domingo, 31 de março de 2019

Bom Comportamento

Bom Comportamento (Good Time, EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – Benny Safdie & Josh Safdie
Elenco – Robert Pattinson, Benny Safdie, Buddy Duress, Taliah Webster, Jennifer Jason Leigh, Barkhad Abdi, Necro.

Connie (Robert Pattinson) resgata seu irmão Nick (Benny Safdie) de uma instituição psiquiátrica e o leva para participar do assalto a um banco. A situação sai do controle e Nick termina preso. 

Desesperado, Connie procura ajuda para pagar a fiança do irmão, porém uma sucessão de fatos inesperados transforma a noite do ladrão em um inferno. 

Os irmão Benny e Josh Safdie entregam um interessantíssimo longa que lembra os trabalhos de Michael Mann, principalmente na belíssima fotografia noturna e na marcante trilha sonora. 

A trama policial que dura um dia e uma noite é repleta de personagens incomuns e acontecimentos que variam entre o bizarro e o violento. A dupla de diretores mostra que tem potencial para uma bela carreira. 

Vale destacar também a atuação de Robert Pattinson, que a cada novo trabalho demonstra talento para personagens fortes e assim se afasta da marca de astro adolescente da série “Crepúsculo”. 

Para quem gosta de filmes policiais criativos, este longa é uma ótima opção.

sábado, 30 de março de 2019

O Experimento de Aprisionamento de Stanford

O Experimento de Aprisionamento de Stanford (The Stanford Prison Experiment, EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Kyle Patrick Alvarez
Elenco – Billy Crudup, Michael Angarano, Ezra Miller, Tye Sheridan, Moises Arias, Nicholas Braun, Gaius Charles, Keir Gilchrist, Ki Hong Lee, Thomas Mann, Logan Miller, Johnny Simmons, James Wolk, Nelsan Ellis, Olivia Thirlby.

Universidade de Stanford na Califórnia, férias de verão de 1971.

O psicólogo Phil Zimbardo (Billy Crudup) oferece um valor para estudantes participarem de um experimento de duas semanas sobre os efeitos da vida na prisão.

O grupo de estudantes é dividido entre guardas e prisioneiros. O que para alguns a princípio parece ser uma brincadeira tranquila, rapidamente se transforma numa verdadeira guerra dentro das salas da universidade que foram adaptadas como celas.

Baseado em um famoso e absurdo experimento real, este longa mostra como o poder mexe com a cabeça de muitas pessoas. O uniforme de guarda e o poder de autoridade levam pessoas comuns a cometerem atos cruéis, como se não fossem eles, mas sim personagens que estivessem interpretando.

O filme é interessante analisando apenas como cinema, porém indicado para pessoas fortes. As cenas de humilhação e submissão revoltam, assim como o ego do psicólogo responsável pelo estudo, que mesmo sendo criticado por colegas, até hoje ganha a vida com palestras e livros sobre o experimento.

Esta história tem uma versão alemã de 2001 com qualidade superior chamada “A Experiência”, que foi dirigida por Oliver Hirschbiegel.

sexta-feira, 29 de março de 2019

Amor Impossível & O Inglês que Subiu a Colina e Desceu a Montanha


Amor Impossível (Salmon Fishing in the Yemen, Inglaterra, 2011) – Nota 6,5
Direção – Lasse Hallstrom
Elenco – Ewan McGregor, Emily Blunt, Amr Waked, Kristin Scott Thomas, Tom Mison, Rachael Stirling, Conleth Hill.

Alfred Jones (Ewan McGregor) é um funcionário do Ministério da Pesca na Inglaterra especialista na criação de peixes. Ele é obrigado por seu chefe (Conleth Hill) e por uma assessora do governo (Kristin Scott Thomas) a participar de uma reunião com Harriet (Emily Blunt), que trabalha para um sheik do Iémen (Amr Waked) que deseja construir um lago artificial para criação de salmão em pleno deserto. Mesmo a contragosto e apresentando um projeto maluco, Alfred é contratado pelo sheik. 

A premissa absurda que começa pelo estranho título é na verdade um gancho para um drama romântico. Além do projeto, o roteiro explora o casamento falido de Alfred e o relacionamento de Harriet com um soldado que está lutando no Afeganistão, sem contar o personagem do sheik que solta frases como se fosse um guru de autoajuda. 

O filme ganha pontos pela química entre a dupla principal e pela bizarrice do projeto. Uma sequência de ação bem fraquinha que destoa do contexto é um dos pontos falhos. A premissa poderia ter rendido um filme melhor.;

O Inglês que Subiu a Colina e Desceu a Montanha (The Englishman Who Went Up a Hill But Came Down a Mountain, Inglaterra, 1995) – Nota 7
Direção – Christopher Monger
Elenco – Hugh Grant, Tara Fitzgerald, Colm Meaney, Ian McNeice, Ian Hart, Kenneth Griffith.

País de Gales, 1917. Os cartógrafos ingleses Reginald (Hugh Grant) e George (Ian McNeice) chegam a uma pequena cidade que tem como maior orgulho da população uma montanha nos arredores do local. O trabalho dos cartógrafos é medir a altura da montanha. 

Tratados como convidados de honra a princípio, tudo muda quando eles terminam a medição e confirmam que na verdade aquilo seria uma colina e não uma montanha.

O fato desperta a ira dos moradores, principalmente Morgan “The Goat” (Colm Meaney), que vê a atitude dos forasteiros como uma ofensa. Surge a ideia de carregar terra colina acima para aumentar a altura até chegar no mínimo de uma montanha. 

Esta típica comédia inglesa é uma obra inofensiva que brinca com a questão do orgulho popular. As pessoas de fora se tornam inimigas ao questionarem aquilo que os moradores consideram importante, mesmo que não seja algo verdadeiro.

O roteiro explora o conflito de uma forma cômica em algumas sequências e ainda cria um interesse romântico para o personagem de Hugh Grant com o intuito de amenizar ainda mais a trama. 

É basicamente uma sessão da tarde inglesa.

quinta-feira, 28 de março de 2019

Assunto de Família

Assunto de Família (Manbiki Kazoku, Japão, 2018) – Nota 8
Direção – Hirokazu Koreeda
Elenco – Lily Franky, Sakura Andô, Mayu Matsuoka, Jyo Kairi, Miyu Sasaki, Sosuke Ikematsu.

Osamu (Lily Franky) é um ladrão pé-de-chinelo que ensina seus conhecimentos para seu filho adolescente Shota (Jyo Kairi). 

Em um certo dia, Osamu encontra uma garotinha (Miyu Sasaki) brincando sozinha na porta de uma casa vazia. Ele decide levar a garota para casa e devolvê-la no dia seguinte. 

Rapidamente a garota ganha a simpatia da família de Osamu, que vive com a esposa, uma cunhada e a avó. O tempo passa e a garotinha se torna membro da família, que por seu lado esconde segredos que serão revelados aos poucos de forma surpreendente. 

Depois do mediano “O Terceiro Assassinato”, o diretor japonês Hirokazu Koreeda volta aos filmes sobre dramas familiares incomuns. A proposta aqui é fazer o espectador pensar sobre dois temas complexos. 

O primeiro seria até que ponto algo pode ser considerado certo ou errado e o segundo o que seria realmente uma família. Na visão do mundo de Koreeda tudo tem que ser analisado de vários lados. 

