quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Runaway: Fora de Controle & O Domínio do Olhar

 


Runaway: Fora de Controle (Runaway, EUA, 1984) – Nota 7
Direção – Michael Crichton
Elenco – Tom Selleck, Cinthia Rhodes, Gene Simmons, Kirste Alley, Stan Shaw, G.W. Bailey, Joey Cramer, Chris Mulkey, Michael Paul Chan.

Em um futuro próximo, a polícia cria um esquadrão para combater robôs que foram hackeados e estão matando pessoas. Um dos policiais é Jack (Tom Selleck), que durante a caça ao criminoso (Gene Simmons) que alterou a tecnologia vê sua família se tornar alvo. 

Esta ficção escrita e dirigido por Michael Crichton explora os clichês do gênero da melhor possível, com a cara dos divertidos filmes semelhantes dos anos oitenta. Muita coisa vista aqui se tornou realidade, como os telefones móveis, os chips e as videochamadas, sem contar as assustadoras sequências com as balas teleguiadas. 

Este filme também foi uma das tentativas do astro de tv Tom Selleck emplacar como herói de ação depois de ter sido obrigado a recusar o papel de Indiana Jones em “O Caçadores da Arca Perdida” por causa de um contrato de exclusividade com a série “Magnum”. 

Selleck jamais conseguiu no cinema a mesma fama que tem na tv, onde até hoje trabalha com sucesso na série “Blue Bloods”. 

Vale citar ainda a participação de Gene Simmons, o vocalista da banda de rock Kiss como o vilão psicopata.

O Domínio do Olhar (Looker, EUA, 1981) – Nota 6
Direção – Michael Crichton
Elenco – Albert Finney, James Coburn, Susan Dey, Leigh Taylor Young, Dorian Harewood, Tim Rossovich, Terry Kiser.

A morte de três modelos que foram atendidas pelo famoso cirurgião plástico Larry Roberts (Albert Finney) transforma o médico em principal suspeito dos crimes. 

Para tentar provar sua inocência e acreditando que outras garotas que trabalham com moda podem ser alvos do mesmo criminoso, Larry conta com a ajuda de sua amiga Cindy (Susan Dey), que também é modelo. O que eles não imaginam é que os crimes são parte de um experiência bancada por um milionário (James Coburn). 

O escritor e diretor Michael Crichton escreveu o roteiro desta mistura de ficção e suspense detalhando uma trama que tem uma vaga semelhança com seu filme anterior “Coma”. Crichton consegue impor um ritmo razoável e manter o interesse no espectador até a parte final, quando a ação vem à tona e qualidade da história desaba.

terça-feira, 30 de agosto de 2022

This Is the Night

 


This Is the Night (This Is the Night, EUA, 2021) – Nota 6
Direção – James DeMonaco
Elenco – Lucius Hoyos, Frank Grillo, Naomi Watts, Jonah Hauer King, River Alexander, Chase Vacnin, Lenny Venito, Cliff “Method Man” Smith.

Staten Island, 1982. No dia em que muitos moradores da cidade esperam pela estreia de “Rocky III”, o adolescente Tony (Lucius Hoyos) e sua família enfrentam situações decisivas em suas vidas. 

A ideia do roteiro escrito pelo diretor James DeMonaco, criador da franquia “Uma Noite de Crime” foi fazer uma homenagem ao cinema e a vida nos anos oitenta. 

A importância dada ao ícone Rocky Balboa pela maioria dos personagens de origem italiana é bem legal, o problema é o próprio desenvolvimento da trama que abre espaço para situações que destoam da proposta inicial levando a um final onde as coisas se acertam de forma ingênua. 

É uma pena, os anos oitenta tem um potencial incrível para grandes filmes, bem melhores do que este.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

A Trincheira

 


A Trincheira (The Trench, França / Inglaterra, 1999) – Nota 6
Direção – William Boyd
Elenco – Paul Nicholls, Daniel Craig, Julian Rhind Tutt, Danny Dyer, James D’Arcy, Tam Williams, Cillian Murphy, Ben Whishaw.

Primeiro Guerra Mundial, 1916, véspera da sangrenta Batalha do Somme. Um grupo de soldados britânicos está em uma trincheira à espera da ordem para o ataque. 

Enquanto o tempo passa acontecem brincadeiras, conflitos e discussões até que a tensão chega a um nível absurdo no momento em que todos terão de colocar suas vidas em risco. 

O roteiro escrito por William Boyd, em seu único trabalho como diretor, foca no lado humano dos soldados que sabem que podem morrer a qualquer momento. 

A tentativa de aliviar a tensão funciona em parte, até que mesmo os que parecem mais tranquilos se entregam ao medo e ao desespero. 

É uma pena que o ritmo é irregular e a narrativa cansativa, chegando ao ápice penas na sequência final nos últimos minutos. 

O destaque fica para o elenco com astros atuais como Daniel Craig, Cillian Murphy e Ben Whishaw ainda jovens, além de rostos conhecidos como Danny Dyer e James D’Arcy.

domingo, 28 de agosto de 2022

Almas Negras

 


Almas Negras (Anime Nere, Itália / França, 2014) – Nota 7
Direção – Francesco Munzi
Elenco – Marco Leonardi, Peppino Mazzotta, Fabrizio Ferracane, Barbara Bobulova, Giuseppe Fumo, Anna Ferruzzo.

Luciano (Fabrizio Ferracane) é o irmão mais velho de uma família ligada ao tráfico. Ele tenta levar uma vida simples numa pequena vila da Calábria, com seus irmãos (Marco Leonardi e Peppino Mazzotta) cuidando dos negócios em Milão. 

Tudo se complica quando Leo (Giuseppe Fumo), que é filho de Luciano, tem um irresponsável ato de vandalismo, colocando sua família na mira do mafioso local. 

Este violento drama tenta explorar um clima que lembra o clássico “O Poderoso Chefão”, lógico que sem o mesmo talento. O foco principal é como a família entra em crise ao enfrentar um conflito em que cada um pensa de uma forma, levando a uma inevitável tragédia. 

O roteiro mesmo explorando as leis e traições entre mafiosos, fatos comuns neste tipo de história, termina por entregar um final inusitado. 

É um longa que vai agradar quem gosta de dramas sobre a Máfia.

sábado, 27 de agosto de 2022

Força Vigilante & Inferno no Asfalto

 


Força Vigilante (Vigilante Force, EUA, 1976) – Nota 6,5
Direção – George Armitage
Elenco – Kris Kristofferson, Jan Michael Vincent, Victoria Principal, Bernadette Peters, Brad Dexter, Andrew Stevens, Paul Gleason, Charles Cyphers, Carmen Argenziano.

