sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011


Gostaria agradecer a todos que durante estes quase três anos de blog tem participado não só com visitas, mas também com comentários e sugestões.

Durante este tempo também visitei dezenas de blogs onde li sobre os mais variados filmes, descobrindo pérolas e aprendendo sempre um pouco mais sobre cinema.

Que 2011 seja ainda melhor para todos nós, com muita saúde, paz, felicidade, um pouco de dinheiro e muito cinema.

Grande abraço.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Morte ao Vivo


A Morte ao Vivo (La Mort en Direct, França / Alemanha Ocidental / Inglaterra, 1980) – Nota 7
Direção – Bertrand Tavernier
Elenco – Romy Schneider, Harvey Keitel, Harry Dean Stanton, Max Von Sydow, Therese Liotard, Bernard Wicki.

A escritora Katherine Mortenhoe (Romy Schneider) descobre estar sofrendo de uma doença incurável e passa a ser assediada por uma emissora de tv que deseja gravar seus últimos dias de vida. Katharine não aceita, mas a emissora implanta uma câmera minúscula no cérebro de um repórter (Harvey Keitel), que se aproxima da escritora e passa a filmar sua vida sem que ela saiba. 

Esta ficção dirigida pela francês Tavernier (“A Isca”, “Por Volta a Meia-Noite”) é curiosa ao prever, com um pouco de exagero, a onda dos reality shows e como as emissoras de tv começariam a explorar as tragédias e transformá-las em espetáculo. O longa é quase um cult e além do tema vale pelo bom elenco, com a bela Romy Schneider já veterana em um dos seus últimos papéis.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Filmes Produzidos para a TV - Parte I

Filmes produzidos para tv na maioria das vezes eram sinônimo de má qualidade. Nos últimos anos a HBO tem modificado está história, produzindo ótimos longas, seriados e minisséries que em muitos casos não devem nada ao trabalhos de cinema.

Nesta minha postagem cito uma parte dos diversos filmes para tv que assisti, em sua maioria produções fracas.

Os Doze Condenados 2 (The Dirty Dozen: Next Mission, EUA, 1985) – Nota 5,5
Direção – Andrew V. McLaglen
Elenco – Lee Marvin, Ernest Borgnine, Richard Jaeckel, Ken Wahl, Larry Wilcox, Sonny Landham.

Refilmar ou produzir uma sequência para algum clássico não maioria das vezes é um grande erro. Este longa para a tv comprova a tese. A história é idêntica ao original, apenas com a diferença do alvo. No original era uma castelo na França tomado por nazistas, nesta sequência a missão é assassinar a um general nazista dentro da própria Alemanha. Novamente o Major Reisman (Lee Marvin) é convocado para uma missão suicida, treinar doze condenados para a missão e no caso de sucesso, os sobreviventes ganham a liberdade. 

Do original, além de Marvin estão aqui Richard Jaeckel como seu braço direito e Ernest Borgnine como um General. O restante do elenco tem Ken Wahl, que era um ator em ascensão na tv e fez depois o seriado “O Homem da Máfia” e Larry Wilcox, que era famoso pelo seriado “Chips” e depois disso praticamente se aposentou. O longa é o penúltimo da carreira do carrancudo Lee Marvin, que faria ainda “Comando Delta” no ano seguinte. Por incrível que pareça, em 1987 foi produzido outro longa com o mesmo team para a tv, desta vez apenas como Ernest Borgnine do elenco original e com Telly Savalas no lugar de Lee Marvin.

Guerra do Golfo (Before the Storm, EUA, 1991) – Nota 6
Direção – Michael Fresco
Elenco – Linda Purl, Anthony John Denison, John Rhys Davies, Josef Sommer, Jesse Borrego, G. W. Bailey, Dana Gladstone, John Rhys Davies, Shaun Tob, Kasi Lemons, John Slattery, Josef Sommer

A história tem como protagonistas o casal Dylan (Anthony John Denison) e Kate Del Amico (Linda Purl), que trabalham com agentes do governo e são enviados em uma missão secreta para Bagdá, com o intuito de investigar um possível ataque de Sadam Hussein com armas químicas aos países vizinhos. 

O longa foi produzido na mesma época da primeira Guerra do Golfo e utilizou um fato real para criar uma história fictícia de espionagem. Tem algumas cenas interessantes de suspense, mas fica difícil acreditar na pequena Linda Purl como espiã. Este filme fez sucesso na tv americana e gerou ainda uma minissérie com o casal de espiões seguindo numa missão na Rússia, aproveitando também o final da União Soviética. 

Super Máquina 2000 (Knight Rider 2000, EUA, 1991) – Nota 4
Direção – Alan J. Levi
Elenco – David Hasselhoff, Edward Mulhare, Susan Norman, Carmen Argenziano, Mitch Pileggi.

Quando David Hassellhoff voltou a fazer sucesso com a série “Baywatch”, os produtores tentaram apostar num retorno do ator ao personagem de Michael Knight do seriado de sucesso “A Super Máquina”. Neste telefilme Knight (Hasselhoff) é chamado de volta ao trabalho para tentar desvendar uma série de crimes, que ocorrem mesmo com a proibição das armas e com o congelamento literal dos bandidos que são capturados. Este longa é praticamente um episódio em longa duração e vale apenas para os fãs da série.

Mortal Fear – A Fórmula da Morte (Mortal Fear, EUA, 1994) – Nota 5
Direção – Larry Shaw
Elenco – Joanna Kerns, Gregory Harrison, Max Gail, Tobin Bell, Katherine LaNasa, Robert Englund, Rebecca Schull.

Baseado num livro de Robin Cook, a história tem como protagonista a Dra. Jennifer Kessler (Joanna Kerns), uma cientista que trabalha com pesquisa avançada em um hospital. Quando alguns pacientes idosos começam a morrer sem explicação, ela começa a investigar e descobre uma conspiração por trás das mortes. O longa não se aprofunda no tema polêmico e tem como curiosidade o elenco, que conta com dois ícones do terror como médicos coadjuvantes, o ‘Freddy Krueger” Robert Englund e o “Jigsaw” Tobin Bell. 

Projeto Nuclear (Critical Assembly, EUA, 2003) – Nota 5
Direção – Eric Laneuville
Elenco – Katherine Heigl, Kerr Smith, Michael Beach, J. August Richards, Jeff Roop.

Na renomada Universidade de Stanford em São Francisco, a estudante de física Aizy Hayward (Katherine Heigl) é considerada acima da média e praticamente tem um emprego garantido em uma grande corporação, porém seu desejo é desenvolver pesquisas, o que ela descobre ser impossível na empresa que deseja contratá-la. Na dúvida entre um emprego burocrático com dinheiro garantido e a vontade de fazer a diferença, ela é abordada por um estudante de ciências políticas e ativista contra as armas nucleares, Bobby Damon (Kerr Smith). O que a princípio parece ser um flerte, se transforma numa proposta quando ele e mais dois amigos querem que ela os ajude a construir uma bomba atômica para assustar as autoridades e a opinião pública, sem a intenção de detoná-la, apenas para conseguir que sua causa ganhe apoio. O grupo resolve iniciar o projeto, porém a situação acaba saindo do controle e uma tragédia fica prestes a ocorrer. 

A história é até interessante, apesar de absurda e poderia render um bom filme, porém esta produção para tv tem um roteiro muito fraco que deixa o filme com cara de episódio de seriado, onde tudo se resolve facilmente.

Terror no Shopping Center (Terror in the Mall, EUA / Alemanha, 1998) – Nota 5
Direção – Norberto Barba
Elenco – Rob Estes, Shannon Sturges, David Soul, Kai Wiesinger, Angeline Ball.

Durante uma inundação numa pequena cidade americana, um grupo de pessoas fica presa em shopping center e entre eles está um perigoso fugitivo. Ao mesmo tempo que o grupo luta para sobreviver, precisará descobrir quem é o criminoso. Apesar da trama cheia de clichês e da limitação deste tipo de produção para a tv, o longa tem boas cenas de ação e algum suspense. O ator principal Rob Estes, vinha do razoável sucesso da série policial “Silk Stalkings” e tentava se manter como astro de tv. Depois desse trabalho ele continua até hoje trabalhando em diversos seriados.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Questão Humana


A Questão Humana (La Question Humaine, França, 2007) – Nota 7
Direção – Nicolas Klotz
Elenco – Mathieu Amalric, Michael Lonsdale, Edith Scob, Lou Castel, Jean Pierre Kalfon, Valérie Dréville, Laetitia Spigarelli, Delphine Chuillot.

