sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A Praia & A Trilha


A Praia (The Beach, EUA / Inglaterra, 2000) – Nota 7
Direção – Danny Boyle
Elenco – Leonardo DiCaprio, Tilda Swinton, Virginie Ledoyen, Guillaume Canet, Paterson Joseph, Robert Carlyle.

Richard (Leonardo DiCaprio) é um mochileiro que está viajando pela Tailândia. Ao se hospedar em um hotel vagabundo, ele faz amizade com um casal de franceses (Virginie Ledoyen e Guillaume Canet) e com um inglês maluco (Robert Carlyle), que faz um mapa indicando onde ficaria uma isolada e paradisíaca praia, um verdadeira oásis na Terra. Richard e os franceses decidem procurar a praia, sem imaginar os perigos que enfrentarão pelo caminho e o estranho grupo de pessoas que habita o local e que são lideradas por Sal (Tilda Swinton).

Alguns filmes são condenados ao fracasso mesmo antes de estrearem. Foi o caso desta interessante mistura de aventura, drama e suspense, que primeiramente foi acusada por ambientalistas de ter destruído a natureza dos locais onde foi filmado. Esta pressão politicamente correta fez eco nos críticos de cinema, que detonaram o filme, muitos destes inclusive comparando com o ótimo “Trainspotting”, como se Danny Boyle não pudesse comandar uma obra mais comercial. O longa realmente apresenta falhas, mas no geral é uma obra que prende a atenção através da narrativa, das boas cenas de ação e das belíssimas locações.

A Trilha (A Perfect Getaway, EUA, 2009) – Nota 6
Direção – David Twohy
Elenco – Steve Zahn, Milla Jovovich, Timothy Olyphant, Kiele Sanchez, Marley Shelton, Chris Hemsworth, Anthony Ruivivar, Dale Dickey.

Um casal em lua de mel no Havaí (Steve Zahn e Milla Jovovich) decide enfrentar uma longa trilha que leva até uma praia paradisíaca. Ainda na estrada, eles discutem com um casal de mochileiros (Chris Hemsworth e Marley Shelton). Ao chegar na trilha, os recém-casados se unem a outro casal (Timothy Olyphant e Kiele Sanchez), ao mesmo tempo em que algumas jovens dizem que um casal fora assassinado na região e que a polícia ainda não localizou os criminosos. 

O diretor David Twohy é especialista em filmes B, tendo comandado longas divertidos como “A Invasão”, “Eclipse Mortal” e “Submersos”. Aqui, a proposta do roteiro escrito por Twohy é o suspense, daqueles em que o espectador espera até perto do final para saber quem é ou quem são os assassinos. 

O problema surge na absurda reviravolta da parte final. Mesmo utilizando o estilo “Jogos Mortais” de detalhar em flashback as pistas que passaram despercebidas durante a narrativa, fica complicado engolir os furos da trama. Por outro lado, até este momento da reviravolta, o longa explora com competência a belíssima paisagem natural da região. As cenas de ação na sequência na final também são bem feitas. É um filme que perde vários pontos por causa do roteiro. 

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Um Estado de Liberdade

Um Estado de Liberdade (Free State of Jones, EUA, 2016) – Nota 8
Direção – Gary Ross
Elenco – Matthew McConaughey, Gugu Mbatha Raw, Mahershala Ali, Keri Russell, Christopher Berry, Sean Bridgers, Jacob Lofland, Thomas Francis Murphy, Bill Tangradi.

Em 1862, durante a Guerra Civil Americana, Newton Knight (Matthew McConaughey) abandona o exército confederado após seu sobrinho adolescente (Jacob Lofland) morrer em uma batalha. Tratado como desertor ao voltar para o condado de Jones no Mississippi, Newton deixa sua esposa (Keri Russell) e se esconde no pântano junto com alguns escravos foragidos. 

Com o avançar da guerra, outros escravos e soldados desertores se unem ao grupo de Newton e formam uma espécie de Estado Independente, inclusive lutando contra seus antigos companheiros de exército. 

Baseado em uma história real, este longa detalha a vida do protagonista Newton Knight, um sujeito simples, porém um líder nato a frente de seu tempo. Sua visão de que a escravidão era um absurdo, sua luta por justiça, a relação com a esposa e posteriormente com uma jovem negra (Gugu Mbatha Raw), além de sua ligação com a terra onde nasceu foram os combustíveis para Newton enfrentar as mais diversas situações de peito aberto. 

O filme perde alguns pontos com uma segunda e breve narrativa sobre um neto de Newton que décadas depois é processado acusado de ter sangue negro, o que o impediria de se casar com uma jovem branca. Apesar de ser também uma história real sobre luta contra a injustiça e as retrógradas leis dos Estados Americanos do Sul durante o século passado, esta narrativa perde muita força na comparação com a história principal. 

Vale destacar mais uma ótima interpretação de Matthew McConaughey e os cenários naturais da zona rural do Mississippi. 

Como informação, o garoto Jacob Lofland, que tem uma pequena participação aqui, trabalhou com McConaughey em outro ótimo filme, o drama “Amor Bandido”

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Para Sempre Lilya

Para Sempre Lilya (Lilja 4-Ever, Suécia / Dinamarca, 2002) – Nota 8
Direção – Lukas Moodysson
Elenco – Oksana Akinshina, Artyom Bogucharskiy, Lyubov Agapova, Liliya Shinkaryova, Elina Benenson.

Em uma cidade não identificada de algum país da ex-União Soviética, a adolescente Lilya (Oksana Akinshina) é abandonada pela mãe que se muda para os Estados Unidos com o namorado. A tia que deveria lhe ajudar, a coloca para morar em um decadente edifício. 

Solitária, Lilya se apega ao garoto Volodya (Artyom Bogucharskiy), que todos os dias é expulso de casa pelo pai. Sem dinheiro e sem perspectivas de melhorar a vida, aos poucos Lilya se afunda em escolhas erradas. 

Este doloroso longa é baseado em uma chocante história real que foca no pior lado do ser humano. A saga da garota Lilya é semelhante a de muitas jovens do leste europeu, que como consequência da pobreza causada pelo comunismo nestes países, foram obrigadas a lutar pela sobrevivência de alguma forma, seja se envolvendo em atitudes ilícitas ou tentando a sorte em cidades maiores e até mesmo em outros países. 

O roteiro escrito pelo diretor Lukas Moodysson mostra que os jovens são iguais em qualquer local do mundo, o que muda são as condições de vida que enfrentam. Uma família desestruturada, a pobreza e a falta de perspectivas tendem a ser fatores determinantes para uma vida sofrida. 

Vale destacar a trilha sonora e as sensíveis interpretações da jovem Oksana Akinshina e do garoto Artyom Bogucharskiy. 

O filme faz pensar. Ao mesmo tempo em que muitas pessoas se unem por amor, amizade e solidariedade, outras agem com crueldade e indiferença.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Uma Vida Comum

Uma Vida Comum (Still Life, Inglaterra / Itália, 2013) – Nota 7,5
Direção – Uberto Pasolini
Elenco – Eddie Marsan, Joanne Froggatt, Andrew Buchan, Karen Drury.

John May (Eddie Marsan) é um sujeito solitário que trabalha em um departamento público responsável por localizar parentes de pessoas mortas.

John encara seu trabalho com disciplina, como se fosse uma espécie de investigador que procura parentes ou amigos para dar um enterro com dignidade para pessoas solitárias como ele. 