Com a chegada de muitos forasteiros buscando emprego em uma empresa de petróleo, uma pequena cidade da Califórnia vê aumentar a quantidade de crimes. Percebendo que a polícia perdeu o controle da situação, o morador Ben (Jan Michael Vincent) propõe para o prefeito contratar seu irmão Aaron (Kris Kristofferson), um veterano do Vietnã para enfrentar o crime. Aaron monta uma milícia e aos poucos se mostra tão perigoso quanto os bandidos comuns. 

Este longa policial foca no tema da justiça pelas próprias comum no cinema do anos setenta. Mesmo irregular e com vários absurdos na história, a narrativa cria uma tensão crescente e entrega competentes sequências de ação levando até uma explosiva parte final.

Inferno no Asfalto (White Line Fever, EUA, 1975) – Nota 6
Direção – Jonathan Kaplan
Elenco – Jan Michael Vincent, Kay Lenz, Slim Pickens, L.Q. Jones, Sam Laws, Don Porter, R.G. Armstrong, Leigh French, Dick Miller, Martin Kove.

Após voltar do Vietnã e se casar com Jerri (Kay Lenz), o jovem Carrol (Jan Michael Vincent) consegue emprego como caminhoneiro na empresa de um antigo amigo de seu pai. O que seria o início de uma carreira logo se transforma em pesadelo quando ele é pressionado a transportar mercadorias contrabandeadas, dando início a um grande conflito com um grupo criminoso. 

Esta curiosa mistura de drama e policial explora a corrupção no transporte de cargas como ponto principal. A luta do protagonista para manter sua honestidade é até um pouco ingênua, mas se casa bem com a proposta do roteiro. As sequências de brigas são um pouco datadas e as de perseguição com caminhões ainda funcionam. 

Vale citar que Jan Michael Vincent era um ator promissor nos anos setenta, quando teve alguns bons papéis, mas que se perdeu totalmente a partir dos anos oitenta por causa de problemas pessoais. Quando faleceu em 2019, Jan Michael Vincent já estava longe das telas há quase vinte anos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Mais Forte que a Vingança

 


Mais Forte que a Vingança (Jeremiah Johnson, EUA, 1972) – Nota 7
Direção – Sydney Pollack
Elenco – Robert Redford, Will Geer, Delle Bolton, Josh Albee, Joaquin Martinez, Allyn Ann McLerie, Paul Benedict, Jack Colvin, Matt Clark.

Em meados do século XIX, após sair do exército, Jeremiah Johnson (Robert Redford) decide viver sozinho nas montanhas do Colorado. Em meio a terras indígenas e a chegada de colonos, Jeremiah termina se envolvendo em pequenos conflitos e também se afeiçoando a algumas pessoas que cruzam o seu caminho. 

O roteiro deste interessante longa foca na questão da luta homem versus natureza e também na quase impossível chance de alguém viver totalmente isolado. A saga enfrentada pelo protagonista é uma mistura do destino relacionado com a escolha de viver em um local inóspito e com grupos em conflito. 

A narrativa lenta durante a primeira hora pode cansar. O ritmo melhora e também a violência aumenta na segunda metade. 

Este foi o segundo dos sete filmes da parceria entre o astro Robert Redford e o diretor Sydney Pollack.

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

A Violent Separation

 


A Violent Separation (A Violent Separation, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Kevin & Michael Goetz
Elenco – Brenton Thwaites, Alycia Debnam Carey, Ben Robson, Claire Holt, Ted Levine, Gerald McRaney, Michael Malarkey, Peter Michael Goetz.

Em uma pequena cidade do meio-oeste americano, Norman (Brenton Thwaites) é um jovem policial que precisa lidar com as confusões de seu irmão Ray (Ben Robson), que por seu lado tem uma complicada relação com Abbey (Claire Holt). 

Um determinado fato leva Norman a encobrir um crime de Ray, dando início a uma complicada rede de mentiras que afetará vários personagens ao redor. 

O roteiro deste drama policial segue o estilo das histórias trágicas envolvendo personagens sem perspectivas. A vida maçante de uma cidade pequena cria conflitos que a qualquer momento podem levar a algo pior. 

A diferença em relação a outros filmes do gênero está no conformismo com que a situação é resolvida, ou pior, como tudo é jogado para debaixo do tapete.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

On the Count of Three

 


On the Count of Three (On the Count of Three, Canadá, 2022) – Nota 7
Direção – Jerrod Carmichael
Elenco – Jerrod Carmichael, Christopher Abbott, Tiffany Haddish, Lavell Crawford, J.B. Smoove, Henry Winkler.

Val (Jerrod Carmichael) odeia o emprego e passa por uma crise pessoal. Kevin (Christopher Abbott) está em uma instituição psiquiátrica após uma tentativa de suicídio. Amigos de infância, Val convence Kevin a fugir para cometerem suicídio. 

Este longa tem uma história ao mesmo tempo depressiva, patética e sensível. Durante o fatídico dia, a dupla de amigos tentará acertar as pontas pendentes em suas vidas revisitando personagens do passado e remoendo situações que os levaram até a decisão extrema. 

Os detalhes que vem à tona mostram como a falta de estrutura familiar pode transformar crianças em adultos destruídos pela vida, que muitas vezes não encontram forças para superar os traumas. 

O desenvolvimento dos personagens é outro acerto. O Val de Jerrod Carmichael é o sujeito comum que chega a um ponto em que não tem reação, enquanto o Kevin de Christopher Abbott é o desespero de alguém que já tentou de tudo e jamais conseguir levar uma vida minimamente normal. 

É um filme diferente e nada indicado para quem sofre de depressão.

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Álibi Para um Suspeito e outros filmes com Burt Reynolds

 


Álibi Para um Suspeito (Physical Evidence, EUA, 1989) – Nota 5
Direção – Michael Crichton 
Elenco – Burt Reynolds, Theresa Russell, Ned Beatty, Kay Lenz, Ted McGinley, Tom O’Brien, Kenneth Welsh, Ray Baker.

Um criminoso é encontrado morto e as pistas apontam para o detetive Joe Paris (Burt Reynolds) como suspeito. Joe está suspenso do serviço, tem poucos amigos e nem álibi para refutar a acusação. Mesmo assim, sua advogada Jenny (Theresa Russell) acredita na inocência de Joe e juntos tentam descobrir quem é o verdadeiro assassino. Este foi o último trabalho como diretor do escritor e roteirista Michael Crichton, que entregou seu filme mais fraco. A trama não empolga, o ritmo é lento e praticamente não existe ação. Foi uma bola fora na carreira de Burt Reynolds.

