aldo Ray), que tenta salvar a vida de um coronel (Robert Keith) que está em estado de choque. O grupo terá de enfrentar os inimigos pelo caminho. 

Mesmo tendo navegado por outros gêneros, o grande foco da carreira do diretor Anthony Mann foram os westerns. Neste trabalho, Mann utiliza um cenário muito semelhante ao de um western, em que o grupo de soldados enfrenta os combatentes coreanos que conhecem a região. 

As sequências de ação com tiroteios e algumas explosões são competentes levando em conta a época em que o filme foi produzido. 

É interessante citar também que o roteiro explora a questão psicológica. Temos o coronel catatônico, os soldados com medo e outros desesperados, mostrando o lado humano dos traumas de guerra. 

Como informação, dois atores deste filme ainda estão vivos. Nehemiah Persoff tem cento e um anos e L.Q. Jones noventa e três.

Vale a sessão para quem curte filmes antigos de guerra.

O Inferno é para os Heróis (Hell Is for Heroes, EUA, 1962) – Nota 7
Direção – Don Siegel
Elenco – Steve McQueen, Bobby Darin, Fess Parker, Harry Guardino, James Coburn, Bob Newhart, Nick Adams, L.Q. Jones.

França, 1944, Segunda Guerra Mundial. Um reduzido grupo de soldados americanos que pensava que voltaria para casa, é enviado para o front com a missão de enfrentar o avanço das tropas alemães. 

Este competente longa de guerra de baixo orçamento foi dirigido por Don Siegel antes dele ficar famoso com sua parceria com Clint Eastwood. 

A primeira hora foca em pequenos conflitos e principalmente no relacionamento entre os soldados, até explodir a violência no confronto da meia hora final. 

Além das boas sequências de ação, vale destacar o elenco, com os futuros astros Steve McQueen e James Coburn, o cantor Bobby Darin, o comediante Bob Newhart e o eterno protagonista da série “Daniel Boone” Fess Parker.

domingo, 13 de dezembro de 2020

O Despertar

 


O Despertar (The Awakening, Inglaterra, 2011) – Nota 7
Direção – Nick Murphy
Elenco – Rebecca Hall, Dominic Weston, Imelda Staunton, Isaac Hempstead Wright, Shaun Dooley, Joseph Mawle, John Shrapnel.

Londres, 1921. Florence Cathcart (Rebecca Hall) é uma escritora especializada em desmascarar falsos eventos sobrenaturais. Ela também é viúva de um soldado que morreu durante a Primeira Guerra Mundial.

Florence é procurada por Robert Mallory (Dominic West), que é administrador de um colégio interno, para investigar a possível aparição do fantasma de um garoto que teria sido assassinado no local anos atrás e que causou a morte de uma segunda criança, assustando os demais alunos. Mesmo em dúvida, Florence aceita a missão, sem saber como isso afetará sua própria vida. 

Este suspense sobrenatural explora os clichês do gênero de uma forma competente, através de um clima de tensão que vai afetando os personagens e escondendo a habitual surpresa que é revelada no final. O enorme colégio de estilo vitoriano é perfeito para o clima de medo que se instala no local. 

Destaque também para o elenco, com os atormentados personagens de Rebecca Hall e Dominic West, além da enigmática inspetora de alunos e governanta vivida por Imelda Staunton. 

É um bom filme para quem curte o gênero.


sábado, 12 de dezembro de 2020

Estado de União

 


Estado de União (State of the Union, Inglaterra, 2019) – Nota 7,5
Direção – Stephen Frears
Elenco – Chris O’Dowd, Rosamund Pike.

Depois de quinze anos de casamento, Tom (Chris O’Dowd) e Louise (Rosamund Pike) vivem uma crise por causa de uma traição dela. Tentando preservar o relacionamento, eles decidem fazer sessões de terapia de casal. 

Esta série com dez episódios de apenas dez minutos cada se passa totalmente em uma cafeteria que fica ao lado do consultório da psicanalista. 

