sexta-feira, 31 de maio de 2019

Hostis

Hostis (Hostiles, EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – Scott Cooper
Elenco – Christian Bale, Rosamund Pike, Wes Studi, Jesse Plemons, Rory Cochrane, Ben Foster, Timothée Chalamet, Adam Beach, Peter Mullan, Stephen Lang, Bill Camp, John Benjamin Hickey, Jonathan Majors, Scott Shepherd, Q’orianka Kilcher, Scott Wilson.

Oeste americano, 1892. O capitão do exército Joe Blocker (Christian Bale) recebe a ordem de transportar um velho chefe indígena (Wes Studi) que está muito doente e sua família de volta ao território Cheyenne para o sujeito passar seus últimos dias.

Joe odeia o velho chefe por ter participado de sangrentas batalhas entre exército e índios, mas é obrigado a cumprir a missão. No caminho sua caravana cruza com uma viúva (Rosamund Pike) que teve a família assassinada por Apaches. O grupo precisará enfrentar Apaches e bandidos durante a longa viagem. 

O diretor e roteirista Scott Cooper é especialista em filmes em que o drama é o foco principal, mesmo que a história seja policial ou um western como acontece aqui. 

Este longa tem boas cenas de tiroteio e violência, além das belas paisagens das planícies comuns ao gênero, porém Cooper prefere dar a ênfase principal ao desenvolvimento dos personagens mostrando como a violência do oeste afetou suas vidas. 

Temos personagens depressivos, outros que sofrem pelas mortes que cometeram e aqueles que ainda vêem a violência como única forma de sobreviver na região. 

Os “hostis” do título se referem a todos os lados, tanto exército como índios utilizavam da hostilidade, do ódio e da violência para tentar se sobrepor ao outro. 

O resultado é um western dramático extremamente interessante.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Um Novo Mundo

Um Novo Mundo (The House of Tomorrow, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Peter Livolsi
Elenco – Asa Butterfield, Alex Wolff, Nick Offerman, Ellen Burstyn, Fred Armisen, Maude Apatow.

Sebastian (Asa Butterfield) é um adolescente criado pela avó Josephine (Ellen Burstyn) que vive em uma casa futurista projetada por um famoso inventor falecido. Josephine transformou a casa em um museu em homenagem ao inventor e criou Sebastian com o objetivo de seguir seus passos. 

Um determinado fato faz com que Sebastian cruze o caminho de Jared (Alex Wolff), um adolescente que tenta seguir a vida após um transplante de coração. É o início de uma amizade entre dois jovens com vidas bem diferentes. 

Apesar da questão de saúde ser importante no roteiro, o longa acaba sendo mais leve do que parece. Alguns momentos dramáticos e outros de revolta são intercalados com sequências sobre músicas ligadas a vontade dos amigos em montar uma banda. 

O resultado é uma simpática e inofensiva mistura de drama e comédia.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Backstabbing for Beginners

Backstabbing for Beginners (Backstabbing for Beginners, Dinamarca / Canadá / EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Per Fly
Elenco – Theo James, Ben Kingsley, Jacqueline Bisset, Rossif Sutherland, Rachel Wilson, Brian Markinson, Belçim Bilgin.

Em 2003, o jovem Michael Soussan (Theo James) consegue de forma surpreendente o emprego de assistente do diretor da ONU chamado Pasha (Ben Kingsley), que comanda um controverso programa chamado “Petróleo por Comida” que funciona no Iraque. 

Não demora para o jovem idealista perceber que o programa é apenas a fachada para uma rede de corrupção que envolve poderosos. 

O longa é baseado em um livro do verdadeiro Michael Soussan que descreve toda a sujeira que testemunhou enquanto trabalhou no citado projeto da ONU. Os crimes foram além da corrupção, seguindo para ameaças, mortes suspeitas e assassinatos. 

Ao mesmo tempo em que a complexidade da trama passa uma impressão de ser uma grande história, por outro lado a enorme quantidade de detalhes acabam atrapalhando um pouco a narrativa. 

A trama lembra os livros de John Grisham como “A Firma” e “O Homem que Fazia Chover”, em que um protagonista precisa enfrentar a corrupção, porém a história dá várias voltas e parece terminar sem uma solução adequada. 

O resultado é um filme apenas razoável.

terça-feira, 28 de maio de 2019

Paddleton

Paddleton (Paddleton, EUA, 2019) – Nota 7,5
Direção – Alex Lehmann
Elenco – Mark Duplass, Ray Romano.

Michael (Mark Duplass) e Andy (Ray Romano) são vizinhos solitários que tem empregos burocráticos tediosos.

Eles passam o tempo livre vendo filmes de Kung Fu, comendo pizza e jogando um esporte maluco chamado Paddleton, que consiste em tentar acertar um latão de lixo com um bolinha de tênis que deve ser jogada em uma enorme parede, como se fosse uma espécie de Squash. 

Quando Michael descobre ter uma câncer terminal, ele decide pedir ao médico um medicamento para abreviar sua vida quando perceber que não terá mais condições de viver normalmente. Sobra pouco tempo para Michael e Andy aproveitarem a amizade. 

Os irmão Mark e Jay Duplass são atores, diretores, roteiristas e produtores que muitas vezes aceitam papéis pequenos em obras maiores de terceiros provavelmente para conseguirem verba para tocarem seus projetos pessoais independentes e criativos. 

Este “Paddleton” é mais um longa criado pela dupla que segue a linha independente. O grande acerto do roteiro é não apelar para o melodrama. A narrativa une a tristeza do final da vida que está chegando com sequências engraçadas e algumas até patéticas por serem realistas e focarem em amizade e solidão. 

A química entre Mark Duplass e o comediante Ray Romano é outro destaque. Por sinal, Ray Romano é mais um caso de comediante que se mostra bom ator e que merece papéis maiores para demonstrar seu talento.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

A 100 Passos de um Sonho

A 100 Passos de um Sonho (The Hundred-Foot Journey, EUA / Índia / Emirados Árabes Unidos, 2014) – Nota 6
Direção – Lasse Hallstrom
Elenco – Helen Mirren, Om Puri, Manish Dayal, Charlotte Le Bon, Amit Shah, Farzana Dua Elahe.

Durante um conflito em Mumbai na Índia, a família de Papa (Om Puri) é atacada por rebeldes, tem seu restaurante incendiado e sua esposa morre em meio às chamas. Para tentar reconstruir a vida, Papa parte para a Europa com seus cinco filhos. 

A ideia original de seguir até a Holanda é modificada quando a família passa por uma pequena cidade no interior da França. Papa decide abrir um restaurante de comida indiana em frente a um famoso restaurante que tem um Estrela Michelin comandada pela arrogante Madame Mallory (Helen Mirren), dando início a uma rivalidade. 

O diretor sueco Lasse Hallstrom é especialista em dramas edificantes e familiares, algumas vezes resvalando no melodrama. Os grandes problemas neste filme são o roteiro que muda de direção pelo menos duas vezes e o desenvolvimento dos personagens repletos de clichês. 