Um Tira de Aluguel (Rent-a-Cop, EUA, 1987) – Nota 6
Direção – Jerry London
Elenco – Burt Reynolds, Liza Minelli, James Remar, Richard Masur, Dionne Warwick, Robby Benson, Bernie Casey, John Stanton, John P. Ryan.

O detetive Tony Church (Burt Reynolds) é afastado da função após participar de uma batida policial que terminou com a morte de seus parceiros de polícia e de traficantes. A única testemunha de que o massacre foi cometido por um policial corrupto (James Remar) é a prostituta Della (Liza Minelli). Marcada para morrer, Della se envolve com Tony, que também precisa provar sua inocência. Típico filme policial dos anos oitenta com algumas boas sequências de ação e um trama simples.

Encurralado em Las Vegas (Heat, EUA, 1986) – Nota 5
Direção – Dick Richards & Jerry Jameson
Elenco – Burt Reynolds, Karen Young, Peter MacNicol, Howard Hesseman, Diana Scarwid, Neill Barry.

Nick Escalante (Burt Reynolds) trabalha como guarda-costas em Las Vegas. Quando a garota de programa Holly (Karen Young) que é sua amiga acaba espancada por um cliente mafioso, Nick decide buscar vingança. Burt Reynolds tentava se manter no auge da carreira ao protagonizar este longa que seguia o estilo de ação policial que era sucesso certo na época. O roteiro ruim, a falta de ação e os problemas que levaram a troca do diretor Jerry Jameson por Dick Richards no meio das filmagens resultaram em um longa totalmente descartável.

Um Tira e Meio (Cop & ½, EUA, 1993) – Nota 4,5
Direção – Henry Winkler
Elenco – Burt Reynolds, Norman D. Golden II, Ray Sharkey, Ruby Dee, Holland Taylor.

O garoto Devon (Norman D. Golden II) sonha em se tornar policial. O destino faz ele testemunhar um assassinato em um galpão. O menino procura a polícia, mas diz que somente passará a informação se o transformarem em policial. O delegado termina por colocar o garoto para trabalhar com o veterano detetive Nick (Burt Reynolds). Este longa é uma grande bobagem produzida numa época em que era moda colocar um astro dividindo a tela com alguma criança. Vale citar que Burt Reynolds estava em um fase decadente da carreira.

Meus Problemas com as Mulheres (The Man Who Loved Women, EUA, 1983) – Nota 5,5
Direção – Blake Edwards
Elenco – Burt Reynolds, Julie Andrews, Kim Basinger, Marilu Henner, Cynthia Sikes, Jennifer Edwards, Sela Ward, Barry Corbin.

David (Burt Reynolds) é um sujeito bem sucedido que do dia para a noite descobre estar impotente. Ao procurar uma terapeuta (Julie Andrews), ele conta suas aventuras e relações com diversas mulheres, para tentar descobrir a causa de seu problema. O diretor especialista em comédias Blake Edwards que no ano anterior comandou o divertido “Vitor ou Vitória?”, entregou aqui um longa que fica no meio termo entre drama e comédia, ou seja, não funciona como um ou outro. O destaque fica para o belo elenco feminino.

Paternidade (Paternity, EUA, 1981) – Nota 5,5
Direção – David Steinberg    
Elenco – Burt Reynolds, Beverly D’Angelo, Lauren Hutton, Norman Fell, Paul Dooley, Elizabeth Ashley, Peter Billingsley.

Buddy (Burt Reynolds) é um executivo de meia-idade que após vários relacionamentos decide ser pai, porém não quer casar. Ele procura uma mulher para ser barriga de aluguel e encontra a garçonete Maggie (Beverly D’Angelo), dando início a uma confusa relação. Esta comédia romântica explora uma premissa típica de novelas e entrega sequências que passam longe de ser engraçadas. O foco principal acaba sendo as divergências que surgem entre o “casal” durante a gravidez em relação ao acordo. É um filme totalmente esquecível.

A Disputa dos Sexos (Semi-Tough. EUA, 1977) – Nota 6
Direção – Michael Ritchie
Elenco – Burt Reynolds, Kris Kristofferson, Jill Clayburg, Robert Preston, Lotta Lenya, Robert Preston, Bert Convy, Richard Masur, Roger E. Mosley, Carl Weathers, Brian Dennehy, Ron Silver.

Billy (Burt Reynolds) e Marvin (Kris Kristofferson) são jogadores de futebol que estão apaixonados pela mesma garota (Jill Clayburg). Os dois sujeitos durões precisam mostrar sensibilidade e mudar um pouco para conquistar a jovem. Este longa brinca com as diferenças entre homens e mulheres, tema que estava no auge no cinema dos anos setenta. Não chega a ser um filme engraçado, ele funciona mais como uma visão curiosa sobre relacionamentos. Vale citar a sequência em que o personagem de Reynolds participa de um curso para entender como agradar as mulheres.

W.W. e Dixie (W.W. and the Dixie Dancekings, EUA, 1975) – Nota 6
Direção – John G. Avildsen
Elenco – Burt Reynolds, Art Carney, Conny Van Dyke, Jerry Reed, Ned Beatty, James Hampton.

W.W. Bright (Burt Reynolds) é um ladrão de bancos e postos de gasolina no sul dos EUA. Durante um crime ele cruza o caminho de um banda country e inicia um romance com a cantora Dixie (Conny Van Dyke), além de se tornar uma espécie de empresário do grupo. Dirigido por John G. Avildsen antes de ficar famoso como “Rocky, um Lutador” no ano seguinte, este longa que mistura policial, romance, comédia e musical com a cara do sul dos EUA abriu caminho para o astro Burt Reynolds voltar a interpretar personagem semelhante no divertido “Agarra-me se Puderes”, que se tornou um enorme sucesso.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Dreamland: Sonhos e Ilusões

 


Dreamland: Sonhos e Ilusões (Dreamland, EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Miles Joris Peyrafitte
Elenco – Finn Cole, Margot Robbie, Travis Fimmel, Kerry Condon, Darby Camp, Garrett Hedlund, Stephen Dinh.

Texas, 1935. O jovem Eugene (Finn Cole) vive em uma fazenda com seu padrasto, sua mãe e a irmã pequena. Ao encontrar escondida no celeiro a foragida Allison (Margot Robbie), que está sendo procurada por assalto e assassinato, ao invés da avisar a polícia Eugene se vê atraído pela criminosa e decide ajudá-la. 

