sábado, 31 de agosto de 2019

A História de Luke

A História de Luke (The Story of Luke, EUA, 2012) – Nota 7
Direção – Alonso Mayo
Elenco – Lou Taylor Pucci, Seth Green, Cary Elwes, Kristin Bauer van Straten, Kenneth Welsh, Tyler Stentiford, Mackenzie Munro, Dewshane Williams.

Após a morte da avó, Luke (Lou Taylor Pucci) e seu avô Jonas (Kenneth Welsh) são obrigados a morar com o tio Paul (Cary Elwes), sua esposa Cindy (Kristin Bauer van Straten) e o casal de filhos destes. 

Não demora para Cindy exigir que o avô seja colocado em um asilo. Mesmo convivendo com um pequeno atraso mental, Luke percebe que a família do tio está desestruturada e que ele mesmo precisa seguir sua vida. Luke inicia uma busca por emprego, enfrentando diversos obstáculos. 

Mesmo tendo sido produzido para o cinema, este curioso longa lembra as produções para TV sobre dramas familiares. Indo bem mais longe, também mostra semelhanças com o clássico “Muito Além do Jardim” com Peter Sellers. O protagonista é o agente involuntário de mudanças na família e também na vida de um excêntrico personagem vivido por Seth Green. 

É uma história de otimismo com um pé na realidade, mesmo entregando algumas sequências que fogem do lugar comum.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Pânico na Floresta & O Silêncio


Pânico na Floresta (Wrong Turn, EUA / Alemanha / Canadá, 2003) – Nota 6,5
Direção – Rob Schmidt
Elenco – Desmond Harrington, Eliza Dushku, Emmanuelle Chriqui, Jeremy Sisto, Kevin Zegers, Lindy Booth.

Preso em um congestionamento na estrada por causa de um acidente e atrasado para uma entrevista de emprego em uma cidade vizinha, Chris Flynn (Desmond Harrington) decide pegar um atalho em uma estrada vicinal. 

Ele sofre um pequeno acidente batendo em outro carro que estava quebrado no meio da estrada. No local estão três garotas e dois jovens que pretendiam acampar. O grupo decide procurar ajuda sem imaginar que estão sendo vigiados. 

O roteiro deste longa B segue o estilo dos filmes de terror em que adolescentes são perseguidos por estranhos, lembrando bastante o clássico “Quadrilha de Sádicos” de Wes Craven e um pouco do posterior e superior longa australiano “Wolf Creek – Viagem ao Inferno”. 

O roteiro não apresenta surpresas, o foco principal são as sequências de correria, suspense e violência, com o pouco conhecido diretor Rob Schmidt explorando bem os cenários naturais em meio a uma floresta. 

O filme se transformou em franquia e já está na parte sete.

O Silêncio (The Silence, Alemanha, 2019) – Nota 5
Direção – John R. Leonetti
Elenco – Stanley Tucci, Kiernan Shipka, Miranda Otto, John Corbett, Kate Trotter, Kyle Breitkopf.

Uma escavação arqueológica libera uma legião de aves pré-históricas que estavam presas em uma rede de cavernas. As aves são uma espécie de morcegos carnívoros que para se alimentar atacam as pessoas seguindo o som. A família de Hugh Andrews (Stanley Tucci) foge desesperadamente para as montanhas em busca de silêncio e de uma chance para sobreviver. 

Este longa produzido pela Netflix é uma cópia vagabunda de “Um Lugar Silencioso”. O roteiro altera o tipo de ameaça, mas utiliza da mesma premissa do silêncio, inclusive tendo com co-protagonista uma personagem surda (Kiernan Shipka). 

O início é até interessante, porém quando é necessário o uso de efeitos especiais e principalmente na meia-hora final quando entram em cena alguns personagens bizarros, a coisa desanda. São muitos furos no roteiro e vários clichês. É um filme para passar longe.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

A Duquesa

A Duquesa (The Duchess, Inglaterra / França / Itália / EUA, 2008) – Nota 7
Direção – Saul Dibb
Elenco – Keira Knightley, Ralph Fiennes, Charlotte Rampling, Dominic Cooper, Hayley Atwell, Simon McBurney, Aidan McArdle, John Shrapnel.

Inglaterra, século 18. William (Ralph Fiennes) é o poderoso Duque de Devonshire que casa com a quase adolescente Georgiana (Keira Knightley). 

Aos poucos, a alegre e falante Georgiana percebe que se casou com um sujeito frio e de poucas palavras, que tem no casamento o único objetivo de ter um filho homem para ser seu sucessor. 

Para piorar ainda mais a situação, William leva suas amantes ao palácio onde vivem, enquanto Georgiana tenta se entreter com outras coisas, como a amizade com pessoas ligadas ao teatro. 

Baseado numa história real, este longa detalha uma época em que existia um abismo de poder na relação entre homem e mulher, mesmo com a traição sendo algo inerente aos dois.

O filme resvala no estilo novelão em alguns momentos, situação até comum em dramas de época. O ponto alto é a belíssima reconstituição de época através do figurino e dos cenários. 

Apesar do elenco de nomes famosos, a bela Keira Knightley e o sisudo Ralph Fiennes interpretam papéis semelhantes ao que viveriam em outros longas. Ela exagerando um pouco nas caras e bocas e ele se mostrando apático em algumas sequências. 

É um filme indicado para quem curte dramas de época.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Hipócrates

Hipócrates (Hippocrate, França, 2014) – Nota 7,5
Direção – Thomas Lilti
Elenco – Vincent Lacoste, Reda Kateb, Marianne Denicourt, Jacques Gamblin.

Benjamin (Vincent Lacoste) é um jovem médico recém-formado que começa a trabalhar como residente em um hospital em que seu pai (Jacques Gamblin) é um dos diretores. 

Sua confiança inicial em realizar um bom trabalho aos poucos diminui ao enfrentar obstáculos como falta de equipamentos e limitações de orçamento. 

O jovem também inicia uma complicada relação profissional com o médico Abdel (Reda Kateb), um argelino que é obrigado a trabalhar como residente por não ter seu diploma validado pelo governo francês. 

Este interessante drama francês acerta ao detalhar os problemas enfrentados pelos médicos em uma hospital público de uma forma realista, pelo menos até os quinze minutos finais quando o roteiro prefere seguir uma linha menos amarga, talvez para agradar ao espectador médio. 

Alguns temas polêmicos são abordados, como as condições precárias do hospital por causa da política de orçamento criada por um burocrata que não está nem aí com os pacientes, a falta de humanidade em alguns tratamentos e as mentiras contadas pelos médicos aos familiares para encobrir seus próprios erros. 

