sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Exterminador Implacável & Um Tira Implacável

 


Exterminador Implacável ou Procurado Vivo ou Morto (Wanted: Dead or Alive, EUA, 1986) – Nota 6
Direção - Gary Sherman
Elenco - Rutger Hauer, Gene Simmons, Robert Guillaume, Mel Harris, William Russ, Jerry Hardin, Robert Harper.

Quando o terrorista Mala Al Rahim (Gene Simmons) direciona seus ataques para locais estratégicos em Los Angeles, um diretor da CIA (Robert Guillaume) pede ajuda a seu antigo parceiro Nick Randall (Rutger Hauer), que hoje trabalha como caçador de recompensas. Nick aceita voltar à ativa sem imaginar que na realidade será utilizado como isca para caçar o terrorista. 

Este é mais um filme que explora o tema clássico dos anos oitenta do anti-herói rebelde que precisa enfrentar os inimigos sem ajuda. O holandês Rutger Hauer acerta na interpretação do protagonista cínico e durão, além é claro da boa presença nas sequências de ação. 

O roteiro não apresenta surpresas e a trama tem alguns furos. Destaque ainda para Gene Simmons, o vocalista da banda Kiss que viveu alguns vilões no cinema, mas que não chegou a fazer carreira. 

Como informação, este também é mais um filme que teve seu título nacional alterado. Ele foi lançado como “Exterminador Implacável” e anos depois chegou na tv como “Procurado Vivo ou Morto”, que por sinal tem muito mais sentido.

Um Tira Implacável (Shakedown, EUA, 1988) – Nota 5,5
Direção – James Glickenhaus
Elenco – Peter Weller, Sam Elliott, Patricia Charbonneau, Richard Brooks, Antonio Fargas, Blanche Baker, Larry Joshua, John C. McGinley, William Prince, Paul Bartel, David Proval, Thomas G. Waites, Jude Ciccolella, Vondie Curtis Hall, Holt McCallany, Harold Perrineau Jr., John Finn.

Dalton (Peter Weller) é um defensor público prestes a abandonar a carreira para trabalhar no escritório do futuro sogro. O caso de um traficante que matou um policial à paisana chega em suas mãos e esconde um complexa trama de corrupção. Em parceira com o detetive Marks (Sam Elliott), Dalton se aprofunda na investigação do caso. 

Este longa policial segue o estilo de duplas antagônicas que se unem na busca da verdade, tema habitual no cinema policial dos anos oitenta. Os dois primeiros terços são bem legais, com boas sequências de ação e um desenvolvimento aceitável da trama. Nos últimos trinta minutos tudo desanda, com soluções absurdas e falhas grosseiras que levam a um péssimo final. 

É uma pena, não só pela história, mas por desperdiçar o elenco recheado de rostos conhecidos da época e a boa química entre o eterno Robocop Peter Weller e o sempre durão Sam Elliott.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Agente Oculto

 


Agente Oculto (The Gray Man, República Tcheca / EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Anthony & Joe Russo
Elenco – Ryan Gosling, Chris Evans, Ana de Armas, Billy Bob Thornton, Jessica Henwick, Dhanush, Alfre Woodard, Regé Jean Page, Wagner Moura, Julia Butters, Shea Whigham.

Six (Ryan Gosling) é um agente da CIA que trabalha em uma unidade fantasma. Após uma missão em parceria com a agente Dani (Ana de Armas), ele descobre uma conspiração e se transforma também em alvo. 

Este longa é uma espécie de mistura dos filmes de James Bond e John Wick, com sequências explosivas que variam entre o legal e o exagerado. 

A ideia de levar a história por vários países, pelo menos no roteiro e não nas filmagens é interessante, assim como as próprias sequências de ação. 

O problema é que o roteiro no geral é previsível, os diálogos são ruins e vários personagens caricatos, principalmente os vilões, com destaque negativo total para Chris Evans. 

O longa é baseado em um livro e mesmo assim entregou um final com um gancho enorme para uma possível sequência.

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Caranguejo Negro

 


Caranguejo Negro (Svart Krabba, Suécia, 2022) – Nota 5,5
Direção – Adam Berg
Elenco – Noomi Rapace, Jakob Oftebro, Dar Salim, Erik Enge, Ardalan Esmaili, Aliette Opheim, David Dencik, Stella Marcimian Klintberg.

Uma guerra leva o mundo ao caos. Neste contexto, a soldado Caroline (Noomie Rapace) recebe a missão de atravessar uma região gelada no norte da Europa junto com outros cinco soldados para levar algo até uma instalação militar que poderá mudar o rumo da guerra. 

A premissa é bastante legal, assim como a produção caprichada, as boas sequências de ação e o clima de tragédia. Tudo isso funciona bem durante a primeira hora, para afundar completamente na parte final. 

Os últimos trinta minutos são repletos de soluções absurdas, dois flashbacks com a filha da protagonista que demonstram erros primários no roteiro e um final piegas. É uma pena, a trama tinha tudo para render um filme de ação muito melhor.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

O Crime de Georgetown

 


O Crime de Georgetown (Georgetown, EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Christoph Waltz
Elenco – Christoph Waltz, Vanessa Redgrave, Annette Bening, Corey Hawkins, Laura De Carteret

Elsa Breht (Vanessa Redgrave) é uma jornalista de noventa e um anos de idade que é encontrada pelo marido Ulrich Mott (Christoph Waltz) morta em casa. 

As dúvidas sobre como ocorreu a morte, o comportamento estranho de Ulrich e a enorme diferença de idade entre o casal transforma o marido no principal suspeito. 

Para entender o que realmente pode ter ocorrido, o roteiro detalha a vida do casal através de flashbacks de forma não linear. 

O ótimo ator Christoph Waltz se arriscou na direção deste drama policial que é inspirado em um artigo de jornal que se diz baseado em fato real. 