A cada novo filme ele comprova ser o melhor diretor japonês da atualidade.

quarta-feira, 27 de março de 2019

White Boy Rick

White Boy Rick (White Boy Rick, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Yann Demange
Elenco – Matthew McConaughey, Richie Merritt, Bel Powley, Jennifer Jason Leigh, Brian Tyree Henry, Rory Cochrane, Eddie Marsan, RJ Cyler, Jonathan Majors, Taylour Page, Bruce Dern, Piper Laurie.

Detroit, anos oitenta. Richard Wershe (Matthew McConaughey) é um vendedor de armas que se vê enrolado com a polícia quando um de seus produtos é utilizado para um crime. 

Uma dupla de agentes do FBI (Jennifer Jason Leigh e Rory Cochrane) convence o filho de Richard, o adolescente Rick (Richie Merritt) a se tornar informante em troca da liberdade do pai. 

Tendo amizade com membros de uma gangue, Rick aceita a proposta para vigiá-los, ao mesmo tempo em que ele mesmo começa a vender drogas. 

Este longa do diretor francês Yann Demange (do competente “71 – Esquecido em Belfast”) é baseado numa absurda história real em que personagem algum é honesto. 

A periferia de Detroit dos anos oitenta é mostrada como um local dominado por traficantes, repleto de drogados e policiado por agentes da lei corruptos. 

Além da interessante trama, o filme tem como destaque mais um ótima interpretação de Matthew McConaughey, sempre vivendo papéis marcantes. A inglesa Bel Powley também entrega uma boa atuação como a filha drogada do protagonista. 

Os créditos finais explicando as consequências da história mostram como a situação terminou de forma ainda mais absurda do que a premissa.    

terça-feira, 26 de março de 2019

Pequena Grande Vida

Pequena Grande Vida (Downsizing, EUA / Noruega, 2017) – Nota 6
Direção – Alexander Payne
Elenco – Matt Damon, Christoph Waltz, Hong Chau, Kristen Wiig, Rolf Lassgard, Ingjerd Egeberg, Udo Kier, Soren Pilmark, Jason Sudeikis, Maribeth Monroe, James Van Der Beek, Tom Driscoll, Neil Patrick Harris, Laura Dern, Margo Martindale.

Uma dupla de cientista suecos (Rolf Lassgard e Soren Pilmark) descobre uma forma de encolher as pessoas. A princípio a descoberta é divulgada como uma forma de salvar o planeta, pois pessoas em miniatura consumiriam uma quantidade ínfima de alimentos e produtos.

Dez anos depois, cidades miniaturas foram construídas paras as pessoas que quiserem participar da experiência de serem encolhidas. Sonhando com uma vida sem preocupações com dinheiro e uma casa melhor, o casal Paul (Matt Damon) e Audrey (Kristen Wiig) decide enfrentar o processo de encolhimento. Uma atitude inesperada mudará completamente a vida de Paul. 

A premissa explorada no roteiro escrito pelo diretor Alexander Payne é criativa e com um ótimo potencial, mas infelizmente o desenvolvimento da história deixa a desejar. São várias boas ideias que se perdem em meio a uma história bobinha e um personagem totalmente sem carisma interpretado por Matt Damon. 

São interessantes as tentativas de mostrar que independente do tamanho, o ser humano sempre apresentará os mesmo problemas de caráter e ambição, a questão da crítica às pessoas que seguem novos modelos de vida que são semelhantes a uma seita, além da injustiça social e do exagero dos ambientalistas que acreditam na destruição total da natureza e no consequente fim da civilização. 

Apesar de tantos tópicos interessantes, o melhor do filme acaba sendo a personagem da refugiada vietnamita vivida pela engraçada Hong Chau. Ela rouba o filme em praticamente todas as cenas que aparece. 

O resultado fica bem abaixo do esperado.

segunda-feira, 25 de março de 2019

A Garota na Névoa

A Garota na Névoa (La Ragazza Nella Nebbia, Itália / Alemanha / França, 2017) – Nota 7,5
Direção – Donato Carrisi
Elenco – Toni Servillo, Alessandro Boni, Lorenzo Richelmy, Jean Reno, Galatea Ranzi, Michela Cescon, Lucrezia Guidone, Greta Scacchi.

Nos dias atuais, o veterano agente policial Vogel (Tony Servillo) é entrevistado por um psiquiatra (Jean Reno) após se envolver em um acidente numa pequena cidade no interior da Itália. 

O acidente está ligado ao caso de uma adolescente de dezesseis anos que desapareceu no caminho entre sua casa e a congregação religiosa a qual sua família pertencia. Vogel foi o responsável pela investigação que será detalhada ao espectador em flashbacks. 

Tendo ajuda apenas de outro agente (Lorenzo Richelmy) e dos poucos policiais da cidade, o orgulhoso Vogel utilizou uma jornalista para divulgar pequenas pistas que poderiam levar ao provável sequestrador. 

Quando um professor (Alessandro Boni) surge como suspeito, a situação sai do controle e a cidade se vira contra o homem, mesmo sem ter certeza de que ele seja o culpado. 

Baseado em um livro do próprio diretor Donato Carrisi, este longa explora questões atuais interessantes, como o policial arrogante que deseja resolver o crime a qualquer custo e o papel canalha da imprensa que deseja apenas audiência, sem se preocupar se vidas serão destruídas. 

O roteiro é muito bem amarrado e entrega pelo menos duas reviravoltas criativas. 

O ótimo Toni Servillo, ator habitual dos filmes de Paolo Sorrentino, está perfeito como o policial que acredita estar acima da lei. 

O resultado é bom filme de suspense policial que prende a atenção do início ao fim.

domingo, 24 de março de 2019

Amor e Revolução

Amor e Revolução (Colonia, Alemanha / França / Luxemburgo / Inglaterra / EUA, 2015) – Nota 6
Direção – Florian Gallenberger
Elenco – Emma Watson, Daniel Bruhl, Michael Nyqvist, Richenda Carey, Vicky Krieps, Jeanne Werner.

Santiago do Chile, 1973. Dias antes do golpe militar que derrubou o presidente socialista Salvador Allende, o fotógrafo alemão Daniel (Daniel Bruhl) elabora cartazes para estudantes que apoiam o governo. 

No dia do golpe, Daniel é preso junto com sua namorada Lena (Emma Watson), que trabalha como comissária de bordo. Enquanto a jovem é libertada dias depois, Daniel é enviado para o interior do país, para um local conhecido como “Colônia Dignidade”, que abriga uma espécie de seita religiosa comandada pelo alemão Paul Schafer (Michael Nyqvist). 

O sujeito que fora nazista durante a guerra, se tornou um líder religioso fanático que abriu sua colônia como espaço para os militares utilizarem como prisão. Desesperada, Lena decide ir até o local para tentar salvar o namorado. 

O roteiro explora uma história real para mostrar como funcionava a nefasta “Colônia Dignidade”, que pode entrar na lista das várias aberrações criadas pelo ser humano. 

Por mais que a trama seja interessante, o filme é bastante irregular. A parte inicial que vai até a prisão do protagonista é bastante ingênua e o clímax no final beira o absurdo, passando a impressão de que o diretor queria criar suspense a qualquer custo. 

O melhor do filme são as sequências na colônia que envolvem opressão, violência e abusos, fatos confirmados em parte pelas fotos nos créditos finais.

sábado, 23 de março de 2019

O Assassino de Clovehitch

O Assassino de Clovehitch (The Clovehitch Killer, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Duncan Skiles         
Elenco – Charlie Plummer, Dylan McDermott, Samantha Mathis, Madisen Beaty, Brenna Sherman, Lance Chantiles Wertz.

