quarta-feira, 30 de junho de 2021

O Desaparecimento

 


O Desaparecimento (Still Here, EUA, 2020) – Nota 5
Direção – Vlad Feier
Elenco – Maurice McRae, Johnny Whitworth, Zazie Beetz, Afton Williamson, Larry Pine, Jeremy Holm.

Uma garotinha negra desaparece sem deixar vestígios em um condomínio de classe baixa em Nova York. Seu pai (Maurice McRae) se mostra desesperado e obcecado em encontrá-la. 

A notícia chama a atenção de um jornalista (Johnny Whitworth), que decide escrever sobre o caso. Sua matéria leva a polícia até um suspeito, mas também dá início a uma série de fatos dolorosos. 

Inspirado em uma história real, este longa tem uma premissa intrigante, porém que se perde em meio a uma narrativa confusa e a tentativa de demonizar a polícia. 

As interpretações também deixam a desejar, variando de personagens exagerados como o pai e outros inexpressivos como o jornalista. 

O final deixa a impressão de ser uma história que foi modificada para criar polêmica. Eu esperava algo bem melhor.


terça-feira, 29 de junho de 2021

Altos Negócios

 


Altos Negócios (Betonrausch, Alemanha, 2020) – Nota 6,5
Direção – Cuneyt Kaya
Elenco – David Kross, Frederick Lau, Pierre Kiwitt, Sophia Thomalia.

O jovem Viktor (David Kross) sai do interior da Alemanha para tentar a vida em Berlim. Sem dinheiro ou emprego, Viktor usa a criatividade e também a malandragem para conseguir onde morar. Ao conhecer Gerry (Frederick Lau), eles criam uma amizade e dão início a um negócio imobiliário ilegal que cresce acima do que esperavam. 

A história e o estilo da narrativa claramente utilizam como inspiração “O Lobo de Wall Street”, porém com resultado muito abaixo na comparação. A ascensão e queda do protagonista é mostrada de forma bastante rápida, com uma narrativa agitada envolvendo dinheiro, corrupção, drogas e sexo. 

Pelo formato e a curta duração, a passagem do tempo parece atropelada em alguns momentos. As falhas tiram um pouco da qualidade, resultando em uma obra mediana.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

A Última Chance & Resgate em Alta Velocidade

 


A Última Chance (Line of Duty, EUA, 2019) – Nota 5
Direção – Steven C. Miller
Elenco – Aaron Eckhart, Courtney Eaton, Ben McKenzie, Giancarlo Esposito, Jessica Lu, Dina Meyer.

Frank Penny (Aaron Eckhart) é um veterano policial que ainda trabalha patrulhando as ruas. Ao responder um chamado, Frank se envolve no caso do sequestro da filha do tenente Volk (Giancarlo Esposito), que fora seu parceiro em um caso que terminou em tragédia. 

Tentando se redimir, Frank decide procurar a filha do ex-parceiro, sendo obrigado a levar consigo a jovem blogueira Ava (Courtney Eaton), que cruzou seu caminho durante o chamado. 

A premissa de policial decadente tentando se redimir é um clichê básico do gênero que muitas vezes funciona. A ideia de dar uma cara moderna ao inserir a jovem com a câmera filmando a ação também é uma boa sacada. 

O problema é que o diretor Steven C. Miller é muito fraco. O roteiro tem várias furos, com soluções absurdas, um vilão com motivação maluca e sequências de ação exageradas. 

É um filme que até prende a atenção e pode agradar quem não se preocupar com os absurdos.

Resgate em Alta Velocidade (Getaway, EUA / Bulgária, 2013) – Nota 4
Direção – Courtney Solomon
Elenco – Ethan Hawke, Selena Gomez, Jon Voight, Rebecca Budig, Paul Freeman, Bruce Payne.

Em Sofia na Bulgária, Brent Magna (Ethan Hawke) é um ex-piloto de corridas que faz pequenos serviços sujos para sobreviver. Quando sua esposa (Rebecca Budig) é sequestrada e um desconhecido exige que ele roube um carro e siga suas instruções, Brent inicia uma louca corrida para tentar salvar a vida da esposa. 

A trama explora clichês de filmes sobre sequestro em que o vilão manipulador e inteligente tem um objetivo que é revelado aos poucos. O problema é que o desenvolvimento da trama é péssimo. 

Praticamente todo o filme é um grande perseguição de automóveis em que o personagem de Ethan Hawke junto com a de Selena Gomez, que é a dona do carro roubado, rodam por toda cidade fugindo de policiais e bandidos. É um festival de furos no roteiro e de absurdos de ação. 

O resultado é um longa para passar longe.

domingo, 27 de junho de 2021

Run Hide Fight

 


Run Hide Fight (Run Hide Fight, EUA, 2020) – Nota 7
Direção – Kyle Rankin
Elenco – Isabel May, Eli Brown, Thomas Jane, Radha Mitchell, Olly Sholotan, Treat Williams. Barbara Crampton, Cyrus Arnold, Britton Sear.

Em um dia qualquer, três adolescentes e uma garota invadem a escola onde estudam. Eles estão armados, matam alguns alunos e tomam outros como reféns na cafeteria. 

Enquanto isso, a adolescente Zoe (Isabel May) consegue escapar e avisar alunos e professores de outras salas sobre a situação, tentando evacuar o local e colocando sua própria vida em perigo. 

Tendo apenas os veteranos Thomas Jane, Radha Mitchell e Treat Williams como rostos conhecidos em papéis de coadjuvantes, este longa surpreende ao explorar os espaços do colégio para criar uma tensão crescente com boas sequências de ação e violência, com a desconhecida Isabel May dando conta do recado como protagonista. 

Outro acerto é a utilização da internet como ferramenta dos jovens assassinos para divulgar seu ataque desesperado, com o roteiro explorando ainda temas como bullying e celebridade instantânea. 

Para o cinéfilo com mais idade ou aquele curte filmes antigos, este longa lembra bastante “Rebeldes e Heróis” protagonizado por Sean Astin em 1991.

sábado, 26 de junho de 2021

The Stranger

 


The Stranger (The Stranger, EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – Veena Sud
Elenco – Mayka Monroe, Dane DeHaan, Avan Jogia.