O conflito de costumes entre os protagonistas é deixado de lado em prol do politicamente correto, enquanto que o personagem do filho de Papa vivido por Manish Dayal, que se mostra um grande chef ,também tem uma rápida mudança de comportamento durante a apressada meia-hora final. 

Os destaques ficam para as atuações de Helen Mirren, perfeita como a madame de elite e do falecido Om Puri, que entrega um personagem cheio de paixão pela vida.

domingo, 26 de maio de 2019

Jornada Pela Justiça & Minha Casa Rosa


Jornada Pela Justiça (The Wronged Man, EUA, 2010) – Nota 6,5
Direção – Tom McLoughlin
Elenco – Julia Ormond, Mahershala Ali, Lisa Arrindell Anderson, Bruce McKinnon, Omar J. Dorsey.

Janet (Julia Ormond) trabalha como secretária de um advogado (Bruce McKinnon) especializado em lidar com casos de erro judiciário. Quando o advogado morre de forma repentina, Janet vai trabalhar em outro escritório, mas precisa também avisar os antigos clientes. 

Um dos casos é de Calvin Willis (Mahershala Ali), que está condenado a prisão perpétua, porém seu julgamento deixou várias dúvidas, além é claro do sujeito se declarar inocente. Mesmo sendo apenas uma secretaria, Janet decide ajudar Calvin. 

Baseado numa história real, este longa foca numa incansável luta por justiça. O roteiro explora as falhas de investigação, o preconceito de algumas pessoas envolvidas no caso e o sofrimento do condenado e de sua família. 

Pela trama seguir em um longo período, algumas situações são mostradas de forma rápida, sem grandes detalhes. 

Não espere surpresas, sendo uma história real fica fácil saber como termina. 

Minha Casa Rosa (Little Pink House, Canadá / EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Courtney Balaker
Elenco – Catherine Keener, Jeanne Tripplehorn, Callum Keith Rennie, Garry Chalk, Aaron Douglas, Miranda Frigon.

New London, Connecticut, 1997. Após se separar do segundo marido, a paramédica Susette Kelo (Catherine Keener) compra uma pequena casa na beira do lago da cidade. Pouco tempo depois, o governador do Estado (Aaron Douglas) faz um acordo com a indústria farmacêutica Pfizer para a construção de uma fábrica na cidade. 

É criada uma empresa comandada pela reitora da universidade local (Jeanne Tripplehorn) para comprar as casas das pessoas na região. Susette se nega a vender sua casa e inicia uma longa disputa judicial. 

Este longa foca em uma história real de luta pelos direitos individuais e principalmente coloca em discussão até que ponto um governo tem o direito de desapropriar casas em nome do avanço de uma cidade. 

O fato que dá início a história lembra muito o que ocorreu no Brasil há poucos anos por causa da Copa do Mundo e da Olimpíada, quando o governo desapropriou imóveis pagando valores muito abaixo do mercado. As obras torraram milhões e as melhorias para a população não aconteceram. 

Analisando o filme como cinema, o roteiro deixa um pouco a desejar por ter comprimido uma história longa em pouco mais de uma hora e meia. Vários fatos passam rapidamente pela tela, sem aprofundamento ou com pouca explicação. 

É um filme que vale a sessão para conhecer o ocorrido, mesmo com as falhas.

sábado, 25 de maio de 2019

Sua Melhor História

Sua Melhor História (Their Finest, Inglaterra / Suécia, 2016) – Nota 7
Direção – Lone Scherfig
Elenco – Sam Claflin, Gemma Arterton, Bill Nighy, Richard E. Grant, Jack Huston, Eddie Marsan, Jeremy Irons.

Londres, Segunda Guerra Mundial. Catrin Cole (Gemma Arterton) consegue um emprego de secretária no Ministério da Informação.

Sua curiosidade e talento em escrever a leva para trabalhar como assistente de roteiro em um filme produzido pelo governo sobre a retirada de Dunquerque. 

A princípio vista com desconfiança pelo roteirista egocêntrico Tom Buckley (Sam Claflin) e pelo veterano ator Ambrose Hilliard (Bill Nighy), aos poucos ela mostra seu valor. 

Durante a grande guerra, os cinemas inglês e americano produziram diversos filmes que foram utilizados como propaganda militar, criando herois e demonizando o inimigo. 

Este longa explora este fato detalhando como funcionava a pressão do governo nos bastidores das filmagens, intercalando com sequências de Londres sendo bombardeada, além de inserir os problemas pessoais da protagonista em relação a seu casamento com um pintor (Jack Huston). 

As boas atuações, com destaque para Bill Nighy e a narrativa agradável resultam em um simpático filme com pitadas de drama, comédia e romance.  

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Sem Data, Sem Assinatura

Sem Data, Sem Assinatura (No Date, No Sign, Irã, 2017) – Nota 7,5
Direção – Vahid Jalilvand
Elenco – Amir Aghaee, Zakieh Behbahani, Saeed Dakh, Navid Mohammadzadeh, Hediyeh Tehrani.

Kaveh Nariman (Amir Aghaee) é um médico patologista que se envolve num pequeno acidente com um casal que carregava um garoto de dez anos em uma moto.

Mesmo sem ferimentos aparentes no casal e no garoto, Kaveh tenta ainda levá-los para o hospital. O pai (Navid Mohammadzadeh) decide ir para casa. 

Ao chegar no trabalho no dia seguinte, Kaveh descobre que o garoto faleceu durante a noite. A causa seria uma bactéria, porém ele fica intrigado acreditando que o garoto morreu por causa da queda. É o início de uma série de fatos que mudará para sempre a vida dos envolvidos. 

O roteiro escrito pelo diretor Vahid Jalilvand segue o estilo de filmes em que um acontecimento é o gatilho para uma série de erros com consequências desastrosas.

A dúvida e o remorso do protagonista de classe alta e o sofrimento do pai do garoto por causa da perda do filho, da pobreza e da consequente difícil relação com a esposa (Zakieh Behbahani) mostram vidas completamente diferentes afetadas pelo mesma situação. 

Não chega a ser tão bom ou complexo como os filmes de Asghar Farhadi, mas mesmo assim resulta num interessante drama sobre pessoas comuns.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Estrada Sem Lei

Estrada Sem Lei (The Highwaymen, EUA, 2019) – Nota 8
Direção – John Lee Hancock
Elenco – Kevin Costner, Woody Harrelson, Kathy Bates, John Carroll Lynch, Thomas Mann, Dean Denton, Kim Dickens, William Sadler, W. Earl Brown.

Estados Unidos, 1934. O casal de assassinos Bonnie e Clyde deixam um rastro de sangue pelo oeste americano e se transformam em celebridades perante a população empobrecida por consequência da crise que assola o país desde 1929. 