Simon Kessler (Mathieu Amalric) é um psicólogo especialista em recursos humanos contratado por uma multinacional alemã chamada “Farb” para criar mecanismos e minimizar os problemas de uma reestruturação de pessoal, traduzindo, demitir centenas de pessoas e criar dinâmicas para manter motivados os executivos, com o objetivo de aumentar a produtividade da empresa. 

Simon consegue os resultados que a empresa esperava e ganha a confiança do vice-diretor (Jean Pierre Kalfon), que o convida para um trabalho especial: Analisar discretamente o comportamento do diretor geral, Mathias Just (Michael Lonsdale), que dizem estar tendo um comportamente estranho, com atitudes fora do normal, além de parecer sofrer de depressão. 

Simon aceita o desafio e recebe inclusive um lista com data e horário das chamadas atitudes estranhas de Mathias. Para se aproximar do diretor, Simon alega estar planejando criar uma orquestra de funcionários e como Mathias fora participante de um quarteto musical na empresa anos atrás, usa este fato para se aproximar do homem. 

O que a princípio parece ser apenas uma análise pessoal, se transforma em algo  muito mais profundo quando Mathias mostra todo seu amor e ao mesmo tempo ódio pela música, conta um pouco de sua infância e entrega a Simon algumas cartas anônimas que ele recebeu falando sobre seu pai. Estas descobertas afetam profundamente Simon, que mostra um postura profissional séria, mas em sua vida particular sofre com o amor complicado por um cantora e um caso com uma colega de trabalho, além de presenciarmos uma sequência numa festa rave onde ele coloca para fora toda a sua angústia. 

Não é um filme para todos, o ritmo é lento e em alguns momentos as cenas são pontuadas apenas por músicas, tendo como ponto forte a história que faz um paralelo cruel e infelizmente verdadeiro sobre as semelhanças entre o mundo corporativo atual e o nazismo, que utilizam a exclusão dos diferentes para mostrar a força de sua política, não se importando com o fator humano. Isto fica claro na bela sequência final, onde o personagem Arie Neumann (Lou Castel) conta uma passagem de sua vida a Simon e fica claro o porquê de tudo o que aconteceu no filme. 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Operação França


Operação França (The French Connection, EUA, 1971) – Nota 9
Direção – William Friedkin
Elenco – Gene Hackman, Fernando Rey, Roy Scheider, Tony LoBianco, Marcel Bozzuffi, Frederic de Pasquale.

A dupla de policiais Jimmy “Popeye” Doyle (Gene Hackman) e Buddy Russo (Roy Scheider) investiga em Nova Iorque a ligação do bandido Sal Boca (Tony Lo Bianco) com um grande carregamento de drogas que está para chegar ao país. Trabalhando com uma escuta e seguindo o sujeito pela cidade, eles descobrem que Sal está negociando com um desconhecido francês (Fernando Rey), mas precisam ir a fundo para saber quando e como será feita a negociação. 

Este é um dos filmes que mudaram o gênero policial nos anos setenta, filmado em grande parte nas ruas de Nova Iorque, o diretor William Friedkin se baseou numa operação real para criar sequências realistas de perseguição, tanto as feitas a pé pelos policiais, num jogo de gato e rato com os bandidos, quanto pela sensacional sequência que começa com o personagem de Gene Hackman sendo alvo de um atirador (Marcel Bozzuffi) que falha, em seguida Hackman o persegue por dentro de um edifício, seguindo de volta para a rua até uma estação de trem onde o bandido acredita ter escapado. Porém a partir deste momento segue provavelmente a mais realista perseguição da história do cinema, enquanto Hackman toma o carro de um civil e sai como um maluco dirigindo pela cidade, seguindo o trem onde o atirador toma o operador como refém para tentar escapar. 

Um ponto interessante é a caracterização dos personagens, enquanto o policial de Gene Hackman é um sujeito durão, grosso e até racista, o traficante de Fernando Rey é educado e inteligente, quase um intelectual. 

O longa foi merecidamente premiado com cinco prêmios Oscar, entre eles Filme, Direção e Ator para Gene Hackman, tendo gerado um sequência inferior mas ainda assim competente em 1975, com John Frankenheimer na direção e com Gene Hackman e Fernando Rey retornado aos papéis principais. Existe ainda um telefilme de 1986 com personagem Popeye Doyle interpretado por Ed O’Neill. 

domingo, 26 de dezembro de 2010

O Homem das Cavernas


O Homem das Cavernas (Caveman, EUA, 1981) – Nota 6
Direção – Carl Gottlieb
Elenco – Ringo Starr, Dennis Quaid, Shelley Long, Jack Gilford, Barbara Bach.

Milhões de anos antes de Cristo, quando os homens ainda viviam em cavernas, Atouk (Ringo Starr) é expulso de um grupo e junto com o amigo Lar (Dennis Quaid), monta uma novo grupo com pessoas estranhas, a jovem Tala (Shelley Long), o idoso cego Gog (Jack Gilford) e outras figuras como um anão e até um casal de homossexuais. Juntos enfrentarão dinossauros e outros animais pré-históricos, além de entrar em conflito com o outro grupo, pois Atouk deseja a esposa do líder, a bela Lana (Barbara Bach). 

O longa é uma grande gozação em cima da pré-história, onde vemos traições, brigas, vinganças e tudo mais o que ser humano ainda faz nos dias de hoje. Os animais pré-históricos lembram os monstros de séries japonesas como “Ultraman”, onde as lutas são mais engraçadas do que assustadoras. 

Outro detalhe é a precária produção, onde praticamente todas cenas foram filmadas em local aberto, provavelmente em algum deserto americano e ainda perto do final aparecem algumas absurdas cenas no meio de uma região congelada. Em outras cenas engraçadas, os personagens descobrem como usar o fogo, assar animais e até criar armas. 

É curioso ver o ex-Beatles Ringo Starr no papel principal, que tem ainda sua esposa Barbara Bach no elenco, atriz conhecida por participações em filmes B, como “A Ilha dos Homens Peixes”. O elenco tem ainda Dennis Quaid e Shelley Long bem jovens. 

No mesmo ano o francês Jean Jacques Annaud (“O Nome da Rosa”) dirigiu “A Guerra do Fogo”, um filme sobre a pré-história com questões parecidas, porém filmado de modo extremamente sério. 

sábado, 25 de dezembro de 2010

The Drew Carey Show & Whoose Line is it Anyway?

The Drew Carey Show (EUA, 1995 a 2004)
Elenco - Drew Carey, Diedrich Bader, Ryan Stiles, Christa Miller, Kathy Kinney, Craig Ferguson.

Whoose Line is it Anyway? (EUA, 1998 a 2006)
Elenco - Drew Carey, Ryan Stiles, Colin Mochrie, Wayne Brady.

Quando "The Drew Carey Show" estreou em 1995, os sitcoms estavam em alta. Com o grande sucesso de "Cheers" com Ted Danson nos anos oitenta, muitas séries cômicas surgiram e algumas seguiram o sucesso, como "Seinfeld", "Friends", "The Larry Sanders Show" e "Frasier", um filhote direto de "Cheers", já que o ator Kelsey Grammer trouxe o personagem para o novo programa.

Na esteira destes sucessos, surgiu provavelmente o sitcom mais bagaceiro na questão politicamente incorreta,  o "The Drew Carey Show". O seriado tinha como personagem principal o próprio Drew Carey, que interpretava um funcionário do RH de uma loja de departamentos e diariamente entrava em conflito com a gordinha perua e boca suja Mimi Bobeck (Kathy Kinney) e ainda tinha de lidar com o maluco gerente inglês Nigel Wick (Craig Ferguson). Drew conviva também com dois amigos malucos, o entregador Oswald (Diedrich Bader) e o desocupado Lewis (Ryan Stiler), além da bela Kate (Christa Miller), que durante a série se relacionou com Oswald e depois com Drew.

As histórias eram as mais malucas possíveis, como se fossem episódios de "Seinfeld" sem a ironia dos diálogos, indo direto para as piadas exageradas e algumas cenas voltadas para o pastelão. Um dos fatores do sucesso da série foi o elenco que se manteve por quase todas as nove temporadas, apenas com a saída de Christa Miller que foi trabalhar em "Scrubs" e acabou substituída por Cynthia Watros de "Lost" nas duas últimas temporadas.