Quando seu chefe informa que ele será dispensado para cortar custos do departamento, ao invés de se revoltar, John pede para finalizar seu último caso, o de um idoso que morava sozinho em um apartamento. 

O sensível roteiro escrito pelo diretor Uberto Pasolini tem como ponto principal a solidão, seja ela em vida ou na hora da morte. 

O metódico personagem de Eddie Marsan vê um reflexo dele mesmo naquelas pobres pessoas que foram abandonadas ou abandonaram família e amigos pelas mais diversas razões. Sua busca em encontrar parentes e amigos destas pessoas é como se fosse sua própria busca por um amor ou uma amizade. 

A ideia do diretor sobre a solidão é reforçada numa sequência próxima ao final, quando o personagem principal parece estar mudando de vida, mas acaba surpreendido pelo destino. 

É um pequeno filme que faz pensar sobre a vida e a morte.  

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Virando a Página

Virando a Página (The Rewrite, EUA, 2014) – Nota 7
Direção – Marc Lawrence
Elenco – Hugh Grant, Marisa Tomei, J. K. Simmons, Chris Elliott, Allison Janney, Caroline Aaron, Bella Heathcote, Steven Kaplan.

Quando jovem, o roteirista Keith Michaels (Hugh Grant) venceu o Oscar e imaginou que teria uma brilhante carreira pela frente. Seus filmes seguintes fracassaram, seu casamento acabou e as ofertas de trabalho desaparecerem. 

Precisando de dinheiro, Keith aceita um emprego como professor em uma pequena universidade. A princípio pensando apenas no dinheiro e se envolvendo com uma aluna (Bella Heathcote), Keith não dá a mínima para o trabalho. Após alguns percalços no novo emprego, ele percebe que a vida de professor também poder ser algo interessante. 

Esta simpática comédia que explora a clássica premissa do recomeço, com certeza seria um grande sucesso se tivesse sido produzida nos anos noventa. O galã Hugh Grant ainda não teria cabelos grisalhos e o sorriso de Marisa Tomei faria toda a diferença. Mesmo assim, o filme ainda é um bom divertimento. Coadjuvantes competentes como J. K. Simmons, Chris Elliott e Allison Janney ajudam a elevar a qualidade do longa. 

É um filme indicado para quem gosta de uma comédia despretensiosa. 

domingo, 25 de setembro de 2016

Assalto ao Poder

Assalto ao Poder (Marauders, EUA, 2016) – Nota 5,5
Direção – Steven C. Miller
Elenco – Christopher Meloni, Bruce Willis, Dave Bautista, Adrian Grenier, Johnathon Schaech, Lydia Hull, Ryan O’Nan.

Os primeiros trinta minutos passam a impressão de que veremos um ótimo filme policial. Em duas boas sequências, um grupo de ladrões mascarados assaltam agências bancárias que pertencem ao milionário Hubert (Bruce Willis). O agente do FBI Montgomery (Christopher Meloni) lidera a investigação e desconfia de um grupo de policiais comandados por Mims (Johnathon Schaech). 

Esta ótima premissa é jogada na lata de lixo conforme a trama avança. A tentativa do roteiro em criar reviravoltas transforma a história numa enorme confusão, repleta de furos e com um final absurdo que chega a ser constrangedor. 

Nos últimos anos o astro Bruce Willis emendou uma série de filmes policiais ruins. Entre suas poucos acertos estão a ficção “Looper” e os dois primeiros “Os Mercenários”. 

O resultado aqui é uma perda de tempo para o espectador, até mesmo para os fãs do gênero. 

sábado, 24 de setembro de 2016

Elvis & Nixon

Elvis & Nixon (Elvis & Nixon, EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Liza Johnson
Elenco – Michael Shannon, Kevin Spacey, Alex Pettyfer, Johnny Knoxville, Colin Hanks, Evan Peters, Sky Ferreira.

Dias antes do Natal de 1970, o rei do rock Elvis Presley (Michael Shannon) se mostra chateado com os protestos contra o governo por causa da Guerra do Vietnã e com o envolvimento dos jovens com drogas. 

Ele decide visitar o então presidente americano Richard Nixon (Kevin Spacey) para oferecer seu apoio e solicitar ser nomeado “agente federal”. Elvis quer se infiltrar em grupos contrários aos governo, para se tornar uma espécie de informante. 

Esta história maluca é baseada num encontro real ocorrido entre Elvis e Nixon que ficou registrado em uma famosa foto que é a mais procurada no Arquivo Nacional Americano. 

A grande sacada do roteiro é tirar um sarro de dois dos maiores ícones da história americana se aproveitando de um encontro que até hoje ninguém sabe ao certo porque ocorreu. 

As risadas são consequências naturais dos divertidos diálogos e das ótimas interpretações de Michael Shannon e Kevin Spacey. A sequência da reunião no salão oval é impagável, a conversa é surreal. 

Em menos de uma hora e meia, o espectador que gosta de fatos históricos e de uma comédia inteligente, vai se divertir com um dos encontros mais bizarros da história do cinema. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Daniel & A Traição do Falcão


Daniel (Daniel, EUA, 1983) – Nota 6
Direção – Sidney Lumet
Elenco – Timothy Hutton, Mandy Patinkin, Lindsay Crouse, Edward Asner, Amanda Plummer, Ian Mitchell Smith, Jena Greco, Ellen Barkin, John Rubinstein, Tovah Feldshuh, Julie Bovasso.

Em meados dos anos sessenta, Daniel Isaacson (Timothy Hutton) tenta levar uma vida normal ao lado da esposa (Ellen Barkin) e da filha bebê, mas sofre pelas crises de sua irmã Susan (Amanda Plummer), que não conseguiu superar a morte dos pais que foram executados acusados de serem espiões da União Soviética. Tentando compreender o que realmente aconteceu, Daniel decide investigar o passado para chegar a uma conclusão da culpa ou não de seus pais. 

Em paralelo, o roteiro volta para o final dos anos quarenta, quando Paul Isaacson (Mandy Patinkin) e sua esposa Rochelle (Lindsay Crouse) são membros ativos do partido comunista. Após o casal ser preso, os então adolescentes Daniel (Ilan Mitchell Smith) e Susan (Jena Greco) são obrigados a viverem com outras pessoas e sofrem à espera da volta dos pais, o que nunca aconteceu. 

Baseado em um livro de ficção de E. L. Doctorow, que por sua vez utilizou como inspiração a história real do casal Julius e Ethel Rosenberg, este longa do grande Sidney Lumet é um dos seus trabalhos mais frios. Assim como a história real dos Rosenberg que até hoje é nebulosa, o livro adaptado aqui sofre por deixar muita coisa no ar. 

As atitudes do casal Isaacson chegam a ser fantasiosas, inclusive suas escolhas de defesa, sendo que pouca coisa é explicada sobre o crime que eles teriam cometido. O ponto principal é o sofrimento dos filhos, que se tornaram vítimas da ideologia dos pais. A busca pela verdade do personagem de Timothy Hutton é muito filosófica em alguns momentos, com diálogos teatrais que não convencem. É uma pena, a polêmica história real tinha potencial para render um filme muito melhor.  

A Traição do Falcão (The Falcon and the Snowman, EUA / Inglaterra, 1985) – Nota 7
Direção – John Schlesinger
Elenco – Timothy Hutton, Sean Penn, Pat Hingle, Lori Singer, David Suchet, Dorian Harewood, Richard Dysart, Chris Makepeace.