Em Los Angeles, a jovem Clare (Mayka Monroe) trabalha como motorista de aplicativo há apenas cinco dias. Ela atende um chamado para uma corrida em uma região de casas de luxo, abrindo as portas de seu carro para um desconhecido (Dane DeHaan), que logo demonstra ser um psicopata. É o início de uma noite infernal em que Clare fará de tudo para salvar sua vida. 

Esta é mais uma microssérie com treze episódios que variam de seis a nove minutos de duração cada. Este formato é basicamente um longa dividido em pequenos capítulos a serem vistos seguidamente. 

A narrativa é ágil, com boas sequências de violência e suspense, porém a trama é previsível, com reviravoltas comuns ao gênero. Vale destacar a fotografia e as locações noturnas por Los Angeles. 

A diretora e roteirista canadense Veena Suda entregou séries melhores como “The Killing” e “Seven Seconds”.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Fukushima: Ameaça Nuclear

 


Fukushima: Ameaça Nuclear (Fukushima 50, Japão, 2020) – Nota 6,5
Direção – Setsurô Wakamatsu
Elenco – Koichi Sato, Ken Watanabe, Hidetaka Yoshioka, Naoto Ogata, Shohei Ino.

Em 2011, um terremoto seguido de um tsunami atingiu a usina nuclear de Fukushima no Japão, causando um terrível dano que poderia resultar em uma tragédia gigantesca. 

Baseado em um fato real, este longa tenta explorar o sucesso da recente minissérie “Chernobyl”, porém sem o mesmo sucesso ou qualidade. 

O roteiro explora a luta dos funcionários da usina em conter a provável tragédia, inclusive arriscando a própria vida em várias situações. 

Os dois personagens principais são o chefe da seção da usina que foi atingida (Koichi Sato) e o gestor geral (Ken Watanabe), que precisa tomar decisões delicadas sob pressão e ainda lidar com políticos que parecem não entender a gravidade do que aconteceu. 

Por mais que entregue várias sequências tensas, o filme é irregular e um pouco longo, perdendo tempo em situações que poderiam ser cortadas. 

É uma história que assusta por te sido um fato real.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

O Imortal

 


O Imortal (L'immortale, Itália / Alemanha, 2019) – Nota 7,5
Direção – Marco D’Amore
Elenco – Marco D’Amore, Giuseppe Aiello, Salvatore D’Onofrio, Gianni Vastarella, Marianna Robustelli, Martina Attanasio, Gennaro Di Colandrea, Nello Mascia, Aleksey Guskov.

Ciro (Marco D’Amore) é um mafioso que é alvejado por seus parceiros e jogado no Golfo de Nápoles. A morte certa é evitada ao ser resgatado por pescadores e depois recrutado por uma quadrilha rival que o envia para Riga na Letônia. 

Ciro se torna um intermediário entre seu novo chefe e uma quadrilha local. Em flashbacks, descobrimos que por várias vezes Ciro enfrentou a morte e venceu, ganhando o apelido de “Imortal”. 

Escrito, dirigido e protagonizado por Marco D’Amore, este longa vai além dos filmes sobre as regras e as relações entre mafiosos, para contar uma história de superação e sobrevivência dentro do mundo do crime. 

A transformação do protagonista de um cara esperto e falante para um adulto calado, taciturno e frio é detalhada através do vários obstáculos que enfrentou na vida. 

As locações no submundo decadente da Letônia e as sequências de violência também são destaque. 

O longa é mais uma boa surpresa do cinema italiano.


quarta-feira, 23 de junho de 2021

A Sala dos Espelhos & À Procura do Destino

 



A Sala dos Espelhos (WUSA, EUA, 1970) – Nota 5,5
Direção – Stuart Rosenberg
Elenco – Paul Newman, Joanne Woodward, Anthony Perkins, Laurence Harvey, Pat Hingle, Don Gordon, Cloris Leachman, Moses Gunn, Wayne Rogers.

Reinhardt (Paul Newman) é um sujeito cínico e beberrão que consegue um emprego como locutor em uma rádio tradicional. Mesmo não acreditando no trabalho, ele aceita seguir as ordens da chefia. 

Em paralelo, Reinhardt conhece e se envolve com a bela Geraldine (Joanne Woodward) e vai morar em condomínio simples onde ele desconta sua frustração através de diálogos cortantes com o vizinho Rainey (Anthony Perkis), um idealista que trabalha com serviços sociais. 

A tentativa de fazer uma crítica social se perde em meio a discursos vazios e diálogos que se transformam em divagações que não levam a lugar. Desde o início fica claro o papel de cada personagem no roteiro. Newman é o sujeito que não se importa com nada, apenas com ele mesmo, Woodward é a sonhadora que apanhou muito na vida e Perkins o idealista ingênuo que tenta fazer a diferença sem sucesso algum. 

Por mais que o mundo ainda continue com esta briga de ideologias, o filme se mostra datado na narrativa e no formato.

À Procura do Destino (Inside Daisy Clover, EUA, 1965) – Nota 6
Direção – Robert Mulligan
Elenco – Natalie Wood, Robert Redford, Christopher Plummer, Ruth Gordon, Roddy McDowall.

Hollywood, anos trinta. A adolescente Daisy Clover (Natalie Wood) é descoberta por um produtor (Christopher Plummer) e rapidamente se torna estrela. O sonho alcançado aos poucos revela a face obscura do sucesso, como o difícil relacionamento com um astro (Robert Redford) e o lado controlador do produtor, que se considera dono da carreira da jovem. 

Este foi um dos primeiros filmes a mostrar de forma mais aberta os bastidores complicados de Hollywood e a vida pessoal de famosos, mesmo que sem grande aprofundamento. Os contratos quase vitalícios que muitos atores e atrizes eram obrigados a aceitar até o final dos anos sessenta é um destes pontos, em uma época em que os grandes estúdios tinham total poder sobre seus comandados. 

Vemos ainda de forma implícita a questão das jovens atrizes que se envolvem com homens mais velhos e poderosos, o que mesmo tendo os dois lados da moeda, para muitos é uma forma de abuso. A questão principal é que tudo isso perde um pouco a força pela narrativa irregular e o estilo datado, se tornando cansativo. 