O sucesso do seriado abriu as portas para Drew Carey, que emplacou um segundo programa em paralelo, a comédia de improvisos "Whoose Line is it Anyway?". O show era uma cópia de um programa que fez sua sucesso na Inglaterra, onde quatro comediantes participavam de jogos de improviso com participação do público, o que hoje é comum aqui no Brasil com programas como "É Tudo Improviso", "Quinta Categoria" da MTV e ainda a peça de teatro "Jogando no Quintal".

No programa americano Drew Carey era o apresentador e três atores eram fixos: O grandalhão Ryan Stiles, parceiro de Carey no outro show, era um dos comediantes, o escocês Colin Mochrie geralmente fazia os personagens femininos e o showman Wayne Brady era especialista nas paródias musicais. Em cada programa um convidado completava o time de participantes, com algumas figuras carimbadas como Charles Esten, Greg Proops e Brad Sherwood. O charme do show aumentava com o quatro participante era um astro, como Robin Williams, Whoopi Goldberg e Kathy Griffin, que algumas vezes se mostravam seu talento no improviso.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Férias Frustradas

O comediante Chevy Chase surgiu no programa "Saturday Night Live" no meio de um geração talentosa que tinha Steve Martin, John Belushi, Eddie Murphy e Dan Aykoryd. Todos migraram para o cinema na segunda metade dos anos setenta e se firmaram como astros da comédia nos anos oitenta.

Hoje destaco a série de filmes "Férias Frustradas" que Chevy Chase estrelou junto com atriz Beverly D'Angelo e que fez sucesso nos anos oitenta, além de uma continuação tardia nos final dos anos noventa.

Como curiosidade, os três primeiros que destaco aqui, foram roteirizados pelo saudoso John Hughes, mestre da comédia na época que escreveu e dirigiu clássicos como "A Garota de Rosa Shocking", "Clube dos Cinco" e "Curtindo a Vida Adoidado".

Férias Frustradas (Vacation, EUA, 1983) – Nota 6,5
Direção – Harold Ramis
Elenco – Chevy Chase, Beverly D’Angelo, Anthony Michael Hall, Dana Barron, Imogene Coca, Randy Quaid, James Keach, John Candy, Frank McRae, Jane Krakowski, Miriam Flynn.

Clark Griswold (Chevy Chase) junta sua família e pega a estrada em direção a um parque de diversões do outro lado do país. Sua esposa Ellen (Beverly D’Angelo) entra no clima, mas assim que Clark erra o caminho, começam as confusões. O casal de filhos não se bica, a adolescente Audrey (Dana Barron) e o garoto Rusty (Anthony Michael Hall, que se tornaria astro após estrelar “O Clube dos Cinco”) brigam o tempo todo. 

A viagem tem diversas cenas engraçadas, como a velha tia sendo carregada amarrada no teto do automóvel e a pequena participação de John Candy como um guarda do parque do diversões. É uma sessão da tarde descompromissada, que fez muita gente rir nos anos oitenta.

Férias Frustradas II (European Vacation, EUA, 1985) – Nota 5
Direção – Amy Heckerling
Elenco – Chevy Chase, Beverly D’Angelo, Jason Lively, John Astin, Dana Hill, Eric Idle, Robbie Coltrane, Paul Bartel.

Com o sucesso do filme original, os produtores correram para uma sequência das aventuras da família Griswold, porém com algumas mudanças. O diretor Harold Ramis que trabalhou como ator no sucesso de “Os Caça-Fantasmas” no ano anterior, pulou fora da direção, que ficou a cargo de Amy Heckerling. O elenco também perdeu Anthony Michael Hall que interpretava o filho do casal e entre as duas produções ficou famoso, seguindo para outros projetos, assim como a filha interpretada pela desconhecida Dana Barron foi substituida. 

Desta vez Clark (Chevy Chase), sua esposa Ellen (Beverly D’Angelo) e o casal de filhos (os fracos Jason Lively e Dana Hill) ganham um concurso na tv e o prêmio é uma viagem para Europa. Assim como no original, a família se envolverá em diversas confusões, principalmente na Inglaterra e com piadas até sobre a família real, mas sem a mesma graça que o filme anterior. 

Férias Frustradas de Natal (Christmas Vacation, EUA, 1989) – Nota 7
Direção – Jeremiah Chechik
Elenco – Chevy Chase, Beverly D'Angelo, Juliette Lewis, Johnny Galecki, Randy Quaid, William Hickey, John Randolph, Diane Ladd, E. G. Marshall, Doris Roberts, Miriam Flynn, William Hickey, Mae Questel, Sam McMurray.

É natal e Clark Griswold (Chevy Chase) planeja receber seus parentes para comemoração em grande estilo. Ele instala milhares de lâmpadas na casa, prepara uma ceia farta e pensa em todos os detalhes, porém como sempre acontece, o que Clark planeja acaba se transformando em confusão. A grande família é cheia de figuras, como o primo interpretado por Randy Quaid e o estranho tio vivido pela falecido William Hickey. 

É difícil isso acontecer, mas este terceiro filme é o mais engraçado da série, mesmo muda o foco da história. Os outros longas eram road movies e este se passa praticamente todo em casa, tirando sarro das reuniões familiares e valorizado pelo bom elenco de veteranos que interpretam os parentes. Do original, apenas Chase e Bervely D’Angelo como a esposa seguem firme e pela terceira vez o casal de filhos é interpretados por outros atores, aqui pela polêmica Juliette Lewis e por Johnny Galecki. O longa ainda gerou uma continuação tardia em 1997, com o título “Férias Frustradas em Las Vegas”.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Quinta-Feira Violenta


Quinta-Feira Violenta (Thursday, EUA, 1998) – Nota 6,5
Direção – Skip Woods
Elenco – Thomas Jane, Aaron Eckhart, Paulina Porizkova, James LeGros, Paula Marshall, Michael Jeter, Glenn Plummer, Mickey Rourke, Gary Dourden.

Casey (Thomas Jane) vive em Houston no Texas com sua esposa Christine (Paula Marshall) num subúrbio de classe alta, porém sua aparente vida tranquila se transforma numa quinta-feira quando recebe a visita de Nick (Aaron Eckhart), um ex-parceiro com quem traficava drogas. Tendo deixado os erros no passado, Casey aceita deixar o amigo na casa apenas um dia após este dizer que irá viajar para França e se casar. Lógico que a história é outra, na verdade Nick trouxe uma mala recheada de heroína após enganar outros parceiros e até mesmo a polícia, que virão atrás do sujeito e de Casey para reaver o produto. 

Este é o único filme até hoje dirigido pelo roteirista Skip Woods (“X-Men Origens” e “Esquadrão Classe A”), que tenta com menos pretensão seguir o estilo criado em “Pulp Fiction”, com uma história envolvendo drogas, diálogos engraçadinhos e muito sangue, além dos personagens diferentes, mas o resultado não passa do razoável.

Como curiosiodade, existe a pequena participação de Mickey Rourke como um policial corrupto, numa época em que o ator estava em baixa na carreira.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O Substituto 1 & 2



O Substituto (The Substitute, EUA, 1996) – Nota 6,5
Direção – Robert Mandel
Elenco – Tom Berenger, Ernie Hudson, Diane Venora, Glenn Plummer, William Forsythe, Marc Anthony, Raymond Cruz, Cliff DeYoung, Luis Guzman, Rodney A. Grant, Richard Brooks.

O mercenário Jonathan Shale (Tom Berenger) após uma missão em Cuba volta para Miami com o objetivo de encontrar sua namorada, a professora Jane (Diane Venora). Após o reencontro, a professora que trabalha numa escola num perigoso bairro, entra em conflito com um aluno que trafica drogas (Marc Anthony) é acaba sendo espancada. Jonathan resolve se infiltrar na escola como professor substituto para investigar o ocorrido e descobre que o local está tomado por uma gangue de traficantes, o que faz com que ele reúna seu grupo de mercenários para resolver o problema. 

A absurda história fica interessante se analisada como filme de ação, deixando de lado que grande parte destas sequências se passem na escola. O elenco de rostos conhecidos é um ponto a favor e as cenas de ação bem filmadas. O filme teve sequências inferiores feitas para a TV, todas estreladas por Treat Williams.

