segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Sem Dormir Até o Natal

Sem Dormir Até o Natal (No Sleep 'Til Christmas, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Phil Traill
Elenco – Odette Annable, Dave Annable, Charles Michael Davis, Alphonso McAuley, Jess Salgueiro, Sheryl Lee Ralph, Brittany Bristow.

Lizzie (Odette Annable) está prestes a casar com Josh (Charles Michael Davis), porém a pressão pelos preparativos da cerimônia se transformam em uma insônia crônica. Billy (Dave Annable) é um bartender que também sofre de insônia e que foi dispensado recentemente pela namorada. 

Uma determinada situação une Lizzie e Billy, que acabam descobrindo que juntos eles conseguem dormir. Por mais bizarro que pareça, Lizzie convence Billy a dormir com ela até o dia do casamento, apenas dormir, sem sexo. 

A grande sacada desta comédia despretensiosa é a criatividade do roteiro em relação a forma como os protagonistas enfrentam a insônia. Casados na vida real, Odette e Dave Annable demonstram uma química espontânea que desperta uma grande simpatia por seus personagens. 

Não espere algo muito elaborado, a montagem é claramente de uma produção de tv, com aqueles cortes específicos para entrada de propagandas, mas vale a sessão para quem procura uma comédia romântica com uma premissa fora do comum.

domingo, 29 de setembro de 2019

Meu Amigo Enzo

Meu Amigo Enzo (The Art of Racing in the Rain, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Simon Curtis
Elenco – Milo Ventimiglia, Amanda Seyfried, Kevin Costner, Gary Cole, Martin Donovan, Kathy Baker, Lily Dodsworth Evans, Ryan Kiera Armstrong, Al Sapienza.

Denny (Milo Ventimiglia) é um piloto de corridas que por impulso decide adotar um filhote de cão (voz de Kevin Costner).

 Enquanto os dois criam uma forte relação, o cão batizado como Enzo narra em off a história de vida de seu dono e amigo. O casamento com Eve (Amanda Seyfried), o nascimento da filha e outros desafios são testemunhados pelo esperto Enzo. 

O roteiro que é baseado em um livro consegue misturar na mesma história gêneros distintos que a princípio parecem uma confusão. Temos a princípio uma história da amizade entre homem e cão que por si só é tratada com emoção, para em seguida o roteiro explorar uma doença e na sequência pular para um drama jurídico, sempre colocando a carreira de piloto do protagonista no meio da trama. 

Mesmo com os momentos dramáticos comuns a este tipo de história, o filme consegue ter uma narrativa sóbria e um certo bom humor. O destaque principal fica para a narração de Kevin Costner, que consegue passar todo o sentimento do cão pela “sua família”. 

Vale destacar ainda que o nome do piloto Ayrton Senna é citado várias vezes, como sendo um exemplo a ser seguido pelo protagonista.

sábado, 28 de setembro de 2019

Amor em Tempos de Guerra

Amor em Tempos de Guerra (The Ottoman Lieutenant, Turquia / EUA, 2017) – Nota 5,5
Direção – Joseph Ruben
Elenco – Michiel Huisman, Hera Hilmar, Josh Hartnett, Ben Kingsley, Haluk Bilginer.

Inglaterra, 1914. A jovem enfermeira Lillie (Hera Hilmar) fica fascinada com a palestra do médico Jude (Josh Hartnett), que comenta seu trabalho em uma vila isolada na região da Anatólia pertencente ao Império Turco. 

Mesmo com a Primeira Guerra prestes a estourar, Lillie abandona sua família rica para levar suprimentos ao médico. Ao chegar na hoje Turquia, Lillie é escoltada pelo tenente Ismail (Michiel Huisman), por quem ela se sente atraída. O início da guerra mudará a vida de todos na região. 

A produção caprichada, assim como a boa reconstituição de época escondem uma história repleta de clichês. Sequências de cavalgadas com o sol se pondo que parecem saídas de um comercial de tv, diálogos que tentam ser profundos sem sucesso e o previsível triângulo amoroso deixam o longa com cara de novela. 

O elenco também é fraco, onde até mesmo o quase sempre ótimo Ben Kingsley se mostra exagerado no papel do veterano médico que sofre pela perda da esposa. 

Algumas cenas de conflito são razoáveis, mas isso não salva o filme, que é bonitinho na capa, porém totalmente vazio no conteúdo.


sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Na Selva

Na Selva (Jungle, Austrália / Colômbia / Inglaterra, 2017) – Nota 7
Direção – Greg McLean
Elenco – Daniel Radcliffe, Thomas Kretschmann, Joel Jackson, Alex Russell.

Bolívia, 1981. O jovem judeu Yossi Ghinsberg (Daniel Radcliffe) desistiu de ir para universidade e escolheu conhecer locais distantes como mochileiro. Em La Paz, ele faz amizade com o professor suíço Marcus (Joel Jackson) e o fotógrafo americano (Kevin). 

Ao cruzar o caminho do estranho alemão Karl (Thomas Kretschmann), que fala sobre uma tribo que vive isolada na selva amazônica, Yossi fica obcecado em participar de uma expedição ao lado do novo amigo. Ele consegue convencer Marcus e Kevin a participarem, sem imaginar os perigos que terão de enfrentar. 

Baseado numa história real, este longa dirigido pelo australiano Greg McLean, responsável pelos bons e violentos “Wolf Creek – Viagem ao Inferno” e “O Experimento Belko”, resulta num competente longa sobre sobrevivência e amizade. 

McLean consegue explorar os perigos da selva para criar boas cenas de ação, principalmente as sequências nas corredeiras. A mata fechada, o barro, a busca por alimentos e os insetos são outros obstáculos enfrentados pelo grupo. Nos momentos de chuva fica a impressão de que podemos “sentir” o cheiro de mato molhado. 

Eu gosto muito de filmes produzidos em locais de difícil acesso, ao ar livre, sem apelar para efeitos especiais. Este é um exemplo bastante interessante.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Aqui em Casa Tudo Bem

Aqui em Casa Tudo Bem (A Casa Tutti Bene, Itália, 2018) – Nota 7,5
Direção – Gabriele Muccino
Elenco – Stefano Accorsi, Pierfrancesco Favino, Carolina Crescentini, Elena Cucci, Claudia Gerini, Massimo Ghini, Valeria Solarino, Giampaolo Morelli, Stefania Sandrelli, Ivano Marescotti.