Em meados dos anos sessenta, Christopher Boyce (Timothy Hutton) abandona a universidade para trabalhar na CIA através de uma indicação de seu pai (Pat Hingle), um agente aposentado do FBI. Christopher é colocado em um departamento responsável por mensagens secretas. Lendo o conteúdo destas mensagens, ele fica inconformado ao descobrir o envolvimento da CIA em conspirações internacionais, derrubadas de governo e eleições em outros países. O caso “Watergate” é outro combustível que alimenta a insatisfação de Christopher. 

Ele decide procurar ajuda de um amigo de infância, o hoje traficante Daulton Lee (Sean Lee), que tem contatos no México e que consegue se aproximar de um diplomata soviético (David Suchet) para tentar vender as mensagens secretas. 

Baseado em uma história real, este competente longa de espionagem fracassou nas bilheterias, muito provavelmente pelo tema espinhoso que mexia em segredos sujos do governo americano. 

O falecido diretor inglês John Schlesinger não acertava a mão desde o ótimo “Maratona da Morte” de 1976. Aqui, apesar do fracasso, este é com certeza seu melhor filme da última fase da carreira. 

Os destaques aqui ficam para a dupla principal, com a curiosidade de que Timothy Hutton era o mais promissor, porém Sean Penn foi quem se tornou um grande astro, até mesmo como diretor. Hutton faz uma carreira digna, mas jamais chegou perto do que o inicio da carreira demonstrava. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

This Is England 90

This Is England ’90 (This Is England ’90, Inglaterra, 2015) – Nota 8
Direção – Shane Meadows
Elenco – Joseph Gilgun, Vicky McClure, Thomas Turgoose, Chanel Cresswell, Stephen Graham, Andrew Shim, Michael Socha, Andrew Ellis, Jo Hartley, Rosamund Hanson.

Após um longa que se passava em 1983 e duas minisséries com histórias em 1986 e 1988, o diretor e roteirista Shane Meadows voltou à franquia “This Is England” mostrando a vida dos personagens em 1990. É uma série que para melhor ser entendida, o ideal seria assistir os trabalhos anteriores. 

Resumindo, a saga escrita por Meadows segue um grupo de amigos que na adolescência eram punks e que após enfrentarem traumas pessoais, problemas de relacionamento e violência, são obrigados a enfrentar o mundo dos adultos. 

O roteiro foca em algumas histórias. Temos o casal Woody (Joseph Gilgun) e Lol (Vicky McClure) que se preparam para casar após enfrentarem uma grande crise. Além disso, Lol decide contar um segredo que afetará a vida de sua irmã Kelly (Chanel Cresswell). O garoto Shaun (Thomas Turgoose) tenta retornar para universidade, enquanto Milky (Andrew Shim) não se conforma em saber que seu inimigo Combo (Stephen Graham), que era racista, está para sair da cadeia e se diz arrependido de seus erros. 

Para quem tiver a oportunidade de assistir desde o início, se surpreenderá com a força e ao mesmo tempo com a sensibilidade como é mostrada vida destes personagens em meio aos problemas dos anos oitenta na Inglaterra. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Nada a Perder

Nada a Perder (American Heart, EUA, 1992) – Nota 6,5
Direção – Martin Bell
Elenco – Jeff Bridges, Edward Furlong, Lucinda Jenney, Don Harvey.

Após cumprir pena por roubo, Jack (Jeff Bridges) deseja retomar a vida ao lado do filho adolescente Nick (Edward Furlong). Ele consegue um emprego como limpador de janelas e se envolve com Charlotte (Lucinda Jenney), com quem trocava correspondência enquanto estava preso. 

Mesmo com pouco dinheiro, Jack não aceita a proposta de um ex-parceiro (Don Harvey) para voltar ao crime. O garoto Nick sonha em ter uma vida melhor e ir para o Alasca com o pai, mas enquanto a oportunidade não chega, ele vive pelas ruas de Seattle com outros garotos sem rumo. 

O roteiro explora a clássica história do sujeito que tenta mudar de vida, mas que sofre por não conseguir corrigir os erros do passado e principalmente se torna vítima das circunstâncias. A trama é previsível, quem conhece o gênero descobrirá rapidamente o final. 

A curiosidade fica para o elenco, com Jeff Bridges passando dignidade no papel do assaltante arrependido e o então promissor Edward Furlong dando conta do recado como seu filho. 

Apesar de continuar na ativa, Edward Furlong não conseguiu se firmar na carreira e também enfrentou problemas com drogas.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

O Escapista

O Escapista (The Escapist, Inglaterra / Irlanda, 2008) – Nota 7
Direção – Rupert Wyatt
Elenco – Brian Cox, Joseph Fiennes, Liam Cunnigham, Seu Jorge, Damian Lewis, Dominic Cooper, Steven Mackintosh, Ned Dennehy.

Condenado a catorze anos, Frank Perry (Brian Cox) cumpre pena em um violento presídio em Londres. Ao receber uma carta em que alguém avisa que sua filha está entregue às drogas, Frank decide armar um plano para fugir do local. 

Com ajuda de três bandidos veteranos (Joseph Fiennes, Liam Cunningham e Seu Jorge), Frank elabora uma forma de fugir através dos tubos de ventilação escondidos na lavanderia, mas precisa ainda se manter longe do drogado Tony (Steven Mackintosh), que é irmão do bandido que domina a prisão (Damian Lewis) e que persegue o jovem Lacey (Dominic Cooper), companheiro de cela de Frank. 

O roteiro explora a clássica história das fugas de penitenciárias, unindo detentos com habilidades específicas e um líder que pensa em todos os detalhes. 

O filme se divide em duas narrativas, com uma delas mostrando a preparação da fuga e a outra seguindo a correria dos presos tentando superar os obstáculos para alcançar a liberdade. Este vai e vem da trama é bem elaborado, prendendo a atenção até a surpresa na sequência final. 

O destaque do elenco fica para o veterano Brian Cox, que geralmente interpreta o vilão e que aqui é o anti-herói. 

Outra curiosidade é a participação do brasileiro Seu Jorge, que mesmo não sendo grande ator, é um sujeito de boa presença, que poderia explorar um pouco mais sua carreira no cinema.  

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Zulu, Área de Risco & Zona de Perigo


Zulu (Zulu, França / África do Sul, 2013) – Nota 6
Direção – Jerome Salle
Elenco – Orlando Bloom, Forest Whitaker, Conrad Kemp, Inge Beckmann.

Cidade do Cabo, África do Sul. Uma jovem branca é encontrada assassinada por espancamento. A jovem é filha de uma famoso jogador de rugby. Ao investigar o caso, o detetive Ali Sokhela (Forest Whitaker) e seus parceiros Brian Epkeen (Orlando Bloom) e Dan Fletcher (Conrad Kemp) cruzam o caminho de uma violenta gangue de traficantes que está colocando no mercado uma nova droga que pode levar o usuário a loucura. 

Explorando clichês dos filmes policiais americanos, como o policial incorruptível, o detetive rebelde e beberrão, vilões cruéis e muita violência, este longa rodado na África do Sul ao mesmo tempo prende a atenção do espectador pelo ritmo da narrativa, mas falha ao apresentar um roteiro cheio de furos, além de uma exagerada vingança na parte final. 