Ao mesmo tempo em que Waltz tem uma boa atuação que varia entre manipulador e patético e o longa apresenta uma interessante edição, o filme perde pontos pela estranha narrativa que em algumas vezes lembra um teatro filmado e em outras flerta com o humor negro.

Destaque também para a sempre ótima Vanessa Redgrave, ainda bastante ativa na carreira, hoje com oitenta e seis anos de idade.

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Nada Santo & Filhos da 'Ndrangheta

 


Nada Santo (Lo Spietato, Itália / França, 2019) – Nota 6,5
Direção – Renato De Maria
Elenco – Ricardo Scarmarcio, Sara Serraiocco, Alessio Pratico, Alessandro Tedeschi, Maria Ange Casta.

Quando adolescente nos anos setenta, Santo Russo (Ricardo Scamarcio) se envolveu no mundo do crime participando de golpes como uma espécie de associado independente da Máfia Calabresa, a chamada ‘Ndrangheta. 

O roteiro segue a carreira criminosa de Santo durante duas décadas, migrando de uma pequena cidade da Calábria para Milão, detalhando sua ascensão financeira, os violentos conflitos com inimigos e sua vida amorosa. 

A primeira hora é bastante interessante ao focar na mudança de vida do protagonista e os crimes que o fizeram enriquecer, porém a parte final se mostra apressada, com alguns pulos no tempo e situações sendo resolvidas sem muita explicação. 

Mesmo assim, a produção caprichada e as competentes sequências de violência ajudam a manter o interesse para quem gosta de filmes sobre a Máfia.

Filhos da ‘Ndrangheta (Liberi di Scegliere, Itália, 2019) – Nota 6
Direção – Giacomo Campiotti
Elenco – Alessandro Preziosi, Nicole Grimaudo, Carmine Buschini, Federica Sabatini, Francesco Colella, Vincenzo Palazzo.

Uma ação da polícia italiana prende alguns mafiosos, entre eles o filho de um chefão que conseguiu escapar. O rapaz (Vincent Palazzo) recebe a proposta do juiz Lo Bianco (Alessandro Preziosi) de colaborar com a justiça para ganhar uma nova identidade. Ele não aceita. 

Dez anos depois, o filho mais novo do chefão foragido (Carmine Buschini) também é preso e se nega a cooperar. Por se menor de idade, o mesmo juiz Lo Bianco o sentencia a passar um ano em uma casa de recuperação, imaginando que o rapaz possa mudar sua atitude. 

Este longa que se diz inspirado em uma história é uma produção para a televisão, que mesmo tendo uma premissa interessante se mostra clean demais. Filme sobre a máfia com pouca violência e tudo muito certinho não convence, resultando muito mais em drama do que policial. 

Vale citar que a ‘Ndrangheta é a máfia que age na região da Calábria na Itália. As outras duas grandes máfias são a Camorra Napolitana e a Cosa Nostra Siciliana.

domingo, 25 de setembro de 2022

O Telefone Preto

 


O Telefone Preto (The Black Phone, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Scott Derrickson
Elenco – Mason Thames, Madeleine McGraw, Ethan Hawke, Jeremy Davies, James Ransone, E. Roger Mitchell, Troy Rudeseal, Miguel Cazarez Mora.

Denver, 1978. Crianças desaparecem em uma cidade tipicamente suburbana. Neste contexto, os irmãos Finney (Mason Thames) e Gwen (Madeleine McGraw) sofrem pela perda da mãe e vivem com o pai (Jeremy Davies) que está perdido na vida. Quando um amigo de Finney desaparece, os irmãos percebem que o perigo pode estar mais próximo do que imaginam. 

Este é mais um suspense criativo da produtora Blumhouse, especializada também em terror. São várias ideias legais para quem gosta do gênero. A trama se passando nos anos setenta sem celulares ou gadgets eletrônicos, colocar crianças como protagonistas, o que normalmente torna o clima mais assustador, um vilão caricato e também perfeito para a proposta que usa uma furgão escuro para raptar as crianças e tem um porão como esconderijo. 

O roteiro não tem surpresas, o objetivo é criar suspense com as cartas na mesa e com as várias sequências fortes de violência. Finalizando, a função do telefone preto do título também é bastante criativa.

sábado, 24 de setembro de 2022

Um Herói

 


Um Herói (Ghahreman, Irã / França, 2021) – Nota 8
Direção – Asghard Farhadi
Elenco – Amir Jadidi, Mohsen Tanabandeh, Sahar Goldust, Feresheteh Sadre Orafaiy, Ehsan Goodarzi, Sarina Farhadi.

Rahim Soltani (Amir Jadidi) está preso por conta de uma dívida. Ao conseguir dois dias de saída especial, ele tem o objetivo de pagar ao devedor e este retirar a acusação. A chance de conseguir o dinheiro surge de forma inesperada, porém outro fato ainda mais incomum muda totalmente a história, deixando uma enorme dúvida sobre as atitudes de Soltani. 

Depois de ter filmado na Espanha o bom drama “Todos Já Sabem” com um elenco de famosos, o iraniano Asghard Farhadi volta para seu país e retoma o estilo habitual de explorar os problemas da sociedade no Irã. 

A prisão por conta de uma dívida entre pessoas é algo incomum na sociedade ocidental, o que pode causar um pouco de espanto no espectador. No Irã, além da possibilidade de prisão, a dívida também é uma motivo de humilhação para o devedor e sua família, não importando o porquê dela não ter sido paga. 

A reviravoltas que o roteiro explora ainda soltam farpas para a imprensa e para as celebridades instantâneas em busca de fama e dinheiro. 

Por mais que o protagonista seja um sujeito comum cheio de falhas, sua jornada em busca do dinheiro e da redenção é bastante dolorosa.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Infância Roubada

 


Infância Roubada (Tsotsi, Inglaterra / África do Sul, 2005) – Nota 6,5
Direção – Gavin Hood
Elenco – Presley Chweneyagae, Mothusi Magano, Terry Pheto, Kenneth Nikosi, Zenzo Ngqobe, Zola, Ian Roberts.