Para comemorar os cinquenta anos de casamento de Pietro (Ivano Marescotti) e Alba (Stefania Sandrelli), toda a família sem reúne em uma casa de verão situada em uma belíssima ilha do Mediterrâneo. 

A alegria pelo reencontro e a festa se transformam numa enorme crise quando o mar fica agitado e impede que a família volte para o continente. Enquanto esperam a tormenta passar, mágoas, frustrações e mentiras vem à tona. 

Especialista em dramas familiares como “Sete Vidas” e “À Procura da Felicidade” protagonizados por Will Smith, o diretor Gabriele Muccino entrega um trabalho com uma premissa que lembra o clássico “Parente é Serpente” de Mario Monicelli, porém a história aqui é muito mais voltada para o drama do que para comédia de costumes. 

A cada nova discussão os diálogos desnudam as inseguranças dos personagens, seus pecados e até mesmo a raiva, resultando em conflitos tristes e patéticos. O filme ganha pontos por fugir das soluções fáceis onde tudo se acerta. O destino de cada personagem é realista e até cruel para alguns. 

É um drama bem interessante que vai agradar quem gosta do estilo.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Tomates Verdes Fritos, As Baleias de Agosto & O Regresso Para Bountiful


Tomates Verdes Fritos (Fried Green Tomatoes, EUA, 1991) – Nota 8
Direção – Jon Avnet
Elenco – Kathy Bates, Jessica Tandy, Mary Stuart Masterson, Mary Louise Parker, Cicely Tyson, Chris O’Donnell, Stan Shaw, Gailard Sartain, Grace Zabriskie, Gary Basaraba, Richard Riehle, Lois Smith, Nick Searcy.

Em uma pequena cidade do Alabama, Evelyn (Kathy Bates) está frustrada com sua vida e seu casamento. Durante uma visita a uma casa de repouso onde sua tia está vivendo, Evelyn faz amizade com Ninny (Jessica Tandy), uma senhora educada que gosta de contar histórias sobre sua vida.

A amizade que nasce entre as duas cresce na medida em que Ninny conta sobre a vida de sua família quando era ela jovem, começando pela Primeira Guerra Mundial até a Depressão Econômica dos anos trinta.

Em flashback, conhecemos a história de amizade entre Idgie (Marie Stuart Masterson) que Ninny diz ser sua irmã e Ruth (Mary Louise Parker), além de seus amores, dramas e traumas.

Baseado em um famoso livro, este longa acerta no tom das duas narrativas, detalhando a vida de pessoas comuns em épocas diferentes enfrentando desafios e problemas. Além da sensível história, o destaque fica para o ótimo elenco feminino com atrizes de várias gerações.

As Baleias de Agosto (The Whales of August, EUA, 1987) – Nota 7
Direção – Lindsay Anderson
Elenco – Bette Davis, Lilian Gish, Vincent Price, Ann Sothen, Harry Carrey Jr.

Sarah (Lilian Gish) e Libby (Bette Davis) são duas irmãs viúvas que moram juntas em uma casa à beira mar na região do Maine. Enquanto Sarah é ativa e otimista, Libby se tornou amarga e cínica após perder a visão. As visitas de uma velha amiga (Ann Sothern), de um vizinho russo (Vincent Price) e de um prestador de serviços (Harry Carey Jr.) mexe com a relação das irmãs. 

Este simpático longa pode ser considerando uma verdadeira homenagem a carreira do elenco de veteranos. A mais velha na época era Lilian Gish que tinha noventa e três anos e que fora estrela desde o cinema mudo. Bette Davis e Vincent Price eram outras figuras sagradas que tiveram aqui os últimos papéis de destaque na carreira. 

O roteiro explora a questão da terceira idade através personagens que enfrentam este período de formas diferentes entre si. Os diálogos sobre passado e presente são extremamente sensíveis e realistas.

O título se refere as baleias que em épocas passadas visitavam a região no mês de agosto e eram esperadas pelas irmãs quando eram jovens. É um bom filme praticamente esquecido.

O Regresso Para Bountiful (The Trip to Bountiful, EUA, 1985) – Nota 7,5
Direção – Peter Masterson
Elenco – Geraldine Page, John Heard, Carlin Glynn, Rebecca DeMornay, Richard Bradford, Kevin Cooney.

Houston, 1947. Carrie Watts (Geraldine Page) é uma viúva que mora com o filho (John Heard) e a nora (Carlin Glynn). Sem perspectivas de coisas novas na vida, Carrie tem apenas o sonho de visitar sua cidade natal chamada Bountiful que fica em Utah. 

Sem estar na melhor condição de saúde e com pouco dinheiro, Carrie é proibida de viajar por seu filho. Mesmo assim, ela consegue escapar e pegar o trem, cruzando o caminho da jovem Thelma (Rebecca DeMornay), com quem criará um laço de amizade durante a viagem. 

Este sensível drama foca nas dificuldades da terceira idade, principalmente na dependência em relação aos filhos, além da nostalgia ao relembrar uma época da vida que jamais voltará. 

A ótima atuação como protagonista deu a veterana Geraldine Page seu único Oscar após ter sido indicada oito vezes ao prêmio. Ela tinha apenas sessenta anos na época, mas aparentava ter mais. A atriz ainda fez alguns poucos trabalhos antes de falecer em 1987.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Questão de Vida

Questão de Vida (Nine Lives, EUA, 2005) – Nota 7
Direção – Rodrigo Garcia
Elenco – Elpidia Carrillo, Miguel Sandoval, Robin Wright Penn, Jason Isaacs, Lisagay Hamilton, Holly Hunter, Stephen Dillane, Molly Parker, Amanda Seyfried, Sissy Spacek, Ian McShane, Amy Brenneman, Mary Kay Place, Lawrence Pressman, William Fichtner, Aidan Quinn, Kathy Baker, Joe Mantegna, Glenn Close, Dakota Fanning.

Especialista em dramas familiares, o diretor e roteirista Rodrigo Garcia explora situações dramáticas envolvendo nove mulheres em momentos decisivos de suas vidas. 