O Substituto 2 (The Substitute 2: Schools Out, EUA, 1998) – Nota 4
Direção – Steven Pearl
Elenco – Treat Williams, B. D. Wong, Susan May Pratt, Angel David, Michael Michele, Larry Gilliard Jr, Edoardo Ballerini, Daryl Edwards, Eugene Byrd, Christopher Cousins.

Num violento bairro de Nova Iorque, o professor Randahl Thomasson (Christopher Cousins) é assassinado por jovens que pertencem a uma gangue chamada “A Irmandade” e deixa sozinha a filha Anya (Susan May Pratt). No funeral do professor, reaparece seu irmão Karl (Treat Williams), um mercenário que resolve se passar por professor substituto na escola do irmão para descobrir quem foram os assassinos. 

Se o roteiro do original era absurdo, este aqui é uma piada, começando pelo professor assassinado que anteriormente era mercenário assim como o irmão, passando pelas péssimas cenas de ação e pelo vilão, outro ex-combatente que hoje é professor e montou dentro da própria escola um desmanche de carros. Mesmo sendo muito ruim, ainda foram produzidas outras duas sequências com Treat Williams repetindo o personagem.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um Parto de Viagem

Um Parto de Viagem (Due Date, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Todd Phillips
Elenco – Robert Downey Jr Zach Galifianakis, Michelle Monaghan, Jamie Foxx, Juliette Lewis, RZA, Marco Rodriguez, Jon Cryer, Charlie Sheen.

O arquiteto Peter Highman (Robert Downey Jr) cruza na entrada do aeroporto com o estranho Ethan Tremblay (Zach Galifianakis) e acabam trocando de malas por engano. A dupla volta a se encontrar dentro do avião e por uma confusão os dois acabam expulsos do vôo. Sem cartões ou dinheiro que ficaram em sua carteira no avião, Peter é obrigado a aceitar a carona de Ethan para voltar a Los Angeles a tempo de acompanhar o nascimento de seu filho, dando início a uma maluca viagem atravessando os EUA.

Aproveitando o sucesso de “Se Beber, Não Case”, o diretor Todd Phillips se uniu novamente a Zach Galiafiankis para criar este engraçado road movie que faz piada sobre drogas, terrorismo, morte e paternidade, tendo ainda a ótima ajuda de Robert Downey Jr, que entra no clima como o sujeito esquentado que se mete em confusões e apanha para valer em algumas cenas.

A história lembra muito o clássico do anos oitenta dirigido por John Hughes chamado “Antes Só do que Mal Acompanhado”, onde Steve Martin e John Candy atravessavam os EUA se metendo em diversas confusões.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia


Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia (Bring Me the Head of Alfredo Garcia, EUA / México, 1974) – Nota 8
Direção – Sam Peckinpah
Elenco – Warren Oates, Isela Vega, Robert Webber, Gig Young, Helmut Dantine, Emilio Fernandez, Kris Kristofferson.

No México, um chefão do crime (Emilio Fernandez) descobre que a filha está grávida de um certo Alfredo Garcia, um dos seus capangas. Para se vingar, ele pagará um milhão para quem trazer a cabeça do sujeito. A caçada atrai uma dupla de mercenários americanos (Robert Webber e Gig Young) que durante a busca ao foragido encontram numa boate mexicana o músico Bennie (Warren Oates), que conhece Alfredo e percebe que pode lucrar com a situação. Bennie resolve investigar por conta própria e descobre que Alfredo passou alguns dias com a prostituta Elita (Isela Vega), que também é sua amante. Ao confrontar Elita, ela conta que Alfredo morreu em um acidente de carro num povoado. O esperto Bennie negocia o assassinato de Alfredo com os mercenários que escondem o verdadeiro valor da recompensa e dizem que pagarão mil dólares pela cabeça de Alfredo. Bennie aceita o acordo, esconde que Alfredo já está morto e junto com Elita sai em busca da cabeça do sujeito pensando ser um trabalho fácil, porém outros também estão atrás da recompensa, o que dará início a uma sequência de violência, mortes e vingança. 

A carreira do grande diretor Sam Peckinpah é marcada por ótimos filmes repletos de violência, na sua maioria com personagens marginais. Este longa é um clássico que se tornou cult por vários fatores: A violência filmada em câmera lenta, marca registrada do diretor e copiada a exaustão nos dias de hoje, um personagem principal desonesto e apaixonado por uma prostituta, vivido por falecido Warren Oates, que quase sempre foi vilão no cinema, além de ser um filme sujo, que mostra muito sangue, poeira e cortiços da Cidade do México, sem contar a cabeça de Alfredo Garcia dentro de um saco repleto de moscas, que é carregada pelo protagonista por quase metade do filme.  

domingo, 19 de dezembro de 2010

Premonição


Premonição (Final Destination, EUA, 2000) – Nota 7,5
Direção – James Wong
Elenco – Devon Sawa, Ali Larter, Kerr Smith, Seann William Scott, Daniel Roebuck, Roger Guenveur Smith, Kristen Cloke, Tony Todd, Chad Donella, Amanda Detmer, Brendan Fehr.

Um grupo de estudantes está dentro de um avião com destino para Paris, porém antes de levantar vôo, Alex (Devon Sawa) tem uma visão do avião explodindo logo após a decolagem. Totalmente desesperado, Alex faz um grande escândalo e acaba sendo retirado do avião junto com outras seis pessoas. No saguão de embarque, o grupo vê o avião partindo e logo em seguida se transformando numa bola de fogo. Abalados pelo ocorrido, os sobreviventes nem imaginam que apesar de terem escapado do acidente, a morte voltará para tentar levá-los através de novos acidentes. 

O sucesso deste filme se deve a vários fatores, começando pelo roteiro que cria um ótimo suspense na expectativa de quem será a próxima vítima, os acidentes muito bem elaborados, o elenco cheio de caras conhecidas de seriados de TV na época, além da pequena participação do sinistro Tony Todd que fez fama em “Candyman” e virou figurinha carimbada em filmes de terror. Por fim, a sequência inicial da visão de Alex é aterradora e muito criativa, se transformando em marca registrada da série criar um desastre no início da história.  

sábado, 18 de dezembro de 2010

A Máquina do Tempo - 1960 e 2002



A Máquina do Tempo (The Time Machine, EUA, 1960) – Nota 7,5
Direção – George Pal
Elenco – Rod Taylor, Allan Young, Yvette Mimieux, Sebastian Cabot.

Em 1899 na virada do século, o cientista George (Rod Taylor) constrói uma máquina do tempo e aos poucos começa ir para o futuro. Ele verá incrédulo a primeira e a segunda guerras e chegará até os anos sessenta quando a sociedade parece estar acabando. Tentando voltar ao seu tempo, a máquina acaba levando George para 800.000 anos à frente, encontrando um sociedade totalmente diferente, dividida em Elois, humanos que vivem na superfície e são vítimas dos Morlocks, também humanos que vivem nos subterrâneos e que desenvolveram mutações, se transformando em monstros. Vivendo entre os Elois, ele se aproximará da jovem Weena (Ivette Mimieux) e antes de voltar para casa tentará ajudá-los a se defender dos Morlocks.

O filme é baseado na obra de H. G. Wells, escritor inglês que criou diversos livros de ficção, como “A Ilha do Dr. Moreau” e “Guerra dos Mundos”. A adaptação é interessante, com efeitos especiais e maquiagem competentes para época. O longa é um outro acerto de George Pal, que além de diretor também foi produtor de filmes como “A Guerra dos Mundos” e “Houdini”, este último com  Tony Curtis em início de carreira. 

A Máquina do Tempo (The Time Machine, EUA, 2002) – Nota 5,5
Direção – Simon Wells
Elenco – Guy Pearce, Mark Addy, Sienna Guillory, Samantha Mumba, Omero Mumba, Jeremy Irons, Phyllida Law, Orlando Jones, Yancey Arias

O cientista Alexander Hartdegen (Guy Pearce) acredita ser possível viajar no tempo. Quando sua namorada (Sienna Guillory) é assassinada, ele resolve construir a máquina com o intuito de voltar no tempo e salvar a amada. Mesmo com a descrença de todos, Alexander faz a máquina funcionar, porém acaba viajando 800.000 anos à frente no tempo, chegando numa época que a Terra está separada por duas raças: Os Elois e os Morlocks. Os Elois são um povo pacífico, enquanto os Morlocks são seres deformados que vivem no subsolo e são dominados por um tirano (Jeremy Irons). Lógico que Alexander irá interferir na luta entre os dois povos. 