Mesmo a contragosto, a governadora do Texas Ma Ferguson (Kathy Bates) aceita a proposta do chefe polícia Lee Simmons (John Carroll Lynch) em recontratar o veterano Texas Ranger Frank Hamer (Kevin Costner) para caçar a dupla de criminosos. Ao lado do também veterano Maney Gault (Woody Harrelson), Hamer inicia a busca pelas estradas do oeste. 

A grande sacada do roteiro de John Fusco para este longa produzido pela Netflix foi focar a história na dupla de ex-policiais que terminaram com a carreira criminosa de Bonnie e Clyde. 

O cinema eternizou o casal no clássico de Arthur Penn com Warren Beatty e Faye Dunaway nos papéis principais, enquanto aqui os assassinos são meros coadjuvantes. Eles aparecem apenas de relance em cenas de assassinatos sem que a câmera mostre seus rostos. 

É interessante também o pequeno conflito entre agentes do FBI e os veteranos policiais vividos por Kevin Costner e Woody Harrelson, que utilizam técnicas de investigação consideradas ultrapassadas. 

O resultado é um competente longa policial que cria um novo olhar sobre a história de Bonnie e Clyde.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Custódia

Custódia (Jusqu'à la Garde, França, 2017) – Nota 8
Direção – Xavier Legrand
Elenco – Denis Ménochet, Léa Drucker, Thomas Gloria, Mathilde Aunevex.

Na sequência inicial, uma juíza ouve os dois lados de um caso de disputa pela guarda do filho.

Miriam (Léa Drucker) alega que o ex-marido Antoine (Denis Ménochet) é um sujeito violento e que o filho Julien (Thomas Gloria) e também a filha mais velha Joséphine (Mathilde Auvenex) morrem de medo. 

Pouco tempo depois, a juíza decide que o garoto passe os finais de semana com o pai. Mesmo apavorado, Julien é obrigado a conviver com o pai, situação que aumenta a tensão a cada novo encontro. 

O roteiro escrito pelo diretor Xavier Legrand faz críticas tanto as relações abusivas em que o marido acredita ser o dono família, como dos juízes que muitas vezes decidem um caso em conformidade com a lei, porém de uma forma totalmente fora da realidade, trazendo péssimas consequências para os envolvidos e passando longe de realmente fazer justiça. 

A crescente tensão que citei é assustadora, fazendo com que o espectador fique à espera do pior. 

É um ótimo drama com toques de suspense e com uma história que infelizmente acontece também na vida real.

terça-feira, 21 de maio de 2019

O Autor

O Autor (El Autor, Espanha / México, 2017) – Nota 7
Direção – Manuel Martin Cuenca
Elenco – Javier Gutierrez, Antonio de la Torre, Maria Leon, Adelfa Calvo, Adriana Paz, Tenoch Huerta, Rafael Tellez.

Alvaro (Javier Gutierrez) trabalha em um cartório, mas sonha em fazer carreira como escritor, inclusive participando de aulas sobre o tema com um professor arrogante (Antonio de la Torre). 

Seu sonho fica ainda mais difícil depois que sua esposa (Maria Leon) emplaca um best seller e se entrega a um amante. Sozinho, Alvado muda para um pequeno apartamento e tem a ideia de escrever um livro sobre os moradores do local, sem que eles saibam é claro. O problema é que ele decide manipular os vizinhos de acordo com a história que pretende escrever. 

A premissa deste drama é bastante interessante ao explorar o fato de que muitos autores escrevem sobre eles mesmos ou sobre as pessoas ao seu redor.

A obsessão do protagonista em criar uma obra marcante o leva a atitudes que mexem com a vida dos vizinhos de prédio. O roteiro ainda insere uma criativa reviravolta no final. 

É um filme interessante para quem não se preocupar com uma certa irregularidade na narrativa.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Sherrybaby, A Decadência de Joe Albany & Rush: Uma Viagem ao Inferno


Sherrybaby (Sherrybaby, EUA, 2006) – Nota 6,5
Direção – Laurie Collyer
Elenco – Maggie Gyllenhaal, Brad William Henke, Danny Trejo, Ryan Simpkins, Giancarlo Esposito, Bridget Barkan, Sam Bottoms, Kate Burton, Rio Hackford.

Após cumprir pena por roubo, Sherry (Maggie Gyllenhaal) deseja mudar de vida. Ela tenta abandonar as drogas participando de um grupo de apoio e procura um emprego para trabalhar com crianças. Seu objetivo maior é cuidar da filha pequena (Ryan Simpkins) que está sendo criada por seu irmão (Brad William Henke) e sua cunhada (Bridget Barkan), que demonstram querer ficar com a criança. Os vários obstáculos se tornam um enorme desafio para Sherry. 

O grande acerto deste longa é mostrar de forma realista e até crua a dificuldade da protagonista em achar seu caminho, detalhando inclusive seus erros e acertos. Algumas situações incomodam o espectador, como a relação de Sherry com o pai (Sam Bottoms), que explica muito sobre seus problemas de comportamento. 

Vale destacar também a atuação da sempre desinibida Maggie Gyllenhaal, que aparece com a parte de cima nua em várias cenas e que se entrega de corpo e alma ao papel da complexa protagonista.

A Decadência de Joe Albany (Low Down, EUA, 2014) – Nota 6
Direção – Jeff Preiss
Elenco – John Hawkes, Elle Fanning, Glenn Close, Peter Dinklage, Flea, Lena Headey, Caleb Landry Jones, Taryn Manning, Billy Drago, Tim Daly, Burn Gorman.

Los Angeles, 1974. Joe Albany (John Hawkes) é um talentoso pianista de jazz que tocou com os grandes nomes do gênero, porém sua vida está uma bagunça por causa do vício em heroína. Sua filha adolescente Amy-Jo (Elle Fanning) tenta ajudá-lo sem sucesso, sofrendo também com a mãe (Lena Headey) que é alcoólatra e que vive sozinha. A situação é ainda pior por causa da condescendência da avó (Glenn Close), que não sabe lidar com o filho drogado. 

Baseado em livro da verdadeira Amy-Jo Albany que detalha sua relação familiar durante a adolescência, este longa é mais um exemplo de artista talentoso que enterra a vida e a carreira nas drogas. A história não tem surpresas, ela segue o caminho comum de um viciado, que diz desejar mudar de vida, mas que a cada novo problema ou tentação volta para a droga. 

Mesmo com as boas atuações do trio principal e de bons coadjuvantes como Peter Dinklage e o músico Flea, o filme acaba sendo mais do mesmo, igual a vários outros com personagens autodestrutivos. O resultado é apenas razoável.

Rush – Uma Viagem ao Inferno (Rush, EUA, 1991) – Nota 7
Direção – Lili Fini Zanuck
Elenco – Jason Patric, Jennifer Jason Leigh, Sam Elliott, Max Perlich, Gregg Allman, Tony Frank, William Sadler.