O personagem de Reda Kateb é o médico humanista que entra em conflito com os superiores que colocam o dinheiro e a questão política acima do bem estar dos pacientes. 

Analisando a fundo, chega a ser assustador saber como funciona o sistema de saúde pela visão do médico.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Fora de Série

Fora de Série (Booksmart, EUA, 2019) – Nota 5,5
Direção – Olivia Wilde
Elenco – Kaitlyn Dever, Beanie Feldstein, Jessica Williams, Jason Sudeikis, Lisa Kudrow, Will Forte, Victoria Ruesga, Mason Gooding, Skyler Gisondo, Billie Lourd.

Um dia antes da formatura no colégio, Molly (Beanie Feldstein) percebe que pouco aproveitou da vida, dando prioridade apenas aos estudos para chegar na universidade. 

Ela consegue convencer a amiga Amy (Kaitlyn Dever) para ir na festa de despedida e assim curtirem os últimos momentos antes de entrarem na vida adulta. É o início de uma noite de confusões. 

Dirigido pela atriz Olivia Wilde e comparado por muitas pessoas como a versão feminina do divertido “Superbad”, este filme na verdade é uma grande decepção para quem esperava uma comédia maluca. O erro principal está na falta de graça das situações. A única piada que funciona é a sequência com o entregador de pizza. 

Em “Superbad”, a dupla de amigos cruzava com coadjuvantes bizarros e marcantes, enquanto aqui as garotas e os coadjuvantes são a cara da geração atual que adora problematizar as situações. Bons comediantes como Jason Sudeikis e Lisa Kudrow passam pela tela sem destaque algum também. 

Se você gosta de comédia rasgada e politicamente incorreta, viaje ao passado e veja “Superbad” ou vá ainda mais longe e busque obras dos anos oitenta como “Porky’s” e “A Última Festa de Solteiro”.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

A Esposa

A Esposa (The Wife, Inglaterra / Suécia / EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Bjorn Runge
Elenco – Glenn Close, Jonathan Pryce, Max Irons, Christian Slater, Harry Lloyd, Annie Starke, Elizabeth McGovern, Johan Widerberg, Karin Franz Korlof.

Connecticut, 1992. O veterano escritor Joe Castleman (Jonathan Pryce) fica eufórico ao ser avisado que foi escolhido para receber o Prêmio Nobel de Literatura. Ele divide a alegria com a esposa Joan (Glenn Close). 

O que seria o auge de sua carreira aos poucos se revela um enorme problema. A relação de Joe com o filho David (Max Irons) que é aspirante a escritor fica ainda pior. Além disso, um segredo de família acaba vindo à tona. 

Em paralelo, um segunda narrativa volta para os anos cinquenta detalhando o início da relação de Joe e Joan (Harry Lloyd e Annie Starkie). 

Baseado em um livro de ficção, este longa foca em complicadas relações familiares, especificamente em três situações clichês. O pai intelectual e infiel, a esposa devotada e o filho que sofre por se sentir excluído pelo pai. O Prêmio Nobel é o estopim para as frustrações chegarem ao limite. 

As atuações marcantes de uma envelhecida Glenn Close e de Jonathan Pryce são os destaques. 

O filme é correto e entrega algumas boas sequências de discussões, mas não chega a empolgar.

domingo, 25 de agosto de 2019

Choque e Pavor: A Verdade Importa

Choque e Pavor: A Verdade Importa (Shock and Awe, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Rob Reiner
Elenco – Woody Harrelson, James Marsden, Rob Reiner, Tommy Lee Jones, Jessica Biel, Milla Jovovich, Richard Schiff, Luke Tennie.

O atentado contras as Torres Gêmeas em 2011 foi o motivo que os aliados do então presidente americano George W. Bush queriam para tirar do caminho o tirano Saddam Hussein e entregar os poços de petróleo do Iraque para seus parceiros comerciais. 

Para conseguir apoio popular, o governo explorou o patriotismo exacerbado utilizando a imprensa como porta voz da chamada “Guerra ao Terror”. Em meio a esta situação, o pequeno jornal Knight Ridder tomou o caminho oposto. 

O então editor John Walcott (Rob Reiner) deu carta branca para seus repórteres Jonathan Landay (Woody Harrelson) e Warren Strobel (James Marsden) investigarem com suas fontes em Washington se realmente Saddam Hussein tinha em seu poder armas de destruição em massa. 

A história do petróleo como motivo da guerra é totalmente conhecida, a questão aqui é mostrar como um jornal independente tentou publicar a verdade enquanto os grandes veículos de mídia apoiavam cegamente o governo. 

O filme prende a atenção para quem gosta de histórias de bastidores políticos e investigação jornalística, porém o diretor Rob Reiner falhou ao condensar tudo em apenas uma hora e meia. Muitos detalhes são deixados de lado e a passagem de tempo é confusa, parecendo em alguns momentos uma produção para TV. 

A história do soldado ferido na guerra é outro ponto que não se encaixa na proposta, mesmo sendo uma tentativa de mostrar o absurdo do conflito. 

O ótimo elenco entrega atuações convincente, mas longe de serem marcantes. É um filme mediano sobre um tema que poderia ser bem melhor explorado. 

Finalizando, a tradução do título é horrorosa. Mesmo com "Choque e Pavor" sendo o nome do ataque das forças armadas contra o Iraque, um desavisado pensará que é um filme de terror.

sábado, 24 de agosto de 2019

Upgrade

Upgrade (Upgrade, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Leigh Whannell
Elenco – Logan Marshall Green, Betty Gabriel, Melanie Vallejo, Harrison Gilbertson, Benedict Hardie, Richard Cawthorne.

Em um futuro próximo, a tecnologia avançou demais e se tornou um verdadeiro vício para a população. 

Neste contexto, Grey Trace (Logan Marshall Green) ainda prefere a vida mais simples trabalhando como mecânico, enquanto sua esposa (Melanie Vallejo) é executiva de uma empresa. 

Um acidente seguido de um crime deixa Grey em uma cadeira de rodas. A chance de voltar a andar e se vingar dos criminosos surge quando um jovem milionário (Harrison Gilbertson) oferece uma cirurgia clandestina para instalar uma espécie de chip em sua espinha dorsal. 

Esta competente ficção foi escrita e dirigida por Leigh Whannell, parceiro do diretor James Wan nas franquias “Jogos Mortais” e “Sobrenatural”. 

A proposta aqui é focar no clássico tema da tecnologia utilizada como uma arma contra o ser humano. A história tem uma surpresa apenas no final, o restante é previsível, porém as boas cenas de violência e o clima de tragédia são pontos que elevam a qualidade do longa. 