É estranho ver Orlando Bloom fazendo papel de policial durão, enquanto Forest Whitaker parece interpretar o papel do traumatizado policial descendentes de Zulus apenas por uma questão étnica. 

Vale a sessão para quem curte o gênero policial e deseja ver locações diferentes, várias delas em locais pobres e violentos da Cidade do Cabo. 

Área de Risco (Dangerous Ground, EUA / África do Sul, 1997) – Nota 5,5
Direção – Darrell James Roodt
Elenco – Ice Cube, Elizabeth Hurley, Ving Rhames.

Após doze anos vivendo nos Estados Unidos, Vusi Madlazi (Ice Cube) volta para Joanesburgo na África do Sul em busca do irmão caçula que desapareceu. Mesmo com o fim da Apartheid, o país ainda é um local violento, com uma feroz divisão de classes e com algumas regiões tomadas por gangues.

Aparentemente, seu irmão desapareceu por estar envolvido com uma gangue. A única pista que Vusi encontra é a relação do jovem com uma prostituta (Elizabeth Hurley). 

O diretor sul-africano Darrell James Roodt é especialista em filmes de ação, mostrando competência nas sequências de tiroteio e violência. O problema é que a trama é previsível e os personagens caricatos, inclusive o vilão interpretado por Ving Rhames. A curiosidade são as locações nos bairros pobres de Joanesburgo.

Zona de Perigo (Danger Zone, Canadá / África do Sul / EUA, 1996) – Nota 5,5
Direção – Allan Eastman
Elenco – Billy Zane, Ron Silver, Robert Downey Jr, Cary Hiroyuki Tagawa, Lisa Collins.

Em um país fictício da África, o engenheiro Rick Morgan (Billy Zane) entra em conflito com seu amigo Jim Scott (Robert Downey Jr) que deseja despejar lixo tóxico na região. Durante a discussão, surge uma grupo de homens armados que rouba o lixo e assassina algumas pessoas. Ricky sobrevive, mas volta para os Estados Unidos. 

Algum tempo depois, ele é procurado por um empresário (Ron Silver) que oferece a chance de recuperar o lixo tóxico e assim aparentemente ajudar pessoas que poderiam ser contaminadas. O que o engenheiro não imagina é que está se envolvendo numa conspiração política. 

É basicamente um filme B de ação, que apresenta um roteiro que explora uma conspiração internacional repleta de clichês e muita violência. Na época, foi uma tentativa falha de emplacar o ator Billy Zane como astro de ação, ele que no mesmo ano protagonizou a fracassada adaptação de “O Fantasma”. Outro detalhe a se destacar é a participação de Robert Downey Jr, desperdiçado em um papel bem abaixo do seu talento.  

domingo, 18 de setembro de 2016

River

River (River, Inglaterra, 2015) – Nota 8
Direção – Tim Fywell, Jessica Hobbs & Richard Laxton
Elenco – Stellan Skarsgard, Nicola Walker, Lesley Manville, Eddie Marsan, Adeel Akhtar, Owen Teale, Georgina Rich, Turlough Convery.

John River (Stellan Skarsgard) é um solitário detetive da polícia inglesa que entra em crise após o assassinato de sua parceira Jackie (Nicola Walker). 

Na metade do primeiro episódio, o espectador descobre que River conversa com os mortos. Ele não vê fantasmas, na verdade são manifestações criadas por sua própria mente. É como se o sujeito se desligasse do mundo para conversar consigo mesmo, fato que causa momentos constrangedores em sua vida. 

Com o apoio de sua chefe (Lesley Manville) e de um novo parceiro (Adeel Akhtar), River se aprofunda na investigação para descobrir quem matou Jackie e o porque do crime. 

Esta minissérie em seis capítulos explora a “loucura” do protagonista de uma forma curiosa, utilizando a conversa dele com seus fantasmas para contar segredos, frustrações e medos, como se fosse uma terapia de choque. 

Um dos fantasmas é vivido por Eddie Marsan, que é basicamente o lado negro da personalidade de River que vem à tona para atormentá-lo. 

Além da sensibilidade das relações, a trama policial por trás do assassinato também é interessante, prendendo a atenção até o episódio final. 

Vale destacar a ótima interpretação de Stellan Skarsgard, que dá vida a uma personagem complexo. 

sábado, 17 de setembro de 2016

Idiocracia

Idiocracia (Idiocracy, EUA, 2006) – Nota 5,5
Direção – Mike Judge
Elenco – Luke Wilson, Maya Rudolph, Dax Shepard, Terry Crew, Justin Long.

O soldado Joe Bauers (Luke Wilson) é um sujeito comum que trabalha no arquivo do exército. Por ser um cara ordinário, ele é escolhido para ser cobaia de um experimento secreto. Ele é colocado em uma câmara de hibernação, ao lado de uma outra em que a cobaia é uma prostituta (Maya Rudolph). 

O experimento é deixado de lado e o casal é esquecido hibernando durante quinhentos anos. Um pequeno desastre acorda Joe, que descobre estar num novo mundo ainda mais idiota que o atual, onde ele se torna o sujeito mais inteligente do mundo. Sua inteligência chama atenção do Presidente Camacho (Terry Crews), que vê no sujeito a chance de resolver os problemas do mundo. 

A premissa é bem interessante, tirar um sarro da estupidez humana, mostrando que o mundo pode ficar ainda pior. O problema é que o diretor e roteirista Mike Judge exagera na dose, ele transforma o que poderia ser uma comédia escrachada, em um festival de besteiras e piadas adolescentes, que funcionavam na animação “Beavis and Butt-Head”, a qual ele foi criador, mas que perde a graça ao ser transportada para o cinema. 

Algumas críticas são engraçadas e inteligentes, como a sequência do hospital ou a utilização de uma estranho refrigerante verde no lugar da água, mas no geral é um filme indicado apenas quem curte besteirol adolescente.  

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Perdão de Sangue

Perdão de Sangue (The Forgiveness of Blood, EUA / Albânia / Dinamarca / Itália, 2011) – Nota 7,5
Direção – Joshua Marston
Elenco – Tristan Halilaj, Refet Abazi, Sindi Lacej, Kol Zefi.

Em uma pequena cidade no interior da Albânia, Mark (Refet Abazi) entra em conflito com um antigo inimigo e o sujeito acaba assassinado. Mark foge, enquanto seu tio que também participou da briga termina preso. 

Os moradores da região seguem um antigo código de ética conhecido com Kanun, que dá direito de vingança à família da vítima. Enquanto estes familiares não concederem perdão, os homens da família de Mark são obrigados a ficarem dentro de casa para respeitar o luto e evitar uma vingança. 

O fato transforma a vida da família. O filho mais velho Nik (Tristan Halilaj) não se conforma com a situação, enquanto sua irmã Rudina (Sindi Lacej) é obrigada a tomar o lugar do pai na venda de pães que ele fazia diariamente percorrendo a região. Até mesmo duas crianças menores são mantidas dentro da casa, enquanto a mãe volta a trabalhar, mas nada pode fazer para mudar a situação. 

O diretor Joshua Marston volta a se aventurar em tema específico, que foge do lugar comum. Semelhante ao competente “Maria Cheia de Graça”, aqui temos como protagonistas adolescentes que precisam enfrentar uma situação terrível por causa de erros dos pais ou de adultos próximos. 