Na periferia de Joanesburgo na África do Sul, o jovem Tsotsi (Presley Chweneyagae) faz parte de uma gangue de ladrões. Após um assalto que termina em morte e um conflito entre os companheiros de crime, Tsotsi decide agir sozinho. Ao roubar um carro e atirar em uma mulher, ele sequestra por engano um bebê. Ao mesmo tempo em que ele se apega a criança, também se torna alvo da polícia. 

Este drama dirigido e escrito pelo também ator Gavid Hood é baseado em um livro que explora a violência na periferia daquele país. O protagonista é o jovem que teve uma infância extremamente sofrida e viu no crime o único caminho de vida. Com a entrada do bebê em cena, mesmo com um certo exagero em alguns momentos, o roteiro procura dar um ar de vítima também ao protagonista. 

O longa tem ainda algumas sequências fortes de violência e um final previsível.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Ao Cair do Sol

 


Ao Cair do Sol (Sundown, França / México / Suécia, 2021) – Nota 6,5
Direção – Michel Franco
Elenco – Tim Roth, Charlotte Gainsbourg, Iazua Larios, Henry Goodman, Samuel Bottomley, Albertine Kotting McMillan.

Uma família inglesa está de férias em Acapulco no México. Uma notícia faz com que eles sejam obrigados a interromper o passeio e voltar para a Inglaterra. Neil (Tim Roth) inventa uma desculpa dizendo que viajaria em outro voo, porém volta para um hotel demonstrando não ter interesse algum em sair da cidade litorânea. 

Este estranho longa escrito e dirigido pelo mexicano Michel Franco tem um ritmo lento semelhante a forma como o protagonista parece viver a vida. As respostas para a atitude do sujeito são apresentadas aos poucos, levando a um explicação até certo ponto racional. 

Destaque para a interpretação vazia de Tim Roth, que passa a impressão de que atuou como se realmente estivesse de férias. O que por mais estranho que seja, acaba se casando perfeitamente com a proposta do roteiro.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

A Felicidade das Pequenas Coisas

 


A Felicidade das Pequenas Coisas (Lunana: A Yak in the Classroom, Butão / China, 2019) – Nota 7
Direção – Pawo Choyining Dorji
Elenco – Sherab Dorji, Ugyen Norbu Lhendup, Kelden Lhamo Gurung.

Em Timbu, capital do pequeno país de Butão, Ugyen (Sherab Dorji) é um jovem professor desmotivado com a profissão que se prepara para mudar para Austrália com o desejo de se tornar cantor. O problema é que ele precisa cumprir mais um ano de contrato com o governo. 

Por esta obrigação, Ugyen é enviado para uma pequena comunidade isolada nas montanhas do país, local onde entrará em contato com uma realidade e com valores totalmente diferentes do que está acostumado. 

Este sensível longa tem um roteiro que brinca com o marketing criado no Butão em que o país seria o que tem a população mais feliz do mundo. Esta propaganda de felicidade contrasta com a falta de recursos da pequena vila e o próprio desejo do protagonista em mudar de país. 

O roteiro também explora a questão de que a felicidade está nas pequenas coisas, que para alguns podem não ter valor algum. O respeito ao professor é outro tema importante na história, algo bem diferente do que ocorre em nosso país. 

É um filme simples, assim como seu título, que tem ainda como destaque as belíssimas paisagens das montanhas do Butão.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

O Cobrador de Dívidas 1 e 2

 


O Cobrador de Dívidas (The Debt Collector, Inglaterra / EUA, 2018) – Nota 6,6
Direção – Jesse V. Johnson
Elenco – Scott Adkins, Louis Mandylor, Vladimir Kulich, Tony Todd, Michael Paré.

French (Scott Adkins) é o dono de uma decadente academia de artes marciais, que para manter seu negócio aceita trabalhar como cobrador de dívidas para um mafioso. Durante três dias, ao lado do veterano cobrador Sue (Louis Mandylor), French enfrentará situações bizarras e violentas para completar seu trabalho. 

Se tivesse nascido vinte anos antes, o ator inglês Scott Adkins teria sido um dos grandes astros de ação dos anos oitenta. Especialista em artes marciais, Adkins hoje é famoso por suas atuações em filmes produzidos diretamente para o mercado de streaming, como este agitado e divertido “O Cobrador de Dívidas”. 

As diferenças entre o seu personagem e do parceiro vivido por Louis Mandylor, os diálogos cínicos e as ótimas sequências de pancadaria agradam em cheio quem busca este tipo de diversão sem compromisso.

O Cobrador de Dívidas 2 (The Debt Collector 2, EUA, 2020) – Nota 5,5
Direção – Jesse V. Johnson
Elenco – Scott Adkins, Louis Mandylor, Vladimir Kulich, Martina Sirtis, Ski Carr, Vernon Wells, Charity Collins.

A dupla French (Scott Adkins) e Sue (Louis Mandylor) se reencontra para cobrar três dívidas que renderão um ótimo valor caso o serviço seja feito. O problema é que existe uma surpresa nada agradável esperando pelos dois. 

Esta sequência do divertido filme de 2018 nem deveria ter saído do papel por conta de como terminou o original. O diretor e roteirista Jesse V. Johnson passou por cima da lógica e escreveu um roteiro que é até parecido com o original na premissa. 

Mas infelizmente mesmo com muita pancadaria o filme se perde nos diálogos ruins, em situações bobas e na mudança de comportamento do personagem de Scott Adkins. O resultado é um filme de ação ruim semelhante a dezenas de outros de baixo orçamento.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Dark Winds

 


Dark Winds (Dark Winds, EUA, 2022)
Direção – Chris Eyer & Sanford Bookstaver
Elenco – Zahn McClarnon, Kiowa Gordon, Jessica Matten, Deanna Allison, Rainn Wilson, Elva Guerra, Jeremiah Bitsui, Noah Emmerich, Jonathan Adams.