Entre as histórias temos a detenta revoltada, a esposa de meia-idade encontrando o amante, os ex-namorados que se encontram por acaso no mercado, a mulher prestes a passar por uma cirurgia delicada, outra querendo acertar as contas com o pai e a divorciada indo ao enterro da atual esposa de seu ex-marido. 

Estas situações tristes, sensíveis e complexas são interligadas em pequenos detalhes. Não espere soluções ou reviravoltas, a proposta é mostrar uma pequena fração da vida de cada personagem. 

É um filme indicado para quem gosta de dramas pessoais realistas.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Riqueza Tóxica

Riqueza Tóxica (Prospect, Canadá / EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Christopher Caldwell & Zeek Earl
Elenco – Sophie Thatcher, Jay Duplass, Pedro Pascal, Andre Royo, Anwan Glover, Sheila Vand, Luke Pitzrick.

Damon (Jay Duplass) e sua filha Cee (Sophie Thatcher) são uma espécie de mineradores espaciais que chegam a um planeta remoto em busca de pedras preciosas que nascem dentro de uma planta tóxica. 

O perigoso trabalho fica ainda mais complicado quando a nave da dupla sofre uma avaria e eles cruzam o caminho de um mercenário (Pedro Pascal) e seu parceiro (Luke Pitzrick). 

Esta ficção produzida pela Netflix mistura ideias de longas do gênero, tendo como maior a inspiração a franquia “Aliens”. O planeta hostil repleto de ameaças e os coadjuvantes sinistros que cruzam o caminho dos protagonistas são os pontos altos. 

A história não apresenta surpresas e as cenas de ação são apenas razoáveis. O resultado é um ficção genérica que prende a atenção, mas que logo será esquecida.

domingo, 22 de setembro de 2019

Tripla Ameaça

Tripla Ameaça (Triple Threat, Tailândia / China / EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Jesse V. Johnson
Elenco – Tony Jaa, Tiger Hu Chen, Iko Uwais, Scott Adkins, Celina Jade, Michael Jai White, Michael Bisping, JeeJa Yanin, Dominiquie Vandenberg, Ron Smoorenburg.

Um grupo de mercenários ataca uma vila no meio da selva na Indonésia para resgatar um assassino (Scott Adkins). O grupo deixa um rastro de mortes.

Um dos poucos sobreviventes é Jaka (Iko Uwais), que segue para Jacarta em busca de vingança. Ele se une a uma dupla de lutadores clandestinos (Tony Jaa e Tiger Hu Chen) que também foram enganados pelos mercenários. 

As boas sequências de ação misturando lutas e tiroteios, além do elenco recheado de astros das lutas marciais escondem um dos piores roteiros dos últimos anos. A confusa trama inclui ainda uma disputa entre duas milionárias chinesas que parece totalmente sem sentido. 

O ponto alto é a reunião dos brutamontes. O tailandês Tony Jaa, o chinês Tiger Hu Chen e o indonésio Iko Uwais protagonizam boas cenas de luta contra o inglês Scott Adkins e o americano Michael Jai White. 

É basicamente um filme de porradaria que lembra o estilo dos nos oitenta e noventa.

sábado, 21 de setembro de 2019

Juliet, Nua e Crua

Juliet, Nua e Crua (Juliet, Naked, EUA / Inglaterra, 2018) – Nota 7
Direção – Jesse Peretz
Elenco – Ethan Hawke, Rose Byrne, Chris O’Dowd, Azhy Robertson, Eleanor Matsuura, Denise Gough, Ayoola Smart.

Duncan (Chris O’Dowd) e Annie (Rose Byrne) moram juntos em uma pequena cidade na Inglaterra. Ele é professor de cinema e também dono de um site em homenagem a um cantor chamado Tucker Crowe (Ethan Hawke), que abandonou a carreira ainda muito jovem e desapareceu do público. 

Quando a relação de Duncan e Annie entra em crise por causa das manias dele, um determinado fato faz com que o verdadeiro Tucker Crowe reapareça e entre em contato com Annie, dando início a uma inusitada amizade. 

Este simpático drama romântico brinca com algumas ideias interessantes, como a questão das lendas que são criadas em relação as pessoas famosas, principalmente aquelas que se afastam da carreira por algum motivo e também com a idolatria maluca que hoje cresceu demais com a internet e as redes sociais. O roteiro toca também na questão dos relacionamento e da paternidade. 

O desenrolar da história não apresenta grandes surpresas, mas ganha pontos pelas boas atuações do trio principal, principalmente a da Ethan Hawke.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Yesterday

Yesterday (Yesterday, Inglaterra / Rússia / China, 2019) – Nota 7
Direção – Danny Boyle
Elenco – Himesh Patel, Lily James, Joel Fry, Ed Sheeran, Kate McKinnon, Sanjeev Bhaskar, Meera Syal, Alexander Arnold, Sarah Lancashire, Justin Edwards.

Jack Malik (Himesh Patel) é um cantor que jamais conseguiu emplacar na carreira. Tendo apoio apenas de sua empresária e amiga Ellie (Lily James), ele pensa em desistir e voltar a ser professor. 

Um bizarro acidente leva Jack para o hospital. Ao voltar para casa dias depois, ele descobre que “Os Beatles” não existiram. Pessoa alguma conhece as músicas e nem mesmo na internet ele encontrará alguma citação. O desejo de ter uma carreira leva Jack a cantar os sucessos do grupo como se fossem suas músicas. 

O roteiro escrito por Richard Curtis, diretor de longas românticos como “Simplesmente Amor” e “Questão de Tempo” explora uma premissa extremamente criativa que é desenvolvida com competência pelo diretor Danny Boyle, que tenta criar uma atmosfera que lembra um pouco seu grande sucesso “Quem Quer Ser Um Milionário”. 

Nos dois filmes os protagonistas tem que enfrentar desafios para conseguir seus objetivos, sendo desprezados durante o caminho. O final deixa um pouco a desejar ao apelar para a solução mais politicamente correta e um pouco piegas. 

Por outro lado, o longa ganha pontos pelo elenco. Além da química entre o pouco conhecido Himesh Patel e a doce Lily James, vale destacar a participação do músico Ed Sheehan interpretando ele mesmo e Joel Fry como o maluco amigo do protagonista, papel semelhante ao que interpretou na série “You, Me and the Apocalypse”. 