É basicamente uma ficção com cara de filme B que cumpre o que promete.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Flor de Cacto & Bob, Carol, Ted e Alice


Flor de Cacto (Cactus Flower, EUA, 1969) – Nota 6
Direção – Gene Saks
Elenco – Walter Matthau, Ingrid Bergman, Goldie Hawn, Jack Weston, Rick Lenz, Vito Scotti.

A garota Toni (Goldie Hawn) tenta o suicídio ligando o gás do apartamento, mas termina salva pelo vizinho Igor (Rick Lenz). Toni está abalada porque seu amante, o dr. Julian (Walter Matthau) é casado e aparentemente não deseja abandonar a esposa. A questão é ainda mais complicada, porque Julian na verdade é um solteiro que está mentindo para evitar se casar.

Esta comédia de costumes segue o estilo de encontros e desencontros entre parceiros, formato que rendeu dezenas de filmes semelhantes nos anos seguintes e que é utilizado até nos dias atuais.

Infelizmente o filme gera poucas risadas visto hoje, mesmo com o talento de Walter Matthau para soltar piadas e a curiosidade de ver Ingrid Bergman no papel de uma enfermeira reprimida que em um determinado momento resolve se soltar.

É um filme razoável indicado para quem gosta de comédias antigas.

Bob, Carol, Ted e Alice (Bob & Carol & Ted & Alice, EUA, 1969) – Nota 6,5
Direção – Paul Mazursky
Elenco – Natalie Wood, Robert Culp, Elliott Gould, Dyan Cannon.

Após passar um fim de semana em uma instituição participando de uma espécie de “dinâmica de emoções” com um guru, o casal Bob (Robert Culp) e Carol (Natalie Wood) passa a acreditar que dizer sempre a verdade é a chave para manter o relacionamento saudável. 

A nova atitude incomoda um casal de amigos. Ted (Elliott Gould) e Alice (Dyan Cannon) não entendem o porquê da mudança, ao mesmo tempo em que a situação faz também eles repensarem o próprio relacionamento. 

O falecido Paul Mazursky estreou como diretor neste longa que hoje se mostra datado, mas que na época descrevia de forma interessante as mudanças de costumes que estavam ocorrendo, inclusive o aparecimento de gurus e terapias malucas que surgiam junto com a chamada “contracultura”. As discussões sobre fidelidade e sexo refletem uma época em que muitas pessoas não sabiam como enfrentar as mudanças. 

Infelizmente, visto hoje o filme é um pouco cansativo, com diálogos em excesso e uma história que demora para avançar. Vale apenas como curiosidade.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A Morte Te Dá Parabéns 2

A Morte Te Dá Parabéns 2 (Happy Death Day 2U, EUA, 2019) – Nota 5
Direção – Christopher Landon
Elenco – Jessica Rothe, Israel Broussard, Phi Vu, Suraj Sharma, Sarah Yarkin, Rachel Matthews, Ruby Modine, Steve Zissis.

Foi difícil escrever uma simples sinopse de um filme tão confuso quanto este.

O original fez sucesso ao brincar com os clichês dos filmes de terror adolescentes misturados com as tramas de viagens no tempo e universos paralelos. Mesmo com vários furos, o original era divertido e criativo, diferente desta sequência que resulta em um verdadeiro caça-níquel. 

A trama original é requentada de uma forma bizarra pelo diretor e roteirista Christopher Landon. No começo fica a impressão de que a história giraria em torno do personagem de Phi Vu, porém um malabarismo maluco no roteiro devolve o protagonismo para a personagem de Jessica Rothe, que por sinal tem sua atuação exagerada como a melhor coisa do filme. Nem mesmo as sequências de suspense convencem. 

É um filme para passar longe.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Plano-Sequência dos Mortos

Plano-Sequência dos Mortos (Kamera o Tomeru Na!, Japão, 2017) – Nota 8
Direção – Shin´ichirô Ueda
Elenco – Takayuki Hamatsu, Yuzuki Akiyama, Harumi Shuhama, Kazuaki Nagaya. Hiroshi Ichihara, Mao.

Um filme B sobre zumbis produzido em uma fábrica abandonada começa com um absurdo plano-sequência de trinta e sete minutos (ainda fiquei em dúvida se existe um corte ao vinte minutos). 

Muito provavelmente o espectador terá vontade de desistir durante este tempo, porém o inesperado ocorre após este período. Não vale a pena citar detalhes da reviravolta no roteiro para não estragar a surpresa. 

A segunda narrativa é engraçada ao desenvolver personagens hilários e situações bizarras resultando numa grande homenagem ao cinema. 

O longa se tornou grande sucesso no Japão e os direitos já foram comprados para uma refilmagem americana. O ideal é conferir este original antes que o remake saia do papel.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

A Professora do Jardim de Infância

A Professora do Jardim de Infância (The Kindergarten Teacher, EUA / Israel / Inglaterra / Canadá, 2018) – Nota 6,5
Direção – Sara Colangelo
Elenco – Maggie Gyllenhaal, Parker Sevak, Gael Garcia Bernal, Michael Chernus, Ajay Naidu, Rosa Salazar, Anna Baryshnikov, Daisy Tahan, Sam Jules.

Lisa (Maggie Gyllenhaal) é uma professora de jardim de infância que durante a noite participa de um curso de poesia. 

Quando o pequeno aluno Jimmy (Parker Sevak) de apenas cinco anos demonstra talento para criar poesias, Lisa fica obcecada em ajudar o garoto a desenvolver seu dom, mesmo que para isso tenha que ultrapassar os limites éticos. 

O roteiro escrito pela diretora Sara Colangelo é baseado em um livro em que o tema principal é a tentativa de superar suas frustrações através do talento de outra pessoa. 

A protagonista vivida por Maggie Gyllenhaal não tem o talento para escrever grandes poesias e se sente frustrada por seu marido (Michael Chernus) e principalmente seu casal de filhos não se importarem com o modo de vida intelectual. 

Ela vê no pequeno Jimmy a chance ser uma espécie de mentora, mesmo que as pessoas ao redor não tenham interesse algum naquilo. Pode-se fazer um paralelo com os pais que pressionam os filhos a seguirem determinada carreira apenas por uma questão de orgulho pessoal. 

O filme perde alguns pontos pela narrativa fria, lenta a até estranha em alguns momentos, além da ingênua escolha final da protagonista. Vale destacar a boa atuação de Maggie Gyllenhaal.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

The Cut

The Cut (The Cut, Alemanha / França / Itália / Rússia / Polônia / Canadá / Turquia / Jordânia, 2014) – Nota 8
Direção – Fatih Akin
Elenco – Tahar Rahim, Simon Abkarian, Makram Khoury, Hindi Zahra, Kevork Malikyan, Arsinée Khanjian, Trine Dyrholm, Akin Gazi.