Aqui temos mais um exemplo de como alguns produtores acreditam que refilmar um clássico com efeitos especiais de última geração é o suficiente para um bom filme, o que resulta quase sempre em um grande erro. Se o original tinha efeitos simples mas competentes e um roteiro eficiente, esta refilmagem é uma grande confusão, com idas e vindas malucas e um roteiro repleto de absurdos. 

Como curiosidade, o diretor Simon Wells é bisneto do escritor H. G. Wells, criador do clássico livro que inspirou o filme.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Pantera Cor-de-Rosa - O Adeus a Blake Edwards

Nesta semana faleceu o diretor e roteirista Blake Edwards aos oitenta e oito anos e deixou um carreira praticamente toda voltada para a comédia, com exceção do drama sobre alcoolismo "Vício Maldito", que tinha Jack Lemmon e Lee Remick nos papéis principais. Ele dirigiu grandes filmes como "Bonequinha de Luxo, "Um Convidado Bem Trapalhão" e "Victor ou Victória", mas ficou marcado como o criador da séries de filmes "A Pantera Cor-de-Rosa" e sua parceria com o grande ator Peter Sellers.

Nesta postagem escrevo uma pouco sobre três filmes da série que assisti e cito ainda os outros longas com o personagem, que voltou aos cinemas há pouco tempo com dois filmes protagonizados por Steve Martin.

A Pantera Cor-de-Rosa (The Pink Panther, EUA, 1963) – Nota 8
Direção ­– Blake Edwards
Elenco – Peter Sellers, David Niven, Capucine, Robert Wagner, Claudia Cardinale.

Em Paris, o inspetor de polícia Jacques Closeau (Peter Sellers) investiga alguns casos de roubos de jóias cometidos pelo ladrão conhecido como “O Fantasma”. Após o roubo do diamante chamado a  “A Pantera Cor-deRosa”, as pistas o levam a Suiça e transformam em suspeito um Lord Inglês, Sir Charles Lytton (David Niven). Totalmente atrapalhado, o inspetor se mete em diversas confusões e não percebe que o ladrão também pode ser amante de sua esposa Simone (Capucine). 

A estréia do inspetor Closeau no cinema é extremamente divertida, com diversas sequências de comédia física criadas pelo ótimo Peter Sellers, que voltaria ao papel em outros quatro filmes e numa quinta sequência posterior a sua morte, com o diretor Blakae Edwards usando imagens de arquivo para montar o filme.

Outro grande destaque do longa é a famosa trilha sonora criada por Henry Mancini, com o tema que se transformou em clássico rapidamente.

A Nova Transa da Pantera Cor-de-Rosa (The Pink Panther Strikes Again, Inglaterra / EUA, 1976) – Nota 7,5
Direção – Blake Edwards
Elenco – Peter Sellers, Herbert Lom, Colin Blakely, Leonard Rossiter, Lesley Anne Down, Burt Kwok.

Em 1964, após o sucesso do filme original no ano anterior, a dupla Edwards / Sellers produziu “Um Tiro no Escuro” e depois deixou o personagem longe das telas até a “A Volta da Pantera Cor-de-Rosa” em 1975. Como este longa fez sucesso, abriu o caminho para outras sequências.

Em “Um Tiro no Escuro” foi criado o personagem do chefe de polícia Charles Dreyfuss (Herbert Lom), que sofria com as confusões de Closeau. Neste novo filme, Dreyfuss sofre um colapso nervoso em virtude das trapalhadas de Closeau (Peter Selles) e resolve mudar para o lado do crime. Ele rouba uma arma letal e ameaça destruir o mundo. Além disso, em virtude do ódio que sente de Closeau, ele contrata diversos assassinos para matar o inspetor, que a seu modo sobrevive e ainda tentará impedir o antigo chefe de detonar o artefato. 

Apesar de não ter um roteiro tão bom quanto o original, o longa é engraçado pelas peripécias do inspetor Closeau e pelo exagerado vilão interpretado por Herbert Lom. No ano seguinte a dupla voltaria ao personagem em “A Vingança da Pantera Cor-de-Rosa”.

A Trilha da Pantera Cor de Rosa (Trail of the Pink Panther, EUA / Inglaterra, 1982) – Nota 4
Direção – Blake Edwards
Elenco – Peter Sellers, David Niven, Herbert Lom, Robert Wagner, Capucine, Richard Mulligan, Robert Loggia, Harvey Korman, Burt Kwok, Graham Stark, Ronald Fraser, Leonard Rossiter, Joanna Lumley.

Quando Peter Sellers faleceu em 1980, em tese seria o fim do personagem Closeau, porém o diretor Blake Edwards provavelmente pensando no lucro, pegou cenas de arquivo de filmes anteriores da série e utilizou a imagem de Sellers para mais um longa. O fato irritou a viúva de Sellers que processou o diretor e recebeu posteriormente uma indenização. 

A história começa novamente com o roubo do diamante conhecido como “Pantera Cor-de-Rosa” e Closeau consegue a pista de que o diamante fora levado para Índia. Ele viaja para Índia, porém seu avião desaparece e este fato acaba sendo o gancho para uma repórter (Joanna Lumley) entrevistar todos que conheciam o famoso policial para uma espécie de documentário. O fato agrada ao chefe Dreyfuss (Herbert Lom) que deseja ficar famoso e desagrada um mafioso (Robert Loggia), responsável pelo roubo do diamante. 

Resumindo, o longa é uma picaretagem do bom diretor Edwards, que desejava manter vivo o personagem e utilizou deste artíficio pouco ético. No ano seguinte ele dirigiu “A Maldição da Pantera Cor-de-Rosa’, com o americano Ted Wass interpretando um novo personagem tão atrapalhado como Closeau, mas o filme fracassou. Para quem acreditava que seria o fim, Edwards tentou mais uma vez ressuscitar a série e escalou o italiano Roberto Benigni (antes do sucesso de “A Vida é Bela”), para viver “O Filho da Pantera Cor-de-Rosa” e novamente foi um fracasso. Este por sinal foi o último filme da carreira de Edwards para o cinema, em 1995 ele ainda faria “Victor ou Victoria” para a tv, nova versão de outro filme seu de grande sucesso.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos


Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos (You Will Meet a Tall Dark Stranger, EUA / Espanha, 2010) – Nota 7
Direção – Woody Allen
Elenco – Naomi Watts, Josh Brolin, Antonio Banderas, Anthony Hopkins, Gemma Jones, Freida Pinto, Pauline Collins, Ewen Bremner, Lucy Punch, Anna Friel.

Em Londres, diversos personagens passam por uma crise amorosa, motivada ainda por problemas profissionais e financeiros. 

O filme começa com Helena (Gemma Jones) visitando uma vidente picareta (Pauline Collins) após ser abandonada pelo marido Alfie (Anthony Hopkins), com que viveu por quarenta anos. Alfie por sua vez acaba se envolvendo com a garota de programa Charmaine (Lucy Punch), que deseja apenas aproveitar o dinheiro do sujeito. Sally (Naomi Watts) filha do casal separado, está casada com o escritor Roy (Josh Brolin), porém vive em crise. Ele após ter sucesso com um o primeiro livro, não consegue emplacar outro e vive sem dinheiro, enquando Sally trabalha na galeria de arte de Greg (Antonio Banderas), por quem ela começa a se interessar. Ao mesmo tempo Roy se aproxima da vizinha indiana Dia (Freida Pinto) e tenta seduzir a jovem. 

Woddy Allen novamente utiliza seu talento para criar um roteiro cheio de personagens com problemas atuais, onde a vida amorosa bate de frente com a profissional e principalmente com os problemas financeiros, levando muitas vezes ao fim do casal. 

Outro ponto interessante é a questão do medo da velhice, exemplificado no comportamento do personagem de Anthony Hopkins, que tenta lutar contra o inevitátel. 

Por fim, a história enfatiza que quando se deseja algo com muita vontade, a pessoa tende a conseguir, mas as vezes descobre que o desejo era melhor que a realidade da conquista. 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Velozes e Furiosos 4


Velozes e Furiosos 4 (Fast & Furious, EUA, 2009) – Nota 6,5
Direção – Justin Lin
Elenco – Vin Diesel, Paul Walker, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez, John Ortiz, Laz Alonso, Sung Kang, Jack Conley.