O filme é um presente para quem gosta dos Beatles.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A Balada de Buster Scruggs

A Balada de Buster Scruggs (The Ballad of Buster Scruggs, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Joel & Ethan Cohen
Elenco – Tim Blake Nelson, Willie Watson, Clancy Brown, David Krumholtz, James Franco, Stephen Root, Ralph Ineson, Liam Neeson, Harry Melling, Tom Waits, Sam Dillon, Bill Heck, Zoe Kazan, Grainger Haines, Jefferson Mays, Jonjo O’Neill, Brendan Gleeson, Saul Rubinek, Tyne Daly, Chelcie Ross.

O roteiro escrito pelos irmãos Cohen é uma homenagem ao western através de seis pequenas histórias que exploram temas clássicos do gênero. 

Temos o pistoleiro imbatível (Tim Blake Nelson), o bandido prestes a ser enforcado (James Franco), o empresário de um teatrinho mambembe (Liam Neeson), o garimpeiro à procura de ouro (Tom Waits), a enorme caravana de pioneiros e por fim a diligência transportando desconhecidos. 

As histórias intercalam violência, mortes, pitadas de ironia e diálogos curiosos, tudo com o carimbo dos irmãos Cohen. Como é comum neste tipo de filme, existe uma certa irregularidade entre os episódios. O do garimpeiro é o mais fraco, o da caravana o mais bem elaborado, o do teatro ambulante o mais cínico e o da diligência o que apresenta os melhores diálogos. 

No elenco repleto de rostos conhecidos, eu destacaria o convencido personagem de Tim Blake Nelson e os falantes viajantes vividos por Jonjo O’Neill e Chelcie Ross.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Calmaria

Calmaria (Serenity, Inglaterra / EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Steven Knight
Elenco – Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Diane Lane, Jason Clarke, Djimon Hounsou, Jeremy Strong.

Baker Hill (Matthew McConaughey) é um pescador que enfrenta dificuldades financeiras, além de ter um temperamento complicado. 

Quando sua ex-mulher (Anne Hathaway) reaparece de surpresa com a sinistra proposta de matar seu novo marido (Jason Clarke) que é um milionário abusivo, Baker a princípio resiste a tentação, porém muda de ideia ao saber que o sujeito maltrata também seu filho, a quem ele não vê há muito tempo. 

Os críticos detonaram este longa que começa como um drama, muda o foco para uma aparente trama policial e na parte final entrega uma reviravolta incomum que flerta com a ficção. 

Não considero que seja uma bomba, mas também está longe de ser um grande filme. O que causa estranheza é o roteiro escrito pelo diretor Steven Knight que costura ideias muito diferentes entre si, como a alusão ao clássico “Moby Dick” e as tramas de filmes noir em que o protagonista é levado por um sentimento a cometer um crime, sem contar a questão da ficção que entra com tudo na sequência final. 

É um filme estranho, indicado para quem deseja ver algo diferente.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Olhos Frios

Olhos Frios (Gam-Si-Ja-Deul, Coreia do Sul, 2013) – Nota 7
Direção – Ui Seok Jo & Byung Seo Kim
Elenco – Kyung Gu Sol, Woo Sung Jung, Hyo Joo Han, Jun Ho Lee.

Um ousado assalto a banco envolvendo vários criminosos é investigado por um grupo policial especializado em vigilância. 

O chefe (Kyung Gu Sol) lidera policiais que trabalham disfarçados utilizando tecnologia de ponta para seguir pistas, incluíndo uma agente novata (Hyo Joo Han) que demonstra um talento fora do comum para observar detalhes. 

Este longa sul-coreano segue o estilo hollywoodiano ao criar sequências de suspense utilizando gadgets tecnológicos e principalmente um jogo de gato e rato entre os policiais e o líder da quadrilha de assaltantes (Woo Sung Jung). 

O roteiro ainda tem espaço para traições entre bandidos, lealdade entre policiais e boas cenas de ação incluindo brigas e algumas perseguições. O resultado é um eficiente longa policial.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Ingrid Vai Para o Oeste

Ingrid Vai Para o Oeste (Ingrid Goes West, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Matt Spicer
Elenco – Aubrey Plaza, Elizabeth Olsen, O’Shea Jackson Jr, Wyatt Russell, Billy Magnussen, Pom Klementieff.

Ingrid (Aubrey Plaza) é um jovem solitária que desconta sua frustração em uma celebridade da internet que não a convidou para seu casamento. 

Algum tempo depois, Ingrid descobre no Instagram a bela Taylor Sloane (Elizabeth Olsen), que detalha sua vida diária na rede social. Ao receber uma resposta de Taylor em relação a um comentário seu, ela decide mudar para Flórida e assim se aproximar de sua “nova amiga”. 

Esta premissa passa a impressão de que seria uma comédia adolescente bobinha, quando na realidade o filme envereda para uma história triste em alguns momentos. 

Apesar de vários exageros na forma como a saga de Ingrid é descrita na tela, o objetivo principal do roteiro foi mostrar como a vida nas redes sociais é uma fantasia, muitas vezes potencializada pelos chamados “influenciadores digitais”. 

Mesmo sendo totalmente desequilibrada, a protagonista é um exemplo de como esta fantasia mexe com a vida de pessoas solitárias, carentes, de crianças e adolescentes. A premissa acaba sendo melhor que o desenvolvimento, que derrapa em algumas situações. 

Destaque para a atuação de Aubrey Plaza, que acerta o tom da personagem variando momentos de alegria, tristeza e desespero.

domingo, 15 de setembro de 2019

O Vencedor & Competição de Destinos


O Vencedor (Breaking Away, EUA, 1979) – Nota 7
Direção – Peter Yates
Elenco – Dennis Christopher, Dennis Quaid, Daniel Stern, Jackie Earle Haley, Barbaria Barrie, Paul Dooley, Robyn Douglas, Hart Bochner, Peter Maloney, John Ashton.