Imperio Otomano, Primeira Guerra Mundial, 1915. O exército otomano (turco) sequestra todos os homens adultos de origem armênia que vivem no país, os obrigando a participarem da guerra. 

Nazareth Manoogian (Tahar Rahim) é um dos armênios tratados como escravos. Ao final da guerra ele consegue sobreviver ao massacre sofrido por seu povo, porém perde o contato com sua esposa e as duas filhas. É o início de uma longa jornada em que o protagonista passará por alguns países em busca da família. 

O diretor alemão de origem turca Fatih Akin explora o genocídio cometido pelos turcos contra os armênios durante a Primeira Guerra como ponto principal deste longa sobre superação. Apesar de ter sido criticado por seguir um estilo mais próximo do cinema clássico, considero que Akin acertou em cheio no formato e na história. 

O roteiro escrito por ele mesmo detalha as atrocidades cometidas pelos turcos, mas também deixa espaço para a solidariedade entre pessoas comuns que se tornaram vítimas ou testemunhas do genocídio. 

São destaques também a bela fotografia, principalmente nas sequências no deserto na primeira hora e a atuação de Tahar Rahim, que por uma determinada situação precisa passar seus sentimentos em gestos e poucas palavras.

domingo, 18 de agosto de 2019

Nobel

Nobel (Nobel, Noruega, 2016) – Nota 7,5
Direção – Per Olav Sorensen
Elenco – Aksel Hennie, Tuva Novotny, Anders Danielsen Lie, Danica Curcic, Christian Rubeck, Dennis Storhoi, Atheer Adel.

Ao retornar para casa após passar alguns meses no Afeganistão, o oficial das forças especiais norueguesas Erling Riiser (Aksel Hennie) recebe uma mensagem aparentemente de um superior para uma missão secreta. 

Para salvar uma refugiada, Erling termina assassinando um antigo desafeto, o empresário afegão Sharif Zamani (Atheer Adel). É o início de uma intrincada trama que envolve autoridades do governo e um contrato milionário. 

Esta minissérie em oito episódios divide a história em duas narrativas. A primeira se passa no dias atuais com o protagonista tentando descobrir quem o jogou na armadilha e outra volta um ano no tempo quando ele e seu grupo de soldados atuavam no Afeganistão. 

O diretor acerta a mão ao intercalar cenas de ação durante a guerra com a trama política e também os dramas familiares nos dias atuais. 

Outros personagens tem grande importância na trama como a esposa de Earling (Tuva Novotny) que trabalha como secretária para um ministro e o oficial parceiro do protagonista (Anders Danielsen Lie). 

É uma minissérie indicada para quem gosta de tramas sobre as sujeiras dos bastidores da política.

sábado, 17 de agosto de 2019

Oitava Série

Oitava Série (Eighth Grade, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Bo Burnham
Elenco – Elsie Fisher, Josh Hamilton, Emily Robinson, Jake Ryan.

Kayla (Elsie Fisher) é uma adolescente que vive com o pai viúvo (Josh Hamilton) e está no último ano da escola, prestes a ir para o colegial. 

O medo de enfrentar um novo mundo, junto com uma grande insegurança para se relacionar com adolescentes faz com que cada novo passo seja um verdadeiro desafio em sua vida. Seu pai tenta de todas as formas entender o que filha está passando. 

O roteiro escrito pelo jovem diretor e ator Bo Burnham recria com perfeição as dificuldades enfrentadas por uma adolescente que foge do padrão normal cobrado pela sociedade. A timidez ainda é vista com algo ruim, principalmente nesta fase de transição na vida, quando a criança entra na adolescência e fica numa espécie de limbo entre a infância e a vida adulta. 

A garota consegue superar sua timidez nos vídeos que divulga em seu canal na internet, diferente da dificuldade em se comunicar na vida real. O diretor acerta também ao mostrar como a nova geração se relaciona melhor com a tecnologia do que com as pessoas. O celular se tornou um aparato obrigatório que fica a mão dia e noite. 

O filme ganha pontos pela espontânea interpretação da garota Elsie Fisher, que passa toda a insegurança de sua personagem de uma forma dolorosa em alguns momentos e também por ser bastante realista.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Inferno Vermelho & Missão Secreta


Inferno Vermelho (Red Heat, EUA, 1988) – Nota 7
Direção – Walter Hill
Elenco – Arnold Schwarzenegger, James Belushi, Peter Boyle, Ed O'Ross, Laurence Fishburne, Gina Gershon, Richard Bright, Brent Jennings, Pruitt Taylor Vince, Brion James, Peter Jason.

Após um confronto com a polícia em Moscou, um traficante soviético (Ed O’Ross) deixa um rastro de mortos e foge de seu país chegando a Chicago, onde termina preso. O governo soviético envia o sisudo policial Ivan Danko (Arnold Schwarzenegger) para escoltar o sujeito de volta para seu país, porém o traficante consegue escapar. Danko é autorizado a participar da investigação, porém terá de seguir o detetive falastrão Art Ridzik (James Belushi). 

O diretor Walter Hill tem um carreira praticamente toda voltada para filmes de ação ou policiais, alguns com toques de humor como “48 Horas I e II” que tinham como protagonistas a dupla engraçada vivida por Eddie Murphy e Nick Nolte. 

Aqui a premissa é semelhante ao reunir uma dupla de policiais com temperamentos opostos. Esta situação gera alguns diálogos divertidos que exploram as diferenças, inclusive culturais. As cenas de ação também são competentes, outra especialidade do diretor. 

A história não tem surpresas, o que vale aqui é curtir as cenas de ação com pitadas de comédia que funcionam muito bem.

Missão Secreta (Gongjo, Coreia do Sul, 2017) – Nota 6,5
Direção – Seong Hoon Kim
Elenco – Hyun Bin, Hae Jin Yoo, Ju Hyuk Kim, Young Nam Jang, Yoona.

Um oficial norte-coreano (Ju Hyuk Kim) lidera um golpe e rouba placas utilizadas pelo governo do seu país para falsificar dinheiro. Durante o roubo, o sujeito mata vários soldados e a esposa de outro oficial, Lim Cheol Ryung (Hyun Bin), que sobrevive. O rebelde foge para a Coreia do Sul com o objetivo de negociar as placas com a máfia chinesa. 