Vale destacar o ótimo elenco, que além do trio principal ainda tem a marcante Ruth Gordon vivendo a mãe da protagonista.

terça-feira, 22 de junho de 2021

Too Late

 


Too Late (Too Late, EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Dennis Hauck
Elenco – John Hawkes, Crystal Reed, Natalie Zea, Robert Forster, Jeff Fahey, Dichen Lachman, Joanna Cassidy, Dash Mihok, Rider Strong, Sydney Tamiia Poitier.

Em Los Angeles, uma jovem (Crystal Reed) liga para o investigador particular Samson (John Hawkes) marcando um encontro. Aparentemente eles tem alguma ligação forte. O sujeito vai até o local, porém algo inesperado aconteceu antes. Sem encontrar a garota, Samson inicia uma busca que pode se transformar em vingança. 

O roteiro escrito pelo diretor Dennis Hauck divide o filme em cinco atos não lineares que vão se encaixando até a surpresa na parte final. Ele explora também uma narrativa ao estilo dos filmes noir, com diálogos sarcásticos sobre a vida em Los Angeles, celebridades, filmes e sexo. Por sinal, a personagem de Dichen Lachman desfila totalmente nua na tela por vários minutos. 

Em um noir não pode faltar a violência, o submundo e o protagonista decadente, vivido com destaque pelo ótimo John Hawkes. 

É um filme para um público específico.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Miss Stevens


Miss Stevens (Miss Stevens, EUA, 2016) – Nota 5,5
Direção – Julia Hart
Elenco – Lily Rabe, Timothée Chalamet, Lili Reinhart, Anthony Quintal, Oscar Nuñez, Rob Huebel.

Miss Stevens (Lily Rabe) é uma solitária professora de colégio que aceita levar três alunos para participarem de uma competição de teatro durante um final de semana em um hotel. 

Margot (Lili Reinhart) é uma estudante certinha, Billy (Timothée Chalamet) é o rebelde que vive a base de medicamentos e Sam (Anthony Quintal) é homossexual. Será um final de semana de frustrações e descobertas. 

O roteiro escrito pela diretora Julia Hart cria personagens totalmente clichês preparados para enfrentar problemas previsíveis. Além disso, falta carisma aos personagens, até mesmo para a protagonista que carrega um trauma a ser superado. Por mais que eu goste de dramas, este passou longe de empolgar.

 

domingo, 20 de junho de 2021

Synchronic & Infinite

 


Synchronic (Synchronic, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Justin Benson & Aaron Moorhead
Elenco – Anthony Mackie, Jamie Dornan, Katie Aselton, Ally Ioannides, Ramiz Monsef.

Steve (Anthony Mackie) e Dennis (Jamie Dornan) são paramédicos e amigos de longa data. Em uma série de ocorrências que variam entre mortes e acidentes bizarros, Steve encontra em todos estes locais uma embalagem de um droga sintética legal chamada Syncronic. Quando Steve descobre ter um tumor no cérebro e pouco tempo de vida, ele decide comprar esta droga e experimentar para descobrir os efeitos. 

A premissa é intrigante, assim como os efeitos do uso da droga que transforma o longa em uma curiosa ficção. O problema é que a história é desenvolvida de forma apenas mediana, com algumas situações clichês enfrentadas pelo protagonista e efeitos especiais que deixam a desejar. 

A criatividade da premissa tinha tudo para resultar em um filme bem melhor.

Infinite (Infinite, EUA, 2021) – Nota 5,5
Direção – Antoine Fuqua
Elenco – Mark Wahlberg, Chiwetel Ejiofor, Sophie Cookson, Dylan O’Brien, Jason Mantzoukas, Rupert Friend, Toby Jones, Johannes Haukur Johannesson.

Em um futuro próximo, algumas pessoas tem o poder de lembrar suas vidas passadas. Estas pessoas se dividem em dois grupos que lutam em busca de um objeto que poderia acabar com a vida no planeta. 

Neste contexto, Evan McCauley (Mark Wahlberg) é perseguido pelos dois lados que o consideram uma espécie de Messias. O próprio Evan não sabe que suas alucinações diagnosticadas como esquizofrenia são na verdade lembranças de outras vidas. 

A premissa das vidas passadas era ótima e tinha tudo para render um bom longa de ficção, mas infelizmente o diretor Antoine Fuqua se perdeu totalmente em meio a exageros de ação e uma péssimo desenvolvimento da trama. 

O filme começa e termina com duas sequências de ação absurdas, daquelas que parecem game em que o protagonista tem diversas vidas. Entre as duas sequências o roteiro entrega um infinidade de clichês em meio a uma narrativa que por mais estranho que pareça é arrastada para contar os detalhes da vida do protagonista. Por sinal, Mark Wahlberg atua no piloto automático como sempre, enquanto Chiwetel Ejiofor está totalmente caricato como o vilão. 

É um filme que decepciona.

sábado, 19 de junho de 2021

Os Favoritos de Midas

 


Os Favoritos de Midas (Los Favoritos de Midas, Espanha, 2020) – Nota 7
Direção – Mateo Gil
Elenco – Luis Tosar, Marta Belmonte, Guillermo Toledo, Carlos Blanco, Goize Blanco, Jorge Andreu, Daniel Holguin, Marta Milans.

Victor Genovés (Luis Tosar) é o CEO de uma corporação espanhola que controla várias empresas, entre elas um antigo jornal impresso. 

Ao receber uma carta anônima informando que teria um pequeno tempo para efetuar um pagamento milionário, caso contrário uma pessoas aleatória seria assassinada, Victor ignora. O assassinato ocorre e uma nova carta chega, o forçando a buscar ajuda da polícia, na pele do inspetor Conte (Guillermo Toledo). 

Em paralelo, a jornalista Monica (Marta Belmonte) faz uma reportagem sobre venda de armas da Espanha para rebeldes sírios, aumentando a tensão no país, com grupos protestando com violência contra o governo, principalmente em Madrid. 

Esta minissérie em seis episódios mistura temas como disputa pelo poder empresarial, ética na imprensa, limites da polícia nas investigações e principalmente em como a força invisível dos poderosos manipula a sociedade. 

A história bate na tecla de que a maioria das pessoas defende o correto até um determinado ponto. Quando ela passa a sentir que pode ser prejudicada, tende a modelar sua ética para se salvar. 