Dave (Dennis Christopher), Mike (Dennis Quaid), Cyril (Daniel Stern) e Moochie (Jackie Earle Haley) são jovens amigos que vivem sem grande expectativa de futuro em uma cidade de Indiana. Apenas Dave tem a chance de ir para a universidade local, porém demonstra muito mais entusiasmo em se tornar ciclista.

Os jovens ainda enfrentam um conflito com os universitários que os tratam como caipiras. Quando ocorre uma competição de ciclismo na região, surge a chance dos jovens rebeldes mostrarem seu valor. 

Este drama foi um dos primeiros longas a explorar a juventude perdida, tema que se tornou habitual à partir dos anos oitenta. Os jovens protagonistas são de uma geração que começava a ver o mundo de uma forma muito mais pessimista do que seus pais. O inconformismo resultava em apatia para alguns jovens e revolta para outros. 

Ao mesmo tempo em que a premissa é interessante, o estilo da narrativa envelheceu um pouco, com algumas situações e soluções que hoje se mostram ingênuas. 

O filme ganha pontos pela espontaneidade do elenco, que entrega atuações simples e realistas, numa época em que Dennis Quaid, Daniel Stern e Jackie Earle Haley eram desconhecidos. A curiosidade é que o protagonista Dennis Christopher foi o que conseguiu menos sucesso na carreira, estando hoje praticamente aposentado.

 Vale citar que filme venceu o Oscar de Melhor Roteiro escrito pelo falecido Steve Tesich, que em 1985 teria outro roteiro sobre ciclismo levado às telas em “Competição de Destinos”. 

Competição de Destinos (American Flyers, EUA, 1985) – Nota 6,5
Direção – John Badham
Elenco – Kevin Costner, David Marshall Grant, Rae Dawn Chong, Alexandra Paul, Robert Townsend, Jennifer Grey

Marcus (Kevin Costner) é um médico que pratica ciclismo nas horas vagas. Seu sonho é participar de uma famoso corrida de bicicletas chamada “Hell of the West” que acontece nas Montanhas Rochosas. Marcus esconde também um segredo referente a um problema de saúde para convencer seu irmão mais novo David (David Marshall Grant) a ser seu parceiro na corrida. A competição é a chance dos irmãos superaram conflitos e criarem um novo laço. 

O roteiro escrito pelo falecido Steve Tesich é quase uma versão adulta e mais voltada para o drama de “O Vencedor” que ele escreveu em 1979. O tom de rebeldia juvenil daquele longa se transforma em um drama misturado com esporte repleto de clichês. O filme ganha pontos pelas paisagens das montanhas e pelas boas cenas da disputa ciclista. 

Vale citar que este foi um dos primeiros filmes em que público e crítica prestaram atenção no talento de Kevin Costner, que se tornaria famoso mundialmente dois anos depois com o sensacional “Os Intocáveis”.

sábado, 14 de setembro de 2019

The Mustang

The Mustang (The Mustang, França / Bélgica, 2019) – Nota 6,5
Direção – Laure de Clermont Tonnerre
Elenco – Matthias Schoenaerts, Bruce Dern, Jason Mitchell, Connie Britton, Gideon Adlon, Josh Stewart, Noel Gugliemi.

Roman Coleman (Matthias Schoenaerts) está preso em uma penitenciária localizada numa região rural. 

Após sair da solitária, ele recebe a chance de trabalhar ao ar livre cuidando de cavalos selvagens que são domados por detentos para serem leiloados. 

Mesmo sem conhecimento algum com animais, aos poucos Roman tenta se aproximar de um cavalo considerado indomável. 

Baseado em um programa real de ressocialização de presos que existe em alguns estados do oeste americano, este longa utiliza um personagem ficcional como protagonista. 

Aos poucos o roteiro detalha porque Roman é um sujeito calado de difícil relacionamento e qual o crime que o levou para cadeia. O roteiro ainda insere algumas situações típicas dos filmes de prisão, como o tráfico de drogas e a violência entre detentos. 

Um ponto interessante é fazer um paralelo entre as atitudes e os sentimentos de Roman em relação a perda da liberdade e a “revolta” do cavalo que não aceita ser domado. Por outro lado, a narrativa lenta e as várias cenas de montaria cansam um pouco, sendo mais indicadas para quem gosta de cavalos. 

Vale destacar a atuação de Matthias Schoenaerts e do veteraníssimo Bruce Dern como o treinador especializado em domar cavalos.  

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Jogo Duplo

Jogo Duplo (The Padre, Canadá, 2018) – Nota 6
Direção – Jonathan Sobol
Elenco – Tim Roth, Valeria Henriquez, Nick Nolte, Luis Guzman.

Um sujeito disfarçado de padre (Tim Roth) viaja pelo interior da Colômbia fugindo de um policial aposentado (Nick Nolte) que deseja vingança. 

Ao cruzar o caminho de uma adolescente (Valeria Henriquez) que deseja ir para os Estados Unidos procurar a irmã menor que foi adotada, o Padre cria um vínculo com a garota e aceita participar de um roubo para conseguir dinheiro. 

Apesar de entregar uma história previsível, este longa tem alguns pontos interessantes. As locações nas pequenas cidades e estradas poeirentas do interior da Colômbia resultam num misto de road movie com toques de western. 

As sequências de fuga e os pequenos golpes perpetrados pela dupla são outros destaques, assim como a química entre Tim Roth e a desconhecida Valeria Henriquez. Vale citar ainda o péssimo título nacional. 

O resultado é um filme razoável que prende a atenção, mas que logo será esquecido.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

O Príncipe do Deserto

O Príncipe do Deserto (Black Gold, França / Itália / Catar / Tunísia, 2011) – Nota 7
Direção – Jean Jacques Annaud
Elenco – Tahar Rahim, Antonio Banderas, Mark Strong, Freida Pinto, Riz Ahmed, Liya Kebede, Corey Johnson, Akin Gazi, Eriq Ebouaney, Loft Dziri, Jan Uddin.

Arábia Saudita, início do século XX. Uma guerra entre duas tribos termina quando para selar um acordo de paz o Sultão Amar (Mark Strong) é obrigado a entregar seus dois filhos adolescentes para o Emir Nesib (Antonio Banderas). Em troca, uma região desértica conhecida como “Cinturão Amarelo” será considerada área neutra. 