Lim Cheol é enviado junto com uma comitiva diplomática para a Coreia do Sul, porém com a missão secreta de reaver as placas. Ele é obrigado a trabalhar com o confuso policial sul-coreano Kang Jin Tae (Hae Jin Yoo). 

Esta produção sul-coreano segue a fórmula hollywoodiana dos filmes policiais, unindo personagens opostos com o mesmo objetivo, porém se tratando como inimigos a princípio. O roteiro não apresenta surpresas, até utilizando uma reviravolta um pouco forçada para criar uma sequência final explosiva. Por sinal, as sequências de ação e perseguição são competentes, fato comum no cinema sul-coreano. 

O resultado é um bom filme, porém abaixo na comparação com os melhores longas daquele país.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Bem-Vindos a Marwen

Bem-Vindos a Marwen (Welcome to Marwen, Japão / EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Robert Zemeckis
Elenco – Steve Carell, Leslie Mann, Diane Kruger, Merritt Wever, Neil Jackson.

Mark Hogancamp (Steve Camp) foi espancado por cinco homens, ficando com sequelas físicas e psicológicas. Ele perdeu a capacidade de escrever e foi obrigado a abandonar a carreira de ilustrador, além de sua memória ter sido quase toda apagada. 

Para seguir com a vida, ele criou uma mini-cidade fictícia chamada “Marwen”, que ficaria na Bélgica durante a Segunda Guerra Mundial. Utilizando bonecos e bonecas conhecidos como “action figures”, Mark tira fotos e cria suas histórias sobre um soldado que com ajuda de algumas mulheres enfrenta os nazistas. 

Desde o misto de animação com atores de verdade em “Uma Cilada Para Roger Rabbit” de 1988 que o diretor Robert Zemeckis vez por outra se arrisca neste tipo de obra. Outros exemplos são “O Expresso Polar” e “A Lenda de Beowulf”. 

Este “Bem-Vindos a Margem” é baseado em uma história real e tem como ponto principal a questão do sofrimento para superação de um trauma. As sequências em que os “action figures” entram em cena refletem o sentimento do protagonista em relação aos fatos da vida real, sempre levando em conta que os bonecos dos soldados nazistas que teimam em renascer simbolizam seus agressores. 

O sempre competente Steve Carell consegue passar todo os medos e traumas de seu personagem de uma forma dolorosa. 

Zemeckis entrega um drama triste com metade das cenas “interpretadas” por bonecos.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Baptiste

Baptiste (Baptiste, Inglaterra, 2019)
Direção – Jan Matthys & Borkur Sigborsson
Elenco – Tcheky Karyo, Tom Hollander, Anastasia Hille, Jessica Raine, Barbara Sarafian, Talisa Garcia, Alec Secareanu.

Vivendo em Amsterdam na Holanda ao lado da esposa (Anastasia Hille) e próximo de sua filha e do genro, o aposentado detetive francês Julien Baptiste (Tcheky Karyo) é convencido por uma antiga companheira de polícia para participar da investigação do desaparecimento de uma garota inglesa. 

O tio da garota chamado Edward Stratton (Tom Hollander) está desesperado. Sua única pista é que a jovem estava trabalhando como prostituta e que possivelmente teria sido aliciada por uma gangue romena especializada em tráfico de mulheres. Este é apenas o início de uma complexa trama. 

O detetive Julien Baptiste surgiu na série “The Missing” que teve duas temporadas (2014 e 2017) focando em complicados casos de desaparecimento de garotas. São duas temporadas sensacionais para quem gosta de tramas de investigação. 

Para aproveitar o carisma do personagem interpretado por Tcheky Karyo, foi criada esta nova série em seis episódios que segue o mesmo estilo, começando com a investigação de um desaparecimento e depois abrindo o leque para tramas paralelas que convergem para o clímax. 

A maior parte da série se passa em Amsterdam, com algumas sequências tendo locações na Inglaterra. 

Para quem gosta do estilo, a série é uma ótima opção, ficando ainda um pequeno gancho para quem sabe uma segunda temporada.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Todos Já Sabem

Todos Já Sabem (Todos Lo Saben, Espanha / França / Itália, 2018) – Nota 7,5
Direção – Asghar Farhadi
Elenco – Penélope Cruz, Javier Bardem, Ricardo Darin, Eduard Fernandez, Barbara Lennie, Inma Cuesta, Elvira Minguez, Ramon Barea, Carla Campra, José Angel Egido, Roger Casamajor.

Ao voltar para uma pequena cidade no interior da Espanha para o casamento da irmã, Laura (Penélope Cruz) leva o casal de filhos, mas deixa na Argentina o marido Alejandro (Ricardo Darin). 

Ela reencontra os familiares e seu antigo namorado Paco (Javier Bardem), hoje casado com Bea (Barbara Lennie). A alegria do retorno dura até o final da festa de casamento quando Laura percebe que sua filha desapareceu. Ao chegar uma mensagem pedindo um resgate pela garota, inicia-se um pesadelo que envolverá toda a família. 

Este doloroso drama espanhol tem a inusitada direção do iraniano Asghar Farhadi, responsável por ótimos filmes como “A Separação” e “Procurando Elly”. Farhadi é especialista em dramas familiares, sendo que em seus trabalhos anteriores a questão da cultura iraniana sempre foi um dos pontos principais. 

Aqui ele deixa a questão cultural de lado e explora os segredos e ressentimentos que vem à tona como consequência do sequestro, transformando a relação entre familiares e amigos em um barril de pólvora. 

As boas atuações de todo o elenco elevam bastante a qualidade do longa, que resulta em uma obra indicada para quem gosta de dramas familiares com um pitada de policial.   

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

O Predador

O Predador (The Predator, Canadá / EUA, 2018) – Nota 5,5
Direção – Shane Black
Elenco – Boyd Holbrook, Trevante Rhodes, Jacob Tremblay, Keegan Michael Key, Olivia Munn, Sterling K. Brown, Thomas Jane, Alfie Allen, Augusto Aguilera, Jake Busey, Yvonne Strahovski, Garry Chalk, Duncan Fraser, Lochlyn Munro.

Durante um missão na selva, o atirador de elite Quinn McKenna (Boyd Holbrook) se torna testemunha da queda de uma nave especial e do consequente ataque de uma criatura alienígena. 

McKenna termina preso pelo governo como se fosse maluco, apenas para encobrir a captura da criatura espacial. Tratada como cobaia em um laboratório, a criatura escapa e inicia uma violenta caçada em busca de sua nave. 

Este novo longa da franquia não é um remake, na verdadeira seria uma sequência dos filmes de 1987 com Schwarzenegger e 1990 com Danny Glover. A ideia de criar uma nova história foi uma boa sacada, o problema está na forma como o longa foi desenvolvido. 