O roteiro escrito por Marston em parceria com o albanês Andamion Murataj, detalha o beco sem saída para onde estes jovens foram jogados, além de mostrar como um código arcaico que lembra o “olho por olho, dente por dente” ainda sobrevive num mundo em que as pessoas tem acesso a celulares, computadores e games. Esse abismo entre passado e presente se torna inaceitável para o casal de irmãos. 

É uma história bem diferente, com um narrativa lenta, sem trilha sonora e que faz pensar porque o ser humano ainda se prende a regras absurdas impostas por religiões ou tradições ultrapassadas.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Almas Gêmeas

Almas Gêmeas (Heavenly Creatures, Nova Zelândia / Alemanha, 1994) – Nota 7
Direção – Peter Jackson
Elenco – Melanie Lynskey, Kate Winslet, Sarah Peirse, Diana Kent, Clive Merrison, Simon O’Connor.

Nova Zelândia, meados dos anos cinquenta. Pauline (Melanie Lynskey) é uma garota tímida de uma família de classe média. A inglesa Juliet (Kate Winslet) é filha de um professor universitário e de uma madame. 

As duas garotas aparentemente diferentes, criam um laço de amizade baseada em um conto de fadas que elas mesmas estão escrevendo. A amizade fica cada dia mais forte, causando desconforto nos pais e revolta nas garotas quando elas descobrem que podem ser separadas. 

Baseado numa trágica história real, este longa dirigido por Peter Jackson flerta com a fantasia, estilo em que o diretor se tornou especialista. A história criada pelas garotas é encenada em várias sequências, algumas com bonecos de massinha gigantes e outras em campos floridos e castelos, sempre beirando a loucura. 

A sequência mais interessante para o cinéfilo começa com as garotas saindo do cinema após assistirem ao clássico “O Terceiro Homem” e correndo pelo cidade como se estivessem sendo perseguidas pelo personagem de Orson Welles. 

Por outro lado, esta escolha de fantasiar a história utilizando os textos do verdadeiro diário de Pauline, cansa em alguns momentos. 

Vale destacar as ótimas atuações das então adolescentes Melanie Lynskey e Kate Winslet. 

É um filme que vale como curiosidade, principalmente para os fãs do diretor. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Somos Marshall

Somos Marshall (We Are Marshall, EUA, 2006) – Nota 8
Direção – McG
Elenco – Matthew McConaughey, Matthew Fox, Anthony Mackie, David Strathairn, Ian McShane, Kate Mara, January Jones, Kimberly Willians Paisley, Arlen Scarpeta, Brian Geraghty.

Em novembro de 1970, a equipe de futebol americano da Universidade de Marshall é dizimada em um acidente aéreo. A tragédia faz com que o diretor da universidade (David Strathairn) decida acabar com o time, porém Nate Ruffin (Anthony Mackie), um jogador que não estava no voo por causa de uma contusão, inicia um movimento para reativar a equipe em homenagem aos amigos que faleceram. 

Com dificuldade até mesmo para contratar um novo treinador, o diretor se surpreende ao receber um chamado de Jack Lengyel (Matthew McConaughey), que comanda o time de uma desconhecida universidade. O excêntrico Lengyel é contratado para resgatar o orgulho da cidade. 

Baseado em uma história real, este sensível longa é muito mais um drama sobre como superar uma tragédia do que um simples filme de esporte. A missão de remontar o time tem como objetivo fazer com que as pessoas da cidade retomem suas vidas. 

Entre os vários personagens afetados pela tragédia, temos o assistente técnico (Matthew Fox) que desistiu de entrar no avião no último instante, o pai do astro da equipe (Ian McShane) que não se conforma com a perda, assim como a namorada do jovem (Kate Mara). 

É um longa feito para emocionar.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Storage 24

Storage 24 (Storage 24, Inglaterra, 2012) – Nota 6
Direção – Johannes Roberts
Elenco – Noel Clarke, Colin O’Donoghue, Antonia Campbell Hughes, Laura Haddock, Jamie Thomas King, Alex Price, Ned Dennehy.

Um acidente aéreo libera uma perigosa criatura que estava trancada em um container. A criatura se esconde em um depósito, mesmo local para onde segue Charlie (Noel Clarke) e seu amigo Mark (Colin O’Donoghue). O primeiro deseja confrontar a ex-namorada (Antonia Campbell Hughes) que o abandonou. 

Um problema de energia faz com que trio e mais algumas pessoas fiquem presas no depósito e se tornem alvos do alienígena. 

O roteiro escrito pelo protagonista Noel Clarke explora a premissa clássica dos filmes B de terror e ficção, utilizando uma ameaça desconhecida como vilão. 

O filme tem até algumas boas cenas de suspense e violência, como a perseguição pelo duto de ar, mas infelizmente deixa a desejar em algumas quesitos. A briga de namorados parece algo deslocado no meio da trama, assim como o desenvolvimento dos personagens e os segredos que são revelados sobre eles. 

Um ponto curioso é a criatura. Assim como em diversos filmes de ficção, o alienígena é um derivado do “Predador”, criação clássica do grande Stan Winston para o filme de 1987. 

Finalizando, esta ficção fica aquém do potencial da premissa.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Lone Star - A Estrela Solitária

Lone Star – A Estrela Solitária (Lone Star, EUA, 1996) – Nota 7,5 
Direção – John Sayles 
Elenco – Chris Cooper, Elizabeth Peña, Joe Morton, Ron Canada, Kris Kristofferson, Matthew McConaughey, Clifton James, Frances McDorman, Miriam Colon, Jesse Borrego, Tony Plana, Gabriel Casseus, Tony Amendola. 

Na cidade de Rio, fronteira do Texas com o México, dois militares durante uma folga encontram um esqueleto enterrado no deserto. As pistas encontradas junto a ossada fazem o xerife Sam Deeds (Chris Cooper) acreditar que o corpo seja de um antigo xerife da cidade, o corrupto e violento Charlie Wade (Kris Kristofferson), que desapareceu há mais de quarenta anos levando consigo dez mil dólares roubados. 

Durante a investigação, Sam desconfia que Wade possa ter sido assassinado por seu pai, Buddy Deeds (Matthew McConaughey), que era inimigo do sujeito e que após o desaparecimento se tornou xerife da cidade por trinta anos. 

O roteiro escrito pelo diretor John Sayles desencava aos poucos os segredos da pequena cidade que foram enterrados com o corpo de Wade. É a típica situação em que pessoa alguma deseja remexer, apenas o protagonista tem interesse em descobrir a verdade que ele acredita estar ligada a seu falecido pai 

Este acontecimento principal é amarrado a subtramas. Temos o reencontro de Sam com Pilar (Elizabeth Peña), seu amor de adolescência. A tentativa de reconstrução da relação entre um veterano dono de bar (Ron Canada) e seu filho (Joe Morton), que é o novo comandante do exército na região, além da influência da questão racial no dia a dia da cidade, que é tomada por mexicanos. 

Não se pode deixar de citar que os acontecimentos dos anos cinquenta são mostrados em flashbacks. 

É um interessante drama sobre relacionamentos, política e violência, temas comuns as obras do competente John Sayles.

domingo, 11 de setembro de 2016

O Homem da Terra

O Homem da Terra (The Man From Earth, EUA, 2007) – Nota 8
Direção – Richard Schenkman
Elenco – David Lee Smith, Tony Todd, John Billingsley, Ellen Crawford, Annika Peterson, William Katt, Alexis Thorpe, Richard Riehle.