Pode ser até que a ideia do diretor e roteirista Mateo Gil tenha um posicionamento ideológico nas entrelinhas, mas a meu ver a crítica vai para os poderosos em geral, independente de sistema político ou ideologia. 

O ponto negativo é a enrolação em algumas passagens. Com um ou até dois episódios a menos o resultado seria ainda melhor.

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Em Trânsito

 


Em Trânsito (Transit, Alemanha / França. 2018) – Nota 6,5
Direção – Christian Petzold
Elenco – Franz Rogowski, Paula Beer, Godehard Giese, Lilien Batman.

Na França ocupada por nazistas, Georg (Franz Rogowski) assume a identidade de um escritor que faleceu para tentar sair do país, ao mesmo tempo em que se apaixona pela esposa do sujeito (Paula Beer), que está à procura do marido. 

A sacada criativa deste longa é explorar o contexto da invasão alemã na França durante a Segunda Guerra Mundial, porém utilizando elementos dos dias atuais, como o figurino e os carros. 

A história em si é um drama sobre a perseguição aos judeus e também sobre o amor impossível que leva os protagonistas a tomarem decisões dolorosas em meio a um cenário de vida ou morte. 

O ritmo lento com passagens melancólicas deixa o filme cansativo em alguns momentos. 

É um filme para o público que gosta de obras introspectivas e personagens sofredores.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Coincidências do Amor, Amor a Distância e Será Que?

 


Coincidências do Amor (Switch, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Josh Gordon & Will Speck
Elenco – Jason Bateman, Jennifer Aniston, Patrick Wilson, Jeff Goldblum, Juliette Lewis.

Wally (Jason Bateman) e Kassie (Jennifer Aniston) são amigos desde a juventude, porém jamais deram um passo adiante para um relacionamento amoroso. Quando ela diz para ele que pretende ter um filho sozinha através de inseminação artificial e que quer ajuda para encontrar um doador, a amizade toma outro rumo, até que um fato tresloucado deixa tudo ainda mais complicado. 

Esta curiosa comédia explora o clichê da amizade que esconde o amor, porém desenvolvendo o tema de uma forma até bizarra relacionada a um fato incomum. Jennifer Aniston e Jason Bateman dão conta do recado e repetem o mesmo estilo de personagens que estão habituados a interpretar em outras comédias.

Amor a Distância (Going the Distance, EUA, 2010) – Nota 6,5
Direção – Nanette Burstein
Elenco – Justin Long, Drew Barrymore, Charlie Day, Jason Sudeikis, Christina Applegate, Ron Livingston, Oliver Jackson Cohen, Jim Gaffigan, Natalie Morales, Kelli Garner.

Garrett (Justin Long) conhece e se apaixona por Erin (Drew Barrymore). Quando o relacionamento avança, surgem os problemas das diferenças na carreira e a chances de trabalharem em cidades diferentes. Eles tentam acertar a situação, até chegar um ponto onde será necessário tomar uma decisão final. 

É uma típica comédia romântica com pequenos desencontros e problemas a serem superados intercalados com situações engraçadinhas e outras patéticas. As cenas mais engraçadas ficam por conta dos coadjuvantes Charlie Day, Jason Sudeikis e Christina Applegate, esta última vivendo a irmã da protagonistas. Destaque também para a boa química entre Justin Long e Drew Barrymore.

Será Que? (What If (The F Word), Canadá / Irlanda, 2013) – Nota 6,5
Direção – Michael Dowse
Elenco – Daniel Radcliffe, Zoe Kazan, Megan Park, Adam Driver, Mackenzie Davis, Rafe Spall, Sarah Gadon, Lucius Hoyos, Jemima Rooper.

Um anos após ter rompido um namoro e abandonado a faculdade de medicina, Wallace (Daniel Racliffe) deseja voltar a ter uma vida normal. Em uma festa ele conhece Chantry (Zoe Kazan), com quem cria rapidamente um laço, porém de amizade, porque ela vive com o namorado (Rafe Spall). Wallace decide aceitar a situação, mesmo estando cada vez mais apaixonado por Chantry. 

É uma comédia romântica previsível, como são a maioria por sinal, com um boa química entre o casal principal que rende várias discussões sobre relacionamento e algum drama. É um filme que cumpre o que promete, mas está longe de entregar algo novo.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

O Primeiro Ministro

 


O Primeiro Ministro (De Premier, Bélgica, 2016) – Nota 6,5
Direção – Erik Van Looy
Elenco – Koen De Bouw, Tine Reymer, Charlotte Vandermeersch, Dirk Roofhooft, Stjin Van Opstal, Saskia Reeves, Adam Godley, Willy Thomas.

O Primeiro Ministro da Bélgica (Koen De Bouw) é sequestrado e tem sua família mantida refém por um grupo desconhecido. Para manter esposa e filhas vivas, ele precisa aceitar a missão de assassinar a presidente americana (Saskia Reeves) que visitará o país naquele dia para uma encontro com outros líderes europeus. É o início de uma corrida maluca pela sobrevivência. 

O diretor e roteirista Erik Van Looy e o astro Koen De Bown também foram parceiros no ótimo longa policial “O Caso Alzheimer”. Neste longa que comento aqui, a trama explora uma premissa utilizada em obras americanas sobre um inocente que precisa cometer um crime para salvar a família, com a diferença de que neste caso o provável assassino é um político. 

A narrativa é tensa, com várias sequências violentas, algumas um pouco exageradas e um final apressado, mas condizente com a proposta.

terça-feira, 15 de junho de 2021

Relatos do Mundo

 


Relatos do Mundo (News of the World, EUA, 2020) – Nota 7
Direção – Paul Greengrass
Elenco – Tom Hanks, Helena Zengel, Ray McKinnon, Mare Winningham, Elizabeth Marvel, Michael Angelo Covino, Fred Hechinger, Thomas Francy Murphy, Bill Camp.

Ao final da Guerra Civil Americana, o capitão Jefferson Kyle Kidd (Tom Hanks) roda pelo oeste do país de cidade em cidade lendo as notícias de jornais para a população. 