O roteiro escrito por Shane Black e Fred Dekker segue o estilo dos filmes dos anos oitenta, no pior sentido possível. Os diálogos engraçadinhos são péssimos, assim como os vários furos na história e os personagens caricatos, inclusive utilizando uma criança (Jacob Tremblay) como expert em tecnologia alienígena. 

As cenas de ação são bem trabalhadas até a parte final, quando tudo desanda na absurda sequência que começa na floresta e termina na nave da criatura. 

Mesmo com o gancho no final, o melhor será encerrar a franquia por aqui.

domingo, 11 de agosto de 2019

Projeto Gutenberg

Projeto Gutenberg (Mou Seung, China / Hong Kong, 2018) – Nota 7
Direção – Felix Chong
Elenco – Chow Yun Fat, Aaron Kwok, Jingchu Zhang, Catherine Chau, Kai Chi Liu.

Lee Man (Aaron Kwok) é um falsificador que termina preso. Ele é pressionado pela chefe de polícia (Catherine Chau) para entregar a identidade de um sujeito conhecido como Painter (Chow Yun Fat), que seria o líder da quadrilha em que Lee Man atuava. 

Quando a ex-namorada de Lee Man (Jingchu Zhang) decide pagar sua fiança, ele também aceita contar toda a história. Em flashbacks descobrimos como Lee Man mudou sua vida ao abandonar a carreira de aspirante a pintor e se tornar falsificador de quadros e dinheiro.

A premissa é bastante criativa, assim como a enorme reviravolta que ocorre no final, que por sinal lembra um famoso filme americano dos anos noventa, que eu não vou citar para não estragar a surpresa de quem assistir. 

Apesar de não serem muitas, as cenas de ação são bem filmadas, seguindo o estilo explosivo dos longas produzidos em Hong Kong. O que atrapalha o resultado é a narrativa irregular, com várias sequências que poderiam ter sido cortadas ou reduzidas. A duração de duas horas e dez minutos tira um pouco da paciência do espectador, principalmente na primeira hora. 

É uma trama que tinha potencial para render um grande filme nas mãos de um cineasta mais talentoso.

sábado, 10 de agosto de 2019

1922

1922 (1922, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Zak Hilditch
Elenco – Thomas Jane, Molly Parker, Dylan Schmid, Kaitlyn Bernard, Neal McDonough, Tanya Champoux, Brian D’Arcy James, Bob Frazer.

Estamos em 1922. Wilfred (Thomas Jane) enfrenta uma crise no casamento com Arlette (Molly Parker), que deseja vender as terras onde vivem e mudar para a cidade levando o filho adolescente Henry (Dylan Schmid). 

Wilfred é um sujeito simples que não aceita abandonar sua vida, mesmo sabendo que as terras pertencem a sua esposa que as recebeu de herança. 

Como Henry também deseja ficar no local por causa da namorada (Kaitlyn Bernard), Wilfred utiliza o fato para envenenar a cabeça do adolescente e planejar o assassinato da esposa. 

Baseado em um conto de Stephen King, este longa prende a atenção de forma competente durante a primeira hora. Os conflitos familiares, o crime e as primeiras consequências são muito bem detalhadas. 

Os problemas surgem nos quarenta minutos finais quando o foco do roteiro segue para o lado do terror, criando algumas sequências de pesadelos e loucura que parecem não se encaixar na história. 

O destino do casal de namorados também não é dos mais criativos, além de ser mostrado de forma apressada. 

Vale destacar como ponto positivo a trágica narração em off do protagonista vivido por Thomas Jane. 

O resultado é apenas razoável.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

No Olho do Furacão & Tempestade


No Olho do Furacão (The Hurricane Heist, EUA, 2018) – Nota 5
Direção – Rob Cohen
Elenco – Toby Kebbell, Maggie Grace, Ryan Kwanten, Ralph Ineson, Melissa Bolona, Ben Cross, James Cutler, Christian Contreras.

No dia em que um furacão está prestes a chegar em uma pequena cidade do Alabama, um grupo de assaltantes pretender roubar uma carga de notas antigas que seriam destruídas em uma instalação federal. Dois irmãos (Toby Kebbell e Ryan Kwanten) que estão afastados há algum tempo terminam se tornando alvos dos bandidos por estarem no local e na hora errada.

O diretor e roteirista Rob Cohen é um especialista em filmes de ação, porém seu último trabalho com alguma qualidade foi “Triplo X” em 2002. Este “No Olho do Furacão” tem uma premissa promissora. A questão de utilizar uma tragédia natural com pano de fundo em um roubo tinha tudo para render um bom filme, mas infelizmente pouca coisa se salva.

O roteiro é recheado de furos, os personagens são canastrões e os diálogos péssimos. Os efeitos especiais fracos que parecem saídos de um filme dos anos oitenta ou noventa é outro ponto negativo que enterra de vez a produção. É um longa para passar longe.

Tempestade (Hard Rain, EUA / Inglaterra / Dinamarca / França / Japão / Nova Zelândia / Alemanha / Austrália, 1998) – Nota 6,5
Direção – Mikael Salomon
Elenco – Christian Slater, Morgan Freeman, Randy Quaid, Minnie Driver, Edward Asner, Michael A. Goorjian, Dann Florek, Mark Rolston, Ricky Harris, Richard Dysart, Wayne Duvall, Ray Baker.

Tom (Christian Slater) e seu tio Charlie (Edward Asner) estão transportando três milhões de dólares em um carro forte durante uma chuva torrencial. O veículo termina preso em uma pequena cidade que já foi praticamente evacuada. Os que os guardas não sabem é que uma quadrilha liderada por Jim (Morgan Freeman) pretende se aproveitar da situação para roubar o dinheiro. 

Este longa segue a cartilha dos filmes policiais de ação de forma competente ao explorar a chuva e as ruas inundadas para criar sequências de violência. Não espere grandes surpresas, mesmo as reviravoltas que surgem são comuns ao gênero, sempre colocando a ganância em primeiro lugar. 

Na época Christian Slater ainda tentava se manter como astro, enquanto Morgan Freeman e o sumido Randy Quaid parecem se divertir em papéis de canalhas.  

É um longa típico dos anos noventa, com roteiro requentado, falhas, mas que prende a atenção do início ao fim.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Operação Final

Operação Final (Operation Finale, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Chris Weitz
Elenco – Oscar Isaac, Ben Kingsley, Mélanie Laurent, Lior Raz, Nick Kroll, Michael Aronov, Greg Hill, Torben Liebrecht, Joe Alwyn, Greta Scacchi, Peter Strauss, Haley Lu Richardson, Pêpê Rapazote.