Tyler (Charlie Plummer) é um adolescente que vive em uma aparentemente perfeita família de subúrbio.

Dividindo o tempo entre o colégio, a igreja e o trabalho como escoteiro ao lado do pai (Dylan McDermott), Tyler se surpreende ao encontrar uma foto na caminhonete da família. 

O garoto passa a desconfiar que o pai seja o “O Assassino de Clovehitch”, que dez anos atrás matou várias mulheres e jamais foi identificado. Ao lado da garota rebelde Kassi (Madisen Beaty), Tyler começa a investigar o pai. 

Este interessante longa explora uma trama de suspense que prende a atenção pela forma como os jovens investigam o suspeito. As questões da dúvida do garoto e da lealdade familiar também são colocadas em discussão. 

Mesmo sem grandes surpresas, o filme ganha pontos pela montagem criativa que leva até uma reviravolta no clímax. 

O resultado é uma boa opção para quem gosta do gênero. 

sexta-feira, 22 de março de 2019

Mar Sangrento & O Gosto da Vingança


Mar Sangrento (Hwanghae, Coreia do Sul, 2010) – Nota 7,5
Direção – Hong Ji Na
Elenco – Jung Woo Ha, Yoon Seok Kim.

Em Yanji, cidade da China que faz fronteira com a Rússia e a Coreia do Norte, o taxista Gu Nam (Jung Woo Ha) sofre por ter uma dívida com agiotas e pela distância da esposa que foi trabalhar na Coreia do Sul e desapareceu.

A chance de pagar a dívida surge quando um gângster local (Yoon Seok Kim) oferece dinheiro para ele matar um inimigo na Coreia do Sul. Desesperado, Gu Nam aceita a proposta, pensando também em procurar a esposa. O que ele não imagina é que o seu alvo pertence a uma perigosa organização criminosa.

Responsável pelo assustador “O Lamento” e o sensacional “O Caçador”, o diretor Hong Ji Na entrega aqui um longa violentíssimo que pode ser dividido em duas partes distintas. A primeira parte foca mais no suspense e nas artimanhas do protagonista para se aproximar do alvo, enquanto a segunda metade se transforma em um filme de ação insano. Sem disparar um tiro sequer, o diretor cria sequências sanguinárias com os personagens utilizando facas, machadinhas e todo tipo de objeto para ferir os inimigos.

É curioso citar que vilão (Yoon Seok Kim) e anti-herói (Jung Woo Ha) são os mesmos protagonistas do superior “O Caçador”, porém desta vez em papéis invertidos.

O resultado é um longa sangrento que faz jus ao título nacional.

O Gosto da Vingança (Dalkomhan Insaeng, Coreia do Sul, 2005) – Nota 7
Direção – Kim Jee Woon
Elenco – Byung Hun Lee, Min-a Shin, Yeong Cheol Kim, Jung Ni Hwang.

Sun Woo (Byung Hun Lee) é o gerente de um hotel que pertence ao mafioso Mr. Kang (Yeong Cheol Kim). Ele também faz serviços sujos para o chefe. Sua nova missão é vigiar a jovem amante do sujeito (Min-a Shin). O velho mafioso acredita que a garota tenha um namorado. Se a história for verdadeira, a missão de Sun Woo é assassinar os dois. O problema é que Sun Woo fica atraído pela jovem e decide não cumprir a ordem. 

O diretor Kim Jee Woon entregou filmes melhores, como o ótimo “Eu Vi o Diabo” e o divertido “Os Invencíveis”. Neste longa que comento ele explora a questão da vingança com as próprias mãos, tema comum ao cinema sul-coreano. 

O filme pode ser dividido em duas partes. A primeira foca na missão de Sun Woo e também no conflito entre ele e outro mafioso (Jung Ni Hwang). A segunda parte segue a porradaria total, começando com uma sessão de tortura e depois com uma pilha de corpos deixada pelo caminho. 

Mesmo sendo fã do cinema daquele país, considero este filme bom, porém abaixo de outros semelhantes. O roteiro é previsível e o ponto principal acaba sendo a violência.


quinta-feira, 21 de março de 2019

The Dark Side of the Moon

The Dark Side of the Moon (Die Dunkle Seite des Mondes, Alemanha / Luxemburgo / Inglaterra, 2015) – Nota 7
Direção – Stephan Rick
Elenco – Moritz Bleibtreu, Jurgen Prochnow, Nora von Waldstatten, André Hennicke, Doris Schretzmayer.

Urs (Moritz Bleitbreu) é um executivo de uma indústria farmacêutica que está liderando um processo de fusão com outra grande empresa. Uma determinada situação leva Urs a cruzar o caminho da jovem Lucille (Nora von Waldstatten). 

Mesmo casado com Evelyn (Doris Schretzmayer), ele se envolve com Lucille e aceita experimentar cogumelos alucinógenos. A “viagem” com a droga o transforma em uma pessoa diferente e perigosa. 

O filme é uma verdadeira viagem do protagonista ao inferno e coloca em discussão a questão de até que ponto uma droga pode despertar algo sinistro no usuário. A busca do personagem em descobrir o que aconteceu consigo mesmo é bastante interessante e também violenta. O filme perde alguns pontos pela passagem do tempo confusa e um pouca rápida. 

É um filme estranho, que foge do lugar comum, inclusive no final. 

quarta-feira, 20 de março de 2019

Mid90s

Mid90s (Mid90s, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Jonah Hill
Elenco – Sunny Suljic, Lucas Hedges, Katherine Waterston, Na-kel Smith, Olan Prenatt, Gio Galicia, Ryder McLaughlin.

Los Angeles, anos noventa. Stevie (Sunny Suljic) é um pré-adolescente que se sente isolado no mundo. 

Seu irmão mais velho (Lucas Hedges) o trata como saco de pancadas, enquanto sua mãe (Katherine Waterston) parece perdida em meio ao trabalho, as relações casuais com homens e a dificuldade em criar os filhos. 

A vida de Stevie ganha sentido quando ele faz amizade com um grupo de skatistas. É o início de uma fase de descobertas e erros. 

Este interessante longa marca a estreia na direção do ator Jonah Hill, que assina também o roteiro. Conhecido por comédias sem pudor, Jonah Hill explorou parte desta experiência para escrever os diálogos adolescentes cheios de gírias e palavrões, porém ao mesmo tempo conseguindo inserir uma enorme sensibilidade no desenvolvimento dos personagens. 

A princípio os skatistas parecem desajustados ao estilo dos filmes de Larry Clark, mas aos poucos descobrimos as histórias individuais e os sofrimentos enfrentados por cada um deles. 

O garoto Sunny Suljic entregue uma ótima interpretação misturando ingenuidade e vontade de experimentar. As situações vividas por ele e pelos amigos são típicas dos adolescentes dos anos noventa, época em que as aventuras na rua ainda não haviam sido trocadas pelos gadgets tecnológicos.

terça-feira, 19 de março de 2019

A Caminho da Fé

A Caminho da Fé (Come Sunday, EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Joshua Marston
Elenco – Chiwetel Ejiofor, Jason Segel, Condola Rashad, Lakeith Stanfield, Martin Sheen, Danny Glover.

Carlton Pearson (Chiwetel Ejiofor) é um respeitado pastor de uma congregação protestante na cidade de Tulsa.