Novo México, 1971. Uma quadrilha pratica um violento roubo a banco e foge em um helicóptero que segue na direção da reserva dos índios navajos. Um agente do FBI (Noah Emmerich) é o encarregado da investigação, porém não pode atuar na reserva sem provas de que os assaltantes estariam no local. 

O caso termina na mão do xerife navajo Joe Leaphorn (Zahn McClarnon), que recebe a ajuda de um policial novato (Kiowa Gordon) e de uma policial (Jessica Matten) para investigar o caso que pode estar ligado a um assassinato na reserva. 

Esta série com seis episódios em sua primeira temporada começa de forma intrigante, com segredos entre os personagens, conflitos por conta de uma tragédia e a história do assalto. 

Infelizmente o desenvolvimento deixa a desejar, com algumas explicações confusas e personagens mal explorados, como o Devoto Dan de Rainn Wilson. 

A ideia de inserir misticismo cria algumas sequências ingênuas envolvendo uma espécie de bruxa que não convence. 

Algumas pontas pendentes deixam a série aberta para uma segunda temporada.

domingo, 18 de setembro de 2022

Spiderhead

 


Spiderhead (Spiderhead, EUA, 2022) – Nota 5,5
Direção – Joseph Kosinski
Elenco – Chris Hemsworth, Miles Teller, Jurnee Smollett, Mark Paguio, Tess Haubrich, Nathan Jones, Angie Milliken.

Em um futuro próximo, condenados aceitam participar como voluntários de um estudo com drogas experimentais. Em troca, eles são transferidos para uma prisão chamada Spiderhead, local onde tem celas particulares e podem andar pelas instalações com tranquilidade. 

A situação se complica quando o preso Jeff (Miles Teller) começa a desconfiar que existe algo de errado com as drogas ministradas pelo cientista Steve Abnesti (Chris Hemsworth) após algumas reações estranhas nas cobaias. 

Esta ficção baseada em um conto apresenta uma interessante premissa para o gênero, porém que vai se perdendo força em meio a um roteiro previsível e situações bobas, incluindo o final apressado que parece de uma comédia. 

A atuação canastrona de Chris Hemsworth é outro ponto negativo. O ponto positivo é a ótima trilha sonora com músicas dos anos oitenta. 

É mais um longa com o selo de qualidade duvidosa da Netflix.

sábado, 17 de setembro de 2022

Jurassic World: Domínio

 


Jurassic World: Domínio (Jurassic World Dominion, EUA / China / Malta, 2022) – Nota 6,5
Direção – Colin Trevorrow
Elenco – Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Laura Dern, Sam Neill, Jeff Goldblum, DeWanda Wise, Mamoudou Athie, Isabella Sermon, Campbell Scott, BD Wong, Omar Sy, Justice Smith, Daniella Pineda, Scott Haze, Dichen Lachman.

Quatro anos após os acontecimentos do filme anterior, o mundo foi obrigado a criar formas de convivência entre humanos e dinossauros. Uma destas solução foi a criação de uma espécie de reserva para dinossauros por um milionário (Campbell Scott), que na verdade esconde outros interesses. 

Um deles é encontrar a garotinha Maisie (Isabella Sermon), que nasceu de uma experiência genética e que está escondida com Owen (Christ Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard), que sabem o perigo que ela corre. 

Esta sequência que fecha a segunda trilogia “Jurassic Park” é melhor que o péssimo longa anterior, mas ainda inferior ao bom filme de 2015. Apesar de não apresentar surpresas ao seguir soluções semelhantes aos filmes anteriores, a obra ganha pontos pelas boas e variadas sequências de ação e pela volta do trio de protagonistas do clássico dirigido por Spielberg que abriu caminho para a franquia. 

Laura Dern, Sam Neill e Jeff Goldblum exploram a memória afetiva de quem curtiu a sensacional obra dos anos noventa, como se fosse uma homenagem, algo parecido com que foi feito com o último longa de os “Caça-Fantasmas”.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

O Guia da Família Perfeita & Fatores Humanos

 


O Guia da Família Perfeita (Le Guide de la Famille Parfaite, Canadá, 2021) – Nota 7
Direção – Ricardo Trogi
Elenco – Louis Morissette, Emilie Bierre, Catherine Chabot, Isabelle Guérard, Gilles Renaud.

Martin (Louis Morissette) é um executivo à espera de uma promoção que pressiona sua filha adolescente Rose (Emilie Bierre) a praticar esportes e tirar notas altas no colégio. 

Ele está casado uma segunda vez, agora com Marie (Catherine Chabot) que se tornou mãe em tempo integral, mas não consegue controlar o filho pequeno de cinco anos. 

A ex-mulher de Martin é a liberal Caroline (Isabelle Guérard) que abandonou a família para se dedicar a carreira e jogou a responsabilidade da educação de Rose para o pai. 

Este pequeno círculo familiar é retratado pelo roteiro como um microcosmo do mundo atual, em que a nova geração de pais não tem a mínima ideia de como lidar com seus filhos e muitas vezes sequer tem tempo para dedicar atenção. 

É algo bastante preocupante quando vemos crianças se tornando pequenos ditadores, outros que são dominados pela carência e insegurança, enquanto os pais buscam respostas em livros e pseudo-especialistas que inventam novas doenças indicando terapias e medicamentos para justificar a desestruturação da família. 

As duas sequências rápidas no início e no final mostrando as reclamações dos pais em uma reunião escolar é o grande exemplo de como hoje a grande maioria das pessoas acreditam que o problema está sempre no outro e jamais nele mesmo.

Fatores Humanos (Human Factors, Alemanha / Itália / Dinamarca, 2022) – Nota 6
Direção – Ronny Trocker
Elenco – Mark Waschke, Sabine Timoteo, Jule Hermann, Wanja Valentin Kube, Marthe Schneider.

Jan (Mark Waschke), sua esposa Nina (Sabine Timoteo), a filha adolescente Emma (Jule Herman) e o filho menor Max (Wanja Valentin Kube) chegam para passar um final de semana na casa de veraneio da família em uma cidade francesa. Um determinado fato muda completamente o rumo da passeio, despertando situações e sentimentos com consequências complicadas. 