Em uma pequena cidade, o professor John Oldman (David Lee Smith) recepciona colegas de trabalho para uma despedida. Após dez anos, ele está saindo do colégio e seguirá para outra cidade. 

Para surpresa do grupo de professores, John diz ser um homem que está vivo há 14.000 anos e que teria vivenciado vários fatos importantes neste período. Tratado com incredulidade pelo grupo, que de forma individual o vê como como maluco ou mentiroso ou apenas um contador de histórias. 

Tendo como cenário apenas a sala da casa do professor e algumas poucas cenas no quintal, este longa de baixo orçamento e elenco canastrão surpreende pelo ótimo roteiro escrito por Jerome Bixby, que provavelmente também tem as mãos do diretor Richard Schenkman, pois Bixby faleceu em 1998. 

A discussão filosófica que surge após o protagonista revelar seu segredo, questiona a história do mundo, a ciência e principalmente a religião. Por mais que seja uma fantasia o conceito da vida eterna, o conteúdo dos diálogos apresenta explicações críveis sobre os assuntos citados e com certeza deixando os religiosos irritados. 

O elenco é todo composto por coadjuvantes de tv, tendo como rostos mais conhecidos, o sempre vilão Tony Todd e o eterno “Super Herói Americano” William Katt. 

Se você gosta do tema e não se importar com as interpretações e a simplicidade da parte técnica, com certeza ficará com os olhos vidrados e os ouvidos abertos nas discussões universais entre os personagens.

sábado, 10 de setembro de 2016

O Clã

O Clã (El Clan, Argentina / Espanha, 2015) – Nota 8
Direção – Pablo Trapero
Elenco – Guillermo Francella, Peter Lanzani, Lili Popovich, Gaston Cocchiarale, Giselle Motta, Franco Masini, Antonio Bengoechea, Stefania Koesso.

Buenos Aires, início dos anos oitenta. Com a ditadura militar argentina vivendo seus últimos dias, alguns colaboradores do regime passaram a cometer crimes particulares visando dinheiro. 

Neste contexto, Arquimedes Puccio (Guillermo Francella), contador, advogado e funcionário do Secretaria de Inteligência Estado, foi deixado de lado pelo governo, que não tinha mais interesse em desaparecer com opositores e assim começou a comandar uma quadrilha especializada em sequestros de pessoas ricas. Entre seus parceiros estavam dois filhos, Maguila (Gaston Cocchiarale) e o então astro da seleção argentina de rugby Alejandro (Peter Lanzani). 

Baseado numa absurda história real, este longa de Pablo Trapero mostra um pouco como muitos dos colaboradores da ditadura argentina eram aparentemente pessoas respeitáveis na sociedade, mas que por debaixo dos panos atuavam com frieza e crueldade. 

A história da família Puccio é ainda mais maluca, porque o patriarca pressionava os filhos para cometerem os crimes com ele e pior, utilizava o porão da própria casa como cativeiro, transformando esposa e outras duas filhas em cúmplices. 

Diferente do que ocorreu Brasil, em que durante vinte anos de ditadura morreram em torno de trezentas pessoas, sendo duzentos guerrilheiros e cem pessoas entre civis e militares, a ditadura argentina matou mais de trinta mil pessoas, sendo corriqueiro o sequestro de opositores. Arquimedes Puccio foi um destes “prestadores de serviços” para a ditadura militar argentina. 

Para quem gosta do tema e do cinema de Pablo Trapero, este é mais um filme imperdível.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O Rabino e o Pistoleiro, Hanky Panky & O Maior Amante do Mundo


Na semana passada, o cinema perdeu o comediante Gene Wilder, que estava aposentado do cinema há mais de vinte e cinco anos. Com um carreira praticamente toda voltada para comédia, Wilder tem como seu filme mais popular, o divertido "A Dama de Vermelho", grande sucesso de bilheteria nos anos oitenta.

Além deste trabalho, vale destacar as parceiras com Mel Brooks e com Richard Pryor. Com Brooks, Wilder protagonizou três clássicos da comédia: "Primavera Para Hitler", "Banzé no Oeste" e "O Jovem Frankenstein".

Ao lado do grande Richard Pryor, seu melhor filme foi "O Expresso de Chicago" de 1976. Eles ainda trabalharam juntos em "Loucos de Dar Nó", "Cegos, Surdos e Loucos" e "Um Sem Juízo, Outro Sem Razão", estes dois últimos quando Pryor já estava bastante debilitado por causa da esclerose múltipla. 

Por sinal, o próprio Gene Wilder abandonou o cinema após este último trabalho com Pryor. Ele fez ainda alguns filmes para TV e protagonizou uma série antes de se retirar de vez.

Nesta postagem comentou três filmes em que o ator foi protagonista.

O Rabino e o Pistoleiro (The Frisco Kid, EUA, 1979) – Nota 7
Direção – Robert Aldrich
Elenco – Gene Wilder, Harrison Ford, William Smith, Ramon Bieri, George DiCenzo.

Em 1850, o rabino polonês Avram (Gene Wilder) chega a Filadélfia mas não consegue entrar no navio que o levaria para San Francisco. Sem conhecer o país, o ingênuo rabino aceita viajar com os irmãos Diggs (William Smith e George DiCenzo), não imaginando que o sujeitos são ladrões. Após ser abandonado e passar por alguns apuros, Avram termina por se associar a outro pistoleiro, Tommy Lillard (Harrison Ford), que promete levá-lo até seu destino. 

Este divertido western cômico foi o penúltimo trabalho do grande diretor Robert Aldrich, que explora um roteiro repleto de piadas sobre judeus, além da inusitada química entre um então ascendente Harrison Ford e o já famoso Gene Wilder. 

Hanky Pank – Uma Dupla em Apuros (Hanky Panky, EUA, 1982) – Nota 6
Direção – Sidney Poitier
Elenco – Gene Wilder, Gilda Radner, Richard Widmark, Kathleen Quinlan, Robert Prosky, Josef Sommer, Jay O. Sanders.

Estando a trabalho em Nova York, o arquiteto Michael Jordon (Gene Wilder) é surpreendido ao ser abordado em um táxi por uma bela jovem (Kathleen Quinlan), que o entrega um pacote e diz que o encontrará no hotel. Atraído pela garota, ela entra no jogo, mas se arrepende ao reencontrá-la morta no hotel. Suspeito de ser o assassino e perseguido por estranhos que desejam o pacote, a única ajuda que Michael terá será da estranha Kate (Gilda Radner), seu contato de trabalho na cidade. 

A premissa de misturar suspense com comédia é interessante, assim como algumas sequências de correria, o problema é que as risadas são poucas e o desenrolar da história previsível. O filme tem algumas curiosidades. É uma das poucas comédias em que atuou o veterano Richard Widmark. O astro Sidney Poitier dirigiu Gene Wilder e Richard Pryor dois anos antes em outra comédia mediana chamada “Loucas de Dar No”. E este também foi o filme em que Gene Wilder e Gilda Radner se conheceram. Eles se casaram em 1984, mas infelizmente a atriz faleceu muito cedo em 1989.

O Maior Amante do Mundo (The World's Greatest Lover, EUA, 1977) – Nota 5,5
Direção – Gene Wilder
Elenco – Gene Wilder, Carol Kane, Dom DeLuise, Fritz Feld.