Após um fato ocorrido com seu tio (Danny Glover) e ao ver pela tv uma reportagem sobre pessoas morrendo de fome na África, Carlton afirma em culto para seus seguidores que todas as pessoas serão salvas do pecado, mesmo aquelas que não seguem a religião. 

A afirmação é recebida com surpresa pelo seu braço-direito na igreja (Jason Segel) e por seu mentor (Martin Sheen), que é reitor da universidade local. Pressionado, Carlton precisa decidir entre voltar atrás nas palavras para agradar as pessoas ao seu redor ou enfrentar as consequências por dizer algo em que acredita. 

Baseado em uma história real, este longa coloca em discussão a questão da fé baseada no medo. O ponto principal da crise provocada pelas palavras do pastor é fazer com que as pessoas acreditem que o inferno não existe, o que bate de frente com os dogmas de várias religiões que mantém os fiéis controlados através do medo de morrer e ir para o inferno. Para muitos, dizer que o inferno não existe acarretaria nas pessoas se afastando da igreja, ou seja, a empresa perderia seus clientes. 

Por mais que o tema seja interessante, o filme perde pontos pela narrativa arrastada. Quase todo o filme foca na crise que o protagonista vivido por Chiwetel Ejiofor precisa enfrentar. O resultado é no máximo razoável.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Sem Perdão

Sem Perdão (Shot Caller, EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – Ric Roman Waugh
Elenco – Nicolaj Coster Waldau, Omari Hardwick, Lake Bell, Jon Bernthal, Emory Cohen, Holt McCallany, Jeffrey Donovan, Evan Jones, Juan Pablo Raba, Matt Gerald, Max Greenfield, Benjamin Bratt, Jessy Schram.

Após vários anos preso, Jacob “Money” (Nicolaj Coster Waldau) ganha a liberdade. Recebido por um amigo (Jon Bernthal), rapidamente descobrimos que ele faz parte de uma gangue neonazista e que precisa cumprir uma missão. 

Em seguida, a trama intercala sequências em flashback detalhando como era a vida de Jacob antes da prisão e como os anos na cadeia o transformaram em outra pessoa. 

O diretor e roteirista Ric Roman Waugh tinha uma sólida carreira como dublê quando decidiu tentar a sorte como diretor. Antes deste trabalho ele havia entregado dois bons filmes policiais. O agitado “O Acordo” com Dwayne Johnson e o surpreendente “Felon” com Stephen Dorff e Val Kilmer, longa que também se passa em uma prisão e tem várias semelhanças com a obra que comento aqui. 

Este “Sem Perdão” surpreende pela complexa trama muito amarrada e a narrativa desenvolvida de forma competente, prendendo a atenção do início ao fim, com direito a uma pequena surpresa no desfecho. 

Waugh explora com talento e criatividade os clichês dos filmes de prisão, como as brigas no páteo, as armas improvisadas e o ódio racial, além de intercalar com um trama policial paralela sobre uma negociação criminosa. 

O ótimo Nicolaj Coster Waldau acerta na forma de como seu personagem se desenvolve e principalmente como consegue enfrentar os obstáculos com extrema inteligência. 

É um filme que não teve destaque quando foi lançado, mas que merece ser mais conhecido. 

domingo, 17 de março de 2019

Um Sonho Distante

Um Sonho Distante (Far and Away, EUA, 1992) – Nota 6,5
Direção – Ron Howard
Elenco – Tom Cruise, Nicole Kidman, Thomas Gibson, Robert Prosky, Barbara Babcock, Cyril Cusack, Colm Meaney, Michelle Johnson, Jared Harris.

Irlanda, 1862. Joe Donnelly (Tom Cruise) é o filho mais novo de um velho fazendeiro que morre após um conflito. Joe e seus irmãos são expulsos de casa pelo capataz (Thomas Gibson) que trabalha para o dono das terras (Robert Prosky). 

Disposto a vingar a morte do pai, Joe tenta matar o fazendeiro e falha, mas termina chamando a atenção da jovem filha do sujeito, a bela e rebelde Shannon (Nicole Kidman). Shannon convence Joe a fugir e juntos viajam de navio até os Estados Unidos em busca de uma nova vida. 

Lançado na época como se fosse um épico dividido em três partes que se passam na Irlanda, em Boston e por fim nas planícies de Oklahoma, este longa fracassou nas bilheterias americanas e também sofreu com as críticas ruins de forma merecida. 

Por mais que a produção seja caprichada e entregue algumas boas cenas de brigas, além da cavalgada final, o filme perde pontos pela longa duração que resulta em uma narrativa irregular e pela forma como o diretor Ron Howard insere pitadas de comédia em algumas sequências, principalmente nas briguinhas bobas entre o casal de protagonistas. 

As atuações quase juvenis de Tom Cruise e Nicole Kidman também não ajudam. Por sinal, o filme foi um veículo produzido especialmente para o então casal que era a sensação do momento no mundo das celebridades.

sábado, 16 de março de 2019

O Novato & O Assassino: O Primeiro Alvo


O Novato (The Recruit, EUA, 2003) – Nota 7
Direção – Roger Donaldson
Elenco – Al Pacino, Colin Farrell, Bridget Moynahan, Gabriel Macht, Kenneth Mitchell.

James Clayton (Colin Farrell) é um universitário que desenvolveu um avançado projeto de criptografia de dados e por este motivo passou a receber convites de grandes empresas. Tudo muda quando ele é procurado por Walter Burke (Al Pacino), um recrutador da CIA que diz saber detalhes da morte de seu pai. 

Instigado, James aceita o convite para se tornar agente. Ele é levado para uma fazenda e ao lado de vários jovens inicia um duríssimo treinamento envolvendo lutas, torturas e humilhações. Aos poucos, James começa a desconfiar de que algo errado está ocorrendo naquele local. 

Os pontos altos do longa são a disputa entre os personagens de Colin Farrell e Al Pacino, além das várias reviravoltas do roteiro. Mesmo não sendo um primor, o roteiro acerta ao deixar o espectador e o protagonista em dúvida sobre em quem confiar. Algumas boas cenas de tensão e ação também fazem parte do cardápio. 

Não chega a ser um filme marcante, mas prende a atenção dos fãs do gênero.

O Assassino: O Primeiro Alvo (American Assassin, EUA, 2017) – Nota 6
Direção – Michael Cuesta
Elenco – Dylan O’Brien, Michael Keaton, Taylor Kitsch, Sanaa Lathan, Shiva Negar, David Suchet, Scott Adkins, Navid Negahban, Charlotte Vega.

Passando férias com a noiva nas praias de Ibiza, Mitch Rapp (Dylan O’Brien) é surpreendido por um ataque terrorista. Ele fica ferido e sua noiva é assassinada. Enquanto se recupera fisicamente, Mitch planeja vingança. Na busca pelo terrorista que organizou o ataque, Mitch é interceptado por agentes da CIA. Ele termina recrutado por uma agente (Sanaa Lathan) e enviado para ser treinado por outro veterano agente (Michael Keaton), que tem uma espécie de escola para mercenários. 

Este longa pode ser comentado por dois ângulos. Ele é competente nas sequências de ação intercalando tiros, lutas e perseguições. Por outro lado, o desenrolar da trama deixa bastante a desejar. O exagero dramático e até piegas da sequência inicial do casal na praia, além da forma ingênua como o protagonista tenta se vingar são apenas o começo de várias soluções que não funcionam, além de um caminhão de clichês, incluindo o aluno rebelde (Taylor Kitsch) que também busca vingança contra seu mentor. 