Neste quarto filme os produtores conseguiram reunir o elenco do original para tentar levantar a série e mesmo que não seja tão legal quanto, ao menos é melhor que as fracas partes dois e três. Como prêmio, está para ser lançado um quinto filme da série com uma participação maior de personagens que trabalharam nas sequências, como o japonês Han (Sung Kang) que tem um pequeno neste e o ex-bandido Roman Pearce (Tyrese Gibson), que foi parceirp de Brian O’Conner (Paul Walker) no segundo longa, além de Dwayne “The Rock” Johnson num novo papel. 

Este filme começa com duas ações paralelas, de um lado Brian novamente trabalhando como agente do FBI, persegue um suspeito que tem informações sobre um intermediário que trabalha para o traficante Braga, sujeito que ninguém conhece. Em outro local, Dominic “Dom” Toretto (Vin Diesel) utiliza sua gangue para roubar um gigantesco caminhão de combustível numa sequência de ação exagerada. Quando numa outra situação a namorada de Don, Letty (Michelle Rodriguez) é assassinada, ele começa a procura os responsáveis e cruzará o caminho de Brian, que voltará a se envolver com a irmã de Don, a bela Mia (Jordana Brewster). A dupla novamente irá ser reunir para caçar o traficante Braga. 

Como já citei, além da sequência do caminhão, outras de perseguição são legais e ao mesmo tempo exageradas, principalmente as dentro do túnel na fronteira. O roteiro apesar de melhor do que das duas sequências, ainda é cheio de furos e clichês. Vale para quem gosta de carrões envenenados e de perseguições absurdas.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Senhor das Armas


O Senhor das Armas (Lord of War, EUA, 2007) – Nota 7,5
Direção – Andrew Niccol
Elenco – Nicolas Cage, Jared Leto, Bridget Moynahan, Ethan Hawke, Ian Holm, Eammon Walker.

Nicolas Cage é Yuri Orlov, filho de imigrantes ucranianos que vivem em Brighton Beach, Nova Iorque e tem um pequeno restaurante onde ele e o irmão mais novo Vitaly (Jared Leto) trabalham, mas vivem insatisfeitos. Num certo dia, Yuri presencia um mafioso local sendo assassinado e descobre uma forma diferente de ganhar dinheiro, ele começa a traficar armas. 

O filme começa nos anos oitenta quando Yuri inicia o negócio e durante vinte anos ele irá expandir seu negócio se aproveitando de diversos conflitos no planeta, começando com o declínio da União Soviética que despejou um arsenal completo de armas nas mãos de traficantes e terroristas, passando pela Guerra das Balcãs, América Latina e África. 

A história mescla realidade com um narração irônica do próprio personagem de Cage, que conta sua vida desde o início da carreira,  mostrando sua ascensão, o conflito com outro grande traficante de armas (Ian Holm) e sua relação com o sanguinário ditador da Libéria (Eammon Walker), além da perseguição de um agente do FBI (Ethan Hawke), até as consequências do relacionamento com o irmão, os pais e sua esposa (a bela Bridget Moynahan).

Mesmo o personagem principal tentando lavar as mãos, dizendo que apenas vende as armas e não mata ninguém, no fundo percebe-se que ele sabe bem o mal que está fazendo e qual o preço a pagar, o que ele aceita. 

O filme tem uma ótima sequência inicial que mostra desde a fabricação de uma bala, passando por sua comercialização ilegal até chegar a um alvo humano. 

O final mostra porque os governos não fazem força para acabar com os conflitos e deixa bem claro como a indústria da guerra é lucrativa, não interessando quantas vidas serão perdidas neste caminho.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Um Homem Misterioso


Um Homem Misterioso (The American, EUA, 2010) – Nota 7,5
Direção – Anton Corbijn
Elenco – George Clooney, Violante Placido, Thekla Reuten, Johan Leysen, Paolo Bonacelli, Irina Bjorklund.

Numa cabana no meio de um local isolado cheio de neve, um sujeito (George Clooney) parece viver um romance com uma bela mulher (Irina Bjorklund), porém ao passear pelo bosque gelado, ele percebe ter algo errado e rapidamente mata outro homem antes de ser assassinado e em seguida mata ainda a mulher e um parceiro do sujeito morto. 

Após o ocorrido ele foge para Itália e entra em contato com um homem chamado Pavel (Johan Leysen), que o chama de Jack e aí descobrimos que o local anterior era na Suécia. Pavel indica que Jack deve ir para uma pequena cidade e esperar o contato para um próximo trabalho, dizendo ainda para que ele não faça amizades no local. Na pequena cidade Jack encontra Mathilde (Thekla Reuten), que encomenda uma arma especial para ser entregue em alguns dias. Enquanto os dias passam, Jack utiliza o nome de Edward e se envolve com uma prostituta, Clara (Violante Placido) e com o padre da cidade (Paolo Bonacelli), com quem troca curtos e preciosos diálogos. Estes dois personagens são o empurrão para Jack/Edward dizer a Pavel que este seria seu último trabalho antes de se aposentar, porém este tipo de situação para um fora da lei não acontece facilmente. 

O diferencial deste longa dirigido pelo holandês Corbijn (“Control”) é o ritmo lento, quase contemplativo em algumas passagens, ao utilizar muito bem os belíssimos cenários naturais da pequena cidade italiana. O roteiro dá ao espectador apenas informações básicas, não sabemos o nome verdadeiro ou o passado do personagem de Clooney, que ao mesmo tempo é um assassino e um artesão especializado em armas e qual a sua ligação com Pavel, que parece ser uma espécie de intermediário. 

O elenco recheado de atores europeus e o cenário do velho continente, além das cenas de ação simples sem efeitos especiais, lembram filmes do gênero dos anos sessenta e setenta, onde atores como Michael Caine e Charles Bronson interpretavam o sujeito misterioso com passado nebuloso.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal


Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, EUA, 2008) – Nota 8
Direção – Steven Spielberg
Elenco – Harrison Ford, Cate Blanchett, Karen Allen, Shia Labeouf, Ray Winstone, John Hurt, Jim Broadbent.

Demorou até demais para que Steven Spielberg, Harrison Ford e George Lucas resolvessem continuar a saga de Indiana Jones, exatamente dezenove anos separam este de “A Última Cruzada” e provavelmente aí esteja o problema, apesar do resultado final ser bem legal e acima da média das produções do gênero atuais, o tempo de espera quebrou o ritmo e o encanto de grande parte do público com o personagem. 

Aqui Indiana (Harrison Ford) é procurado pelo garoto Mutt (Shia Labeouf), que disse estar preocupado com seu amigo, o professor Oxley (John Hurt), também amigo de Indiana, que foi procurar a cidade perdida de Eldorado na Amazônia, após achar a Caveira de Cristal do título e acabou seqüestrado, assim como a mãe do garoto, Marion (Karen Allen) uma antiga namorada de Indiana. Seguindo as instruções do professor, ele pede ajuda a Indiana para que este o acompanhe na procura de sua mãe e do próprio professor. 

Se o filme anterior se passava na década de trinta e Indiana enfrentava os nazistas, aqui a história se passa em 1957 e os inimigos da época eram os russos, no filme sendo liderados por Irina Spalko (Cate Blanchett brincando de vilã) e como a diferença de tempo entre os filmes é grande, o roteiro traz boas piadas sobre o envelhecimento de Indiana e mesmo assim ele ainda participa de várias cenas de ação, logicamente que a maioria acabou sendo feita por dublês. 

Como escrevi no início, o problema maior é o tempo que o personagem ficou hibernando, com certeza um Harrison Ford um pouco mais novo e com o personagem ainda fresco na mente dos fãs, o resultado poderia ser ainda melhor, mas mesmo assim Indiana é sempre Indiana e o filme vale cada centavo do ingresso. Além disso, quem sabe a franquia não continue em breve com Shia Labeouf como herdeiro do herói? É esperar para ver.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Agora ou Nunca


Agora ou Nunca (All or Nothing, Inglaterra / França, 2002) – Nota 7,5
Direção – Mike Leigh
Elenco – Timothy Spall, Lesley Manville, James Corden, Alison Garland, Ruth Sheen, Sally Hawkins, Helen Coker, Daniel Mays.

Esta interessante e realista história tem como personagens alguns moradores de um condomínio de classe baixa em Londres. 