Texas, anos setenta. A policial novata Kristen Cates (Jennifer Jason Leigh) é escolhida para ser parceira de Jim Raynor (Jason Patric), detetive que trabalha disfarçado para chegar até um chefão do tráfico (Gregg Allman). Para conseguir negociar drogas com a gangue, Jim e Kristen são obrigados a experimentar o produto. Aos poucos eles se viciam e também se apaixonam, ao mesmo tempo em que precisam cumprir a missão. 

O ponto principal deste drama policial é sem dúvida a viagem ao mundo das drogas experimentada pelo casal de protagonistas. São cenas fortes de desespero e degradação. Destaque para as atuações de Jason Patric, Jennifer Jason Leigh e de um assustador Gregg Allman, falecido vocalista da banda The Allman Brothers. 

Vale citar que Jennifer Jason Leigh ao lado de Rosanna Arquette e Gina Gershon, atrizes que surgiram nos anos oitenta, se tornaram especialistas em personagens bagaceiras como drogadas, prostitutas e perturbadas. 

domingo, 19 de maio de 2019

Vice

Vice (Vice, EUA, 2018) – Nota 8
Direção – Adam McKay
Elenco – Christian Bale, Amy Adams, Steve Carell, Sam Rockwell, Jesse Plemons, Alison Pill, Eddie Marsan, Justin Kirk, LisaGay Hamilton, Bill Camp, Don McManus, Lily Rabe, Shea Whigham, Stephen Adly Guirgis, Tyler Perry.

Para quem acompanha política internacional, o nome do ex-vice presidente americano Dick Cheney (Christian Bale) ficou famoso durante o governo de George W. Bush (Sam Rockwell) por causa das aventuras do exército americano no Afeganistão e no Iraque. 

O roteiro escrito pelo diretor Adam McKay detalha a vida de Cheney desde sua complicada juventude em Wyoming, passando pelo ultimato dado pela então jovem esposa Lynne (Amy Adams) e a ligação com o senador Donald Rumsfeld (Steve Carell) até chegar à Casa Branca e se tornar o segundo homem mais poderoso do mundo. 

MacKay repete a narrativa detalhista com tons de ironia semelhante ao superior “A Grande Aposta”, também protagonizado por Christian Bale e Steve Carell. A atuação do elenco é sensacional. Bale engordou muitos quilos para encarnar Cheney, Steve Carell criou um Rumsfeld canalha até a medula, Amy Adams está perfeita como a ambiciosa esposa de político e Sam Rockwell acerta no tom do irresponsável Bush. 

Destaque também para o curioso papel de Jesse Plemons, que inclusive é o narrador da história. Seu personagem acaba tendo uma importância enorme na vida de Cheney, fato que muitas pessoas desconhecem. 

É uma biografia indicada para quem tem curiosidade sobre os bastidores da política.

sábado, 18 de maio de 2019

A Caminho de Casa

A Caminho de Casa (A Dog’s Way Home, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Charles Martin Smith
Elenco – Ashley Judd, Bryce Dallas Howard, Jonah Hauer King. Edward James Olmos, Alexandra Shipp, Chris Bauer, Barry Watson, Motell Gyn Foster, John Cassini, Brian Markinson, Patrick Gallagher.

Lucas (Jonah Hauer King) é um jovem estudante de medicina que luta para salvar uma família de gatos que vive debaixo dos escombros de uma casa abandonada. 

Um determinado fato faz com que Lucas encontre uma filhote de cão que ele batiza de Bella (voz de Bryce Dallas Howard). A cadela se torna o xodó de Lucas, de sua namorada (Alexandra Shipp) e de sua mãe (Ashley Judd).

Um desencontro termina por afastar Bella da família, que mesmo a muitos quilômetros de distância sonha em reencontrar seu dono. 

Esta produção é do tipo que agrada crianças e também adultos que não se incomodarem com os clichês, os absurdos e os furos no roteiro. 

A relação entre Bella e sua dono emociona, o que é normal em filmes com cães, porém o melhor é sem dúvida a segunda parte do longa que foca na aventura da volta para casa. 

O filme ganha pontos pela “atuação” canina, mesmo levando em conta que muitas cenas devem ter sido criadas em CGI. 

É basicamente uma sessão da tarde.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Hanna

Hanna (Hanna, EUA / Inglaterra / Alemanha, 2011) – Nota 6,5
Direção – Joe Wright
Elenco – Saoirse Ronan, Eric Bana, Vicky Krieps, Cate Blanchett.

A adolescente Hanna (Saoirse Ronan) vive com seu pai Erik (Eric Bana) em um local isolado na floresta. Os dois treinam lutas, tiros e formas de defesa pessoal. Logo, descobrimos que Erik é um agente secreto. 

Ao seguir para uma nova missão e deixar Hanna sozinha, um grupo de agentes liderados por Marissa (Cate Blanchett) é enviado para sequestrar a garota, que consegue escapar. É o início de uma corrida em busca do pai. 

O desenrolar da trama lembra os filmes de espionagem adolescentes dos anos oitenta, com muita correria, violência e alguns absurdos, além é claro de uma pequena surpresa no final. 

A bela e também boa atriz Saoirse Ronan dá conta do recado como a heroína adolescente, enquanto Cate Blanchett se mostra à vontade no papel da vilã. 

Agora em 2019 está sendo lançado um seriado com o mesmo título baseado neste longa.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

22 de Julho

22 de Julho (22 July, Noruega / Islândia / EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Paul Greengrass
Elenco – Anders Danielsen Lie, Jonas Strand Gravli, Jon Oigarden, Maria Bock, Thorbjorn Harr, Seda Witt, Isak Bakli Aglen.

No dia 22 de Julho de 2011, Anders Behring Breivik (Anders Danielsen Lee) colocou uma bomba em frente a edifícios do governo norueguês em Oslo. Após a explosão, o rapaz seguiu de carro para um acampamento de verão em uma ilha próxima e assassinou vários adolescentes. 

Considerado o pior ataque terrorista ocorrido na Noruega, este longa foi adaptado para o cinema pelo diretor Paul Greengrass, que se baseou em um famoso livro sobre o caso. 

Este é o quarto trabalho do diretor baseado em uma história real envolvendo violência como consequência de ódio e preconceito. Os ótimos “Domingo Sangrento”, “Voo United 93” e “Capitão Phillips” são superiores a este que comento, que mesmo assim é um bom filme. 

O longa pode ser dividido em duas partes. A primeira hora é bem mais intensa ao focar na ação do terrorista, chegando até o momento de sua captura. A parte final muda o chave e transforma a história em um drama que também é dividido em duas subtramas. O julgamento do protagonista e sua relação com seu advogado (Jon Oigarden) que é obrigado a defendê-lo e o sofrimento de um jovem sobrevivente (Jonas Strand Gravli) ao lado de sua família. 

O destaque do elenco fica para Anders Danielsen Lie, que aos poucos vai construindo uma boa carreira (“A Noite Devorou o Mundo” e “Oslo, 31 de Agosto”) e que aqui interpreta o assustador terrorista de sangue gelado e totalmente sem remorso. 