O resultado é um filme de ação genérico e totalmente esquecível.

sexta-feira, 15 de março de 2019

Bob Lazar: Area 51 & Flying Saucers

Bob Lazar: Area 51 & Flying Saucers (Bob Lazar: Area 51 & Flying Saucers, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Jeremy Kenyon Lockyer Corbell
Narração – Mickey Rourke
Documentário

Em 1989, o jornalista George Knapp entrevistou um homem que a princípio não se identificou e que afirmava ter trabalhado em um projeto secreto do governo americano na chamada Área 51 no deserto de Nevada. 

O projeto consistia em estudar e desenvolver uma tecnologia desconhecida na Terra, que aparentemente havia sido descoberta em contatos com naves alienígenas. Não demorou para o sujeito ser identificado e decidir dar uma entrevista de cara limpa. 

O homem era Bob Lazar, um jovem engenheiro que foi recrutado pelo governo e que ao mesmo tempo ficou assustado e fascinado com o projeto. A vida de Lazar virou de cabeça para baixo. Tratado como maluco por muitos e vigiado pelo governo, ele terminou se afastando das câmeras. 

Quase trinta anos depois, o documentarista Jeremy Kenyon Lockyer Corbell convenceu Lazar a contar novamente sua história. Por mais que seja difícil acreditar em alienígenas e tecnologias desconhecidas, algumas coisas que Lazar contou em 1989 se tornaram realidades, como o caso do scanner de ossos utilizado por uma empresa americana. 

Neste doc de 2018 ele repetiu tudo que disse em 1989, inclusive tendo passado pelo teste do polígrafo. Lazar por várias vezes cita que não ganhou nada contando sua história, pelo contrário, sua vida ficou muito mais difícil após o fato. 

Ao final do doc fica a clara sensação de que ele realmente foi testemunha de algo extraordinário. 

É um doc indicado para quem tem curiosidade sobre o tema.

quinta-feira, 14 de março de 2019

Salyut-7

Salyut-7 (Salyut-7, Rússia, 2017) – Nota 7
Direção – Klim Shipenko
Elenco – Vladimir Vdovichenkov, Pavel Derevyanko, Aleksandr Samoylenko, Mariya Mironova, Oksana Fandera, Lyubov Aksyonova.

União Soviética, junho de 1985. A estação espacial Salyut-7 apresenta problemas e fica à deriva no espaço. Sem tripulação para fazer o conserto, a estação em pouco tempo cairá na Terra e poderá causar uma tragédia. 

Desesperados para resolver o problema antes dos americanos, os russos desejam acoplar uma segunda nave na estação, fato que jamais havia sido feito no espaço. 

O único astronauta apto para o trabalho quase suicida é Fedorov (Vladimir Vdovichenkov), que estava afastado do programa espacial russo após alegar ter visto anjos no espaço em sua última viagem. Ele é enviado para a nova missão ao lado do engenheiro espacial Alekhin (Pavel Derevyanko), para tentar fazer o milagre. 

Baseado numa história real, esta caprichada produção russa segue a linha hollywoodiana do gênero, criando tensas sequências de suspense dentro da estação espacial e também do lado de fora com os astronautas tentando fazer o reparo a todo custo. 

O roteiro explora também o drama das esposas dos astronautas e do chefe do programa espacial que é pressionado por seus superiores e também sofre tentando salvar os amigos na missão. 

Para quem gosta do gênero, este longa é uma boa opção.

quarta-feira, 13 de março de 2019

A Vida em Si

A Vida em Si (Life Itself, EUA / Espanha, 2018) – Nota 7
Direção – Dan Fogelman
Elenco – Oscar Isaac, Olivia Wilde, Annette Bening, Mandy Patinkin, Jean Smart, Olivia Cooke, Sergio Peris Mencheta, Antonio Banderas, Laia Costa, Àlex Monner, Isabel Durant, Lorenza Izzo, Samuel L. Jackson.

Em Nova York, Will (Oscar Isaac) é um sujeito em depressão profunda que participa de sessões com uma psiquiatra (Annette Bening). Alternando passado e presente, o roteiro detalha porque Will chegou naquele estado e as consequências do mesmo fato na vida de outras pessoas. 

É um roteiro que consegue ser ao mesmo tempo previsível e complexo. Ele é dividido em quatro partes com nomes de personagens, explorando épocas e até cidades diferentes, porém a coincidência final é tipicamente hollywoodiana. 

O que encobre um pouco esta previsibilidade é a questão do tema do “narrador não confiável” utilizado por uma personagem em sua tese de universidade e repetido vários vezes durante o filme. 

A proposta é mostrar que a narração de uma história sempre é feita de acordo com a visão, a experiência e a memória afetiva do narrador, nem sempre relatando a verdade. Esta situação é detalhada no prólogo em que o ator Samuel L. Jackson interpreta ele mesmo narrando uma versão da história de vida do personagem de Oscar Isaac. 

O filme em si é irregular e as vezes resvala para o melodrama, principalmente na parte da história que se passa na Espanha. Eu considero uma obra interessante, mesmo com as falhas citadas.

terça-feira, 12 de março de 2019

Antiga Alegria

 Antiga Alegria (Old Joy, EUA, 2006) – Nota 5,5
Direção – Kelly Reichardt
Elenco – Daniel London, Will Oldham.

Mark (Daniel London) recebe uma ligação do antigo amigo Kurt (Will Oldham) o convidando para acampar numa floresta da região. Mark convence a esposa que está grávida e busca o amigo para passar o dia na floresta. 

Enquanto para Mark a aventura é uma espécie de sossego longe da vida ordinária que leva, Kurt vê o reencontro com o amigo como uma chance de relembrar o passado e quem sabe encontrar um novo caminho na vida. 

A proposta do roteiro escrito pela diretora Kelly Reichardt foca aparentemente em dois pontos. A amizade e a natureza. Se por um lado as locações em meio a estrada deserta beirando a floresta, os córregos e a natureza em si sejam agradáveis, por outro lado os diálogos entre os personagens parecem não chegar a lugar a algum. 

Por mais que eles conversem sobre diversos assuntos, tudo parece muito superficial e as vezes até sem sentido. Pouca coisa é explicada sobre a vida deles, ficando claro apenas que Mark é um sujeito comum, enquanto Kurt é um cara totalmente perdido na vida, situação mostrada na simbólica sequência final. 

É um filme lento, contemplativo e vazio.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Papillon

Papillon (Papillon, República Tcheca / Espanha / EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Michael Noer
Elenco – Charlie Hunnam, Rami Malek, Roland Moller, Yorick van Wageningen, Michael Socha, Eve Hewson, Joel Basman.

Paris, 1931. O ladrão Henry “Papillon” Charriere (Charlie Hunnam) é preso acusado injustamente de assassinato. Ele é condenado a prisão perpétua e enviado para uma colônia penal em uma ilha na antiga Guiana Francesa. 

No navio que transporta os detentos, Papillon se aproxima do famoso falsificador Louis Dega (Rami Malek), um sujeito rico que acredita que conseguirá reverter sua condenação. Enquanto Papillon cuidará da segurança de Dega, este financiará a fuga desejada pelo novo parceiro. 

Esta cruel história real foi levada às telas em 1973 com Franklin J. Schaffner na direção e os astros Steve McQueen e Dustin Hoffman nos papéis principais, resultando em um clássico. 