O série explora os dez minutos antes de cada sessão, quando o casal faz uma espécie de prévia conversando sobre sobre os problemas que os afligem, as frustrações e o sentimento que ainda existe mesmo após a traição. 

Por mais que na vida real uma situação semelhante fosse insustentável, a série consegue passar que existe esperança através dos ótimos diálogos escritos por Nick Hornby, autor inglês de livros que viraram filmes como “Febre de Bola”, “Um Grande Garoto” e o ótimo “Alta Fidelidade” que foi dirigido pelo mesmo Stephen Frears desta série. 

Outro ponto positivo da série é a química entre Chris O’Dowd e Rosamund Pike, que interpretam personagens reais, com virtudes e defeitos. 

O excesso de diálogos pode não agradar quem curte algo mais agitado. Para quem gosta do estilo, a série é uma boa opção, além de ser um exemplo de como são complicados os relacionamentos.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Quem Você Pensa que Sou

 


Quem Você Pensa que Sou (Celle que Vous Croyez, França / Bélgica, 2019) – Nota 6,5
Direção – Safy Nebbou
Elenco – Juliette Binoche, Nicole Garcia, François Civil, Guillaume Gouix, Charles Berling.

Claire (Juliette Binoche) é uma mulher na casa dos cinquenta anos que foi descartada pelo marido que a trocou por uma jovem. Após ser novamente abandonada, desta vez por um amante mais jovem (Guillaume Gouix), Claire decide criar um perfil falso no Facebook como sendo uma mulher de vinte e poucos anos para espionar o sujeito. 

Com seu perfil falso, ela termina por criar um relacionamento virtual com o fotógrafo Alex (François Civil), que é amigo do ex-amante. Em uma narrativa paralela, Claire conta os detalhes de sua vida e de sua aventura virtual em sessões de terapia para a psicanalista Catherine (Nicole Garcia). 

Baseado em um livro, este longa explora a angústia que muitas mulheres enfrentam ao chegar na meia-idade e serem trocadas por outra mais jovem. A dificuldade em aceitar que está envelhecendo leva a procurar um novo relacionamento através de atitudes e escolhas que geralmente terminam em frustração. 

O roteiro explora também a questão atual da paixão virtual, em que pessoas que não se conhecem criam uma forte ligação que pode não ser confirmada na vida real. Mesmo sendo um tema interessante, o filme peca pelo ritmo irregular. 

A sessão vale pela boa interpretação da bela Juliette Binoche.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

1864

 


1864 (1864, Dinamarca / Noruega / Suécia / Alemanha, 2014) – Nota 10
Direção – Ole Bornedal
Elenco – Pilou Asbaek, Jens Saetter Larssen, Jakob Oftebro, Marie Tourell Soderberg, Soren Malling, Sarah Sofie Boussnina, Bent Mejding, Johannes Lassen, Nicolas Bro, Soren Pilmark, Eva Josefikova, Sidse Babett Knudsen, Esben Dalgaard Andersen, Rainer Bock, James Fox, Barnaby Metschurat.

Dinamarca, dias atuais. A jovem rebelde Claudia (Sarah Sofie Boussnina) consegue um emprego para cuidar durante o dia do idoso Severin (Bent Mejding), que mora em uma enorme casa antiga numa região rural. O desprezo da jovem pelo idoso começa a mudar quando ela descobre um velho diário escrito pela avó do solitário Severin. Ao ler a história, Claudia passa a entender o sofrimento do novo amigo. 

Em paralelo, a trama volta para 1864, quando no mesmo local viviam os irmãos camponeses Peter (Jens Saetter Larssen) e Laust (Jakob Oftebro), que eram apaixonados pela jovem Inge (Marie Tourell Soderberg). O diário descreve como tudo mudou quando explodiu a guerra entre Dinamarca e Alemanha. 