O roteiro explora o clichê do jovem dividido entre fazer o certo ou se entregar a uma aventura que tem tudo para levar a tragédia. O roteiro não tem surpresas e a própria história passa longe de empolgar. O destaque fica para a reconstituição de época e a atuação da garotinha Darby Camp interpretando a irmã esperta do protagonista.

domingo, 21 de agosto de 2022

Mainstream

 


Mainstream (Mainstream, EUA, 2021) – Nota 6
Direção – Gia Coppola
Elenco – Andrew Garfield, Maya Hawke, Nat Wolff, Jason Schwartzman, Charles Melton, Colleen Camp, Marshal Bell.

Frankie (Maya Hawke) filma na rua o estranho Link (Andrew Garfield), posta na internet e o vídeo faz sucesso. Junto com seu amigo Jake (Nat Wolff), Frankie convence Link a fazer novos vídeos e quem sabe abrir caminho para a fama nas mídias sociais. 

Este longa dirigido pela neta de Francis Ford Coppola tenta explorar a questão atual do sucesso instantâneo de vídeos idiotas e como qualquer besteira passa a ser denominada “conteúdo”, transformando anônimos em celebridades. 

O roteiro critica tanto estas celebridades, quanto as pessoas que as cultuam sem se preocupar ou entender o vazio que cerca este meio. 

A atuação de Andrew Garfield é perfeita como o sujeito que é picado pela mosca de sucesso, deixando de lado qualquer tipo de moral ou respeito pelo próximo.

sábado, 20 de agosto de 2022

A Pior Pessoa do Mundo

 


A Pior Pessoa do Mundo (Verdens Verste Menneske, Noruega / França / Suécia / Dinamarca, 2021) – Nota 6,5
Direção – Joachim Trier
Elenco – Renate Reinsve, Anders Danielsen Lie, Herbert Nordrum, Hans Olav Brenner.

Julie (Renate Reinsve) tem trinta anos de idade, tentou algumas carreiras e relacionamentos, mas sempre desistiu. Ao conhecer o desenhista Aksel (Anders Danielsen Lie), que é quatorze anos mais velho, ela inicia uma relação que parece ser a estabilidade e o amor que procurava. Aos poucos o desinteresse reaparece e Julie volta a sua vida de indecisão. 

Aplaudido pela crítica, este longa retrata uma protagonista que é a cara da geração atual e que por isso agrada a este público. Ela não é a pior pessoa do mundo, mas demonstra diversos defeitos e toda a problematização que os jovens atuais adoram. A dúvida sobre carreira e a dificuldade em se relacionar é algo que sempre existiu, porém nunca nos níveis dos dias de hoje. 

Por mais que a atuação da bela Renate Reinsve seja boa, fica difícil ter empatia por suas atitudes, principalmente no relacionamento com o mais sensato personagem do filme vivido pelo ótimo Anders Danielsen Lie. 

A divisão da história em doze capítulos, mas um prólogo e um epílogo é uma boa sacada, porém também deixa a narrativa um pouco cansativa e irregular.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Cidadãos do Mundo

 


Cidadãos do Mundo (Lontano Lontano, Itália, 2019) – Nota 7
Direção – Gianni Di Gregorio
Elenco – Gianni Di Gregorio, Giorgio Colangeli, Ennio Fantastichini, Daphne Scoccia, Roberto Herlitzka, Galatea Ranzi.

Em um domingo de verão em Roma, três amigos aposentados (Gianni Di Gregorio, Giorgio Colangeli e Ennio Fantastichini) decidem mudar de país acreditando que terão uma vida melhor. Durante uma semana eles tentarão levar a ideia adiante, com o entusiasmo diminuindo a cada dia. 

Esta simpática comédia italiana brinca com a ideia das mudanças na vida que todas as pessoas pensam vez por outra, mas que na grande maioria das vezes não sai do papel. 

O desgosto pela pequena aposentadoria que recebem e a vida sem grandes perspectivas por causa da idade os levam a pensar na mudança, porém aos poucos eles percebem que tudo que precisam pode estar mais perto do imaginam.

Destaque para os divertidos diálogos e para Gianni Di Gregorio que é o protagonista, diretor e roteirista.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Uncle John

 


Uncle John (Uncle John, EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Steven Piet
Elenco – John Ashton, Alex Moffat, Jenna Lyng Adams, Ronnie Gene Blevins.

Na sequência inicial em uma região rural, John (John Ashton) faz de tudo para se livrar do corpo de um sujeito. Em paralelo, seu sobrinho Ben (Alex Moffat) trabalha numa empresa em Chicago e fica atraído por uma nova funcionária (Jenna Lyng Adams). Aos poucos, o espectador montará o quebra-cabeças para entender o porquê da atitude de John. 

Este desconhecido drama policial tem um roteiro aparentemente simples, porém que esconde ideias interessantes. A principal delas é mostrar que o rótulo precede as pessoas. O honesto dificilmente será suspeito de algo errado, enquanto o que tem a fama de mal será sempre alvo, mesmo quando não for culpado. 

O roteiro ainda dá uma cutucada nas pessoas que entram para religião e acreditam que todos os seus erros foram apagados, querendo obrigar os que foram prejudicados a perdoá-lo. 

O longa apresenta um dos poucos bons papéis da carreira do ator John Ashton, que anos oitenta ficou conhecido por viver o policial ranzinza que era sacaneado por Eddie Murphy no clássico “Um Tira da Pesada”.

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Jogos do Crime & Correr Atirando

 


Jogos do Crime (The Samaritan, EUA, 2012) – Nota 4,5
Direção – David Weaver
Elenco – Samuel L. Jackson, Luke Kirby, Ruth Negga, Tom Wilkinson, A.C. Peterson, Gill Bellows, Aaron Poole, Deborah Kara Unger.

Após cumprir vinte e cinco anos de cadeia, o golpista Foley (Samuel L. Jackson) deseja recomeçar a vida. Não demora para ele ser procurado por Ethan (Luke Kirby), filho de seu antigo parceiro de crimes que diz ter um golpe pronto para ser executado. 

Este longa policial tem uma premissa clichê, mas se bem desenvolvida poderia render um bom filme, porém infelizmente o que vemos aqui é uma bomba. As reviravoltas do roteiro são previsíveis e as soluções para cada situação são repletas de furos. Até mesmo o golpe no clímax chega a ser ridículo. 

Samuel L. Jackson está acostumado a todo tipo de filme, tendo protagonizado outras porcarias semelhantes. A surpresa é a presença do ótimo Tom Wilkinson que aparece apenas em duas sequências, passando a impressão de que estava se divertindo e esperando somente o cachê cair na conta.