A refilmagem que comento é um bom filme, porém sofre na comparação com a força do original. Mesmo inserindo alguns detalhes a mais como o prólogo em Paris e uma sequência final explicando o destino de Papillon, este novo longa pouco tem a acrescentar na história para quem viu o original. 

Para a nova geração que não viu ou não conhece o filme de Schaffner, encontrará aqui uma obra correta sobre crueldade, injustiças e amizade.

domingo, 10 de março de 2019

Grande Coisa

Grande Coisa (Big Nothing, Inglaterra / Canadá, 2006) – Nota 6,5
Direção – Jean Baptiste Andrea
Elenco – David Schwimmer, Simon Pegg, Alice Eve, Natasha McElhone, Jon Polito, Mimi Rogers.

Em uma cidade na divisa dos EUA com o Canadá, Charlie (David Schwimmer) está frustrado por não conseguir editora para publicar seu primeiro livro. 

Precisando trabalhar para ajudar a esposa que é policial (Natasha McElhone) a cuidar de sua filha pequena, Charlie consegue um emprego em um call center. Ele é dispensado no primeiro dia, porém faz amizade com Gus (Simon Pegg), que diz precisar de dinheiro para pagar uma cirurgia urgente de sua filha. 

Gus acredita ter o plano perfeito para conseguir dinheiro. Extorquir um padre que visita regularmente sites de pornografia. Com ajuda de Josie (Alice Eve), Gus e Charlie decidem colocar o plano em prática. 

A trama policial é desenvolvida no estilo do humor negro inglês, com piadas cínicas a cargo de Simon Pegg, misturando com a o jeito bobalhão de David Schwimmer e a agitação de Alice Eve. É até divertida a forma como o plano dá errado e os bandidos precisam eliminar os demais envolvidos. 

O filme ainda entrega a habitual reviravolta final com direito a mais uma piada de humor negro.

sábado, 9 de março de 2019

Sr. Ninguém

Sr. Ninguém (Mr. Nobody, Bélgica / Alemanha / Canadá / França / EUA / Inglaterra, 2009) – Nota 8
Direção – Jaco Van Dormael
Elenco – Jared Leto, Sarah Polley, Diane Kruger, Linh Dan Pham, Rhys Ifans, Natasha Little, Toby Regbo, Juno Temple, Clare Stone, Daniel Mays.

Em 2092, aos cento e dezessete anos de idade, Nemo Nobody (Jared Leto) é o último homem mortal vivendo na Terra. 

Com um programa de tv esperando por sua morte, um jornalista (Daniel Mays) consegue entrar no hospital para entrevistar o velho homem. Ao descrever sua vida, Nemo mistura três histórias, cada uma delas com esposas e profissões diferentes. 

Este longa escrito e dirigido pelo belga Jaco Van Dormael, do recente “O Novíssimo Testamento”, tem como objetivo principal mostrar como nossas escolhas podem mudar completamente nossas vidas. 

O filme é bastante longo (duas horas e trinta e cinco minutos) e repleto de idas e vindas. A primeira parte foca na vida de Nemo quando criança e adolescente, mostrando sua relação com os pais (Rhys Ifans e Natasha Little) até uma determinada situação em que ele precisa fazer uma escolha cruel. 

A consequência desta escolha leva o roteiro a dividir a vida adulta de Nemo em três histórias diferentes, que se modificam também de acordo com suas escolhas nesta fase. 

Esta forma maluca de como a história é detalhada se casa perfeitamente com a ótima parte técnica, que cria sequências que misturam sonho, memórias e realidade de um jeito quase surreal. 

É um filme que faz as pessoas pensarem em suas próprias escolhas. Pare e pense em determinadas escolhas que o levaram a sua vida atual, seja nas relações pessoais ou na questão profissional. Depois imagine ter tomado decisões diferentes e no que elas teriam modificado sua vida. 

Este longa é uma experiência diferente, um pouco cansativa pela duração, mas que vale a pena para pensarmos um pouco sobre nós mesmos.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Nossa Vida Sem Grace

Nossa Vida Sem Grace (Grace Is Gone, EUA, 2007) – Nota 7
Direção – James C. Strouse
Elenco – John Cusack, Shélan O’Keefe, Grace Bednarczyk, Alessandro Nivola.

Ao receber a notícia de que sua esposa Grace morreu no Iraque, Stanley Phillips (John Cusack) não tem coragem de contar a verdade para suas filhas pequenas (Shélan O’Keefe e Grace Bednarczyk). 

Sem saber o que fazer, Stanley decide levar as garotas em uma viagem de carro até uma parque de diversões na Flórida. 

O roteiro escrito pelo diretor James C. Strouse explora o drama familiar através de um road movie de descobertas entre pai e filhas. 

O filme não tem grandes surpresas, o foco é o sofrimento do pai e a total insegurança em contar a verdade para as crianças. 

O longa ganha pontos na espontaneidade das meninas e nas atuações de John Cusack e Alessandro Nivola, este segundo vivendo o irmão do protagonista. 

É um filme sensível em sua simplicidade.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Um Segredo Entre Nós

Um Segredo Entre Nós (Fireflies in the Garden, EUA, 2008) – Nota 6,5
Direção – Dennis Lee
Elenco – Ryan Reynolds, Willem Dafoe, Emily Watson, Carrie Anne Moss, Julia Roberts, Ioan Gruffud, Hayden Panettiere, Shannon Lucio, Cayden Boyd, George Newbern.

Um acidente de automóvel termina com a morte de uma pessoa de uma família que estava prestes a se reunir. A tragédia faz segredos e frustrações virem à tona.

Michael (Ryan Reynolds) é o filho mais velho que escreveu um livro sobre a família e que pretende lançá-lo. Aparentemente ele conta segredos da tensa convivência com o pai (Willem Dafoe) quando era criança, das falhas da mãe em protegê-lo (Julia Roberts) e da relação com a tia (Emily Watson). Os fatos da infância de Michael (quando criança vivido por Cayden Boyd) são detalhados em flashbacks. 

A premissa de focar em famílias problemáticas é comum no cinema, muitas vezes rendendo filmes dolorosos ou de redenção. O roteiro do diretor Dennis Lee explora estas situações, porém deixando algumas perguntas sem resposta e criando uma espécie de perdão forçado no final. 

O desenvolvimento da trama é triste, principalmente nas cenas em flashback mostrando como um adulto pode ser cruel com uma criança ao tentar descontar suas frustrações. 

O ótimo elenco tem boas atuações e ajuda a apagar um pouco as falhas do roteiro. O resultado é no máximo mediano.

quarta-feira, 6 de março de 2019

Filmes Brasileiros - Resenhas Rápidas

O Invasor (Brasil, 2002) – Nota 8 
Direção– Beto Brant 
Elenco – Marco Ricca, Alexandre Borges, Paulo Miklos, Mariana Ximenes, Malu Mader, Chris Couto, George Freire, Sabotage.

Dois engenheiros (Alexandre Borges e Marco Ricca) armam um plano para assassinar o terceiro sócio (George Freire), mas não imaginam que após cometer o crime, o matador profissional (Paulo Miklos) decide se tornar sócio da empresa, transformando a vida da dupla em um pesadelo. Bom filme que mistura drama, suspense e policial com personagens desonestos e ambiciosos. Destaque também para a beleza de Malu Mader interpretando uma garota de programa

O Xangô de Baker Street (Brasil, 2001) – Nota 7
Direção – Miguel Faria Jr
Elenco – Joaquim de Almeida, Marco Nanini, Maria de Medeiros, Anthony O’Donnell, Claudia Abreu, Claudio Marzo, Thalma de Freitas, Caco Ciocler, Marcello Antony, Leticia Sabatella, Emiliano Queiroz, Antonio Pompeo, Jô Soares.