Quinze anos depois, uma empresa americana descobre que existe petróleo no local. Enquanto Nesib deseja lucrar com a venda do petróleo e também ajudar seu povo, Amar não aceita negociar com estrangeiros. A situação coloca os agora adultos Auda (Tahar Rahim) e seu irmão Saleh (Akin Gazi) em meio ao conflito entre o pai e o tutor. 

O diretor francês Jean Jacques Annaud adaptou um livro de ficção que explora o fato real do início da exploração de petróleo no Oriente Médio. O roteiro tem boas ideias, como a questão do conflito entre a visão de quem desejava um futuro melhor, contra aqueles que ainda estavam presos ao passado e principalmente as amarras da religião muçulmana. 

O ponto interessante é que os dois lados mostram erros e acertos em sua visão do mundo, situação que ainda hoje continua igual naquela região e em alguns locais com discussões até mais radicais. 

Outros pontos altos são as cenas de ação e principalmente a belíssima fotografia do deserto que utiliza uma lente amarelada, dando uma ênfase ainda maior ao sol. 

Por outro lado, as atuações parecem um pouco teatrais, assim como o estilo da narrativa de Annaud, que exagera nos cortes abruptos em algumas sequências. O ritmo da narrativa também apresenta altos e baixos. 

É uma obra que lembra bastante os filmes clássicos de aventura dos anos cinquenta e sessenta como “Lawrence da Arábia” por exemplo, mas sem a mesma qualidade.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Uma Forma de Assassinato

Uma Forma de Assassinato (A Kind of Murder, EUA, 2016) – Nota 6
Direção – Andy Goddard
Elenco – Patrick Wilson, Jessica Biel, Eddie Marsan, Vincent Kartheiser, Haley Bennett, Jon Osbeck, Radek Lord.

Nova York, anos cinquenta. Walter Stackhouse (Patrick Wilson) é um arquiteto de sucesso que nas horas vagas escreve contos policiais com o objetivo de se tornar escritor. Ele vive um casamento em crise com a perturbada Clara (Jessica Biel), que sofre de uma forte depressão. 

O assassinato de uma mulher em um ponto de ônibus na estrada desperta a curiosidade de Walter. O crime é investigado por um policial detalhista (Vincent Kartheiser), que tem como principal suspeito o marido da vítima (Eddie Marsan), que é dono de uma pequena livraria. 

Baseado em um livro de Patricia Highsmith, este longa tem uma premissa extremamente interessante que entrelaça um crime que está sendo investigado, com um personagem dúbio como o protagonista. 

Os pequenos detalhes que são desvendados aos poucos servem para montar um quebra-cabeça que seria promissor, mas que infelizmente se perde na falta de suspense e na forma como a trama é desenvolvida, chegando até um final irônico e ao mesmo tempo insatisfatório. 

Vale destacar a caprichada reconstituição de época e a atuação de um sinistro Eddie Marsan. 

É um longa que tinha potencial para ser bem melhor.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

O Primeiro Homem

O Primeiro Homem (First Man, EUA / Japão, 2018) – Nota 7
Direção – Damien Chazelle
Elenco – Ryan Gosling, Claire Foy, Jason Clarke, Kyle Chandler, Corey Stoll, Patrick Fugit, Christopher Abbott, Ciaran Hinds, Olivia Hamilton, Pablo Schreiber, Shea Whigham, Lukas Haas, Ethan Embry, Bryan D’Arcy James, Cory Michael Smith.

Neil Armstrong (Ryan Gosling) foi o primeiro homem a pisar na lua, resultado de anos de pesquisa, trabalho, testes e até desastres que marcaram a história do programa espacial americano. 

A proposta deste longa dirigido por Damien Chazelle, do marcante “Whiplash”, foi detalhar a vida profissional e pessoal de Armstrong, que é mostrado como um sujeito frio que escondia seus sentimentos. 

O roteiro descreve o porquê de sua decisão de se tornar astronauta, segue detalhando os vários testes que ele participou durante quase uma década e por fim o auge de sua carreira durante a missão que chegou até a lua. 

Os detalhes da vida pessoal de Armstrong com a esposa (Claire Foy) seguem o estilo comum de altos e baixos de um relacionamento em que um dos pares tem uma carreira complicada, não apresentando grandes surpresas. 

Os obstáculos enfrentados pelo programa espacial são quase todos de conhecimento público, mas com certeza agradam quem gosta do tema. 

Por outro lado, quem acompanhou a famosa série “Da Terra à Lua" produzida por Tom Hanks e Steven Spielberg vai se decepcionar um pouco com este longa, principalmente por praticamente abandonar os coadjuvantes, dando ênfase apenas ao protagonista. 

O resultado é um filme correto, bem produzido e pouco mais do que mediano.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Cézanne e Eu

Cézanne e Eu (Cézanne et Moi, Bélgica / França, 2016) – Nota 6,5
Direção – Daniele Thompson
Elenco – Guillaume Canet, Guillaume Gallienne, Alice Pol, Déborah François, Sabine Azemá, Gérard Meylan, Isabelle Candelier.

Na segunda metade do século XIX, ainda crianças, os futuros escritor Emile Zola (Guillaume Canet) e pintor Paul Cézanne (Guillaume Gallienne) criam uma forte amizade que enfrentará conflitos por terem visões diferentes do mundo e da vida, pelas carreiras que seguiram por caminhos diferentes e pela relação com a mesma mulher (Alice Pol). 

O roteiro se divide em duas narrativas. Uma detalha o reencontro dos amigos em 1888, quando já beirando os cinquenta anos de idade eles discutem os fatos que os afastaram. A segunda volta para a infância e segue até alguns anos antes do reencontro. 

Baseado na história real da amizade entre o escritor e o pintor, este longa peca em alguns momentos por exagerar nos diálogos sobre crises existenciais dos protagonistas, principalmente do dramático Cézanne. As complicadas relações com as mulheres também é explorada com uma dramaticidade exagerada. 