Em 1920, Rudy Hickman (Gene Wilder) e sua esposa Annie (Carol Kane) partem de Milwaukee em direção a Hollywood. O objetivo de Rudy é entrar para o cinema. Ele acaba aprovando em teste do produtor Adolph Zitz (Dom DeLuise), que sonha em encontrar um concorrente para o então astro Rudolph Valentino. A situação fica complicada quando a jovem Annie se apaixona pelo verdadeiro Valentino. 

Após vários sucessos nos anos setenta, esta comédia foi o primeiro fracasso do astro Gene Wilder. A tentativa de criar uma comédia de erros explorando os bastidores de Hollywood dos anos vinte rendeu poucas risadas. É um dos trabalhos mais fracos de Wilder. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Amor Por Direito

Amor Por Direito (Freeheld, EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Peter Sollett
Elenco – Julianne Moore, Ellen Page, Michael Shannon, Steve Carell, Luke Grimes, Josh Charles, Skipp Sudduth, William Sadler, Dennis Boutsikaris, Kevin O’Rourke, Tom McGowan, Adam LeFevre.

Condado de Ocean, New Jersey, 2002. A detetive Laurel Hester (Julianne Moore) começa um relacionamento com a jovem Stacie Andree (Ellen Page), mas esconde o fato de seus colegas de trabalho, inclusive do parceiro, o detetive Dane Wells (Michael Shannon). 

Algum tempo depois, após inclusive estar vivendo na mesma casa com a namorada em uma União Estável, Laurel descobre que está doente e inicia uma batalha para deixar uma pensão para Stacie, caso ela venha a falecer. 

Baseado em uma história real, este longa tem a atriz Ellen Page como uma das produtoras. Ela que é defensora da causa gay, provavelmente viu na história a chance de divulgar ainda mais suas ideias. 

O espectador mais sensível vai se comover com o sofrimento da protagonista, porém o roteiro é totalmente previsível, mesmo para quem não nunca tinha ouvido falar sobre a história. 

O ponto alto é o elenco, principalmente o trio interpretado por Julianne Moore, Michael Shannon e Steve Carell, este último como um agitado ativista judeu e gay. 

É uma história que funcionaria melhor como telefilme.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Chatô

Chatô - O  Rei do Brasil (Brasil, 2015) – Nota 4
Direção – Guilherme Fontes
Elenco – Marco Ricca, Andrea Beltrão, Letícia Sabatella, Leandra Leal, Paulo Betti, Eliane Giardini, Gabriel Braga Nunes, José Lewgoy, Walmor Chagas, Zezé Polessa.

Após vinte anos de problemas com a produção, o ator e diretor Guilherme Fontes conseguiu finalizar seu “épico”. Após assistir ao filme, fiquei surpreso ao ler várias críticas positivas pela internet, com muita gente elogiando a forma como Fontes criou uma espécie de sátira ao Brasil utilizando como base a biografia de Assis Chateaubriand. 

Com meu olhar de cinéfilo, o filme chega a ser irritante. A escolha em explorar o exagero na narrativa, nas atuações e transformar a biografia em uma ficção, resulta num filme histriônico, uma comédia de absurdos sem risadas. 

Não li a biografia escrita por Fernando Morais, mas sei que Chatô foi uma figura controversa, que na minha opinião mereceria um filme sério para detalhar fatos de sua vida, assim como a forma como ele se transformou em um magnata da imprensa, suas ligações de bastidores com a elite e com o então presidente Getúlio Vargas. 

Merecidamente, o filme foi ignorado pelo público e novamente como opinião pessoal, deveria servir de exemplo para justificar o fim da Lei Rouanet. É inadmissível que exista uma lei para “bancar a cultura” em um país como o Brasil, em que não existe infraestrutura decente para atender aos serviços básicos de saúde e educação e que os trabalhadores pagam quase quarenta por cento dos seus ganhos em impostos, sem contar violência, desemprego e corrupção. 

Se eu precisar de dinheiro para montar um pequeno negócio, terei de pedir um empréstimo e pagar juros e taxas. Então, porque um produtor de cinema pode receber dinheiro público para fazer um filme? É bom citar, dinheiro da Rouanet é público, pois são impostos que deixarão de ser utilizados em prol da população.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Deadpool

Deadpool (Deadpool, EUA, 2016) – Nota 7
Direção – Tim Miller
Elenco – Ryan Reynolds, Morena Baccarin, Ed Skrein, Gina Carano, Stefan Kapicic, Brianna Hildebrand, Karan Soni.

Wade Wilson (Ryan Reynolds) é uma espécie de mercenário urbano, que cobra uns trocados para pressionar perdedores que estão atrapalhando a vida de seus clientes. 

Após conhecer e se apaixonar por Vanessa (Morena Baccarin), Wade descobre que tem pouco tempo de vida. Procurado por um estranho que oferece a cura para sua doença, ele aceita a proposta e cai nas mãos de um psicopata (Ed Skrein) que faz experiências para transformar moribundos em mutantes. 

O grande destaque deste longa é a ousadia da Marvel, da produtora Fox e do astro Ryan Reynolds em esculachar os filmes de super heróis, criando uma comédia de ação recheada de piadas politicamente incorretas e violência. As várias citações sobre outro filmes, personagens e cultura pop são divertidas, porém, nem tudo funciona. A história de amor e vingança é puro clichê, assim como o final apoteótico. 

É um filme competente em sua proposta de não se levar a sério. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Sequestro no Espaço

Sequestro no Espaço (Lockout, França, 2012) – Nota 6
Direção – James Mather & Stephen St. Leger
Elenco – Guy Pearce, Maggie Grace, Vincent Regan, Joseph Gilgun, Lennie James, Peter Stormare, Jacky Ido, Tim Plester.

Em 2079, o governo americano criou uma prisão espacial onde criminosos de alta periculosidade são mantidos em cápsulas de hibernação para cumprirem suas penas. 

Durante a visita da filha do presidente americano (Maggie Grace), explode uma rebelião e os presos dominam a estação espacial. Para tentar resgatar a jovem é enviado o ex-agente da CIA Snow (Guy Pearce), que foi preso acusado injustamente de assassinar outro agente. O objetivo de Snow também é encontrar um ex-parceiro que está preso e que tem provas que podem inocentá-lo. 

Produzido e escrito por Luc Besson em parceria com a dupla de diretores, este agitado longa de ficção é uma cópia descarada do clássico “Fuga de Nova de York” de John Carpenter, que por sinal processou Besson e ganhou. 

A diferença é o local da ação, aqui Besson levou a história para uma prisão espacial, enquanto o filme de Carpenter tinha como cenário uma Manhattan devastada. 

Esta “versão” é bem inferior. O protagonista interpretado por Guy Pearce solta uma piadinha atrás da outra e a mocinha Maggie Grace (de “Lost”) é bela e inexpressiva. O destaque fica para um dos vilões vivido pelo inglês Joseph Gilgun, conhecido pelo papel de punk na ótima série “This Is England”. Seu personagem é um maluco cínico e alucinado. 

Para quem não se importar com os exageros da trama, os tiros que jamais atingem o herói e os furos do roteiro, poderá se divertir um pouco.

domingo, 4 de setembro de 2016

A Marca do Vampiro

A Marca do Vampiro (Mark of the Vampire, EUA, 1935) – Nota 7
Direção – Tod Browning
Elenco – Lionel Barrymore, Elizabeth Allan, Bela Lugosi, Lionel Atwil, Jean Hersholt, Donald Meek.