Esta sensacional minissérie em oito episódios utiliza a história real da Guerra dos Ducados para criar uma trama de ficção que lembra os grandes clássicos de guerra do cinema. É uma verdadeira saga de vários personagens durante esta guerra, enfrentando todo tipo de obstáculo e violência. 

Além do personagens citados, o roteiro dá espaço para o desenvolvimento de vários outros que são extremamente importantes na história. O canalha e covarde filho do barão vivido por Pilou Asbaek, o sinistro pastor e político interpretado por Nicolas Bro que incita o rei da Dinamarca a declarar guerra, o veterano soldado que parece uma espécie de anjo da guarda dos colegas criado por Soren Malling e o destemido capitão Dinesen de Johannes Lassen, este último um personagem real que seria o pai da famosa escritora Karen Blixen, autora da obra que deu origem ao longa ganhador do Oscar “Entre Dois Amores”. 

As várias sequências dramáticas e de batalhas são sensacionais, com destaque para os dois últimos episódios que beiram a perfeição. É uma minissérie que merece ser descoberta.  


quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Calibre & Os Fora da Lei

 

Calibre (Calibre, Inglaterra, 2018) – Nota 7,5
Direção – Matthew Palmer 
Elenco – Jack Lowden, Martin McCann, Tony Curran, Ian Pirie, Kate Bracken, Theresa Bradley. 

Mesmo prestes a ser pai, Vaughn (Jack Lowden) aceita o convite do amigo Marcus (Martin McCann) para caçar durante um final de semana em uma região isolada em torno de uma pequena vila. Um acidente durante a caçada dá início a uma série de mentiras que coloca em risco a vida dos amigos. 

O roteiro escrito pelo diretor Matthew Palmer explora o tema habitual dos forasteiros que são vistos com desconfiança pelos moradores locais, que geralmente são pessoas frustradas e raivosas com a falta de perspectiva de uma vida melhor. 

Esta premissa previsível é desenvolvida de uma forma competente, criando uma crescente tensão. As sequências de suspense e violência na floresta são destaque, assim como o terrível clímax na fazenda. O filme chega a ser angustiante em algumas sequências.

Os Fora da Lei (Outlaw, Inglaterra, 2007) – Nota 5 
Direção – Nick Love 
Elenco – Sean Bean, Danny Dyer, Lennie James, Sean Harris, Rupert Friend, Bob Hoskins. 

O veterano militar Danny Bryant (Sean Bean) volta para casa após lutar no Afeganistão. Abandonado pela esposa e revoltado com a forma como o governo ignora a violência que as pessoas comuns enfrentam no dia a dia, Danny aceita a proposta de um estranho agente de segurança (Sean Harris) em criar um grupo de vigilantes formado por pessoas comuns que foram de vítimas de violência. Um burocrata (Danny Dyer), um advogado (Lennie James) e um jovem que fora espancado (Rupert Friend) se unem em busca de vingança. 

A premissa da vingança pelas próprias mãos já foi explorada diversas pelo cinema, sendo um tema com potencial interessante. Este longa apresenta um início razoável enquanto vemos o sofrimento individual dos personagens. Quando o grupo começa a agir, o filme por água abaixo. As sequências de violência são mal filmadas, com cortes horrorosos e até erros de continuidade em situações que se atropelam sem muito sentido. É um filme para passar longe. 


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

An American Pickle

 


An American Pickle (An American Pickle, EUA, 2020) – Nota 5,5
Direção – Brandon Tost
Elenco – Seth Rogen, Sarah Snook, Molly Evensen, Eliot Glazer, Kalen Allen, Kevin O’Rourke, Sean Whalen.

Em 1919, Herschel Greenbaum (Seth Rogen) e sua esposa Sarah (Sarah Snook) viajam de um país fictício no leste europeu para viver nos Estados Unidos. Um acidente bizarro prende Heschel em um gigante tonel de pickles em conserva. 