Por não ser um profundo conhecedor das obras da dupla, considero um filme apenas mediano e didático. Para quem é um estudioso das artes, o longa deve se mostrar mais interessante.

domingo, 8 de setembro de 2019

Narcos: México

Narcos: México (Narcos: México, México / EUA, 2018)
Direção – Andrés Baiz, Amat Escalante, Alonso Ruizpalacios & Josef Kubota Wladyka
Elenco – Michael Peña, Diego Luna, Joaquin Cosio, Matt Letscher, Alyssa Diaz, Tenoch Huerta, Aaron Staton, José Maria Yazpik, Lenny Jacobson, Alejandro Edda, Yul Vazquez, Ernesto Alterio, Scoot McNairy.

Sinaloa, México, 1985. Miguel Angel Felix Gallardo (Diego Luna) é um jovem policial que percebendo o potencial de negócio da venda maconha para os Estados Unidos, se aproxima do chefão do tráfico local e não demora para apresentar sua ideia de unir os variados grupos em um cartel. 

A ideia maluca funciona porque seu cunhado Rafael (Tenoch Huerta) desenvolveu um novo tipo de maconha que pode ser plantada no deserto, longe da fiscalização das autoridades. 

Em paralelo, o agente americano do DEA Enrique “Kiki” Camarena (Michael Peña) aceita uma transferência para o escritório em Guadalajara, onde apenas quatro agentes trabalham sem ajuda alguma das autoridades mexicanas. Aos poucos, Kiki e seus companheiros passam a investigar a nova organização criminosa. 

As duas primeiras temporadas de “Narcos” focavam no Cartel de Medellin comandado por Pablo Escobar e a terceira no Cartel de Cali dos irmãos Rodriguez Orejuela. Esta nova temporada é considerada uma espécie de filhote da série original que tem como objetivo detalhar o nascimento dos Cartéis Mexicanos junto com a história do agente Kiki Camarena, deixando claro que as duas narrativas são baseadas em fatos reais.

A série mantém a mesma qualidade das temporadas anteriores, com um roteiro bastante didático em relação a “´profissionalização” do tráfico naquele país através da ligação dos criminosos com policiais e autoridades que dificultavam qualquer tipo de investigação, criando uma espécie de poder paralelo, além é claro de mostrar da escalada da violência. 

Quanto ao elenco, Michael Peña dá conta do recado como o agente obcecado em chegar nos líderes do Cartel, enquanto Diego Luna mesmo não comprometendo, fica uma sensação estranha ao ver o ator baixinho com cara de moleque interpretando um chefão do tráfico. 

Vale citar que a narração da história fica por conta de Scoot McNairy, que aparece apenas no final do último episódio, sendo uma espécie de entrada para a segunda temporada em que ele será um dos protagonistas.

sábado, 7 de setembro de 2019

Culpa

Culpa (Den Skyldige, Dinamarca, 2018) – Nota 8
Direção – Gustav Moller
Elenco – Jakob Cedergren, Jessica Dinnage, Omar Shargawi, Johan Olsen, Katinka Evers Jahnsen.

Asger (Jakob Cedergren) é um policial que foi afastado de suas funções e está sob investigação. Ele foi designado para atender ligações no setor de emergência da polícia. 

Ao atender o chamado de uma mulher que está sendo sequestrada, Asger vai além de sua função atual para ajudá-la, vendo a chance diminuir a culpa que carrega pelo erro que causou seu afastamento das ruas. 

Esta produção dinamarquesa com menos de uma hora e meia de duração prende a atenção do espectador utilizando apenas a central de atendimento da polícia como cenário. 

Mesmo com alguns personagens trabalhando no mesmo local, as interações importantes do protagonista são com pessoas do outro lado da linha telefônica. Ele utiliza toda sua experiência para tentar direcionar a investigação e assim salvar a mulher sequestrada. 

O inteligente roteiro revela aos poucos algumas surpresas que mudam completamente a percepção do público e do protagonista. 

É um filme simples, produzido com poucos recursos, mas com uma extrema competência que merece ser conhecido.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Vingança a Sangue Frio

Vingança a Sangue-Frio (Cold Pursuit, EUA / Noruega / Canadá / EUA / França / Alemanha, 2019) – Nota 6,5
Direção – Hans Petter Moland
Elenco – Liam Neeson, Laura Dern, Tom Bateman, John Doman, Emmy Rossum, Domenick Lombardozzi, William Forsythe, Elizabeth Thai, David O’Hara, Gus Halper, Tom Jackson.

Nels Coxman (Liam Neeson) ganha o título de cidadão do ano na pequena cidade gelada em que vive com a esposa (Laura Dern). Quando chega a notícia de que seu filho morreu de overdose, Nels não acredita. 

Inconformado com a falta de interesse da polícia, ele decide investigar por conta própria e descobre que o filho fora assassinado por uma quadrilha de traficantes. Não tendo como provar o fato, ele inicia sua vingança pessoal. 

Este longa é uma refilmagem do ótimo “O Cidadão do Ano” dirigido pelo mesmo Hans Petter Moland deste remake. Para quem não viu o original, este novo filme parecerá melhor do que realmente é. 

Moland utiliza dos mesmos elementos criativos do original. Temos uma espécie de lápide virtual que escurece a tela cada vez que um personagem é assassinado, todos os bandidos tem algum apelido e vários diálogos fogem do lugar comum. O problema é que para quem viu o original, todas estas situações são repetições, sem surpresas. 

Novamente Liam Neeson interpreta o herói durão e solitário.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Viper Club

Viper Club (Viper Club, EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Maryam Keshavarz
Elenco – Susan Sarandon, Matt Bomer, Edie Falco, Lola Kirke, Julian Morris, Sheila Vand, Amir Malaklou, Adepero Oduye.

Helen (Susan Sarandon) é uma experiente enfermeira que sofre por seu filho Andy (Julian Morris) ter sido sequestrado pelo Estado Islâmico na Síria. Andy é um jornalista independente que cobria a guerra na região. 

Sem ter respostas claras do FBI e do Departamento de Estado, Helen é procurada por um amigo do filho (Matt Bomer) que tem contato com um grupo clandestino chamado “Viper Club”, que trabalha tentando resgatar jornalistas que são sequestrados em zonas de guerra. 

Apesar das críticas ruins, muito pelo ritmo lento, este longa apresenta ideias interessantes. O ponto principal é a questão do amor de mãe, que geralmente move montanhas para ajudar o filho ou filhos. 

A questão política também é importante ao mostrar que a forma como as autoridades lidam com este tipo de situação varia de acordo com a posição dos envolvidos. 