Um homem é encontrado morto no quarto de sua mansão sem uma gota de sangue no corpo. Encarregado de investigar a morte, o Inspetor Neumann (Lionel Atwill) tenta desvendar o ocorrido com a ajuda do Professor Zelen (Lionel Barrymore), que tem certeza que a causa da morte foi o ataque de um vampiro e o suspeito seria o Conde Mora (Bela Lugosi). 

Com a ajuda dos criados da mansão que estão apavorados, eles resolvem trancar a casa para proteger a filha do homem morto, a bela Irena (Elizabeth Allan), que seria o próximo alvo do suposto vampiro. 

Este foi o penúltimo filme dirigido por Tod Browning, diretor que veio do cinema mudo e foi considerado maldito pela indústria do cinema na época, principalmente após fazer o clássico “Monstros” (“Freaks”), longa estrelado por anões e pessoas com deficiências físicas e mentais, por sinal um filme que merece ser conhecido. 

Antes ele havia feito outro clássico, o terror “Drácula” com Bela Lugosi como protagonista, que aqui novamente faz o papel de vampiro, porém num filme que é mais uma homenagem ao gênero do que propriamente um terror. 

Pena que Browning tenha trabalhado apenas até 1939, depois sendo praticamente esquecido.

sábado, 3 de setembro de 2016

Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei

Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei (Brasil, 2009) – Nota 8
Direção – Micael Langer, Calvito Leal & Cláudio Manoel
Documentário

No final dos anos sessenta, a popularidade do cantor, apresentador e showman Wilson Simonal era gigantesca. Comandando um programa de auditório na TV Record, que era a grande emissora da época e fazendo dezenas de shows no ano, Simonal estava no auge da carreira. Em 1970, ele viajou para o México com a seleção brasileira de futebol que foi tri-campeã do mundo, inclusive ficando no mesmo hotel e sendo tratado como integrante da delegação. 

No ano seguinte, tudo mudou. Simonal se envolveu numa situação absurda. Ele acreditava que seu contador o estava roubando. Utilizando de sua influência, conseguiu que alguns policiais do temido DOPS levassem o sujeito para uma interrogatório, ou pior, uma sessão de tortura. O escândalo veio à tona e Simonal foi acusado de ser colaborador da ditadura. A partir daí, ele se tornou um pária no meio artístico. Durante os vinte anos seguintes, ele sumiu dos programas de tv, não gravou mais nada e seus shows praticamente não existiram. 

Este doc detalha a jornada do artista mostrando os vários lados. Com depoimentos de figuras importantes como Miéle, Chico Anísio, do escritor Ziraldo e de seus filhos Max de Castro e Wilson Simoninha, o espectador descobre que além do talento, Simonal também tinha um ego enorme, fato que causava inveja em muita gente. Seu erro absurdo foi o gatilho que muitos esperavam para derrubá-lo. 

Por outro lado, é extremamente triste como ele tentou limpar seu nome nos últimos anos de vida, conseguindo até ir em alguns programas de tv nos anos noventa. As poucas imagens dele em um determinado programa, mostram um sujeito abatido, bem diferente do jovem que regia massas em shows. 

Eu cresci nos anos oitenta e cansei de ouvir o nome de Simonal, mas confesso que somente nos anos noventa percebi que eram apenas menções, pois ele jamais aparecia em programa algum. Vale destacar que outros artistas também sofreram este boicote da mídia após serem acusados de apoio ao governo militar. 

Dois exemplos famosos são a dupla Dom e Ravel e a banda Os Incríveis, que fizeram muito sucesso no início dos anos setenta e que também foram acusados pela esquerda de apoiar a ditadura porque gravaram o clássico “Eu Te Amo Meu Brasil”. 

O doc traz ainda um depoimento exclusivo do contador, que esclarece em detalhes o que ocorreu, mas também deixa dúvidas sobre até que ponto era a relação de Simonal com os agentes do DOPS ou com o próprio governo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

The Secret

The Secret (The Secret, Inglaterra, 2016) – Nota 7,5
Direção – Nick Murphy
Elenco – James Nesbitt, Genevieve O’Reilly, Patrick O’Kane, Nina Woods, Stuart Graham.

Corelaine, Irlanda do Norte, 1990. Colin Howell (James Nesbitt) é um dentista casado com Lauren (Nina Woods) e pai de quatro filhos pequenos.

Mesmo sendo extremamente religioso, Colin sente-se atraído por Hazel (Genevieve O’Reilly), que é casada com Victor (Patrick O‘Kane) com quem tem dois filhos. A atração é correspondida e Colin e Hazel se tornam amantes. 

Após serem descobertos e repreendidos pelo pastor da Igreja Batista a qual frequentam, eles confessam e pedem perdão aos companheiros, porém continuam o caso novamente às escondidas. Obcecado em ficar com Hazel, Colin planeja uma atitude extrema, que mudará para sempre a vida dos dois. 

Baseado em uma história real ocorrida entre 1990 e 2011, esta minissérie em quatro capítulos enfoca temas polêmicos como adultério, culpa, desejo sexual e religião. 

O grande destaque é a atuação de James Nesbitt, que cria um personagem complexo, que é ao mesmo tempo um pai amoroso e um religioso fanático, que em alguns momentos se mostra um psicopata frio, capaz de atitudes extremas que ele credita a vontade de Deus. 

Como informação, o ator James Nesbitt é nascido em Corelaine, a cidade onde ocorreu esta história.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Bone Tomahawk

Bone Tomahawk (Bone Tomahawk, EUA / Inglaterra, 2015) – Nota 7,5
Direção – S. Criag Zahler
Elenco – Kurt Russell, Patrick Wilson, Matthew Fox, Richard Jenkins, Lili Simmons, David Arquette, Sid Haig, Fred Melamed, Evan Jonigkeit, Kathryn Morris.

Durante uma fuga após assaltarem e matarem alguns vaqueiros, uma dupla de bandidos (Sid Haig e David Arquette) invade um cemitério indígena. Eles são atacados por selvagens e apenas um consegue fugir. 

Alguns dias depois, o sujeito chega a pequena cidade de Bright Hope e não demora para entrar em conflito com o xerife Hunt (Kurt Russell). Ele termina preso, mas o que ninguém na imagina é que os índios selvagens estão no encalço do sujeito. 

Os índios sequestram o assassino e mais duas pessoas, obrigando o xerife, seu assistente (Richard Jenkins), um vaqueiro com a perna fraturada e imobilizada (Patrick Wilson) e um pistoleiro (Matthew Fox) a seguirem em caçada por um território desconhecido. 

O grande mérito deste western é fugir do lugar comum do gênero, mesmo que a premissa lembre o clássico “Rastros de Ódio” de John Ford. O ritmo cadenciado da narrativa difere das perseguições alucinadas, sendo valorizada pelos ótimos diálogos, principalmente o falatório sem fim do personagem de Richard Jenkins. 

A tensão surge na meia-hora final, quando entram em cena os selvagens e a violência explode, transformando o longa quase num terror B. 

O filme marca a promissora estreia do diretor S. Craig Zahler, que também escreve o roteiro. 

Como curiosidade, o astro Kurt Russell repete o visual barbudo e cabeludo de “Os Oito Odiados”.