Correr Atirando (Run & Gun, EUA, 2022) – Nota 5,5
Direção – Christopher Borrelli
Elenco – Ben Milliken, Brad William Henke, Richard Kind, Mark Dacascos, Janel Parrish, Rafael Cebrian, Alison Thornton, Angela Sarafyan.

Na sequência inicial, Ray (Ben Milliken) consegue escapar de ser assassinado no deserto por um membro de um cartel matando o agressor e fugindo com outro sujeito (Rafael Cebrian) que também seria eliminado. Anos depois, Ray leva uma vida normal com a esposa quando um chefe de quadrilha (Richard Kind) descobre seu passado e o obriga a fazer uma perigosa entrega. 

Este filme policial B explora a premissa clichê do criminoso que tenta mudar de vida. A narrativa na primeira meia-hora é até interessante, assim como alguns diálogos curiosos que remetem a filmes antigos, porém com o desenvolvimento da trama tudo desanda. 

O filme cresce em violência e afunda em relação ao péssimo roteiro, que entrega explicações ridículas para a motivação do produto a ser entregue. É um filme que tinha um pequeno potencial para ser melhor do que a forma bagunçada como termina.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Ted K

 


Ted K (Ted K, EUA, 2022) – Nota 6
Direção – Tony Stone
Elenco – Sharlto Copley, Drew Powell, Thamus Rounds, Christian Calloway.

Do final dos setenta até 1996, Theodore “Ted K” Kaczynski (Sharlto Copley) enviou diversas cartas-bombas pelo correio sem ser descoberto pelas autoridades. Este longa tenta detalhar a complexa personalidade do protagonista através de situações diversas que foram desencadeando seu ódio contra o sistema. 

Diferente da ótima minissérie “Manhunt: Unabomber” de 2017 que focava na investigação do caso, aqui praticamente o filme inteiro explora as atitudes do protagonista. Sua vida numa cabana isolada, a difícil relação com a mãe e o irmão com quem ele conversava somente por telefone e suas divagações mentais descritas em manuscritos que renderam um enorme manifesto são os pontos principais ao lado da interpretação atormentada do sul-africano Sharlto Copley. 

Esta escolha deixa o filme com um ritmo irregular e uma narrativa com certa frieza que pode desagradar quem espera algo mais agitado.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Last Looks

 


Last Looks (Last Looks, EUA, 2022) – Nota 5
Direção – Tim Kirkby
Elenco – Charlie Hunnan, Mel Gibson, Morena Baccarin, Lucy Fry, Rupert Friend, Jacob Scipio, Clancy Brown, David Pasquesi, Robin Givens, Dominig Monaghan, Cliff “Method Man” Smith, Paul Ben Victor, Josh McDermit.

Charlie Waldo (Charlie Hunnan) é um ex-detetive que abandonou a carreira após um erro e passou a  viver isolado. Ao ser procurado por sua antiga namorada (Morena Baccarin) para investigar o assassinato da esposa de um ator de tv (Mel Gibson), Waldo é envolvido numa complexa trama envolvendo figuras do submundo. 

Baseado em um livro de ficção, este longa policial tem um roteiro confuso com motivações bobas para os crimes e um protagonista patético. A ideia de explorar a temática noir ao colocar um ex-policial que passa metade do filme apanhando é irritante. 

Até os poucos acertos se perdem, como a participação de Mel Gibson como o ator cachaceiro suspeito de assassinato. Os demais personagens são tão irritantes quanto o protagonista. O resultado é um enorme desperdício de tempo na vida do espectador.

domingo, 14 de agosto de 2022

Super Pumped: The Battle for Uber

 


Super Pumped: The Battle for Uber (Super Pumped: The Battle for Uber, EUA, 2022) – Nota 7
Direção – John Dahl, Zetna Fuentes, Daniel Gray Longino & Allen Coulter
Elenco – Joseph Gordon Levitt, Kyle Chandler, Uma Thurman, Kerry Bishé, Babak Tafti, Elisabeth Shue, Damon Gupton, Chelcie Ross, Jessica Hecht, Brian Howe, John Bass, Annie Chang, Sonny Valicenti, Moussa Hussein Kraish, Noah Weisberg, Rob Morrow, Richard Schiff, John Magaro, John Michael Higgins, Hank Azaria.

Travis Kalanick (Joseph Gordon Levitt) fundou a startup Uber. Com uma proposta revolucionária, o projeto chamou a atenção de investidores como Bill Gurley (Kyle Chandler). Os dois entram em acordo e iniciam o projeto de crescimento da empresa, porém divergências pessoais e o estilo agressivo de Kalanick resultam em uma enorme crise. 

Esta minissérie em oito episódios é baseada na disputa real que ocorreu dentro da empresa Uber entre os dois personagens citados, outros investidores e os colaboradores de Kalanick. É basicamente uma história de conflitos empresariais focados em dinheiro, poder e egos inflados. 

O roteiro perde um pouco caminho quando tenta fazer um paralelo entre as atitudes do protagonista e de casos isolados com questões de preconceito. Nas entrelinhas também fica uma certa tendência de demonizar a Uber, quando mesmo com todos os problemas causados pelos líderes da empresa, a ideia foi um sucesso mundial dando chance para milhões de pessoas terem uma nova forma de trabalhar e ganhar dinheiro. 

A narrativa criativa, a ótima atuação de Joseph Gordon Levitt como o arrogante Kalanick e os diálogos são os destaques. É uma série que vale ser conferida.

sábado, 13 de agosto de 2022

Concorrência Oficial & Granizo

 


Concorrência Oficial (Official Competition, Espanha / Argentina, 2022) – Nota 5,5
Direção – Gaston Duprat & Mariano Cohn
Elenco – Penélope Cruz, Antonio Banderas, Oscar Martinez, José Luis Gomez, Manolo Solo.

Humberto (José Luis Gomez) é um empresário bilionário que ao completar oitenta anos de idade sente o desejo de fazer algo que deixe seu nome marcado para a prosperidade. Ele decide produzir um filme. 

Seus assessores contratam a excêntrica diretora Lola Cuevas (Penélope Cruz), que por seu lado exige para o elenco dois atores que são completamente opostos. Felix Rivero (Antonio Banderas) é o galã que vive no mundo da celebridades, enquanto Ivan Torres (Oscar Martinez) é um veterano ator intelectual. 

A dupla de diretores argentinos Gaston Duprat e Mariano Cohn comandou em 2016 o divertido “O Cidadão Ilustre” também protagonizado por Oscar Martinez. Aqui a dupla tente repetir o estilo de criticar a falsidade do ser humano, porém ao invés da simpática narrativa do longa anterior, fica difícil criar qualquer empatia pela trio de protagonistas.