Em uma de suas viagens, Kidd cruza o caminho da garotinha Johanna (Helena Zengel), que foi raptada pelos índios anos atrás e que fala apenas o idioma dos Kiowa. 

Ele decide levar a garota a reencontrar os familiares que sobreviveram, porém terá de enfrentar vários perigos pela jornada, além de tentar ganhar a confiança da menina. 

Baseado em um livro, este longa apresenta uma premissa que lembra o clássico de John Ford “Rastros de Ódio”, porém desenvolvida de uma forma bastante previsível. 

Esta falta de surpresas não chega a ser ruim, o filme tem um ritmo agradável e uma ótima química entre Tom Hanks e garota alemã Helena Zengel, além de um bela fotografia. 

As sequências de leituras de notícias do protagonista também são destaque, como se fosse uma televisão antes dela ser inventada. 

É um filme que com certeza agradará a maioria das pessoas.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Olhar do Desejo

 


Olhar do Desejo (Hallam Foe, Inglaterra, 2007) – Nota 7
Direção – David Mackenzie
Elenco – Jamie Bell, Ruthie Milne, Ciaran Hinds, Claire Forlani, Lucy Holt, Jamie Siveis, Ewen Bremner, John Paul Lawler.

O jovem Hallam (Jamie Bell) vive com o pai (Ciaran Hinds) e a madrasta (Claire Forlani) em um enorme casarão em local afastado. Hallam passa o dia em uma casa na árvore observando as poucas pessoas da região. 

Ele também acredita que a morte da mãe foi causada pelo pai e a madrasta. Um determinado fato o leva para Londres, onde seu jeito peculiar de ver o mundo e o trauma pela morte da mãe afetarão suas atitudes e relações. 

Alguns filmes são tão complexos que fica difícil comentar. Neste longa ocorre isso, sendo que a complexidade não está na trama, mas no desenvolvimento dos personagens. 

Tanto o protagonista vivido por Jamie Bell, como a madrasta de Claire Forlani e a funcionária do hotel interpretada por Ruthie Milne são personagens cheios de contradições, com atitudes que atingem diretamente as pessoas que estão ao lado. 

Destaque também para os diálogos e as sequências de sexo ousadas, assim como o voyeurismo do protagonista.

domingo, 13 de junho de 2021

Viver Duas Vezes

 


Viver Duas Vezes (Vivir Dos Veces, Espanha, 2019) – Nota 7
Direção – Maria Ripoli
Elenco – Oscar Martinez, Inma Cuesta, Mafalda Carbonell, Nacho Lopez.

Com pouco mais de setenta anos de idade, o professor universitário de matemática Emilio (Oscar Martinez) descobre estar sofrendo de Alzheimer. 

Com a mente começando a falhar e sabendo que logo irá esquecer de toda sua vida, Emilio decide tentar reencontrar seu amor de infância, fato que a princípio desagrada sua filha (Inma Costa), com quem tem uma difícil relação. 

O pesado tema da doença é desenvolvido de forma sóbria e sensível neste longa que ainda explora as confusas relações familiares, no caso também o casamento da filha do protagonista. 

O filme ganha pontos pela química entre o sempre ótimo ator argentino Oscar Martinez e a garota Mafalda Carbonell que interpreta sua neta adolescente. A descoberta do mundo digital e as diferenças na forma de encarar o mundo entre os dois personagens é bastante interessante. 

O roteiro ainda guarda uma surpresa no final, mas que com certeza muitos cinéfilos vão descobrir antes ou pelo menos desconfiar pelas pistas na história.

sábado, 12 de junho de 2021

Momentos de Felicidade Insignificante, A Máfia Só Mata no Verão & Em Guerra Por Amor

 


Momentos de Felicidade Insignificante (Momenti di Trascurabile Felicita, Itália, 2019) – Nota 7
Direção – Daniele Luchetti
Elenco – Pif, Thony, Renato Carpentieri, Franz Cantalupo, Vincenzo Ferrera, Roberta Caronia.

Em Palermo, no sul da Itália, Paolo (Pif) sofre um acidente de moto e morre. Ao chegar no paraíso descobre que houve um erro, tendo direito de voltar à Terra. Porém o tempo oferecido é de apenas uma hora e meia. 

Ele volta junto com uma espécie de anjo (Renato Carpentieri), que vem para garantir que o sujeito não tente escapar da morte. No pouco tempo que resta, Paolo decide se redimir dos erros, principalmente com sua esposa (Thony) e sua filha. 

Esta simpática mistura de drama e comédia explora ao mesmo tempo a tentativa do protagonista em fechar sua vida de forma positiva, além de utilizar a narração do mesmo para mostrar como as pessoas perdem tempo com erros bobos, brigas sem sentido e muitas vezes esquecem de valorizar o que tem. 

Tudo isso ganha pontos pela interpretação espontânea do ator, diretor e apresentador de tv Pif, apelido de Pierfrancesco Diliberto. Seu personagem é o típico sujeito comum de bom coração, mas que muitas vezes na vida tomou decisões equivocadas pelos mais diversos motivos. 

Este longa foi um agradável surpresa. Merece ser conhecido pelos cinéfilos que gostam do gênero.

A Máfia Só Mata no Verão (La Mafia Uccide Solo D'estate, Itália, 2013) – Nota 7,5
Direção – Pierfrancesco Diliberto (Pif)
Elenco – Pif, Cristiana Capotondi, Alex Bisconti, Ginevra Antona.

Palermo, sul da Itália, 1980. O garoto Arturo (Alex Bisconti) é apaixonado pela colega de classe Flora (Ginevra Antona), porém sua timidez e fatos aleatórios ligados as ações da Máfia sempre atrapalham sua chance de se declarar. 

Muitos anos depois, agora adulto, Arturo (Pif) está tentando fazer carreira como jornalista quando reencontra Flora (Cristiana Capotondi), mas novamente fatos ligados a Máfia e também a política não deixam que as coisas aconteçam entre eles. 

O ator, diretor e apresentador de tv Pif (Pierfrancesco Diliberto) entrega um filme extremamente criativo ao unir uma história de amor que parece que nunca será consumada, com fatos reais dos crimes cometidos pela Máfia em Palermo nos anos oitenta e noventa, a maioria deles a mando do sanguinário capo Salvatore “Totó” Rina. 