Cem anos depois, o tonel é aberto e Herschel está vivo, sem ter envelhecido. Seu único parente vivo é o bisneto Ben (Seth Rogen também), um nerd solitário. A enorme diferencia de personalidade e de pensamentos se torna um obstáculo para a convivência dos dois. 

A premissa de transportar o personagem para cem anos a frente do seu tempo é bastante interessante, principalmente na questão do choque cultural referente as enormes mudanças que ocorrem em um longo período como este. 

A ideia de explorar este tema em uma comédia também poderia ser uma grande sacada, desde que as piadas fossem criativas e a história melhor desenvolvida. 

O problema é que tudo o que ocorre nos dias atuais é extremamente corrido na narrativa, as situações se atropelam e pouca coisa realmente faz rir. A tentativa de criticar o ódio nas redes sociais e o politicamente correto é outro ponto bastante raso. 

Fica como destaque a atuação dupla de Seth Rogen, interpretando personagens que fogem um pouco do seu habitual. Infelizmente é uma boa premissa que foi desperdiçada.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Seules les Bêtes

 


Seules les Bêtes (Seules les Bêtes, França / Alemanha, 2019) – Nota 7
Direção – Dominik Moll
Elenco – Denis Ménochet, Laure Calamy, Damien Bonnard, Valeria Bruni Tedeschi, Nadia Tereszkiewicz, Bastien Bouillon, Guy Roger 'Bibisse' N'Drin.

Em uma pequena cidade no interior da França, uma mulher (Valeria Bruni Tedeschi) desaparece. O fato afeta a vida de um casal em crise (Denis Ménochet e Laure Calamy), um estranho fazendeiro (Damien Bonnard), uma garçonete (Nadia Tereszkiewicz) e por mais bizarro que pareça, um jovem que vive na Costa do Marfim (Guy Roger 'Bibisse' N'Drin). 

O roteiro explora o formato de contar a mesma história através de vários pontos de vistas, com as partes se encaixando aos poucos. O diferencial aqui está na participação do jovem na Costa Marfim, que afeta toda a situação dos personagens na França. 

A parte final é um pouco exagerada, mesmo entendendo a motivação de um dos personagens. Considero o filme uma boa surpresa, com um trama criativa que prende a atenção.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Falcão Negro em Perigo

 


Falcão Negro em Perigo (Black Hawk Down, EUA / Inglaterra, 2001) – Nota 8,5
Direção – Ridley Scott
Elenco – Josh Hartnett, Ewan McGregor, Tom Sizemore, Eric Bana, William Fichtner, Sam Shepard, Jason Isaacs, Ewen Bremner, Gabriel Casseus, Kim Coates, Ron Eldard, Zeljko Ivanek, Jeremy Piven, Brendan Sexton III, Richard Tyson, Johnny Strong, Glenn Morshower, Orland Bloom, Ioan Gruffudd, Tom Guiry.

Em outubro de 1993, o exército americano tentava intervir na derrubada de uma ditadura na Somália e no envio de alimentos para a população faminta em meio a uma guerra civil. 

Uma ação na capital do país Mogadíscio resulta na queda de dois helicópteros (os Black Hawks do título original). No solo, os soldados americanos não esperavam enfrentar armamentos tão pesados e nem a grande quantidade de rebeldes. Este foi o início de uma violenta batalha que durou várias horas. 

Este ótimo longa de ação dirigido por Ridley Scott é baseado em uma história real. O diretor consegue criar sequências de ação sensacionais e quase ininterruptas, sendo difícil até identificar os atores pela rapidez das cenas e os uniformes cheio de parafernálias. A fotografia em tons verdes ajuda a aumentar o impacto destas sequências. 

Para quem gosta de ação, este é um longa obrigatório.


sábado, 5 de dezembro de 2020

The Undoing

 


The Undoing (The Undoing, EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – Susanne Bier
Elenco – Nicole Kidman, Hugh Grant, Noah Jupe, Donald Sutherland, Edgar Ramirez, Lily Rabe, Noma Dumezweni, Matilda de Angelis, Ismael Cruz Cordova, Michael Devine, Sofie Grabol.