É um filme extremamente forte que merece ser conhecido.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Marcados Pela Guerra

Marcados Pela Guerra (Camp X-Ray, EUA, 2014) – Nota 7
Direção – Peter Sattler
Elenco – Kristen Stewart, Payman Maadi, John Carroll Lynch, Lane Garrison, Marco Kahn.

Cole (Kristen Stewart) é uma soldado que recebe a missão de trabalhar como guarda na prisão da Ilha de Guantánamo. 

Sem experiência alguma, a jovem se surpreende com a forma desumana como os presos são tratados, sem direito a visitas, advogados ou mesmo um julgamento. 

Aos poucos, ela cria uma complicada relação com Ali (Payman Maadi), que está preso no local há mais de oito anos. 

O roteiro escrito pelo diretor Peter Sattler faz uma crítica a forma como os prisioneiros são mantidos e principalmente sobre a questão da falta de direitos jurídicos.

Ao mesmo tempo, com o desenrolar da história o foco principal passa a ser a relação entre guarda e prisioneiro, que tentam demonstrar um pouco de humanidade, mesmo quebrando regras. 

No final ainda fica a dúvida se o personagem de Payman Maadi era mesmo terrorista. 

O resultado é um bom drama sobre um tema polêmico.

terça-feira, 14 de maio de 2019

Oro & 1898: Os Últimos das Filipinas


Oro (Oro, Espanha, 2017) – Nota 7
Direção – Agustin Diaz Yanez
Elenco – Raul Arévalo, Bárbara Lennie, Oscar Jaenada, Jose Coronado, José Manuel Cervino, Antonio Dechent, Luis Callejo, Anna Castillo, Juan José Ballesta, Andrés Gertrudix.

Floresta Amazônia, século XVI. Uma expedição espanhola liderada por Don Gonzalo (José Manuel Cervino) procura uma lendária cidade de ouro. 

Cansado pela idade, Don Gonzalo tenta manter seu poder em meio a um grupo heterogêneo de espanhóis e indígenas que sonham com o ouro e alguns também em possuir a bela esposa do líder (Bárbara Lennie), que por seu lado deseja o soldado Martin Dávila (Raul Arévalo). 

O violento capitão Gorriamendi (Oscar Jaenada) comanda alguns homens, enquanto o veterano sargento Bastaurrés (Jose Coronado) tenta manter a paz em meio a um inevitável conflito. 

Esta produção espanhola me surpreendeu de forma positiva. O roteiro explora com competência a questão da ambição por riqueza e poder, além da luta entre homem e natureza, sem contar os confrontos com os indígenas. 

As ótimas locações, as boas cenas de ação, a violência e o clima de tensão são destaques. A recriação do que seria uma expedição é bastante realista, com os soldados brutos, sujos e prontos para matar ou morrer. 

Para quem gosta do gênero, este longa é uma boa opção.

Os Últimos das Filipinas (1898. Los Últimos de Filipinas, Espanha, 2016) – Nota 6,5
Direção – Salvador Calvo
Elenco – Luis Tosar, Javier Gutierrez, Alvaro Cervantes, Karra Elejalde, Carlos Hipólito, Eduard Fernandez.

Ilha de Baler, Filipinas, 1898. Um grupo que luta pela independência do país ataca e mata praticamente todo um batalhão de soldados espanhóis. Tentando ainda manter a colônia, a Espanha envia um novo batalhão liderado pelo capitão De Las Morenas (Eduard Fernandez) e pelo tenente Martin Cerezo (Luis Tosar). O grupo recheado de jovens soldados inexperientes, logo se vê encurralado pelos locais no terreno de uma igreja. É o início de uma longa batalha. 

Baseado na história real do último regimento espanhol que lutou nas Filipinas, este longa tem uma boa premissa, algumas situações interessantes e uma narrativa bastante irregular. Ao mesmo tempo em que a longa duração de mais de duas horas deixa o filme um pouco cansativo, o roteiro também se mostra picotado por perder tempo em detalhes ao ter que cobrir um conflito que durou bastante tempo. 

A passagem do tempo se mostra confusa e algumas situações como a questão dos alimentos é muito mal explicada. A cenas de batalha são sangrentas e a relação entre os soldados tensas. O roteiro ainda coloca em discussão a questão da obediência cega dos militares frente a uma luta praticamente perdida. 

Pela qualidade da produção e a boa premissa, era esperado um filme bem melhor.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Estrangulado

Estrangulado (A Martfui Rem, Hungria, 2016) – Nota 7,5
Direção – Arpad Sopstis
Elenco – Karoly Hajduk, Gabor Jaszberenyi, Zsolt Anger, Peter Barnai, Zsolt Trill, Zsofia Szamosi.

Martfui, Hungria, 1956. Uma mulher é assassinada e a polícia prende o amante que havia abandonado a esposa há pouco tempo. Torturado pela polícia, Reti (Gabor Jaszberenyi) confessa o crime e termina condenado. 

Sete anos depois, ocorre um crime semelhante que desperta a curiosidade de um jovem promotor (Peter Barnai). Ao investigar o caso, o promotor descobre outros crimes que podem comprovar que Reti era inocente e que o verdadeiro assassino ainda está a solta. 

Esta história real lembra bastante os crimes cometidos pelo serial killer conhecido como Chikatilo que matou diversas pessoas em Rostov na União Soviética durante os anos oitenta e que rendeu os bons filmes “Cidadão X” e “Evilenko”

Assim como no caso soviético, aqui os crimes ficaram impunes por muitos anos por causa da corrupção, da incompetência policial e principalmente da arrogância das autoridades comunistas que se negavam a aceitar que pudesse existir um serial killer em seus países, fato que seria considerado uma fraqueza do regime. 

Este filme húngaro incomoda bastante o espectador por causa do clima sombrio e da forma crua como as sequências dos crimes são detalhadas, além das sinistras cenas de sexo ligadas aos assassinatos.

domingo, 12 de maio de 2019

Vidas que se Cruzam

Vidas que se Cruzam (The Burning Plain, EUA / Argentina, 2008) – Nota 6,5
Direção – Guillermo Arriaga
Elenco – Charlize Theron, Jennifer Lawrence, Kim Basinger, Joaquim de Almeida, John Corbett, JD Pardo, José Maria Yazpik, Danny Pino, Robin Tunney, Rachel Ticotin, Brett Cullen.

Um casal de amantes morre queimado em um trailer no deserto. O marido da adúltera não se conforma com a situação e culpa a família do amante da esposa. Os filhos de cada família tentam seguir a vida. 

Em outra narrativa, a gerente de um restaurante (Charlize Theron) tem uma confusa relação com o cozinheiro (John Corbett). 