Este drama com uma narrativa fria e lenta lembra as obras do diretor alemão Michael Haneke, porém sem a mesma crueldade daqueles filmes. O ponto principal é detalhar o esfacelamento de uma família em que os pais não sabem lidar com as decisões diárias, escondendo desejos e objetivos individuais. 

O destaque fica para a montagem que mostra o fato inicial por diversos pontos de vista, até a sequência próxima ao final que deixa claro o que ocorreu. 

É um drama diferente, mas que agradará somente a um público específico.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

A Outra Face da Guerra

 


A Outra Face da Guerra (Dveselu Putenis, Letônia, 2019) – Nota 8
Direção – Dzintars Dreibergs
Brantevics, Greta Trusina, Martins Vilsons, Raimond Celms, Jekabs Reinis, Gatis Gaga, Rezija Kalnina, Vilis Daudzins, Ieva Florence.

Letônia, Primeira Guerra Mundial. Artur Vanags (Oto Brantevics) é um jovem que tenta levar uma vida normal enquanto o conflito ainda está longe de sua região. Com a chegada do exército alemão, sua mãe é assassinada. 

Ao lado do irmão Edgars (Raimond Celms) e do pai (Martins Vilsons), Artur se alista no exército soviético que pela primeira vez convoca pessoas de países que foram anexados a Rússia. É o início de uma saga pela sobrevivência e a descoberta de que a guerra é muito mais terrível do que ele imaginava. 

Baseado em um livro autobiográfico de Aleksandrs Grins, esta obra segue o estilo clássico dos longas de guerra que deixam o heroísmo de lado focando no realismo. O roteiro explora a questão política mostrando que tanto os inimigos alemães, como o regime soviético que estava sendo instaurado seriam terríveis para o povo da Letônia. 

As sequências de batalhas realistas e o ótimo desenvolvimento dos personagens são destaques, principalmente a atuação do jovem Oto Brantevics. 

Para quem assistir ao filme, vale a pena buscar informações sobre a vida do autor Aleksandrs Grins, para entender ainda mais o contexto da história.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Top Gun: Maverick

 


Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick, EUA, 2022) – Nota 8,5
Direção – Joseph Kosinski
Elenco – Tom Cruise, Jennifer Connelly, Miles Teller, Val Kilmer, Bashir Salahuddin, Jon Hamm, Charles Parnell, Monica Barbaro, Lewis Pullman, Jay Ellis, Danny Ramirez, Glen Powell.

Após mais de trinta anos servindo como piloto da força aérea, Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise) é praticamente obrigado a treinar um novo grupo de elite de pilotos, preparando os jovens para uma missão quase impossível. 

Esta sequência do clássico dos anos oitenta acerta em cheio no tom da narrativa, na atualização da história sobre terrorismo e nas ótimas sequências de ação aéreas. Os dramas pessoais em torno do protagonista também estão muito bem amarrados com o filme original, assim como a trilha sonora marcante que revive os sucessos da época. 

A pequena e emocionante participação de Val Kilmer faz um paralelo do destino de seu personagem com os problemas de saúde que o ator enfrenta na vida real, resultando em uma bela homenagem. 

Este longa ao lado do recente “Ghostbusters: Mais Além” são exemplos de que os sucessos dos anos oitenta podem ser explorados no cinema atual sem que a ideia original seja destruída por modismo ou ideologia. A proposta destes dois filmes foi entreter o público, algo que deveria ser o ponto principal do cinema.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Você Desapareceu

 


Você Desapareceu (Du Forsvinder, Dinamarca / Suécia, 2017) – Nota 7,5
Direção – Peter Schonau Fog
Elenco – Trine Dyrholm, Nikolaj Lie Kaas, Michael Nyqvist, Mikkel Boe Forsgaard, Lars Knutzon, Sofus Ronnov.

Após descobrir que tem um tumor no cérebro, Frederik (Nikolaj Lie Kaas) é acusado de desviar dinheiro do colégio em que é diretor. Sua esposa Mia (Trine Dyrholm) acredita na inocência do marido, que teria mudado de personalidade por causa do tumor. Com ajuda de um advogado (Michael Nyqvist), Mia e Frederick tentam provar sua tese. 

Este interessante drama montado de forma não linear vai além da questão jurídica, colocando em discussão temas como casamento, traição e até que ponto nossas atitudes e lembranças são frutos do livre arbítrio ou se somos levados pela química em nosso cérebro. 

A montagem em forma de quebra-cabeça entrega pequenas pistas até chegar a uma surpreendente revelação na parte final, que basicamente brinca com a percepção do espectador. 

O destaque do elenco fica para a atuação atormentada da estrela do cinema dinamarquês Trine Dyrholm.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Incógnito & O Cerco

 


Incógnito (The Mob, EUA, 1951) – Nota 7
Direção – Robert Parrish
Elenco – Broderick Crawford, Betty Buehler, Richard Killey, Otto Hulett, Matt Crowley, Neville Brand, Ernest Borgnine, John Marley.

Após falhar em uma investigação, o detetive Johnny Damico (Broderick Crawford) é a princípio afastado de sua função, porém de forma secreta recebe a missão de se infiltrar entre os trabalhadores do cais de Nova York para descobrir que é o chefão que comanda uma perigosa quadrilha no local. 

Este competente filme noir mistura investigação, suspense e violência na jornada do protagonista para desmantelar a quadrilha. Longe de ser um galã, Broderick Crawford dá conta do recado como sujeito durão que se faz passar por um bruto estivador, enfrentando os criminosos e levando até uma violenta sequência final no hospital. 

Vale citar as presenças de Ernest Borgnine e Neville Brand entre os coadjuvantes, o primeiro pela bela e longa carreira e o segundo por encarnar vilões em policiais e westerns dos anos cinquenta e sessenta.