Argentina, 1960. Pistas indicam que um sujeito vivendo de forma simples no interior do país seria o criminoso nazista Adolf Eichmann (Ben Kingsley). 

O governo de Israel envia um grupo de agentes para identificar e sequestrar Eichmann. O objetivo é levá-lo para ser julgado em Israel. 

Esta história real foi levada às telas de forma semelhante em “O Homem que Capturou Eichmann” de 1996 com Robert Duvall, além de ser fato importante em outros filmes como “Hannah Arendt” e “O Caso de Fritz Bauer”. 

Mesmo tem boas sequências de suspense e uma narrativa que prende a atenção, para quem conhece detalhes da história real o filme não trará novidades. 

O que achei bastante foi interessante foram os diálogos entre Eichmann de Ben Kingsley e o agente Peter Malkin vivido por Oscar Isaac, em que eles debatem sobre a obrigação de cumprir ordens sem questionamento e até que ponto a pessoa que aceita tal fato tem culpa. 

Para quem não conhece a fundo a história real, o filme com certeza será ainda mais interessante.

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Dragged Across Concrete

Dragged Across Concrete (Dragged Across Concrete, Canadá / EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – S. Craig Zahler
Elenco – Mel Gibson, Vince Vaughn, Tory Kittles, Michael Jay White, Thomas Kretschmann, Jennifer Carpenter, Laurie Holden, Don Johnson, Udo Kier, Fred Melamed, Noel Gugliemi.

Após sair da prisão, Henry (Tory Kittles) sofre ao ver a mãe se prostituindo e o irmão mais novo na cadeira de rodas. Ele termina por aceitar participar de um assalto. 

O veterano detetive Brett Ridgeman (Mel Gibson) e seu parceiro Tony Lurasetti (Vince Vaughn) são suspensos após serem acusados de força excessiva ao prender um traficante. Precisando de dinheiro para tirar a família de um bairro violento e para tratar a esposa (Laurie Holden) que sofre com um doença degenerativa, Ridgeman decide armar um plano para roubar uma quadrilha de criminosos. 

O diretor S. Craig Zahler é um dos bons nomes que surgiram nos últimos anos. Adepto de filmes com uma narrativa lenta, diálogos afiados e uma violência que sempre explode no terceiro ato, Zahler é um diretor com estilo original. 

Assim como no seus trabalhos anteriores “Rastro da Maldade” e “Confronto no Pavilhão 99”, ele exigiu dos produtores ter o controle total para montar o filme com uma longa duração, o que fez com que a obra sequer fosse lançada nos cinemas por aqui e em pouquíssimas salas nos EUA. Este longa tem duas horas e quarenta minutos de duração, o que passa longe de ser o ideal para as salas de cinema atuais. 

É legal citar que o estilo de narrativa do diretor lembra bastante os filmes dos anos setenta, além de ter um extremo cuidado na construção dos personagens e nos detalhes da história. Várias sequências no início são uma espécie de explicação para as atitudes e o caráter dos personagens. 

Para quem tem paciência com filmes longos e gosta do gênero policial, esta obra é uma boa opção.  

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Jardins da Noite

Jardins da Noite (Gardens of the Night, Inglaterra / EUA, 2008) – Nota 6,5
Direção – Damian Harris
Elenco – Gillian Jacobs, Ryan Simpkins, Tom Arnold, Kevin Zegers, John Malkovich, Jermaine Scooter Smith, Harold Perrineau, Jeremy Sisto, Evan Ross, Kyle Gallner, Shiloh Fernandez, Peta Wilson, Evan Peters, Raphael Sbarge, Lisa Akey.

Voltando da escola para sua casa em um bairro de subúrbio, a garotinha Leslie (Ryan Simpkins) é enganada e sequestrada por dois sujeitos (Tom Arnold e Kevin Zegers). É o início de uma inferno. 

Na segunda hora, a história avança alguns anos, com Leslie adulta (Gillian Jacobs) vivendo de pequenos golpes na rua. 

O roteiro escrito pelo diretor Damian Harris foca no terrível crime do sequestro de crianças para serem usadas como escravas sexual. O diretor não faz concessões ao criar sequências repulsivas com adultos pervertidos e mostrar o desespero da menina vivida por Ryan Simpkins. 

A segunda parte foca nas consequências na vida da garota e sua relação com personagens marginais. A proposta é mostrar que uma criança que enfrenta um trauma tão grande jamais conseguirá se recuperar e ter uma vida normal. 

É um filme triste, degradante e depressivo.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Maré Negra

Maré Negra (Fleuve Noir, França / Bélgica, 2018) – Nota 6,5
Direção – Eric Zonca
Elenco – Vincent Cassel, Romain Duris, Sandrine Kiberlain, Elodie Bouchez, Charles Berling, Hafsia Herzi, Jérôme Pouly.

Um adolescente desaparece sem deixar vestígios. A princípio o detetive Visconti (Vincent Cassel) acredita que o garoto fugiu, mesmo com a mãe (Sandrine Kiberlain) dizendo o contrário. 

Ao iniciar a investigação, o detetive passa a desconfiar de um vizinho, o  professor de literatura Bellaile (Romain Duris), que havia dado aulas particulares para o garoto e que demonstra uma estranha curiosidade pelo caso. 

A situação fica ainda mais difícil por causa do temperamento de Visconti, que é cínico, explosivo e bebe demais, além de enfrentar um sério problema com seu filho adolescente que está envolvido com traficantes. 

O roteiro escrito pelo diretor Eric Zonca explora clichês comuns aos filmes de investigação, o que nem sempre é algo ruim. O problema aqui é que o roteiro falha no desenrolar da história, como por exemplo na subtrama do filho do detetive que é abandonada no meio longa. 

O diretor insere ainda cenas de cunho sexual que incomodam por passarem longe do erotismo comum a este tipo de sequência. 

O destaque fica para a interpretação de Vincent Cassel como o decadente policial. 

domingo, 4 de agosto de 2019

Rocketman

Rocketman (Rocketman, Inglaterra / EUA / Canadá, 2019) – Nota 7
Direção – Dexter Fletcher
Elenco – Taron Egerton, Jamie Bell, Richard Madden, Bryce Dallas Howard, Gemma Jones, Steven Mackintosh, Tom Bennett, Tate Donovan, Stephen Graham, Celinde Schoenmaker.

Esta biografia do cantor Elton John (Taron Egerton) pode ser resumida como um longo videoclipe psicodélico. 

O roteiro escrito por Lee Hall divide a história em duas narrativas, começando pela entrada do cantor em grupo de apoio para se livrar das drogas e da bebida. 