Os três personagens são estereótipos clássicos do mundo do cinema, assim como os diálogos repletos de cinismo e falsidade mostram o verdadeiro caráter deles fora telas. O grande problema é o espectador abraçar a ideia e ter paciência para esta sucessão de alfinetadas e indiretas entre o trio em uma narrativa lenta. O final bizarro que beira o humor negro é uma boa sacada.

Granizo (Granizo, Argentina, 2022) – Nota 5,5
Direção – Marcos Carnevale
Elenco – Guillermo Francella, Peto Menahem, Romina Fernandes, Martin Seefeld, Nicolas Scarpino, Laure Fernandez.

Em Buenos Aires, Miguel Flores (Guillermo Francella) é uma famoso meteorologista que ao estrear um programa de tv vê sua vida virada de ponta ao cabeça ao errar a previsão do tempo por conta de uma violenta tempestade. 

Cancelado nas redes sociais, odiado por antigos amigos e afastado pelo canal de tv, Miguel decide viajar para Córdoba e se esconder na casa da filha (Romina Fernandes), a quem não visita faz muito tempo. 

Esta comédia argentina explora um formato de história e uma narrativa típicas das produções de tv, com personagens caricatos, situações que beiram o pastelão e um roteiro cheio de furos. 

O grande destaque por incrível que pareça são os efeitos especiais na sequência da segunda tempestade, que não deixam nada a dever em comparação com as produções americanas.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Dobermann

 


Dobermann (Dobermann, França, 1997) – Nota 6,5
Direção – Jan Kounen
Elenco – Vincent Cassel, Tcheky Karyo, Monica Bellucci, Antoine Basler, Pascal Demolon, Romain Duris, Marc Duret.

Com apelido de Dobermann, Yann (Vincent Cassel) é o líder de uma quadrilha de assaltantes. No encalço dos bandidos está o violento comissário de polícia Cristini (Tcheky Karyo). Uma trilha de corpos será a consequência do conflito entre os dois psicopatas. 

Este longa segue o estilo do cinema francês de ação dos anos noventa criado por Luc Besson. Cortes rápidos de câmera, perseguições, tiroteios e muita violência. 

Outro ponto comum do gênero são os personagens peculiares, que além dos inimigos citados, são destaque a cigana muda vivida por Monica Bellucci, então casada com Vincent Cassel e o estranho bandido vivido por Romain Duris, hoje astro do cinema francês. 

É um filme para o espectador se divertir com os exageros e absurdos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

A Incrível História de Adaline

 


A Incrível História de Adaline (The Age of Adaline, EUA / Canadá, 2015) – Nota 7
Direção – Lee Toland Krieger
Elenco – Blake Lively, Michiel Huisman, Harrison Ford, Kathy Baker, Ellen Burstyn, Amanda Crew, Lynda Boyd.

No início do século XX, a jovem Adaline (Blake Lively) sofre um acidente e ao se recuperar descobre que parou de envelhecer. O que seria uma benção para quem pensa na possibilidade da vida eterna, para Adaline se transforma em um enorme peso, por ser obrigada a não criar laços duradouros com medo de ser descoberta. Décadas depois do acidente, tudo muda quando ela conhece Ellis (Michiel Huisman), por quem se apaixona. 

Esta mistura de drama, romance e ficção acerta na narrativa agradável que faz o espectador acreditar que o impossível pode acontecer. A surpresa que vem à tona na segunda metade da história é ao mesmo tempo absurda e sensível.

Destaque para a delicada interpretação de bela Blake Lively e a participação de Harrison Ford como o pai de Ellis.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Luke no Afeganistão

 


Luke no Afeganistão (Afghan Luke, Canadá, 2011) – Nota 6
Direção – Mike Clattenburg
Elenco – Nick Stahl, Nicolas Wright, Stephen Lobo, Pascale Hutton, Steve Cochrane, Vik Sahay.

Luke (Nick Stahl) é um jornalista canadense que decide voltar ao Afeganistão para completar uma história que o jornal em que trabalhava se negou a publicar. Ao lado do amigo Tom (Nicolas Wright), do tradutor afegão Mateen (Stephen Lobo) e de uma jovem jornalista (Pascale Hutton), Luke segue a caminho de uma região tomada pelo Talibã. 

O roteiro explora o tema clichê do jornalista obcecado que coloca a vida em risco por uma história. O desenvolvimento da trama tem algumas coisas interessantes como as locações, a relação do protagonista com o tradutor e um pouco de ação, porém a história e a motivação são até ingênuas. Gosto do tema, mas este filme é no máximo razoável.

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Shthouse & Cha Cha Real Smooth - O Próximo Passo

 


Shithouse (Shithouse, EUA, 2020) – Nota 7
Direção – Cooper Raiff
Elenco – Cooper Raiff, Dylan Gelula, Logan Miller, Amy Landecker.

Alex (Cooper Raiff) é um calouro que deixou a família em Dallas para estudar em uma universidade em Los Angeles. Deprimido e solitário, Alex renasce ao conhecer Maggie (Dylan Gelyula) em uma festa de fraternidade, porém relacionamento algum é simples. 

Este sensível drama romântico marcou a estreia na direção de um longa do jovem Cooper Raiff, que também escreveu o roteiro. A atuação espontânea de Raiff e a história simples que poderia ser real na vida de qualquer jovem são os destaques. 

A ideia de mostrar a saudade que o jovem sente da família é incomum em longas que abordam a vida universitária, que normalmente focam nas festas e nos romances apenas. 

Vale citar que Raiff tinha apenas vinte e três anos quando fez este filme, demonstrando ter potencial para construir uma bela carreira no cinema.

Cha Cha Real Smooth – O Próximo Passo (Cha Cha Real Smooth, EUA, 2022) – Nota 7,5
Direção – Cooper Raiff
Elenco – Cooper Raiff, Dakota Johnson, Evan Assante, Vanessa Burghardt, Leslie Mann, Brad Garrett, Raul Castillo, Odeya Rush.

Andrew (Cooper Raiff) é um jovem que após se formar em marketing viu a namorada mudar para a Barcelona e foi obrigado a aceitar um emprego ruim em uma lanchonete. 

Tudo muda ao ir em um Bar Mitzvah, festejar com as crianças e ganhar a oportunidade se tornar animador de festas. No mesmo local ele conhece Domino (Dakota Johnson), mãe da adolescente Lola (Vanessa Burghradt) que é autista. Andrew termina criando um sensível laço com mãe e filha. 

Este é o segundo longa escrito, dirigido e protagonizado pelo talentoso jovem Cooper Raiff, que estreou no também sensível “Shithouse”. Novamente o foco do roteiro é mostrar uma história com situações próximas da realidade, com personagens que tem atitudes e comportamentos com virtudes e defeitos, mas que no fundo buscam a felicidade. 