O Cerco (Trapped, EUA, 1949) – Nota 6
Direção – Richard Fleischer
Elenco – Lloyd Bridges, Barbara Payton, John Hoyt, James Todd, Russ Conway, Robert Karnes.

Notas falsas de ótima qualidade são apreendidas e o Serviço Secreto do governo americano acredita que elas façam parte de um lote produzido pelo criminoso Tris Stewart (Lloyd Bridges) que está preso. Os agentes oferecem a liberdade para Tris, que em troca terá de trabalhar como informante e assim chegar até o o atual falsificador. 

Este longa em preto e branco explora a clássica trama noir em que criminosos e policiais se envolvem numa teia de mentiras e traições, com os primeiros em busca de fortuna e os segundos de justiça. A trama em si não é das melhores, inserindo até mesmo falsificações de pratos famosos no contexto. 

Com poucas sequências mais fortes, o resultado é uma obra abaixo da qualidade de outros longas do gênero da época.

domingo, 11 de setembro de 2022

Belfast

 


Belfast (Belfast, Inglaterra, 2021) – Nota 7,5
Direção – Kenneth Branagh
Elenco – Jamie Dornan, Caitriona Balfe, Jude Hill, Judy Dench, Ciaran Hinds, Lewis McAskie.

Belfast, Irlanda do Norte, 1969. Grupos de jovens protestantes perseguem os católicos causando uma série de conflitos que coloca o exército britânico nas ruas. Em meio a esta confusão, o garoto Buddy (Jude Hill) tenta aproveitar a infância enquanto seus pais que são protestantes (Jamie Dornan e Caitriona Balfe) sofrem por não apoiarem a causa. 

Este sensível longa escrito e dirigido por Kenneth Branagh é um registro autobiográfico de sua infância. Ele consegue balancear na medida certa a vida da criança com suas descobertas e os problemas familiares causados pelo conflito. 

A atuação espontânea do garoto Jude Hill é um dos destaques ao lado da veteraníssima Judy Dench e de Ciaran Hinds como os avós. Mesmo com os problemas políticos e a violência no contexto da trama, vale citar que o ponto principal é a família, com seus altos e baixos. Outros acertos são a fotografia em preto e branco e a reconstituição de época.

sábado, 10 de setembro de 2022

Caixa Preta

 


Caixa Preta (Boite Noire, França / Bélgica, 2021) – Nota 7,5
Direção – Yann Gozlan
Elenco – Pierre Niney, Lou de Laage, André Dussolier, Sebastien Pouderoux, Olivier Rabourdin.

Mathieu (Pierre Niney) trabalha no departamento de aviação do governo francês responsável por investigar acidentes aéreos. Quando um avião cai matando todos os trezentos passageiros, uma investigação é aberta e a princípio Mathieu é deixado de fora. 

Um fato novo faz com que ele se chamado para participar. Sua forma de analisar todos os detalhes o leva a transformar a investigação em uma obsessão para chegar a verdade. 

Este drama com toques de suspense tem um prólogo criativo mostrando o interior do avião pouco antes do acidente, para em seguida começar uma narrativa morna nos primeiro trinta minutos, repleta de detalhes técnicos. 

A partir do momento em que o protagonista toma a frente na análise da situação, o filme melhora bastante, com uma crescente tensão e a dúvida se ele está no caminho correto ou cego para provar suas teorias. 

Destaque para o clima de suspense e para a atuação atormentada de Pierre Niney.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Mayor of Kingstown

 


Mayor of Kingstown (Mayor of Kingstown, EUA, 2021)
Criadores – Taylor Sheridan & Hugh Dillon
Elenco – Jeremy Renner, Dianne West, Taylor Handley, Kyle Chandler, Hugh Dillon, Tobi Bamtefa, Derek Webster, Aidan Gillen, Hamish Allan Headley, Pha’rez Lass, James Jordan, Nichole Galicia, Jose Pablo Cantillo, Andrew Howard, Michael Beach.

Em Kingstown, Michigan, os irmãos Mike (Jeremy Renner) e Mitch McLusky (Kyle Chandler) trabalham como intermediários entre os detentos de algumas prisões da região, carcereiros e policiais. O terceiro irmão é o detetive Kyle (Taylor Handley). O poder dos irmãos faz com que sejam procurados por pessoas de todos os tipos, os obrigando a lidar com situações perigosas que terminam saindo do controle. 

Esta ótima série com oito episódios na primeira temporada explora os bastidores do mundo prisional de uma forma crua. Disputas por espaço entre gangues e carcereiros que criam leis próprias para tratar os detentos transformam o presídio em um barril de pólvora. O trabalho dos irmãos McLusky é amenizar esta situação, muitas vezes também agindo fora da lei. 

Os créditos iniciais que lembram um filme de terror, a tensão crescente a cada episódio, a violência sem limites e o protagonista atormentado vivido por Jeremy Renner resultam em uma das melhores séries dos últimos anos. 

O sensacional final explosivo ainda deixa a história em aberta para uma segunda temporada, que aparentemente ainda não está confirmada. 

É mais um acerto do diretor e roteirista Taylor Sheridan, responsável pelo ótimo “Terra Selvagem” também com Jeremy Renner e pelas séries “Yellowstone” e “1883”.

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

The Kentucky Fried Movie & As Amazonas na Lua

 


The Kentucky Fried Movie (The Kentucky Fried Movie, EUA, 1977) – Nota 5
Direção – John Landis
Elenco – Evan C. Kim, Bong Soo Han, Bill Bixby, George Lazenby, Donald Sutherland, Henry Gibson.

O diretor John Landis tinha apenas vinte e sete anos quando dirigiu esta comédia de absurdos com roteiro escrito pelo trio ZAZ (Jerry Zucker, Jim Abrahams e David Zucker), que ficaria famoso em 1980 com o sensacional “Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu”. Enquanto Landis faria em 1978 “Clube dos Cafajestes” e em 1980 “Os Irmãos Cara de Pau”, dois clássicos absolutos da comédia. 