Enquanto ele conta sua história de vida no grupo, o roteiro volta para a infância detalhando a difícil relação com a mãe (Bryce Dallas Howard) e o pai (Steven Mackintosh), o carinho pela avó (Gemma Jones) e a descoberta da música, para em seguida a narrativa principal focar na vida adulta de Elton, intercalando carreira, problemas pessoais e relacionamentos com o parceiro de criação Bernie Taupin (Jamie Bell) e o empresário John Reid (Richard Madden). 

A grande sacada do longa é mostrar diversas situações da vida do cantor através das músicas compostas por ele mesmo, deixando claro que boa parte de seu repertório são canções autobiográficas. 

Nestas sequências entram em cena o psicodelismo que citei, transformando o filme em uma coletânea de videoclipes. Estas criativas sequências musicais escondem um roteiro quadradinho de descobertas, auge, queda e renascimento, situações comuns na vida de artistas. 

Vale destacar ainda a atuação de Taron Egerton, que se mostra à vontade no papel, inclusive nas cenas mais ousadas.

sábado, 3 de agosto de 2019

Bluebeard

Bluebeard (Haebing, Coreia do Sul, 2017) – Nota 6,5
Direção – Soo Youn Lee
Elenco – Jin Woong Cho, Goo Shin, Dae Myung Kim, Chung Ah Lee, Young Chang Song.

Seung (Jin Woong Cho) é um médico que trabalha em uma clínica em uma cidade pequena. Problemas financeiros e o fim do seu casamento o levaram para aquele local. 

Durante uma consulta, um paciente idoso que sofre de Alzheimer (Goo Shin) confessa ser um serial killer. A situação fica ainda mais complicada porque Seung mora em um apartamento que pertence ao sujeito e a seu filho (Dae Myung Kim), que é dono de um açougue na parte de baixo do prédio. Assustado, Seung tenta descobrir se a confissão é verdadeira e se seus vizinhos são realmente assassinos. 

A premissa é bastante criativa, porém o desenvolvimento da trama deseja bastante a desejar. Durante uma hora e meia vemos o protagonista totalmente perturbado por causa da situação, sofrendo com pesadelos repletos de sangue. Esse período de tempo é cansativo, com algumas sequências desnecessárias. 

Na meia hora final o roteiro cria duas reviravoltas. A primeira detalha de forma a didática a verdadeira situação, para na sequência final mudar novamente a trama, mostrando que a verdade é bem mais complexa do que parecia. 

Não é um filme ruim, mas fica bem abaixo do que o cinema sul-coreano costuma entregar.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Zona Hostil & Os Pássaros Amarelos


Zona Hostil (Zona Hostil, Espanha, 2017) – Nota 6,5
Direção – Adolfo Martinez Perez
Elenco – Ariadna Gil, Raul Mérida, Roberto Álamo, Antonio Garrido, Ingrid Garcia Johnson.

Afeganistão, 2012. Uma equipe de resgate médico é enviada para o deserto onde um grupo de soldados espanhóis cuida de dois americanos feridos. Ao chegar no local, o helicóptero com os médicos tomba ao pousar, mas não chega a ferir os tripulantes. Enquanto o grupo de soldados espera um novo helicóptero para o resgate, a região é cercada por rebeldes. 

Baseado numa história real, esta produção espanhola segue o estilo hollywoodiano de abordar as guerras recentes. As cenas de ação são bem feitas e a história não chega a apelar para o heroísmo, porém parte da premissa real é absurda.

Os soldados foram obrigados a esperar o resgate por mais tempo do que o necessário dando chance para serem cercados porque os oficiais de comando queriam resgatar também o helicóptero avariado. 

O filme ganha pontos por ser curto e ir direto ao ponto da ação.

Os Pássaros Amarelos (The Yellow Birds, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Alexandre Moors
Elenco – Alden Ehrenreich, Tye Sheridan, Jack Huston, Toni Collette, Jennifer Aniston, Jason Patric, Lee Tergesen, Carrie Wampler, Olivia Crocicchia.

Brandon (Alden Ehrenreich) e Daniel (Tye Sheridan) se tornam amigos durante um treinamento militar. De forma surpreendente eles logo são enviados rapidamente para o Afeganistão, servindo na companhia do sargento Sterling (Jack Huston).

Uma narrativa paralela pula para alguns meses depois, quando Brandon retorna para casa. Ele se mostra calado, frustrado e com sinais de trauma, guardando um segredo de algo que presenciou no Afeganistão. 

A forma como o diretor divide a narrativa cria uma expectativa em relação ao que aconteceu no conflito, explorando este segredo também para fomentar o drama envolvendo as mães dos protagonistas vividas por Toni Collette e Jennifer Aniston.

A proposta é mostrar como a guerra afeta de forma dramática todos os envolvidos, inclusive os familiares. Muitas vezes o sobrevivente volta intacto fisicamente, mas como emocional destruído. 

Mesmo resvalando um pouco no melodrama na parte final, o longa alcança o objetivo de focar em pessoas abaladas pela guerra.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

O Homem que Matou Hitler e Depois o Pé Grande

O Homem que Matou Hitler e Depois o Pé Grande (The Man Who Killed Hitler and Then The Bigfoot, EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Robert D. Krzykowski
Elenco – Sam Elliott, Aidan Turner, Sean Bridges, Ron Livingston, Caitlin Fitzgerald, Larry Miller, Ellar Coltrane.

Provavelmente anos setenta. Calvin Barr (Sam Elliott) é um sujeito solitário que guarda o segredo de ter assassinado Hitler durante a Segunda Guerra. 

Ao ser procurado por um agente do governo (Ron Livingston) que faz a inusitada proposta para ele caçar e matar o mítico “Pé Grande”, Calvin volta  a lembrar de seu passado, desenterrando memórias que estavam esquecidas. 

Uma segunda narrativa detalha em flashbacks como Calvin (Aidan Turner na juventude) conseguiu matar Hitler, além de mostrar sua relação com a jovem Maxine (Caitlin Fitzgerald). 

O título enorme entrega boa parte da história, que se mostra criativa e ao mesmo tempo maluca. O roteiro faz uma verdadeira salada de gêneros. As sequências no passado seguem o estilo de longas de espionagem e romance. 

A narrativa atual começa como um drama sobre frustrações e no meio da trama muda a chave para uma estranha ficção que brinca até com a possibilidade de uma tragédia global. É uma pena que os vários temas resultem em um filme irregular e estranho. 

O destaque maior fica para a interpretação do sempre marcante Sam Elliott, perfeito como o sujeito que sofre com o peso do passado.