Em Nova York, Jonathan Fraser (Hugh Grant) é um famoso médico especializado em tratar crianças com câncer. Sua esposa Grace (Nicole Kidman) é uma psicanalista de família rica. Eles tem o filho adolescente Henry (Noah Jupe). 

A aparente vida perfeita da família vira de ponta de cabeça quando uma mulher casada (Matilda de Angelis) é brutalmente assassinada e a polícia descobre que ela e Jonathan eram amantes. Tudo fica ainda pior quando Jonathan desaparece. 

Este minissérie em seis capítulos escrita pelo veterano roteirista David E. Kelley, criador de sucessos como “Chicago Hope” e “Ally McBeal”, tem uma intrigante premissa envolvendo segredos familiares a traições. 

Infelizmente a trama vai perdendo força com o passar dos episódios, muito pela falta de emoção, inclusive nas sequências do tribunal e pelo próprio desenvolvimento da história que parece rodar muito sem sair do lugar. 

Algumas atuações também deixam a desejar. Nicole Kidman tem a mesma expressão de vazio durante toda a série, enquanto outros personagens que a princípio pareciam interessantes, se tornam decorativos, como o detetive vivido por Edgar Ramirez e a amiga da protagonista interpretada por Lily Rabe. O estilo canastrão de Hugh Grant acaba funcionando para seu personagem cheio de contradições, sendo o melhor do elenco. 

O final da minissérie também é fraco, semelhante a um suspense genérico.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Como Roubar um Milhão de Dólares & A Grande Ameaça

 


Como Roubar um Milhão de Dólares (How to Steal a Million, EUA, 1966) – Nota 6,5
Direção – William Wyler
Elenco – Audrey Hepburn, Peter O’Toole, Eli Wallach, Hugh Griffith, Charles Boyer.

Em Paris, Charles Bonnet (Hugh Griffith) é conhecido como colecionador de obras de arte, mas na realidade é um falsificador de quadros famosos. Mesmo pressionado por sua filha Nicole (Audrey Hepburn) para abandonar a “profissão”, Charles decide colocar a mostra em um museu uma escultura falsificada, acreditando que ninguém irá descobrir. 

Os problemas começam quando um investigador de falsificações (Peter O’Toole) entra em cena, além de um milionário americano (Eli Wallach) que deseja comprar alguma obra exclusiva. 

Dirigido pelo grande William Wyler, este longa segue o estilo clássico dos grandes golpes, porém voltado muito mais para a sofisticação do que para ação ou suspense. A trama não tem surpresas, mesmo com algumas reviravoltas. 

É um filme que agrada o público que gosta de longas antigos inofensivos. Talvez eu por ter visto muitos filmes neste estilo, considero a obra entediante em alguns momentos.

A Grande Ameaça (The Chairman, Inglaterra / EUA, 1969) – Nota 5,5
Direção – J. Lee Thompson
Elenco – Gregory Peck, Arthur Hill, Anne Heywood, Conrad Yama, Ric Young, Burt Kwok.

Em meio a chamada “Revolução Cultural Chinesa”, americanos e russos suspeitam que uma cientista chinês possa ter criado uma enzima que faria todo tipo de produto agrícola ser cultivado em qualquer clima. 

Para descobrir a verdade e quem sabe roubar a fórmula, a CIA envia para China como espião o professor John Hathaway (Gregory Peck), que utilizará sua amizade com o cientista chinês para entrar naquele país. 

Filmes de espionagem foi um gênero comum anos anos sessenta, muito pelo sucesso de 007 e também por ser o auge da chamada Guerra Fria. O roteiro deste longa que é baseado em um livro de ficção vira o foco do inimigo para a China, então comandada pelo tirano Mao Tsé Tung. 