Divertido longa de ficção baseado no livro de Jô Soares que explora uma viagem de Sherlock Holmes (Joaquim de Almeida) ao Rio de Janeiro no século XIX. Os pontos altos são a ótima reconstituição de época e os diálogos que brincam com a diferença de costumes entre Holmes e os brasileiros.  Destaque para a sequência no terreiro de candomblé. O caso policial investigado pelo protagonista é previsível.

Boca de Ouro (Brasil, 1963) – Nota 7,5
Direção – Nelson Pereira dos Santos
Elenco – Jece Valadão, Odete Lara, Daniel Filho, Ivan Cândido, Mauricio do Valle.

Após a morte do excêntrico bicheiro Boca de Ouro (Jece Valadão), um jornalista (Ivan Cândido) tenta fazer uma reportagem sobre sujeito através de uma entrevista com a amante do falecido (Odete Lara). Baseado numa obra de Nelson Rodrigues, o filme detalha a vida bandido Boca de Ouro no submundo do Rio de Janeiro dos anos cinquenta.

O Que é Isso Companheiro? (Brasil, 1997) – Nota 6
Direção – Bruno Barreto
Elenco – Alan Arkin, Pedro Cardoso, Fernanda Torres, Luis Fernando Guimarães, Nelson Dantas, Matheus Nachtergaele, Caroline Kava, Fisher Stevens, Claudia Abreu, Selton Mello, Fernanda Montenegro, Milton Gonçalves, Caio Junqueira, Eduardo Moscovis.

Em 1969, um grupo revolucionário sequestrou o embaixador americano (Alan Arkin) exigindo a libertação de companheiros que estavam presos por crimes contra o governo. Baseado em um livro do jornalista e político Fernando Gabeira, que participou do sequestro, este longa foi uma tentativa de alçar um produção brasileira ao nível internacional, porém resultou em uma obra comercial no máximo mediana. As poucas cenas de tensão não convencem.

Guerra de Canudos (Brasil, 1997) – Nota 6,5
Direção – Sergio Rezende
Elenco – José Wilker, Paulo Betti, Marieta Severo, Claudia Abreu, Selton Mello, Roberto Bontempo, José de Abreu, Tuca Andrada, Tonico Pereira.

Esta superprodução brasileira resultou em uma obra irregular baseada na história de Antonio Conselheiro (José Wilker) que liderou uma revolução no interior da Bahia no final século XIX e que terminou em tragédia. As quase três de duração são cansativas, assim como as interpretações e a narrativa que não conseguem fugir do estilo das obras para tv. 

Quem Matou Pixote? (Brasil, 1996) – Nota 6
Direção – José Joffily
Elenco – Cassiano Carneiro, Luciana Rigueira, Joana Fomm, Tuca Andrada, Roberto Bomtempo, Maria Luisa Mendonça, Anselmo Vasconcelos.<

O sucesso do filme “Pixote” em 1981 deu chance ao protagonista Fernando Ramos da Silva (Cassiano Carneiro) trabalhar como ator, porém a falta de estudo, de uma família estruturada e seus próprios erros o levaram de volta ao ostracismo, em seguida ao crime e a sua morte aos dezenove anos. O filme tenta romantizar a história real, colocando o jovem como uma vítima do sistema em relação ao fracasso na carreira. Vale citar que do elenco de garotos desconhecidos em “Pixote”, Fernando foi o único que teve chance de fazer uma carreira como ator.

A Maldição do Sanpaku (Brasil, 1991) – Nota 6
Direção – José Joffily
Elenco – Patricia Pillar, Felipe Camargo, Roberto Bomtempo, Sergio Britto, Anselmo Vasconcelos, Rogéria, Jonas Bloch, Nelson Dantas.

Um ladrão pé-de-chinelo (Roberto Bomtempo) rouba uma pedra preciosa e por isso se torna alvo de uma quadrilha. Para tentar se safar, o sujeito envolve no crime seu melhor amigo (Felipe Camargo) e a namorada deste (Patricia Pillar). O longa tenta copiar o estilo noir misturado com a malandragem do brasileiro sem muito sucesso. A narrativa arrastada e a falta de ação também não ajudam. 

Baile Perfumado (Brasil, 1997) – Nota 6
Direção – Paulo Caldas & Lírio Ferreira
Elenco – Duda Mamberti, Luís Carlos Vasconcelos, Aramis Trindade, Chico Diaz, Claudio Mamberti, Giovanna Gold, Jofre Soares.

Década de trinta, nordeste brasileiro. Um vendedor libanês (Duda Mamberti) decide arriscar a vida para filmar o dia a dia do bando de Lampião (Luís Carlos Vasconcelos). O sujeito acredita que o filme o deixará rico assim que Lampião for assassinado. O filme explora a folclórica e violenta história do cangaceiro Lampião através de uma narrativa que insere pitadas de humor. O filme fez sucesso com a crítica, mas está longe de ser uma obra que agrade ao público em geral.

A Terceira Morte de Joaquim Bolivar (Brasil, 2000) – Nota 5
Direção – Flávio Cândido
Elenco – Sérgio Siviero, Othon Bastos, Jonas Bloch, Antonio Pitanga, Maria Lúcia Dahl, Jorge Cherques.

A trama dividida em três épocas (1964, 1979 e 2000) foca na briga entre um barbeiro comunista Joaquim Bolivar (Sergio Siviero) e o Coronel Gaudêncio (Othon Bastos), o homem mais rico de uma cidade fictícia no interior do Rio de Janeiro. O roteiro tenta explorar a questão a corrupção política no país nas épocas citadas em uma trama que em momento algum empolga. É um drama com cara de teatro filmado.

O Quatrilho (Brasil, 1995) – Nota 6
Direção – Fábio Barreto
Elenco – Glória Pires, Patricia Pillar, Alexandre Paternost, Bruno Campos, Gianfrancesco Guarnieri, Claudio Mamberti, José Lewgoy, Cecil Thiré.

Interior do Rio Grande do Sul, 1910. A falta de dinheiro faz com que dois casais decidam morar na mesma casa. Em meio a pobreza, o marido de uma se apaixona pela esposa do outro e o novo casal foge. Os parceiros abandonados precisam enfrentar a situação juntos. A indicação deste drama triste e ao mesmo tempo previsível ao Oscar de Filme Estrangeiro foi um exagero que elevou o patamar do longa para mais alto do que realmente merece. As interpretações novelescas e o ritmo lento atrapalham bastante.

terça-feira, 5 de março de 2019

Risco Duplo & Evidências de um Crime


Risco Duplo (Double Jeopardy, EUA / Alemanha / Canadá, 1999) – Nota 7
Direção – Bruce Beresford
Elenco – Tommy Lee Jones, Ashley Judd, Bruce Greenwood, Annabeth Gish, Roma Maffia, Michael Gaston.