O roteiro de Pif detalha fatos marcantes como o grande julgamento dos mafiosos no final dos anos oitenta e as mortes de pessoas que lutavam contra o crime, como os promotores Giuseppe Falcone e Paolo Borselino, além do general Dalla Chiesa. 

Pif é nascido em Palermo e conhece o lado bom e também o ruim da região, tendo vivido de perto todos estes fatos citados aqui. 

Este é mais um filme italiano que merece ser conhecido.

Em Guerra Por Amor (In Guerra per Amore, Itália, 2016) – Nota 7
Direção – Pif (Pierfrancesco Diliberto)
Elenco – Pif, Andrea Di Stefano, Miriam Leone, Vincent Riotta, Maurizio Marchetti, Sergio Vespertino, Maurizio Bologna.

Nova York, 1943. Arturo (Pif) é um imigrante italiano que está apaixonado por Flora (Miriam Leone), filha do dono do restaurante em que ele trabalha. A história de amor fica em risco quando Flora é oferecida pelo tio para se casar com o filho de um mafioso. 

Arturo vê como sua única chance voltar para a Sicília na Itália e pedir Flora em casamento direto para seu pai. Sem dinheiro, ele decide se alistar no exército, que está prestes a enviar soldados para combater os nazistas na Sicília. 

A curiosa premissa deste longa dirigido, escrito e protagonizado por Pif tem semelhanças com seu trabalho anterior, o superior “A Máfia Só Mata no Verão”. Ele cria uma trama de ficção explorando temas habituais como uma história de amor, os costumes do sul da Itália e influência da Máfia na região misturados com uma situação verdadeira. 

O ponto real são as decisões que o exército americano tomou e que terminou por fortalecer a Máfia siciliana, inclusive com uma curiosa teoria de que o governo americano teve ajuda do gângster Lucky Luciano para criar uma estratégia de ataque e conseguir apoio local, dos mafiosos é claro. 

A narrativa é agradável, incluindo algumas pitadas de comédia, como a sequência do burro voador e a dupla de vagabundos que tenta sobreviver com pequenos golpes.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Blood on Her Name

 


Blood on Her Name (Blood on Her Name, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Matthew Pope
Elenco – Bethany Anne Lind, Will Patton, Elisabeth Rohm, Jared Ivers, Jimmy Gonzales.

Na sequência inicial, uma personagem (Bethanh Anne Lind) está assustada e suja de sangue ao lado de um corpo dentro de uma oficina mecânica. Ela enrola o corpo em plástico, limpa o local e o coloca no porta-malas de um carro. Um dia depois, ela decide levar o corpo para a casa da família do falecido, escondendo na garagem. 

Este longa policial de baixo orçamento começa de forma intrigante, tanto em relação ao porquê do crime, como da confusa relação entre a protagonista com seu pai que é policial (Will Patton). 

É aquele tipo de filme em que os personagens vivem à beira da marginalidade em meio a uma cidadezinha decadente. 

Algumas sequências de violência e o final que foge do lugar comum são outros destaques.

quinta-feira, 10 de junho de 2021

A Lenda da Ilha do Pó

 


A Lenda da Ilha do Pó (The Legend of Cocaine Island, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Theo Love
Documentário

Em 2012, na pequena cidade de Archer na Califórnia, circulava uma história tratada como lenda a princípio. 

Um velho hippie chamado Julian contava que quinze anos antes, vivendo na cidade litorânea de Culebra em Porto Rico, teria encontrado uma mala com trinta e dois quilos de cocaína e com medo de ter algum problema com traficantes ou mesmo com a polícia, decidiu enterrar o produto em um local isolado. 

A história chamou a atenção de um sujeito, que se uniu a outros com o objetivo de encontrar a mercadoria, trazer para os EUA e vender. 

Este documentário detalha uma bizarra história real envolvendo ganância e personagens peculiares. O ideal é não ler sobre o assunto antes de ver o documentário. 

São algumas situações patéticas e uma reviravolta bastante curiosa, além de no final deixar uma enorme dúvida sobre o que realmente ocorreu com a mercadoria.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Asura: The City of Madness


Asura: The City of Madness (Asura, Coreia do Sul, 2016) – Nota 6,5
Direção – Sung Su Kim
Elenco – Jung Woo Sung, Hwang Jung Min, Ju Ji Hoon, Don Won Kwak.

O crime organizado domina uma cidade da Coreia do Sul, começando pelo prefeito (Hwang Jung Min) que comanda a corrupção estatal. Ele utiliza o policial Han (Jung Woo Sung) para fazer seus serviços sujos. Na caça ao prefeito está um grupo de promotores liderados por Kim (Don Won Kwak), que pressiona Han para conseguir provas e assim denunciar o prefeito. 

O roteiro explora a clássica premissa do protagonista corrupto que se vê meio a uma disputa, tendo de tomar um lado sem que o outro o veja como inimigo e assim tentar salvar sua vida. 

Um dos pontos que atrapalham é o desenvolvimento da trama que se alonga mais do que o necessário até chegar a sanguinária sequência final. O personagem do prefeito também é caricato, sempre com um sorriso cínico no rosto parecendo vilão de adaptação de quadrinhos. 

É um filme bastante violento e um pouco irregular, ficando abaixo na qualidade em relação a outros longas sul-coreanos do gênero.

terça-feira, 8 de junho de 2021

Roadkill & The Pembrokeshire Murders

 


Roadkill (Roadkill, Inglaterra, 2020) – Nota 7
Direção – Michael Keillor
Elenco – Hugh Laurie, Helen McCrory, Saskia Reeves, Sidse Babett Knudsen, Iain de Caestecker, Olivia Vinall, Shalom Brune Franklin, Nicholas Rowe, Sarah Greene.

Peter Laurence (Hugh Laurie) é um ministro que acaba de vencer um processo contra um jornal. Ainda comemorando a vitória, Peter precisa lidar com uma série de novos problemas. 

Ele recebe a notícia de que uma presidiária alega ser sua filha, divide seu tempo entre o caso com uma dinamarquesa (Sidse Babett Knudsen) e o casamento de muitos anos com Helen (Saskia Reeves), fato que desagrada suas duas filhas legítimas, além de ter que lidar com as questões políticas envolvendo uma disputa nos bastidores com a Primeira Ministra (Helen McCrory). 