O mexicano Guillermo Arriaga é conhecido pelos roteiros de “21 Gramas” e “Amores Brutos”, longas de Alejandro Gonzalez Iñarritu. Aqui Arriaga estreou na direção e tentou explorar o mesmo estilo de “Amores Brutos” através de três narrativas que se cruzam. O problema principal é que a trama se mostra previsível. Antes da metade do filme o cinéfilo mais experiente vai amarrar toda a história. 

É interessante citar que as personagens principais são as mulheres. Charlize Theron, Jennifer Lawrence ainda bem jovem e Kim Basinger carregam o filme à frente de um fraco elenco masculino, com exceção de Joaquim de Almeida. 

Vale destacar ainda as locações na divisa entre México e Estados Unidos.

sábado, 11 de maio de 2019

A Aparição

A Aparição (L'apparition, França / Bélgica / Jordânia, 2018) – Nota 6,5
Direção – Xavier Giannoli
Elenco – Vincent Lindon, Galatéa Bellugi, Patrick d’Assumçao, Anatole Taubman, Elina Lowensohn.

Jacques Mayano (Vincent Lindon) é um jornalista investigador especializado em cobrir zonas de conflito. Ele passa por uma crise após seu amigo fotógrafo e parceiro de trabalho ser assassinado durante uma reportagem. 

A chance de esquecer a tragédia surge quando um emissário do Vaticano oferece um inusitado trabalho. Mayano é convidado para se juntar a um grupo de pessoas que irá analisar se é verdade que uma adolescente (Galatéa Bellugi) fora testemunha da aparição da Virgem Maria. O grupo segue para uma pequena cidade do interior da França para encontrar a garota. 

A ótima premissa de detalhar o processo utilizado pelo Vaticano para analisar se realmente ocorreu um milagre ou se tudo é uma farsa infelizmente é desenvolvida de forma irregular. As quase duas horas e meia de duração atrapalham bastante o ritmo da narrativa. 

O roteiro tem algumas boas ideias, como colocar um protagonista cético que acredita apenas no concreto e ao mostrar que a politicagem e os preconceitos também são comuns no Vaticano e nos chamados especialistas. 

A explicação para o que realmente ocorreu também é interessante e plausível, porém até chegar lá muitos espectadores terão desistido no meio do caminho. É um filme que eu esperava mais.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Coragem Sob Fogo

Coragem Sob Fogo (Courage Under Fire, EUA, 1996) – Nota 7
Direção – Edward Zwick
Elenco – Denzel Washington, Meg Ryan, Lou Diamond Phillips, Matt Damon, Michael Moriarty, Scott Glenn, Bronson Pinchot, Seth Gilliam, Regina Taylor, Zeljko Ivanek, Tim Guinee, Sean Astin.

Na Guerra do Golfo, durante uma confusa batalha noturna, o oficial Nat Serling (Denzel Washington) dá a ordem para um ataque sem saber que o alvo era um tanque americano. O exército prefere abafar o caso. 

Serling recebe como novo trabalho entrevistar sobreviventes de um conflito no deserto que resultou na morte de uma oficial (Meg Ryan) após a queda de um helicóptero. A missão de Serling é dar o aval para a falecida receber uma medalha de forma póstuma. O problema é que os depoimentos dos sobreviventes são conflitantes, enquanto o próprio Serling sofre por guardar o segredo de seu erro. 

A grande sacada do roteiro é mostrar a mesma situação através de pontos de vistas diferentes. O acidente do helicóptero e o conflito em terra contra os soldados iraquianos revelam versões que deixam em dúvida se a oficial morta era uma heroína ou uma covarde. 

O filme perde alguns pontos por ser previsível na questão das atitudes do protagonista em relação a sua crise pessoal. Esta situação leva a um final que beira o melodrama ao misturar redenção com a verdade sobre os dois casos.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Project Blue Book

Project Blue Book (Projeto Blue Book, EUA, 2019)
Criador – David O’Leary
Elenco – Aidan Gillen, Michael Malarkey, Laura Mennell, Ksenia Solo, Neal McDonough, Michael Harney, Robert John Burke.

Início dos anos cinquenta. O professor J. Allen Hynek (Aiden Gillen) recebe uma proposta para trabalhar em um projeto da Força Aérea Americana batizado como “Blue Book”. 

Ao lado do capitão Michael Quinn (Michael Malarkey), Hynek investiga diversos casos de aparecimentos de OVNIs, abudções e fatos a princípio sem explicação.

Enquanto uma dupla de generais (Neal McDonough e Michael Harney) deseja que Hynek encontre explicações para abafar os casos, o professor luta para descobrir a verdade. 

Esta série me chamou atenção pelo tema. Gosto muito deste tipo de ficção, porém a série deixou um pouco a desejar. As tramas são baseadas em casos reais estudados pelo verdadeiro J. Allen Hynek, que se tornou um expert um ufologia. 

Por mais que as premissas de cada episódio sejam interessantes, a série sofre do mal do gênero como acontecia em “Arquivo X” por exemplo. Os dez episódios da primeira temporada deixaram várias perguntas sem respostas, incluindo uma conspiração envolvendo coadjuvantes que se aproximam da esposa do professor (Laura Mennell), que é uma típica dona de casa dos anos cinquenta. Algumas soluções para os casos e os efeitos especiais também falham em alguns momentos. 

O sempre coadjuvante e geralmente vilão Aidan Gillen responde bem no papel do protagonista, se mostrando muito melhor que Michael Malarkey, ator sem carisma algum que interpreta seu parceiro. 

Uma segunda temporada deve ser produzida. Provavelmente verei pela curiosidade, mas eu esperava uma série um pouco melhor. 

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Headshot

Headshot (Headshot, Indonésia, 2016) – Nota 6,5
Direção – Kimo Stamboel & Timo Tjahjanto
Elenco – Iko Uwais, Chelsea Islan, Sunny Pang, Julie Estelle, Very Tri Yulisman.

Na sequência inicial, um chefão do crime (Sunny Pang) consegue fugir da cadeia em meio a uma violenta rebelião iniciada por um de seus capangas. 

Dois meses depois, um desconhecido (Iko Uwais) é encontrado desacordado em uma praia. Levado para o hospital, o rapaz chama a atenção de uma jovem médica (Chelsea Islan) e ao acordar não lembra sequer seu nome. Em paralelo, bandidos estão à sua procura. 

Iko Uwais é o atual grande astro de lutas marciais da Indonésia, tendo sido o protagonista dos sensacionais “Operação Invasão 1 e 2”. Neste trabalho, o ponto principal novamente são as sangrentas cenas de ação que intercalam lutas e tiroteios, mesmo com algumas delas sendo exageradas. Por sinal, violência extrema é a marca registrada da dupla de diretores Kimo e Timo. 

O roteiro é repleto de clichês e o desenvolvimento da trama que flerta com o melodrama nas sequências entre o protagonista e a médica também incomodam bastante. 

É um filme que fica abaixo do esperado, principalmente para quem procura uma história mais consistente.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Cypher & Impostor


Cypher (Cypher, EUA, 2002) – Nota 6
Direção – Vincenzo Natali
Elenco – Jeremy Northam, Lucy Liu, Nigel Bennett, Timothy Webber, David Hewlett.