Além do trabalho de Cooper, vale destacar as boas atuações de Evan Assante como seu irmão menor e de Vanessa Burghardt, além da beleza de Dakota Johnson. Agora é esperar pelos novos trabalhos do ator, diretor e roteirista.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

A Viagem dos Condenados

 


A Viagem dos Condenados (Voyage of the Damned, Inglaterra / EUA, 1976) – Nota 6,5
Direção – Stuart Rosenberg
Elenco – Faye Dunaway, Oskar Werner, Max Von Sydow, Malcolm McDowell, Helmut Griem, Lee Grant, Sam Wanamaker, Lynne Frederick, Julie Harris, Nehemiah Persoff, Maria Schell, Paul Koslo, Jonathan Pryce, Orson Welles, James Mason, Katharine Ross, Victor Spinetti, Michael Constantine, José Ferrer, Ben Gazzara, Fernando Rey, Denholm Elliott, Leonard Rossiter.

Em 1939 o governo nazista autorizou a saída de um navio com quase mil judeus do porto de Hamburgo em direção a Cuba. O que seria a salvação para estas pessoas que desejavam fugir da perseguição nazista, aos poucos se transforma em medo e apreensão conforme surge a dúvida se eles poderão desembarcar no destino. 

Este drama é baseado numa história real que foi descrita em livro e que envolve espionagem e política, além é claro da questão humana. 

O roteiro segue o formato popular dos anos setenta, muito utilizado em filmes-catástrofe por exemplo, em que a primeira hora detalha a vida pessoal de diversos personagens, para na segunda parte focar mais na ação ou aqui neste caso no drama pesado. 

O elenco recheado de famosos, vários deles em pequenos papéis também era algo comum na época, com destaque para Max Von Sydow como o humanista capitão do navio, Oskar Werner interpretando o professor cético e Faye Dunaway vivendo sua esposa.

domingo, 7 de agosto de 2022

Em Nome do Céu

 


Em Nome do Céu (Under the Banner of Heaven, EUA, 2022) – Nota 7,5
Direção – Courtney Hunt, David Mackenzie, Dustin Lance Black, Isabel Sandoval & Thomas Schlamme
Elenco – Andrew Garfield, Sam Worthington, Daisy Edgar Jones, Gil Birmingham, Billy Howle, Denise Gough, Wyatt Russell, Chloe Pirri, Seth Numrich, Adelaide Clemens, Rory Culkin, Megan Leitch, Christopher Heyerdahl, Taylor St. Pierre.

Utah, 1984. Uma jovem mãe (Daisy Edgar Jones) e sua bebê são assassinadas de forma brutal dentro de casa. O principal suspeito é seu marido Allen (Billy Howle), que é o filho mais novo de uma enorme família mórmon. 

O detetive responsável pelo caso é Jeb Pyre (Andrew Garfield), que também é mórmon e que conhece a fundo a força deste grupo religioso na região. Conforme avança a investigação, Jeb e seu parceiro Bill Taba (Gil Birmingham) percebem que o crime faz parte de algo mais complexo do que uma possível explosão de fúria. 

Esta minissérie em sete episódios é baseada em fatos reais descritos em livro pelo jornalista Jon Krakauer, autor de obras que renderam filmes como “Evereste” e “Na Natureza Selvagem”. 

O ponto principal do roteiro é a questão da religião utilizada como desculpa para controle de grupo e também para atitudes mundanas disfarçadas como revelações divinas. 

A trama é extremamente complexa, envolvendo vários personagens da família e a influência dos mórmons até mesmo no departamento de polícia. O roteiro coloca à prova a fé do detetive mórmon, utilizando ainda como contraponto seu parceiro de origem indígena. 

A escolha de explorar flashbacks mostrando como os mórmons se instalaram em Utah no final do século XIX é ao mesmo tempo um pouco cansativa, mas também importante para explicar as atitudes absurdas da família de fundamentalistas. 

Destaque para as atuações atormentadas de Andrew Garfield e Billy Howle e para a beleza e doçura de Daisy Edgar Jones.

sábado, 6 de agosto de 2022

Dual

 


Dual (Dual, EUA / Finlândia, 2022) – Nota 5,5
Direção – Riley Stearns
Elenco – Karen Gillan, Aaron Paul, Beulah Koale, Theo James, Maija Paunio.

Em um futuro próximo é possível que um paciente terminal escolha ser clonado, para que sua cópia o substitua na relação com familiares e amigos. Neste contexto, Sarah (Karen Gillan) descobre que tem pouco tempo de vida e decide aceitar o procedimento, porém sem imaginar as consequências. 

Esta ficção explora o clichê dos limites do avanço da ciência, ao mesmo tempo em que coloca em discussão as relações pessoais da protagonista e de como ela é vista pelas pessoas ao redor. 

O roteiro mistura a isso uma situação de conflito que resulta em algo absurdo amparado por uma lei bizarra. Este futuro estranho perde a força pelo ritmo lento da narrativa, que parece se arrastar junto com a apatia da personagem principal. 

Considero o filme mais fraco do diretor Riley Stearns, que tem duas obras tão estranhas quanto esta, porém mais interessantes como “Faults” e “A Arte da Autodefesa”.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Uma Vida Marcada & Passado Tenebroso

 


Uma Vida Marcada (Cry of the City, EUA, 1948) – Nota 7
Direção – Robert Siodmark
Elenco – Victor Mature, Richard Conte, Fred Clark, Shelley Winters, Betty Garde, Berry Kroeger, Debra Paget.

Após assassinar um policial, Martin Rome (Richard Conte) é levado ferido para o hospital, porém consegue escapar. No seu encalço está o detetive de polícia Candella (Victor Mature), que o conhece desde a infância. 

Este competente filme noir dirigido pelo especialista Robert Siodmark explora a típica trama complexa do gênero ao inserir vários coadjuvantes desonestos que cruzam o caminho do protagonista. O roteiro ainda toca na questão da lealdade familiar. Vale destacar as ótimas locações na Nova York dos anos quarenta e as sequências de violência.

Passado Tenebroso (The Dark Past, EUA, 1948) – Nota 6,5
Direção – Rudolph Maté
Elenco – William Holden, Lee J. Cobb, Nina Foch, Adele Jergens, Stephen Dunne, Lois Maxwell, Berry Kroeger.

Após fugir da cadeia, o assassino Al Walker (William Holden) se une a sua namorada (Nina Foch) e dois parceiros. Esperando um barco para sair do país, a quadrilha invade a casa de férias do psiquiatra Andrew Collins (Lee J. Cobb), que está com esposa, filho e a alguns convidados, todos se tornando reféns. 