A história foca principalmente na família de Phil (Timothy Spall), um motorista de taxi de meia-idade, frustrado com sua vida, tanto pelo emprego onde ganha pouco, como pelo frio relacionamento com a esposa Penny (Lesley Manville), que trabalha como caixa em um supermercado e parece não suportar mais a família. O casal tem dois filhos obesos, a garota (Alison Garland) vive deprimida e trabalha como faxineira em um asilo, já o filho (James Corden) não tem ocupação e desconta seu ódio nas discussões com a mãe. Um acontecimento triste fará com os personagens mostrem seus verdadeiros sentimentos. 

O roteiro traz ainda dois pólos secundários, o primeiro com uma mãe solteira (Ruth Sheen) que tenta criar a filha rebelde que está apaixonada por um cafajeste e o segundo sobre um complicado casal que não dá a mínima atenção a filha (a ótima Sally Hawkins), que se mostra irresponsável e vive praticamente sozinha. 

O resultado é um sensível drama urbano, que mostra como a difícil luta diária pelo sustento e as frustrações acumuladas na vida podem afastar as pessoas, mesmo que elas se amem e que apenas uma tragédia ou algum fato importante faz com que eles repensem a situação. 

Não é um grande filme, mas tem uma história para se pensar com carinho e ver como um sorriso e a alegria nas pequenas coisas podem fazer bem a alma e ao coração.   

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A Noite das Brincadeiras Mortais & Eu Vi o Que Você Fez e Eu Sei Quem Você É


Fred Walton foi um dos vários diretores que surgiram nos anos oitenta e tentaram fazer carreira com filmes de suspense e terror. Não sendo dos piores, ele dirigiu alguns filmes curiosos como "O Mistério do Rosário Negro" com Donald Sutherland, tendo estreado com o suspense "Quando um Estranho Chama", que foi refilmado em 2006. Aqui eu cito dois outros filmes deste diretor, inclusive um que também foi refilmado em 2008, chamado "A Noite das Brincadeiras Mortais" e não duvido que "Eu Vi o Que Você Fez e Eu Sei Quem Você É" também não ganhe uma nova versão. Ele longa fez sucesso no mercado de vídeo na época.


A Noite das Brincadeiras Mortais (April Fool’s Day, EUA, 1986) – Nota 6
Direção – Fred Walton
Elenco – Deborah Foreman, Griffin O’Neal, Clayton Rohner, Thomas F. Wilson, Deborah Goodrich, Ken Olandt, Leah King Pinsent, Amy Steel.

Um grupo de amigos vai passar um final de semana numa casa de férias em uma ilha, mas o quera para se uma festa se transforma em horror quando mortes estranhas começam a acontecer e ninguém sabe quem é o responsável. 

O longa segue a linha do sucesso da série “Sexta-Feira 13” e constrói interessantes cenas de mortes, porém muda um pouco o foco em relação ao clássico citado, principalmente por uma curiosa reviravolta do roteiro ao final do longa. 

Outro ponto interessante é o elenco cheio eternos coadjuvantes, como Griffin O’Neal filho do astro Ryan O’Neal, as belas Deborah Foreman e Deborah Goodrich que fizeram vários filmes pequenos nos anos oitenta e Thomas F. Wilson, o Biff da trilogia “De Volta Para o Futuro”. 

Vale como diversão descompromissada e para comparar com a versão de 2008. 

Eu Vi o Que Você Fez e Eu Sei Quem Você É (I Saw What You Did, EUA, 1988) – Nota 6
Direção – Fred Walton
Elenco – Shawnee Smith, Tammy Lauren, Candace Cameron, Robert Carradine, David Carradine.

Duas garotas (Shawnee Smith e Tammy Lauren) resolvem passar trotes por telefone para diversos números aleatórios e dizer para quem atende ”Eu Vi o que Você Fez e Eu Sei Quem Você É”,  para assustar a pessoa e depois darem risadas. Uma destas ligações é atendida pelo psicopata Adrian Lancer (Robert Carradine), que acabara de assassinar sua família e responde assustado a frase das jovens, que também ficam curiosas em saber quem atendeu. Elas voltam a ligar e o sujeito acreditando serem testemunhas do crime, faz de tudo para descobrir quem são as garotas com o intuito de matá-las também. 

Este filme feito para a TV começa com uma premissa interessante e diferente, porém com um desenrolar apenas razoável e um final previsível. Como curiosidade, temos Shawnee Smith da série “Jogos Mortais” como protagonista ainda bem jovem.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Bombas - Piores Filmes com Adam Sandler

Começo esclarecendo que considero Adam Sandler um comediante talentoso e até um bom ator. Gosto de comédias leves como "Afinado no Amor" e "Como Se Fosse a Primeira Vez", onde ele fez par com Drew Barrymore e de seu trabalho no diferente "Embrigado de Amor" de Paul Thomas Anderson, mas reconheço que muitos dos seus filmes são ruins, inclusive ele brinca com esse fato interpretando um comediante famoso em "Tá Rindo do Quê? ao lado de Seth Rogen.

Nesta lista cito os piores filmes de Sandler que assisti, não estou considerando tranqueiras como "Zohan" e "Little Nick", longas que não tive coragem de encarar.


Um Maluco no Golfe  (Happy Gilmore, EUA, 1996) – Nota 5,5
Direção – Dennis Dugan
Elenco – Adam Sandler, Christopher McDonald, Julie Bowen, Frances Bay, Carl Wheathers, Allen Covert, Richard Kiel, Dennis Dugan, Joe Flaherty, Kevin Nealon, Ben Stiller.

Happy Gilmore (Adam Sandler) é um jogador de hockey, mas por um acaso e para conseguir dinheiro e manter a casa da avó (Frances Bay), ele se torna golfista. Utilizando métodos estranhos, para não dizer estúpidos, além de roupas exageradas, ele se torna sensação do esporte e desperta a ira de outro jogador, Shooter McGavin (o canastrão Christopher McDonald). 

Este longa é o primeiro que Sandler fez com o diretor Dennis Dugan e não é diferente da maioria, com poucas piadas engraçadas e muitos absurdos. 

O Rei da Água (The Waterboy, EUA, 1998) – Nota 4
Direção – Frank Coraci
Elenco – Adam Sandler, Kathy Bates, Fairuza Balk, Henry Winkler, Jerry Reed, Rob Schneider, Larry Gilliard Jr, Clint Howard, Allen Covert.

Bobby Boucher (Adam Sandler) é um sujeito bobalhão e trabalha como “O Garoto da Água” para um time de futebol americano. Ele é protegido pela mãe (Kathy Bates), porém mal tratado por todo o time e principalmente pelo técnico (Jerry Reed), que após uma confusão expulsa Bobby do time. Querendo ajudar, Bobby aceita trabalhar de graça para um time rival e por acaso acaba sendo descoberto por seu talento para derrubar adversários, o que faz com o técnico (Henry Winkler) deste novo time o contrate para jogar, iniciando uma sequência de vitórias até o inevitável confronto com o time que o expulsou. 

Por incrível que pareça este longa que é um dos piores da carreira de Sandler fez sucesso nos EUA e elevou ainda mais seu cartaz como astro. O filme é americano demais, recheado de piadas estúpidas sobre futebol americano e um personagem estranho, que somente poderia ter saído da cabeça de Sandler.

O Paizão (Big Daddy, EUA, 1999) – Nota 6
Direção – Dennis Dugan
Elenco – Adam Sandler, Joey Lauren Adams, Rob Schneider, Jon Stewart, Cole & Dylan Sprouse, Leslie Mann, Josh Mostel, Joseph Bologna, Steve Buscemi, Kristy Swanson.

Aos 32 anos, Sonny Coufax (Adam Sandler) vive como um adolescente, não tem emprego fixo e enrola a namorada (Kristy Swanson). Quando seu melhor amigo e colega de quarto, Kevin (Jon Stewart) descobre ser pai de um garoto, Sonny para ajudá-lo resolve cuidar do menino e o usa como filho para impressonar a namorada, porém a manobra dá errado e ela o abandona. Tendo de cuidar do garoto, a princípio ele quer devolvê-lo, depois se apega e por último terá de lutar para não perde-lo. 

Dos piores filmes de Sandler este até que é razoável, apesar da história clichê e das piadas escatológicas, muitos podem gostar da relação que se cria entre Sandler e o menino, além de ter no elenco a simpática Joey Lauren Adams como interesse amoroso e Rob Schneider interpretando um estranho entregador de comida chinesa.

A Herança de Mr. Deeds (Mr. Deeds, EUA, 2002) – Nota 5
Direção – Steven Brill
Elenco – Adam Sandler, Winona Ryder, John Turturro, Peter Gallagher, Allen Covert, Jared Harris, Erick Avary, Peter Dante, Conchata Ferrell, Harve Presnell, John McEnroe, Steve Buscemi, Rob Schneider.