O que vemos neste “Kentucky Fried Movie” é uma experiência com esquetes bizarros que variam de telejornal, trailer de filmes, vendas na tv e até uma paródia dos filmes de Kung Fu da época. O estilo e as piadas, algumas escatológicas, envelheceram bastante, assim como até mesmo o título que faz uma espécie de trocadilho com a rede de fast food que existe até hoje. 

É um filme que vale mais como curiosidade do que pela qualidade.

As Amazonas na Lua (Amazon Women on the Moon, EUA, 1987) – Nota 6,5
Direção - Joe Dante, Carl Gottlieb, Peter Horton, John Landis & Robert K. Weiss
Elenco – Arsenio Hall, Peter Horton, Michelle Pfeiffer, Griffin Dunne, Rosanna Arquette, Steve Guttenberg, Carrie Fisher, Paul Bartel, Sybil Danning, Steve Forrest, Kelly Preston, Monique Gabriele, Henry Silva, B. B. King, T. K. Carter, David Alan Grier, Ed Begley Jr, Ralph Bellamy

Nos anos oitenta foram produzidos vários filmes divididos em episódios com diretores diferentes. Por exemplo, o clássico maldito “No Limite da Realidade” teve até Spielberg dirigindo do um dos episódios. 

Este “As Amazonas na Lua” é ao mesmo tempo uma espécie de sequência e também homenagem a “The Kentucky Fride Movie” produzido dez anos antes, inclusive sendo superior no objetivo de fazer rir. 

A produção é melhor, as piadas são mais interessantes e menos datadas e o elenco de famosos competente, além dos diretores envolvidos serem todos especialistas em comédia, com exceção do também ator Peter Horton.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Dog - A Aventura de uma Vida

 


Dog – A Aventura de uma Vida (Dog, EUA, 2022) – Nota 6
Direção – Reid Carolin & Channing Tatum
Elenco – Channing Tatum, Kevin Nash, Jane Adams, Ethan Suplee, Q’orianka Kilcher, Ronnie Gene Blevins, Bill Burr.

Jackson (Channing Tatum) é um Rangers do exército que está afastado após sofrer um grave ferimento. Desejando ser reintegrado a todo custo, ele aceita transportar a pastor alemão Lulu até o funeral de outro Ranger que era parceiro da cachorra. 

Este drama mistura os clichês dos road movies com as histórias de amizade entre uma pessoa e um cão. O roteiro é previsível, o que é normal para este tipo de filme, o problema é que narrativa é bastante irregular. 

Muitas piadas não funcionam, como a sequência da paquera do bar e outras de drama como o relacionamento do protagonista com a ex-esposa é totalmente protocolar. 

Os melhores momentos são com os coadjuvantes, com o casal na fazenda e o policial vivido pelo comediante Bill Burr, além é claro da simpatia da cachorra Lulu. O resultado é uma sessão da tarde esquecível.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

A Escada

 


A Escada (The Staircase, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Antonio Campos    
Elenco – Colin Firth, Toni Collette, Michael Stuhlbarg, Patrick Schwarzenegger, Sophie Turner, Odessa Young, Dane DeHaan, Olivia DeJonge, Tim Guinee, Vincent Vermignon, Juliette Binoche, Rosemarie DeWitt, Parker Posey, Maria Dizzia, Justice Leak, Robert Crayton, Trini Alvarado.

Durham, Carolina do Norte, 2001. O escritor Michael Peterson (Colin Firth) liga desesperado para o serviço de emergência após encontrar sua esposa Kathleen (Toni Collette) caída no pé da escada da casa onde vivem cheia de ferimentos e prestes a morrer. 

A quantidade de sangue e os ferimentos levam a policia a acreditar que Michael tenha assassinado a esposa, dando início a um longa batalha judicial para tentar chegar ao que realmente ocorreu. 

Esta história real é detalhada nesta minissérie em oito episódios que são baseados em um documentário produzido pelo diretor francês Jean Xavier de Lestrade em paralelo com o processo judicial. O roteiro explora praticamente tudo que já foi mostrado no documentário, com alguns episódios em que a trama parece não avançar.

A escolha de explorar a fundo a vida sexual do protagonista e de alguns de seus filhos, assim como a mudanças no personagem do diretor francês claramente tem um viés para conseguir público através da polêmica. 

Por ser uma história muito mastigada pela mídia e mesmo pelos fatos em si, quatro ou no máximo seis episódio seriam o ideal.

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

A Irmandade do Sino

 


A Irmandade do Sino (The Brotherhood of the Bell, EUA, 1970) – Nota 7
Direção – Paul Wendkos
Elenco – Glenn Ford, Rosemary Forsyth, Dean Jagger, Maurice Evans, Will Geer, Eduardo Franz, William Conrad, Robert Pine, William Smithers, Dabney Coleman.

Andrew Patterson (Glenn Ford) é um professor universitário que participa de um grupo secreto denominado “A Irmandade do Sino”. Ele recebe a missão de convencer um amigo a não aceitar um cargo na universidade em que trabalha. Mesmo a contragosto, Andrew cumpre a ordem, porém mesmo assim ele passa a ser perseguido pelos antigos colegas. 

Este esquecido longa produzido para a tv vai além da questão polêmica das sociedades secretas ao explorar em primeiro plano o que hoje é chamado de “assassinato de reputação”. Ao tentar expor a organização, o protagonista tem sua vida revirada de ponta de cabeça de uma forma muito semelhante ao que ocorre quando uma pessoa tenta enfrentar o sistema. 

A atuação atormentada do astro Glenn Ford é outro destaque. Ele consegue variar entre a indignação e os atos de revolta, passando todo o sofrimento para o espectador. Um ponto falho é o final apressado, algo que poderia ser melhor trabalhado.

domingo, 4 de setembro de 2022

Crimes do Futuro & Mistérios e Paíxões

 


Crimes do Futuro (Crimes of the Future, Canadá / Inglaterra / Grécia, 2022) – Nota 5
Direção – David Cronenberg
Elenco – Viggo Mortensen, Léa Seidoux, Kristen Stewart, Scott Speedman, Lihi Kornowski, Don McKellar.