Em um futuro próximo, o desempregado e submisso Morgan Sullivan (Jeremy Northam) consegue emprego em uma corporação para atuar como uma espécie de espião corporativo. Seu trabalho é visitar convenções e gravar as palestras de forma oculta.

Ele recebe documentos novos, troca sua identidade e abandona a esposa. A aparente excitante nova vida esconde um terrível segredo a respeito da empresa, além de uma disputa entre corporações.

Em 1997, o diretor Vincenzo Natali comandou o longa “Cubo”, uma das ficções mais criativas da história do cinema. Ao retornar para o gênero neste “Cypher”, Natali entregou um filme irregular, que hoje se mostra com efeitos especiais e desenho de produção envelhecidos.

A questão do protagonista mudar sua vida ao abraçar uma nova identidade é interessante, porém ao mesmo tempo as explicações para a disputa entre corporações é frágil, sem contar as bizarras cenas das palestras. Eu esperava algo melhor.

Impostor (Impostor, EUA, 2001) – Nota 6
Direção – Gary Fleder
Elenco – Gary Sinise, Madeleine Stowe, Vincent D’Onofrio, Tony Shalhoub, Tim Guinee,  Mekhi Phifer, Gary Dourdan, Lindsay Crouse, Elizabeth Peña.

Em 2079, a Terra está em conflito com alienígenas que criam androides que são cópias idênticas de seres humanos. Esses androides carregam bombas dentro do corpo que são detonadas ao chegarem perto de um alvo pré-determinado. 

Neste contexto, o agente do governo Hathaway (Vincent D’Onofrio) prende o funcionário público Spencer Olham (Gary Sinise) o acusando de ser um androide. Desesperado em provar sua inocência, Spencer foge e procura ajuda de sua esposa Maya (Madeleine Stowe), além de se envolver com um grupo de opositores do governo. 

Baseado em um livro de Philip K. Dick, este longa tem uma premissa comum ao gênero, que em alguns momentos lembra o superior “O Vingador do Futuro”. O diretor Gary Fleder ainda consegue entregar razoáveis sequência de ação e uma narrativa com bom ritmo. O problema é que mesmo com uma surpresa no final, o desenvolvimento da história é previsível e repleto de clichês. As atuações também são fracas, inclusive com o bom ator Vincent “D’Onofrio repetindo o papel de malvadão comum em sua carreira. É um filme descartável. 

segunda-feira, 6 de maio de 2019

O.G.

O.G. (O.G., EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Madeleine Sackler
Elenco – Jeffrey Wright, Theotus Carter, William Fichtner, Boyd Holbrook, Mare Winningham, David Patrick Kelly, Yul Vazquez, Bahni Turpin, Ryan Cutrona, Ato Essandoh.

Faltando pouco mais de um mês para sair da cadeia, Louis (Jeffrey Wright) precisa lidar com diversas situações, sendo algumas perigosas como a tentativa de ajudar um jovem detento (Theotus Carter) e outras que mexem com seu psicológico como a questão de enfrentar um mundo completamente diferente do que ele conhecia. 

Além da boa atuação de Jeffrey Wright, o grande acerto deste longa é mostrar a vida na cadeia de uma forma sóbria e realista. O roteiro deixa de lado os clichês do gênero para focar na vida do protagonista dentro da cadeia. Vemos sua relação com outros presos, a vontade de mudar de vida, a ansiedade pela liberdade e a dificuldade em lidar com presidiários ligados a gangues. 

O roteiro também detalha o crime cometido pelo protagonista de uma forma inusitada através de uma espécie de sessão de terapia envolvendo outras pessoas. 

Ao mesmo tempo que o filme faz pensar sobre como o tempo passado na prisão afetará para sempre o homem, por outro lado ele também mostra que para muitos crimes não existe uma punição menor e nem mesmo perdão. 

Como informação, o “O.G.” do título significa “Original Gangster”.

domingo, 5 de maio de 2019

The Standoff at Sparrow Creek

The Standoff at Sparrow Creek (The Standoff at Sparrow Creek, EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Henry Dunham
Elenco – James Badge Dale, Brian Geraghty, Patrick Fishler, Happy Anderson, Robert Aramayo, Gene Jones, Chris Mulkey.

Várias explosões ao longe chamam a atenção de Gannon (James Badge Dale), que ouvindo o rádio da polícia descobre que um atirador cometeu um ataque contra policiais durante o enterro de um colega de farda. 

Rapidamente ele segue para um galpão isolado onde encontra sete amigos que estão assustados. Logo, descobrimos que eles fazem parte de uma milícia e que sabem que se tornarão alvos da polícia. 

Como não houve plano algum para o ataque, eles precisam descobrir se algum deles cometeu a loucura de forma solitária e assim entregar o sujeito para os policiais. 

A premissa interessantíssima passa a impressão de que veremos algo como “Cães de Aluguel” ou pelo menos um longa que siga para o lado da ação.

Infelizmente o roteiro escrito pelo diretor Henry Dunham explora a desconfiança entre os personagens de uma forma frouxa e cansativa. 

Os interrogatórios são apenas razoáveis, com uma tensão abaixo do esperado pelo tema. A sequência do confronto final também deixa a desejar. 

O filme ganha pontos apenas pelo clima de desespero em alguns momentos e a dúvida sobre quem seria o culpado que é revelada com uma pequena reviravolta no final.

sábado, 4 de maio de 2019

The Jinx: A Vida e as Mortes de Robert Durst

The Jinx: A Vida e as Mortes de Robert Durst (The Jinx: The Life and Deaths of Robert Durst, EUA, 2015) – Nota 9
Direção – Andrew Jarecki
Documentário

Em 2010, o diretor Andrew Jarecki, responsável pelo sensacional documentário “Na Captura dos Friedmans”, comandou o longa “EntreSegredos e Mentiras” que tinha como base a história real do desaparecimento de Kathleen Durst em 1982. Ela era esposa de Roberto Durst, um milionário filho de um dos maiores construtores de edifícios em Nova York. 

Para surpresa de Jarecki, algum tempo depois o verdadeiro Robert Durst entrou em contato pelo telefone se oferecendo para dar uma entrevista sobre o caso e sobre sua vida. Aproveitando a chance, Jarecki decidiu fazer um documentário, sabendo também que Durst havia sido processado por outro crime, além de ser suspeito de mais um assassinato. 

Os seis episódios detalham a vida de Durst através de depoimentos dele próprio e de entrevistas com várias pessoas, tanto familiares do lado de sua esposa desaparecida, quanto de advogados, policiais e promotores que participaram dos casos envolvendo o sujeito. 

O talento do diretor para montar o documentário cria ao mesmo tempo uma expectativa em relação a se chegar a verdade que parece bem clara, mas também desperta empatia pelo assustador Robert Durst. 