Longfellow Deeds (Adam Sandler) vive numa pequena cidade onde é dono de uma pizzaria, até que num certo dia recebe a visita de dois executivos informando que um tio distante deixou uma fortuna como herança para ele. Deeds aceita a herança e parte para rececer a herança na cidade grande, onde irá conhecer todas as posses deixadas pelo tio. Ao mesmo tempo, uma repórter sensacionalista (Winona Ryder) se aproxima de Dedds para investigar sua vida, mas acaba se apaixonando pelo sujeito. Lógico que Deeds terá de lutar contra outro sujeito que deseja a herança (Peter Gallagher) usando seu jeito humilde. 

Este filme entra na lista de refilmagens desnecessárias e até absurdas, o original “O Galante Mr. Deeds” de 1936 com Gary Cooper no papel principal, é um dos clássicos da carreira do grande diretor Frank Capra e dispensa qualquer tipo de nova versão. Podemos até aceitar que Sandler esteja bem, mais contido que em alguns filmes, porém são poucas piadas aproveitáveis, além dos péssimos papeis de Winona Ryder e de John Turturro pagando mico como mordomo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Foi Apenas um Sonho


Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, EUA / Inglaterra, 2008) – Nota 8
Direção – Sam Mendes
Elenco – Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Kathy Bates, Michael Shannon, Kathryn Hahn, David Harbour, Dylan Baker, Zoe Kazan, Jay O. Sanders, Richard Easton, Max Baker, Max Casella.

Nos anos cinquenta, Frank (Leonardo DiCaprio) e April (Kate Winslet) se conhecem ainda jovens e logo se casam. Após alguns anos, já com dois filhos, o casal passa por uma séria crise. Frank está descontente com o emprego de vendedor em uma empresa onde seu pai trabalhou por vinte anos, enquanto April tentou ser atriz mas fracassou. Para tentar salvar o casamento, April convence Frank a se mudar para Paris, local que ele conheceu durante a 2º Guerra e que dizia ser especial quando o casal ainda namorava. Os planos são vistos como um erro pelos amigos do casal e além disso algumas novas situações irão atrapalhar o sonho. 

A nova reunião do par central de “Titanic” e ainda de Kathy Bates que também trabalhou no longa de James Cameron, é uma visão triste e verdadeira dos problemas enfrentados pelos casais na década de cinqüenta nos EUA, onde machismo, preconceitos e as aparências eram mais importantes que o sentimento de cada um. 

O diretor Sam Mendes assim como no ótimo “Beleza Americana”, critica a classe média e seus dogmas da época. Ele mostra o primeiro encontro do casal em clima de romance e rapidamente pula alguns anos para a vida de casado e com menos de quinze minutos de filme vemos uma terrível discussão, onde fica claro que existe muita coisa errada naquele relacionamento. 

Com o desenrolar da história percebe-se toda a insatisfação da personagem de Kate Winslet, que tinha muitos sonhos, sendo que em parte alimentados pelo personagem de Leonardo DiCaprio, que com o passar do tempo e o nascimento dos filhos, mostra a frustração com o emprego, mas ao mesmo tempo pensa na comodidade e segurança da vida que leva, mesmo que isso ajude a arruinar seu casamento. 

É interessante perceber que os coadjuvantes também passam por problemas parecidos, a diferença é o silêncio, como do casal amigo vivido por Davir Harbour e Kathryn Hahn, ele apaixonado pela personagem de Kate Winslet, mas que precisa viver com a esposa dona de casa, que mostra felicidade porém é amargurada por dentro e que ainda precisa cuidar de quatro filhos pequenos que praticamente ignoram o pai. 

Outro ponto interessante é a personagem de Kathy Bates, que tenta viver num conto de fadas com o marido, mas precisa conviver com o filho que é tratado como louco por dizer tudo que pensa, sendo interpretado pelo ótimo Michael Shannon, personagem que pode ser considerado o mais lúcido deste ótimo e triste longa.    

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A Vida em Preto e Branco


A Vida em Preto e Branco (Pleasantville, EUA, 1998) – Nota 8
Direção – Gary Ross
Elenco – Tobey Maguire, Reese Witherspoon, William H. Macy, Joan Allen, Jeff Daniels, J. T. Walsh, Don Knotts, Marley Shelton, Jane Kaczmarek, Paul Walker, Giuseppe Andrews, Marissa Ribisi.

O jovem David (Tobey Maguire) é grande fã do antigo seriado em preto e branco “Pleasantville”, que se passa numa cidadezinha americana dos anos cinqüenta e todos os personagens vivem em famílias perfeitas, o verdadeiro sonho americano. No dia em que haverá um maratona de episódios na TV, David briga com sua irmã gêmea Jennifer (Reese Witherspoon) pela controle remoto, que acaba sendo destruído. Do nada aparece um homem (o veterano e já falecido comediante Don Knotts) na porta da casa dos irmãos com um novo controle remoto. Os irmãos aceitam o objeto, mas quando ligam a TV, num passe de mágica são levados para dentro do seriado. Tendo de conviver com pessoas que vivem uma rotina de valores completamente diferentes dos atuais, suas atitudes modificam o comportamento de todos, despertando desejos desconhecidos, insatisfações e até o preconceito. 

O roteiro do diretor Gary Ross é uma fábula sensível e curiosa, que mostra como o ser humano é complexo e sua dificuldade em aceitar qualquer tipo de mudança o afeta. O filme mostra vários exemplos, como a diferença entre o namorar nos anos cinqüenta e a liberdade sexual de hoje, a frustração na personagem de Joan Allen quando percebe que sua vida se resume a cuidar da casa, filhos e marido ou ainda a descoberta artística do personagem de Jeff Daniels. 

O roteiro toca ainda no preconceito, a partir do momento em o preto e branco da cidade vai se colorindo e como cada personagem ganha cor após descobrir o que tem escondido dentro de si, isso gera o preconceito daqueles que estão reprimidos, neste exemplo uma parábola ao racismo nos EUA dos anos cinqüenta. 

É um longa que merece ser visto por todos motivos citados e ainda pela bela fotografia em preto e branco e pelo colorido final da história.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A Montanha dos Sete Abutres

A Montanha dos Sete Abutres (Ace in the Hole, EUA, 1951) – Nota 8
Direção – Billy Wilder
Elenco – Kirk Douglas, Jan Sterling, Robert Arthur, Porter Hall, Frank Cady, Richard Benedict.

O repórter Charles Tatum (Kirk Douglas) é um sujeito ambicioso e por este motivo foi despedido de diversos empregos, sendo obrigado a trabalhar num pequeno jornal na cidade de Albuquerque no Novo México. Num dia qualquer, ele é enviado com um auxiliar, Herbie (Robert Arthur) para cobrir um festival de caça as cascavéis, porém no meio do caminho eles se deparam com a história de um sujeito, Leo Minosa (Richard Benedict) que está preso numa mina, local que são ruínas indígenas, a “Montanha dos Sete Abutres” do título e Tatum vê neste fato a chance de ficar famoso e conseguir emprego num grande jornal.

O que a princípio seria um resgate que demoraria um dia, se transforma num circo quando Tatum manipula a situação, primeiro faz um grande alarde sobre o acidente, o que atraí muitas pessoas, inclusive de fora da cidade, depois faz acertos com o xerife para ter acesso exclusivo ao local e com o responsável pelo resgate, alegando que a situação deveria demorar um semana para que toda a cidade lucre e por último com a esposa de Leo, a dona da lanchonete Lorraine (Jan Sterling), que se passa pela esposa desesperada quando na verdade estava quase se separando do marido. Toda esta situação não terminará bem.

Apesar do filme ter quase sessenta anos, hoje ele é mais atual do que na época. A manipulação da notícia sempre existiu, mas a transformação desta em espetáculo era exceção nos anos cinqüenta e hoje infelizmente é fato normal. Este filme deveria ser obrigatório para os cursos de jornalismo para mostrar que a função do jornalista é divulgar a notícia e não criar o fato ou manipular a história.

Na época o longa foi um fracasso, mas com o passar dos anos se tornou quase um clássico, tanto pela polêmica da história, quanto pela ótima direção do grande Billy Wilder e pela interpretação perfeita de Kirk Douglas.

A história é baseada num fato real acontecido na década de vinte nos EUA.