Em um futuro próximo, Saul Tenser (Viggo Mortensen) é um adepto do transumanismo, utilizando seu corpo como cobaia para criação de novos órgãos e aceitação de objetos sintéticos. Ele demonstra suas mutações como uma espécie de propaganda para uma novo tipo de vida. 

O cinema de David Cronenberg é sempre desconfortável para o espectador ao explorar temas bizarros com sequências violentas e transgressoras. Neste longa fica difícil entender se ele quis fazer uma crítica a forma como muitas pessoas chegam até a mutilar o corpo por causa de modismos ou se seria uma previsão do que pode acontecer daqui a alguns anos, já que existem malucos que apoiam o transumanismo. 

Analisando apenas como cinema, o filme tem uma narrativa lenta e cansativa, personagens estranhos e uma história que parece não sair do lugar. O diretor tem outros filmes melhores e muito mais interessantes do que este.

Mistérios e Paixões (Naked Lunch, Inglaterra / Canadá / Japão, 1991) – Nota 5
Direção – David Cronenberg
Elenco – Peter Weller, Judy Davis, Ian Holm, Julian Sands, Roy Scheider

Nova York, anos 1950. Bill Lee (Peter Weller) deseja se tornar escritor, porém sobrevive trabalhando como exterminador de insetos. Com sua esposa (Judy Davis) viciada em inseticidas, Bill acaba experimentando a “droga” resultando numa sequência absurda de alucinações. 

O diretor David Cronenberg adaptou o livro do escritor maldito William S. Burroughs que era considerado praticamente impossível de se tornar filme. Assistindo o longa fica clara a resposta. A história na verdade é um amontoado de alucinações e sequências bizarras de objetos se transformando em insetos gigantes, de uma perseguição governamental sem explicação e até sequências no que seria um local fictício na África. Como se Cronenberg quisesse jogar na telas todas as loucuras da obra misturadas com outras criadas por sua mente. É difícil ter paciência para ver até o final.

sábado, 3 de setembro de 2022

Luta pela Fé - A História do Padre Stu

 


Luta pela Fé – A História do Padre Stu (Father Stu, Coreia do Sul / EUA, 2022 – Nota 7
Direção – Rosalind Ross
Elenco – Mark Wahlberg, Mel Gibson, Jacki Weaver, Teresa Ruiz, Aaron Moten, Cody Fern, Malcolm McDowell, Jack Kehler.

Stuart (Mark Wahlberg) é um lutador de boxe que não conseguiu fazer carreira profissional. Perdido em suas escolhas pessoais e profissionais, sua vida começa a mudar quando conhece Carmen (Tereza Ruiz), uma jovem católica fervorosa por quem se apaixona. 

O título já entrega o que irá acontecer, que por sinal é baseado em uma história real. As surpresas estão no perfil do protagonista, em sua jornada cheia de percalços e nos divertidos diálogos sobre fé e religião. 

O roteiro também é dividido em duas partes distintas. A primeira que apesar de focar nos problemas do protagonista utiliza uma narrativa agradável e até bem humorada, enquanto o drama toma conta na parte final. 

É um interessante filme sobre uma vida bastante incomum.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Here Before

 


Here Before (Here Before, Inglaterra, 2021) – Nota 5,5
Direção – Stacey Gregg
Elenco – Andrea Riseborough, Jonjo O’Neill, Niamh Dornan, Eileen O’Higgins, Martin McCann, Lewis McAskie.

Um casal (Martin McCann e Eileen O’Higgins) muda com sua filha de onze anos Megan (Niamh Dornan) para a casa ao lado de uma família que perdeu a filha. 

A mãe Laura (Andrea Riseborough) rapidamente vê semelhanças de Megan com sua filha falecida, enquanto seu marido (Jonjo O’Neill) prefere manter distância e o filho (Lewis McAskie) demonstra ciúme da situação. Alguns fatos estranhos e atitudes da garota Megan levam Laura a acreditar que possa existir uma ligação com sua filha. 

Este drama com pitadas de suspense começa claramente explorando clichês das histórias com algo sobrenatural, porém deixando pequenas pistas que podem levar para outro caminho. Na metade da trama o cinéfilo acostumado ao gênero vai descobrir o que realmente está ocorrendo. 

A explicação é até interessante, o grande problema é que a narrativa é confusa e entrecortada em alguns momentos, além de inserir coincidências um pouco forçadas. O final também deixa a desejar. É um longa que poderia ser melhor.

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Munique: No Limite da Guerra

 


Munique: No Limite da Guerra (Munich: The Edge of War, Inglaterra / EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Christian Schwochow
Elenco – George MacKay, Jannis Niewohner, Jeremy Irons, August Diehl, Liv Lisa Fries, Jessica Brown Findlay, Mark Lewis Jones, Alex Jennings, Sandra Huller, Nicholas Farrell.

Universidade Oxford, 1932. O inglês Hugh Legat (George MacKay) e o alemão Paul von Hartmann (Jannis Niewohner) são amigos que se formam e tomam caminhos distintos. Seis anos depois, Hugh é assistente de um ministro inglês, enquanto Paul trabalha com tradutor para os nazistas. Com a guerra prestes a explodir, o destino colocará novamente os amigos frente a frente. 

Este drama político é baseado em um livro de ficção que utilizou a história do acordo real entre o primeiro-ministro inglês Neville Chamberlaind (Jeremys Irons) e Hitler como pano de fundo, fato que pouco tempo depois mostrou ao mundo a verdadeira face de Hitler e que também acabou com a carreira de Chamberlaind. 

Os pontos principais do filme são os bastidores deste acordo e a questão da relação dos protagonistas em meio aos debates políticos. A narrativa morna não se aprofunda no suspense e entrega poucos momentos marcantes. O resultado é no máximo razoável.