Este minissérie em quatro episódios explora as contradições, maquinações e segredos na vida de um político carismático, inteligente e ambicioso. As traições entre assessores e pessoas ligadas ao ministro é outro ponto positivo e ao mesmo assustador, mostrando que a falta de escrúpulos é uma verdadeira praga no mundo atual. 

Destaque para a atuação de Hugh Laurie, perfeito como o sujeito que não perde a compostura e nem a cara de pau para conseguir o que deseja.

The Pembrokeshire Murders (The Pembrokeshire Murders, Inglaterra, 2021) – Nota 7
Direção – Marc Evans
Elenco – Luke Evans, Keith Allen, Caroline Berry, Oliver Ryan, Alexandra Riley.

Em 2006, numa pequena cidade do País de Gales, o inspetor Steve Wilkins (Luke Evans) se depara com pistas sobre alguns crimes violentos ocorridos na região nos anos oitenta. Estas pistas levam até John Cooper (Keith Allen), que cumpre pena por roubo e que está prestes a ser libertado. Com auxílio dos testes de DNA, Wilkins e sua equipe focam todos os esforços para provar que Cooper é o responsável pelos crimes. 

Esta minissérie inglesa em três episódios é mais uma que detalha uma história real de crime famoso no país. Como ocorre com a maioria destas minisséries, o foco é a investigação e o drama, criando um jogo de gato e rato entre polícia e criminoso. O sofrimento das vítimas que sobreviveram é outro ponto de destaque no desenrolar da narrativa. 

É uma obra que cumpre o que promete e que agradará a quem curte o estilo.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Remédio Amargo

 


Remédio Amargo (El Practicante, Espanha, 2020) – Nota 6
Direção – Carles Torras
Elenco – Mario Casas, Déborah François, Guillermo Pfening, Maria Rodriguez Soto, Celso Bugallo, Raul Jimenez.

Angel (Mario Casas) é um paramédico que em pequenos detalhes demonstra ter um caráter duvidoso. Seus piores defeitos vem à tona após sofrer um acidente que o deixa paraplégico. Seu relacionamento com a esposa Vane (Déborah François) afunda, o levando a tomar atitudes extremas e inesperadas. 

Este longa funciona até a metade da trama enquanto o foco principal era o drama. Quando o protagonista decide colocar seu plano em execução e o roteiro se volta para o suspense, a qualidade cai bastante. A forma como as sequências de suspense são desenvolvidas deixam a desejar, até mesmo pela forma absurda como tudo acontece. O final cínico é típico de um filme B.

domingo, 6 de junho de 2021

Boss Level

 


Boss Level (Boss Level, EUA, 2021) – Nota 7,5
Direção – Joe Carnahan
Elenco – Frank Grillo, Mel Gibson, Naomi Watts, Ken Jeong, Will Sasso, Michelle Yeoh, Annabelle Wallis, Mathilde Ollivier, Meadow Williams.

Todos os dias, o veterano das forças especiais Roy Pulver (Frank Grillo) acorda e segue o mesmo roteiro até ser assassinado. Como se estivesse preso a um game e jamais chegasse ao nível final, Roy luta infinitamente contra vários assassinos que o perseguem, sem saber o porquê. 

Este criativo longa explora uma premissa que parece uma mistura do cult “Feitiço do Tempo” com o recente “A Morte Te Dá Parabéns”, entregando várias sequências de ação em meio a uma curiosa trama de ficção. 

Estas sequências violentas são muito bem filmadas e os assassinos que perseguem o protagonista são estranhos na medida certo para a proposta da trama. 

Mesmo longe de ser um grande ator, Frank Grillo vem fazendo uma sólida carreira nos últimos anos com papéis de durões ou vilões. É curioso ver Mel Gibson em um papel menor, mesmo sendo importante para a trama. 

É um filme melhor do que o esperado.

sábado, 5 de junho de 2021

A Bruxa da Casa ao Lado & O Chalé

 


A Bruxa da Casa ao Lado (The Wretched, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Brett Pierce & Drew T. Pierce
Elenco – John Paul Howard, Piper Curda, Jamison Jones, Azie Tesfai, Zarah Mahler, Kevin Bigley, Gabriela Quezada Bloomgarden.

O adolescente Ben (John Paul Howard) vai morar na casa do pai (Jamison James) em uma cidade litorânea. Logo, ele percebe que existe algo de estranho na casa de uma família vizinha, principalmente em relação a um garotinho. O problema é que pessoa alguma acredita em Ben. 

Esta interessante mistura de suspense e terror apresenta uma competente narrativa que cria um clima de tensão crescente, até chegar ao sinistro terço final. Mesmo com as interpretações fracas e o elenco desconhecido, o filme ganha pontos também pela reviravolta final. 

Para quem gosta do gênero e não exige muito, este filme é uma boa opção.

O Chalé (The Lodge, Inglaterra / EUA / Candadá, 2019) – Nota 6,5
Direção – Severin Fiala & Veronika Franz
Elenco – Riley Keough, Jaeden Martell, Lia McHugh, Richard Armitage, Alicia Silverstone.

Após a morte da mãe, os irmãos Aiden (Jaeden Martell) e Mia (Lia McHugh) demonstram total aversão para a futura madrasta Grace (Riley Keough). Para tentar contornar a situação, o pai (Richard Armitage) leva os dois para passar um final de semana com Grace em uma casa em local isolado durante o inverno. Fatos inesperados pioram ainda mais a situação. 

Durante dois terços o filme foca na dúvida sobre o que realmente está acontecendo, se existe algo sobrenatural agindo ou se temos algum vilão no meio da trama. A verdade que surge na parte final leva para um clímax bizarro que se apoia em uma explicação até interessante. 

É um filme mediano, que prende a atenção pelas estranhas situações.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Um Lugar Para Nós Dois

 


Um Lugar Para Nós Dois (Elsewhere, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Hernan Jimenez
Elenco – Aden Young, Parker Posey, Ken Jeong, Beau Bridges, Jacki Weaver, Jackie Thon, Ray Abruzzo.