O filme ainda insere pitadas do perigo enfrentado por jornalistas que buscam notícias em meio a guerra. 

Não chega a ser um filme marcante, mas está longe de ser ruim.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Atentado ao Hotel Taj Mahal

Atentado ao Hotel Taj Mahal (Hotel Mumbai, Índia / Austrália / EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Anthony Maras
Elenco – Dev Patel, Armie Hammer, Anupam Kher, Jason Isaacs, Nazanin Boniadi, Tilda Cobham Hervey.

Mumbai, Índia, 2008. Um grupo de terroristas paquistaneses ataca diversos locais na cidade, porém tendo como alvo principal o luxuoso Hotel Taj Mahal. 

Quatro terroristas armados tomam o local matando todas as pessoas que cruzam seu caminho. Um grupo de hóspedes e funcionários se escondem na cozinha, porém a falta de policiais qualificados para enfrentar a situação faz com que a espera seja interminável. 

Baseado em uma terrível história real, este competente longa de ação consegue passar todo o desespero enfrentado pela vítimas. O roteiro escrito pelo diretor estreante Anthony Maras destaca alguns personagens em meio ao caos. 

O garçom indiano (Dev Patel) que se transforma em herói improvável, o chef de cozinha (Anupam Kher) que lidera o grupo de sobreviventes, um mafioso russo (Jason Isaacs) e um casal de milionários (Armie Hammer e Nazanin Boniadi). 

Os terroristas são mostrados como jovens raivosos e ignorantes que acreditam estar lutando contra um “Grande Mal” e que durante toda a ação recebem ordens dos mandantes pelo celular. 

O diretor consegue explorar muito bem o enorme hotel para criar sequências de ação e suspense, resultando em um filme marcante que agradará aos fãs do gênero.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Leal

Leal (Leal, Solo Hay Una Forma de Vivir, Paraguai / Argentina, 2018) – Nota 6
Direção – Rodrigo Salomón & Pietro Scappini
Elenco – Luis Aguirre, Andrea  Quattrocchi, Felix Medina, Silvio Rodas, Andrea Frigerio, Bruno Sosa, Gonzalo Vivanco.

Um coronel aposentado (Silvio Rodas) é convidado pelo presidente do Paraguai para assumir o Ministério Antidrogas. Com carta branca, o coronel designa dois agentes de campo (Luis Aguirre e Felix Medina) para montar um grupo especial com o objetivo de combater o narcotráfico no país. 

Esta co-produção de baixo orçamento entre Paraguai e Argentina que diz ser baseada numa história real segue a linha dos filmes americanos do gênero, em alguns momento lembrando a série “Narcos”, porém com uma qualidade bem inferior. 

Os pontos altos são a forma como a inteligência de uma agente (Andrea Quattrocchi) analisa as pistas na investigação e as sequências de ação que se mostram simples e competentes. Por outro lado, as atuações são quase amadoras, incluindo um personagem caricato que fala em portunhol. 

A escolha da dupla de diretores em utilizar cortes rápidos e sequências com as imagens desfocadas se mostram estranhas. Como curiosidade, nomes de jogadores de futebol do Brasil são citados em uma sequência importante e criativa. 

É um filme que vale a sessão como curiosidade para quem gosta do gênero sem exigir muito.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Megatubarão

Megatubarão (The Meg, EUA / China, 2018) – Nota 5,5
Direção – Jon Turteltaub
Elenco – Jason Statham, Bingbing Li, Rainn Wilson, Cliff Curtis, Winston Chao, Shuya Sophia Cai, Ruby Rose, Page Kennedy, Robert Taylor, Olafur Darri Olafsson, Masi Oka, Jessica McNamee.

Uma avançado laboratório marinho liderado pelo Dr Zhang (Winston Chao) envia uma espécie de sonda tripulada para desbravar o fundo do Oceano Pacífico. 

O que eles não esperavam era encontrar um gigantesco tubarão pré-histórico ainda vivo. Para tentar salvar a sonda, Zhang chama o explorador aposentado Jonas Taylor (Jason Statham), que é taxado como maluco por acreditar ter sido atacado por uma criatura marinha desconhecida. 

O roteiro explora todos os clichês possíveis dos filmes de ação. Protagonista beberrão e rebelde que carrega um trauma, milionário canalha (Rainn Wilson), a filha do cientista que deseja provar seu valor (Bingbing Li) e até uma garotinha prodígio (Shuya Sophia Cai), além é claro das reviravoltas batidas, dos discursos emotivos e rasos e por fim os diálogos engraçadinhos. 

A primeira parte que foca na tentativa de resgate é o melhor do filme. O tubarão demora uma hora para aparecer, com os sustos sendo criados com suspense. Depois que o monstro surge, o longa se transforma em um amontoado de efeitos especiais. 

É mais um blockbuster que desperdiça uma boa premissa.

domingo, 1 de setembro de 2019

All Summers End

All Summers End (All Summers End, EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Kyle Wilamowski
Elenco – Tye Sheridan, Kaitlyn Dever, Pablo Schreiber, Annabeth Gish, Paula Malcomson, Austin Abrams, Beau Mirchoff, Ryan Lee, Bill Sage.

Ao ver o filho adolescente atraído por uma garota, Conrad (Pablo Schreiber) relembra o verão de quando tinha treze anos. 

A trama volta para os anos oitenta, quando o garoto Conrad (Tye Sheridan) se apaixona por Grace (Kaitlyn Dever) durante as férias de verão. 

A descoberta do amor e a farra com os amigos são interrompidas por um fato que mudará completamente a vida dos envolvidos. 

O roteiro escrito pelo diretor estreante Kyle Wilamowski explora temas comuns aos dramas adolescentes como o primeiro amor, as dificuldades de relacionamento com os pais e a imaturidade. 

O clima de nostalgia é outro ponto positivo, principalmente aos olhos de quem viveu os anos oitenta, época em que as aventuras na rua era o passatempo preferido dos adolescentes. 

Vale citar ainda a química entre os promissores Tye Sheridan e Kaitlyn Dever, que a cada novo trabalho demonstram talento para seguirem carreiras de sucesso. 

O resultado é um filme simples, sensível e triste em alguns momentos.