Este curioso drama policial mistura violência e estudo psicológico. A agressividade do protagonista é analisada friamente pelo psiquiatra, que utiliza seu talento para tentar domar o sujeito. O conflito entre os dois é bastante interessante, porém a forma como a psicologia resolve a situação de forma rápida hoje se mostra ingênua, levando a um final que deixa a desejar. 

Destaque para os astros William Holden e Lee J. Cobb em início de carreira e para a participação de Lois Maxwell, que ficaria marcada no cinema pelo papel da secretária Miss Monneypenny nos filmes de 007 com Sean Connery e Roger Moore.

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

O Mistério da Passagem da Morte

 


O Mistério da Passagem da Morte (The Dyatlov Pass Incident. EUA / Rússia / Inglaterra, 2013) – Nota 6,5
Direção – Renny Harlin
Elenco – Holly Goss, Matt Stokoe, Luke Albright, Ryan Hawley, Gemma Atkinson.

Em 1959, um grupo de alpinistas morreu de forma inexplicável durante uma aventura nos Montes Urais na antiga União Soviética. Mais de cinquenta anos depois, cinco estudantes americanos decidem refazer o mesmo caminho, sem imaginar o que terão de enfrentar. 

O diretor finlandês Renny Harlin já estava numa fase decadente da carreira quando resolveu filmar esta história real que até hoje é um mistério e que por isso abre espaço para soluções criativas. 

Harlin acerta no clima, no estilo do falso documentário e na explicação sinistra que surge na parte final. Os problemas surgem no ritmo irregular e principalmente no elenco de desconhecidos inexpressivos. 

Em 2020 foi produzida uma minissérie russa em oito episódios, porém eu não assisti para comparar.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Cães Selvagens

 


Cães Selvagens (Dog Eat Dog, EUA, 2016) – Nota 4
Direção – Paul Schrader
Elenco – Nicolas Cage, Willem Dafoe, Christopher Matthew Cook, Paul Schrader, Omar J. Dorsey, Louisa Krause, Melissa Bolona, Reynaldo Gallegos.

Três ex-detentos (Nicolas Cage, Willem Dafoe e Christopher Matthew Cook) que não conseguem sair do mundo do crime se envolvem no plano de sequestro de um bebê. O crime é financiado por um mafioso. 

A premissa clichê de criminosos buscando um grande golpe é até interessante para o gênero, o grande problema é quando um diretor pretensioso como Paul Schrader tenta criar um filme cult e transforma a história numa maluca jornada ao inferno. 

O exagero nas cores, nos diálogos absurdos, em sequências que beiram o surreal e as atuações caricatas afundam a obra. Por sinal, Nicolas Cage que interpreta o líder do grupo e o narrador da história é o menos caricato perto da bizarra atuação de Willem Dafoe como o instável “Mad Dog”. 

É um filme para passar longe.

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Não Confie em Ninguém: A Caça ao Rei da Criptomoeda

 


Não Confie em Ninguém: A Caça ao Rei da Criptomoeda (Trust No One: The Hunt for the Crypto King, Inglaterra, 2022) – Nota 6,5
Direção – Luke Sewell
Documentário

Em dezembro de 2018, o empresário canadense Gerry Cotten morreu de forma misteriosa na Índia deixando em desespero investidores que tinham milhares de dólares em bitcoins depositados em sua empresa. 

Este documentário detalha as várias teorias que surgiram após o fato, principalmente porque teriam desaparecido das contas da empresa um valor em torno de 250 milhões de dólares. 

O roteiro segue o fio dos segredos que vieram à tona e como algumas das teorias pareciam plausíveis criando esperança nos investidores em tentar recuperar pelo menos parte do dinheiro que desapareceu. 

É um documentário que fica mais interessante para quem não conhece os detalhes da história real e assim vai ser surpreender com a narrativa. 

No final, fica a lição clássica de que a ganância muitas vezes leva as pessoas a arriscar tudo e perder.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Yalda - Uma Noite do Perdão & Undine

 


Yalda – Uma Noite do Perdão (Yalda, França / Bélgica / Alemanha / Suíca / Luxemburgo / Irã / Líbano) – Nota 7,5
Direção – Massoud Bakhshi
Elenco – Sadaf Asgari, Behnaz Jafari, Babak Karimi, Fereshteh Sadre Orafaiy, Forough Ghajabagli, Arman Darvish.

Um bizarro programa da tv iraniana dá a chance de uma pessoa condenada conseguir perdão dos familiares da vítima e assim se livrar da pena. Neste contexto, a jovem Maryam (Sadaf Asgari) que está condenada à morte por ter assassinado seu marido que tinha quarenta anos a mais do que ela precisa se desculpar ao vivo com Mona (Behnaz Jafari), que é filha do primeiro casamento da vítima. 

Este longa explora uma trama de ficção utilizando como base um programa de tv que realmente existe no Irã, por mais maluco que possa parecer. O roteiro explora os bastidores do programa com as atitudes do produtor, dos assistentes, da mãe da condenada e de outros personagens, além das verdades que vem à tona ao vivo na discussão entre madrasta e enteada. 

Uma surpresa que surge na parte final transforma a história em algo digno dos programas sensacionalistas. O grande acerto é que tudo isso mostra como a tv é uma grande mentira, com os envolvidos tendo interesses bem diferentes da verdade e da justiça. 

Como informação, a Yalda do título é o nome da comemoração que ocorre na primeira noite de inverno no Irã, como se fosse um tempo para repensar as atitudes.

Undine (Undine, Alemanha / França, 2020) – Nota 6
Direção – Christian Petzold
Elenco – Paula Beer, Franz Rogowski, Maryam Zaree, Jacob Matschenz, Anne Ratte Polle.

No mesmo dia em que é dispensada pelo namorado, a historiadora Undine (Paul Beer) conhece o mergulhador Christoph (Franz Rogowski) e logo se apaixona iniciando uma nova relação. Baseado vagamente em uma lenda em que Undine seria uma espécie de sereia, este longa mistura romance, drama e fantasia. 

Os dois primeiros terços por mais estranhos que pareçam para quem não está acostumado ao estilo do diretor alemão Christian Petzold, fica clara uma história de amor com seus altos e baixos. Tudo munda na parte final quando um determinado fato faz vir à tona a fantasia que está ligada a lenda e leva a algumas sequências estranhas e um final que foge do lugar comum. 

O trio Petzold, Paula Beer e Franz Rogowski trabalhou junto no superior e também diferente “Em Trânsito”.