Dois anos após a morte da esposa, o arquiteto Bruno (Aden Young) é expulso da bela casa que construiu em um terreno que pertence ao sogro. Enquanto tenta provar que a casa é sua, Bruno se envolve com a nova moradora do local (Parker Posey), sem contar a verdade sobre seu passado. 

Esta sensível mistura de drama e comédia tem a seu favor os simpáticos personagens que parecem pessoas comuns. O sofrimento do protagonista por causa de suas perdas, a relação com seus pais (Beau Bridges e Jacki Weaver), além da amizade com o engraçado Felix (Ken Jeong) são situações bem próximas da realidade. 

As belíssimas paisagens na fronteira dos EUA com o Canadá é outro destaque. 

É um filme simples, que agradará quem gosta do estilo.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Monstros e Homens

 


Monstros e Homens (Monsters and Men, EUA, 2018) – Nota 5,5
Direção – Reinaldo Marcos Green
Elenco – John David Washington, Anthony Ramos, Kelvin Harrison Jr., Chanté Adams, Jasmine Cephas Jones, Nicole Beharie, Rob Morgan, Cara Buono, Samel Edwards

Uma abordagem policial termina na morte de um comerciante de rua. A ação é filmada pelo jovem latino Manny (Anthony Ramos), que se mostra indignado com a situação e propenso a divulgar as imagens na internet. 

Mesmo sem ter participado da ação, o policial Dennis (John David Washington) se sente pressionado para se calar por causa do corporativismo da carreira e também por seus conhecidos que querem justiça para a vítima.

O terceiro personagem principal é o jovem Zyrick (Kelvin Harrison Jr.), que está prestes a assinar contrato com uma equipe de beisebol, porém demonstra desejo em participar de protestos contra a polícia. 

A premissa de explorar a tensão em uma comunidade por causa de um crime tinha tudo para render um bom filme. O problema é que o diretor estreante em longas Reinaldo Marcos Green preferiu transformar a história em um manifesto contra a polícia. Não existe um meio-termo na trama, os policiais são mostrados como vilões, enquanto os que protestam são vítimas e heróis. 

Esta visão extremamente parcial cria uma obra panfletária, que ainda fica pior por não dar um fechamento as histórias dos protagonistas.


quarta-feira, 2 de junho de 2021

Most Dangerous Game

 


Most Dangerous Game (Most Dangerous Game, EUA, 2020) – Nota 7,5
Direção – Phil Abraham
Elenco – Liam Hemsworth, Sarah Gadon, Christoph Waltz, Zach Cherry, Aaron Poole, Chris Webster, Devin Bostick, Billy Burke, Al Sapienza, Jimmy Akingbola, Natasha Liu Bordizzo

Em Detroit, Dodge Tynes (Liam Hemsworth) é um ex-atleta que está desempregado e preocupado por causa da gravidez da esposa Val (Sarah Gadon). Um incidente o leva a descobrir que está sofrendo de uma doença terminal. 

Sem saída, Dodge entra em contato com uma empresa e ouve uma sinistra proposta de um executivo (Christoph Waltz). Ele aceita se tornar alvo de cinco caçadores urbanos. A cada hora que ele sobreviver, um valor será depositado em sua conta. Conseguindo ficar vivo por vinte e quatro horas, Dodge poderá voltar para o resto de sua vida com a esposa. 

Esta minissérie explora um novo formato com episódios extremamente curtos. São dez episódios que variam de seis a dez minutos cada, todos recheados de ação, perseguições e suspense. Outro destaque são as regras para a caçada, inclusive a que muda o destino do protagonista no último episódio. 

Mesmo com uma trama até certo ponto previsível, eu gostei do formato e da agilidade da narrativa, que com certeza vai agradar quem curte obras de ação.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Guns Akimbo & Kin

 


Guns Akimbo (Guns Akimbo, Alemanha / Nova Zelândia / Inglaterra, 2019) – Nota 6,5
Direção – Jason Lei Howden
Elenco – Daniel Radcliffe, Samara Weaving, Ned Dennehy, Natasha Liu Bordizzo, Grant Bowler.

Miles (Daniel Radcliffe) está desmotivado com o emprego e com o fim do relacionamento com Nova (Natasha Liu Bordizzo). Ao entrar em um discussão virtual sobre um novo jogo em que pessoas reais lutam até a morte, Miles chama a atenção dos “donos” do site que o sequestram e o obrigam a participar. Ele precisa enfrentar a maluca assassina Nix (Samara Weaving), que o persegue pela cidade. 

Este agitado longa de ficção tem como ponto principal as sequências de ação repletas de uma violência absurda. A proposta do roteiro e da narrativa criada pelo diretor Jason Lei Howden é transportar a violência dos games para o mundo real, incluindo um vilão caricato (Ned Dennehy) repleto de capangas. 

Como é comum neste tipo de filme, o humor negro faz presença, muito pela interpretação de uma insana Samara Weaving, que já viveu um papel parecido na comédia “Casamento Sangrento”. 

É um filme para o espectador deixar de lado os absurdos e os furos na história, aproveitando para se divertir com as várias sequências de ação.

Kin (Kin, EUA / Canadá, 2018) – Nota 6
Direção – Jonathan & Josh Baker
Elenco – Miles Truitt, Jack Reynor, Dennis Quaid, Zoe Kravitz, James Franco, Carrie Coon, Michael B. Jordan.

Eli (Miles Truitt) é um adolescente que vive com o pai adotivo (Dennis Quaid) que sofre por ter perdido a esposa. Quando o filho legítimo Jimmy (Jack Reynor) volta para casa após cumprir pena na cadeia, a situação fica ainda mais confusa. Jimmy deve uma fortuna para o líder de uma quadrilha (James Franco) que o protegeu na prisão. Ao mesmo tempo, Eli encontra um estranho objeto em uma fábrica abandonada, sem saber o poder do mesmo. 

Este longa de ação e ficção claramente foi produzido com a ideia de iniciar uma franquia ou pelo menos ter uma sequência, algo que aparentemente não sairá do papel tão cedo. Os efeitos especiais, a correria e a violência escondem uma trama simples repleta de clichês que parecem saídos de uma ficção B dos anos oitenta. Os piores pontos são o clímax na delegacia e o final em si que deixa várias perguntas em aberto. 

É um filme com uma “casca” bonita que esconde a falta de conteúdo.