Mesmo tendo nascido em berço de ouro, Durst passou por situações familiares que claramente destruíram seu psicológico e o transformaram em uma figura bizarra. 

Para quem tem curiosidade sobre detalhes de crimes famosos e também para tentar entender a mente de um assassino, este doc é uma ótima opção.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

O Despertar de um Assassino

O Despertar de um Assassino (My Friend Dahmer, EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Marc Meyers
Elenco – Ross Lynch, Alex Wolff, Anne Heche, Dallas Roberts, Vincent Kartheiser, Tommy Nelson, Harrison Holzer.

Ohio, 1978. Jeffrey Dahmer (Ross Lynch) é um adolescente estranho que está no último ano do colégio e que sofre com as terríveis brigas entre seus pais (Anne Heche e Dallas Roberts). 

Uma determinada atitude maluca leva Dahmer a fazer amizade com John “Derf” Backderf (Alex Wolff) e mais dois garotos (Tommy Nelson e Harrison Holzer). Ao mesmo tempo, ele luta para controlar seu instinto assassino e seus desejos reprimidos. 

Para quem não sabe, o verdadeiro Jeffrey Dahmer se tornou um dos piores serial killers da história americana. Este longa é baseado na história real do assassino durante a adolescência, utilizando como fonte um livro de quadrinhos do cartunista John Backderf, que foi amigo de Dahmer. 

Não espere violência ou sangue jorrando, a proposta é detalhar as situações que levaram Dahmer a se tornar um assassino, principalmente sua doença mental que jamais foi detectada pela desestruturada família em que ele foi criado. 

O jovem Ross Lynch deixa de lado os papéis em séries adolescentes e mostra ter potencial para uma boa carreira ao encarnar com competência o jovem perturbado. A postura corporal, o forma de agir, as manipulações e os ataques que parecem surtos chegam a assustar. 

É um filme bastante interessante que explora uma premissa que lembra a série “Bates Motel”.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Agora Estamos Sozinhos, Os Domésticos & O Último Suspiro


Agora Estamos Sozinhos (I Think We're Alone Now, EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Reed Morano
Elenco – Peter Dinklage, Elle Fanning, Paul Giamatti, Charlotte Gainsbourg.

Na sequência inicial, um sujeito (Peter Dinklage) anda pelas ruas vazias de uma típica cidade americana de subúrbio. Ele entra nas casas, arruma o local e leva para enterrar os corpos das pessoas mortas. Logo, percebemos que ele pode ser o único sobrevivente de uma espécie de apocalipse. Quando uma jovem (Elle Fanning) bate o automóvel numa rua da cidade, o homem ajuda a garota, mas fica desconfiado de que podem existir outros sobreviventes.

Apesar do ritmo lento, a primeira meia-hora do longa é instigante ao deixar o espectador curioso sobre o que realmente ocorreu e também sobre o passado do protagonista, que é um sujeito calado e que gosta da solidão.

Mesmo explorando a relação entre os dois personagens, o problema é que o roteiro parece não ter muito o que dizer além disso, criando uma nova situação na parte final que é mais estranha do que o próprio apocalipse.

O sempre ótimo Peter Dinklage acerta ao criar um personagem solitário e melancólico, mas infelizmente não consegue salvar o filme sozinho. É mais um caso de um boa premissa que acaba desperdiçada.

Os Domésticos (The Domestics, EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Mike P. Nelson
Elenco – Kate Bosworth, Tyler Hoechlin, Sonoya Mizuno, Lance Reddick, Kaden Washington Lewis, Jacinte Blankenship.

Uma epidemia dizimou grande parte da população da Terra. Os sobreviventes precisam viver escondidos em suas casas com medo das gangues que surgiram após a tragédia. Nesta terra sem lei, um casal (Kate Bosworth e Tyler Hoechlin) decide atravessar o país para tentar encontrar os pais dela. 

Desta vez saem de cena os zumbis como vilões e entram os próprios humanos prontos para destruir o próximo. O roteiro não tem grandes surpresas e até algumas falhas, porém o filme ganha pontos pelas competentes cenas de violência e pelos sinistros coadjuvantes que cruzam o caminho do casal de protagonistas. 

É basicamente uma ficção B indicada para quem curte o gênero.

O Último Suspiro (Dans la Brume, França / Canadá, 2018) – Nota 6,5
Direção – Daniel Roby
Elenco – Romain Duris, Olga Kurylenko, Fantine Harduin, Michel Robin, Anna Gaylor.

Em um dia qualquer, Paris é tomada por uma gigantesca névoa. Todos que respiram a névoa morrem sufocados. Mathieu (Romain Duris) e Anna (Olga Kurylenko) estão em processo de separação, mas moram em edifícios na mesma rua, tudo porque a filha adolescente Sarah (Fantine Harduin) sofre de uma doença rara e vive dentro de uma espécie de cúpula construída no apartamento da mãe. 

O casal consegue escapar da névoa ao chegar no último andar do edifício no apartamento de um casal de idosos (Michel Robin e Anna Gaylor), porém a filha fica presa na cúpula andares abaixo. Fica o dilema de como manter a filha viva e eles mesmos sobreviverem. 

O roteiro copia a premissa de “O Nevoeiro” de Frank Darabont, porém é criativo ao inserir a questão da garota doente presa na “bolha”, criando ainda uma atmosfera assustadora permeada por algumas boas cenas de suspense e um final surpreendente. O filme perde pontos por ser um pouco irregular na narrativa e por uma ou outra solução exagerada. 

É um filme mediano indicado para quem gosta do tema.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Han Solo: Uma História Star Wars

Han Solo: Uma História Star Wars (Solo: A Star Wars Story, EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Ron Howard
Elenco – Alden Ehrenreich, Woody Harrelson, Joonas Suotamo, Emilia Clarke, Donald Glover, Thandie Newton, Paul Bettany, Erin Kellyman.

Na juventude, Han Solo (Alden Ehrenreich) vive de pequenos golpes em um planeta decadente. Quando surge a chance de fugir do local, algo dá errado e sua namorada Qi’ra (Emilia Clarke) termina presa. 

Anos depois, Solo se une ao grupo de um mercenário (Woody Harrelson) com o objetivo de conseguir dinheiro para comprar uma nave e ter a chance de resgatar sua amada. 

O roteiro escrito por Lawrence e Jonathan Kasdan (pai e filho respectivamente) apresenta diversas situações para explicar o passado de Han Solo. Vemos o início da amizade com Chewbacca (Joonas Suatomo), a relação com Lando Calrissian (Donald Glover) e como ele conseguiu a nave Falcon Millenium. 

Eles inserem ainda um romance com a personagem de Emilia Clarke que não convence, sem contar que Alden Ehreinreich não tem carisma algum para o papel. 

É um filme que não tem a magia da franquia, parecendo uma obra de ficção aleatória e engraçadinha que funciona apenas como passatempo despretensioso para quem não exigir muito e nem for fã radical de Star Wars.