A premissa até um pouco fantasiosa para época é interessante, o problema é que narrativa arrastada e a falta de ação resultam em um filme cansativo e envelhecido. Nem mesmo a presença do astro Gregory Peck consegue salvar o longa.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

The Wave - Onda Sem Fim

 


The Wave – Onda Sem Fim (The Wave, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Gille Klabin
Elenco – Justin Long, Donald Faison, Sheila Vand, Tommy Flanagan, Katia Winter, Ronnie Gene Blevins, Bill Sage, Sarah Minnich.

O advogado Frank (Justin Long) tem a chance de alavancar sua carreira no escritório onde trabalha ao resolver o problema em um grande processo. Na véspera de apresentar seu trabalho para o chefe, Frank decide curtir a noite com o amigo Jeff (Donald Faison), escondendo o fato até mesmo da esposa. Após experimentar uma droga desconhecida, Frank não consegue voltar ao normal, tendo alucinações seguidas sem saber o que é real ou imaginário. 

A grande sacada deste filme é fazer com que a “viagem” do protagonista leve seu subconsciente a questionar tudo o que o desagrada na sua vida. O casamento sem paixão, o emprego, o chefe canalha e principalmente o medo de experimentar coisas novas. Tudo isso é detalhado em sequências malucas que envolvem mulheres, correrias e traficantes. 

É um daqueles filmes em que o espectador precisa abraçar a ideia e se divertir sem se preocupar com alguns absurdos. A resposta no final é bastante coerente com a proposta.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

O Pequeno Órfão

 


O Pequeno Órfão (Remi Sans Familie, França / Bélgica, 2018) – Nota 8
Direção – Antonie Blossier
Elenco – Daniel Auteuil, Maleaume Paquin, Virginie Ledoyen, Jacques Perrin, Jonathan Zaccai, Ludivine Sagnier, Zoe Boyle, Nicholas Rowe.

Londres, dias atuais. Em um casarão vitoriano, um idoso (Jacques Perrin) conta sua história de vida para uma grupo de crianças. A trama volta várias décadas no passado até uma uma pequena vila francesa onde o garoto Remi (Maleaume Paquin) descobre que fora abandonado quando bebê e termina “vendido” por seu pai adotivo para Vitalis (Daniel Auteuil), um solitário artista itinerante que se apresenta pelas ruas. É o início de um saga que levará Remi a descobrir seu talento para o canto e também suas verdadeiras origens. 

Este sensível longa francês apresenta uma reconstituição de época caprichada, tanto na primeira parte na França, quanto na Inglaterra da parte final. A relação que é criada entre o garoto e o personagem de Daniel Auteuil é outro destaque, assim como o desenvolvimento dos mesmos. Destaque ainda para o pequeno mico e o cachorro que acompanham a dupla de protagonistas. 

O filme é uma agradável surpresa, sua história lembra o estilo dos clássicos de aventura infantil.


terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A Oliveira

 


A Oliveira (El Olivo, Espanha / Alemanha, 2016) – Nota 7
Direção – Iciar Bollain
Elenco – Anna Castillo, Javier Gutierrez, Pep Ambros, Manuel Cucala, Miguel Angel Aladren.

Sevilha, Espanha. Alma (Anna Castillo) é uma jovem que culpa o pai (Miguel Angel Aladren) pela doença do avô (Manuel Cucala), que se isolou após a família vender uma enorme oliveira de sua fazenda. 

Conforme a condição do avô piora, Alma aumenta o desejo de recuperar a árvore, que ela acredita ter sido replantada em outro local. 

Este simpático drama espanhol explora uma premissa bastante incomum para contar uma história de problemas familiares e principalmente de carinho entre avô e neta. 

Algumas sequências são bem tristes, como o momento em que a árvore é arrancada da fazenda e outros um pouco forçados, como o protesto na parte final. 

Vale destacar a viagem que ocorre na segunda parte e que atravessa por algumas belíssimas paisagens da Europa.