Libby (Ashley Judd) e seu marido Nick (Bruce Greenwood) estão velejando e curtindo o mar. Após uma noite de sono, Libby acorda ensanguentada e com uma faca na mão. Seu marido também desapareceu. Sem saber o que realmente ocorreu, Libby terminada condenada pelo assassinato do marido. Sua melhor amiga (Annabeth Gish) se torna tutora de sua filha pequena. Tempos depois, dentro da cadeia, Libby desconfia que o marido está vivo, mas terá que esperar terminar a pena para descobrir o que realmente ocorreu.

Este misto de policial, drama e suspense explora dois temas principais. A questão da aplicação da lei em relação aos crimes e também a vingança pelas próprias mãos, tema comum no cinema.

O roteiro não apresenta grandes surpresas, inclusive o “Double Jeopardy” do título original se refere a impossibilidade da mesma pessoa ser condenada duas vezes pelo mesmo crime, o que antecipa o final do longa.

Por outro lado, a narrativa ágil e tensa prende a atenção do espectador até a agitada meia-hora final. Além da bela Ashley Judd no auge da carreira, vale destacar Tommy Lee Jones como o agente da condicional. 

É um longa com a cara dos anos noventa.

Evidências de um Crime (Cleaner, EUA, 2007) – Nota 6
Direção – Renny Harlin
Elenco – Samuel L. Jackson, Ed Harris, Eva Mendes, Luis Guzman, Keke Palmer, Maggie Lawson, Jose Pablo Cantillo, Robert Forster.

Tom Cutler (Samuel L. Jackson) é um ex-policial que se tornou dono de uma empresa especializada em limpar cenas de crimes. Ele recebe um pedido para limpar uma casa num bairro de luxo. Um sofá sujo de sangue, assim como o chão da sala e a parede mostram que houve um assassinato. Tom faz o serviço e por acaso leva consigo a chave da casa. No dia seguinte ele volta para devolvê-la e encontra a dona da casa (Eva Mendes) que não sabe o que aconteceu e que diz que seu marido está viajando. É o início de um perigosa história para Tom. 

Este é mais um filme com uma premissa interessante e um pouco diferente ao focar em um “limpador” como protagonista. Infelizmente o que aparentemente seria uma trama complexa se revela em algo previsível e repleto de clichês. Fica fácil descobrir quem está por trás da armação, a única dívida é a questão da motivação. 

O roteiro ainda tenta inserir questões como corrupção no alto escalão da polícia e um segredo que o personagem de Samuel L. Jackson carrega, porém as duas subtramas são mal desenvolvidas. 

Os pontos positivos são as criativas cenas em que o diretor Renny Harlin coloca a câmera em ângulos inusitados e a sempre forte presença de Samuel L. Jackson. No restante é um filme que deixa a desejar.

segunda-feira, 4 de março de 2019

Música e Rebeldia

Música e Rebeldia (Not Fade Away, EUA, 2012) – Nota 7
Direção – David Chase
Elenco – John Magaro, Bella Heathcote, Jack Huston, Will Brill, Brahm Vacarella, Gregory Perry, James Gandolfini, Molly Price, Meg Guzulescu, Christopher McDonald, Brad Garrett, Isiah Whitlock Jr.

Anos sessenta, subúrbio de Nova Jersey.

Doug (John Magaro) abandona a universidade para tentar a sorte com um grupo de rock formado com alguns amigos.

Sua atitude desagrada muito seus pais (James Gandolfini e Molly Price).Doug também se envolve com a bela Grace (Bella Heathcote). 

O roteiro escrito pelo diretor David Chase, um dos responsáveis pela série “The Sopranos”, foca nas mudanças de comportamento dos jovens dos anos sessenta e o conflito de gerações com os pais conservadores. 

O personagem de John Magaro não tem medo de buscar seus sonhos, porém pelo caminho surgem obstáculos comuns da vida adulta. As divergências com os amigos da banda, a questão do comportamento sexual da namorada que era avançada para a época e a difícil relação com os pais que tinham um modo completamente diferente de encarar a vida. 

O roteiro foca também nas frustrações do casamento, que na época para muitas pessoas era algo indissolúvel.

As boas sequências musicais com a banda do protagonista é outro destaque.

É um filme bem interessante sobre um período de transição nos costumes, em que a vida era bem diferente dos dias atuais.

domingo, 3 de março de 2019

Robin Williams: Come Inside My Mind

Robin Williams: Come Inside My Mind (Robin Williams: Come Inside My Mind, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Marina Zenovich
Documentário

O suicídio de Robin Williams em 2014 deixou o mundo do cinema chocado. Este documentário detalha sem grandes surpresas a vida e a carreira do comediante e ator. 

Com depoimentos de amigos como o ator Billy Crystal, os diretores Mark Romanek e Bobcat Goldthwait, a atriz Pam Dawber que foi sua parceira na sitcom “Mork & Mindy” e que fala do amigo de forma emocionada, além de sua primeira esposa Valerie Velardie, descobrimos que Robin era um sujeito preocupado em fazer todas as pessoas ao seu redor darem risadas. Esta obsessão pela comédia também era um aparente motivo de angústia do ator. 

O doc recupera diversas cenas de shows de stand up em que um agitado Robin parecia uma metralhadora de piadas. A descoberta de uma doença degenerativa e de uma possível segunda moléstia que jamais foi confirmada, levaram o ator a depressão e por fim ao suicídio. 

O doc vale como registro de vida e carreira de um dos maiores comediantes da história do cinema, que por sinal também era um ótimo ator para papéis dramáticos.

sábado, 2 de março de 2019

Parallels

Parallels (Parallels, EUA, 2015) – Nota 6
Direção – Christopher Leone
Elenco – Mark Hapka, Jessica Rothe, Eric Jungmann, Constance Wu, Yorgo Constantine, Davi Jay, Michael Monks.

Ronan (Mark Hapka) e sua irmã Beatrix (Jessica Rothe) estão afastados há algum tempo. Os dois se reencontram na casa do pai, que deixou um estranho recado no celular pedindo para eles o encontrarem em um edifício no centro da cidade. 

Sem saber o que o pai deseja, os irmãos e o vizinho Harold (Eric Jungmann) seguem para o endereço indicado, que está abandonado. 

Pouco tempo após entrarem no local, um aviso sonoro e um tremor faz eles saírem correndo do edifício. Para surpresa geral, eles descobrem que estão numa cidade destruída, possivelmente uma versão paralela da Terra. 

Esta ficção de baixo orçamento apresenta uma premissa interessantíssima ao transformar um edifício em uma espécie de portal entre mundos. A primeira parte em que os personagens são jogados neste mundo paralelo é recheado de suspense, porém ao mesmo tempo surgem algumas escolhas bobas do roteiro. 

Conforme a trama avança, as falhas ficam mais claras e também a curiosidade do espectador aumenta. Infelizmente a história termina sem uma solução. 

Informações da época do lançamento citam que o filme poderia ser o piloto de uma série. Muito provavelmente o diretor e o produtor esperavam chamar a atenção de algum canal de tv para comprar a história e bancar uma série, o que acabou não acontecendo. 

Fica a decepção de uma premissa com grande potencial que foi desperdiçada.

sexta-feira, 1 de março de 2019

Perversa Paixão

Perversa Paixão (Play Misty for Me, EUA, 1971) – Nota 7
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Clint Eastwood, Jessica Walter, Donna Mills, John Larch, Clarice Taylor, Don Siegel.

Dave Garver (Clint Eastwood) é um famoso DJ de uma rádio na cidade de Carmel na Califórnia. Comandando um programa noturno com músicas românticas, rock e poesia, Dave recebe diariamente a ligação de uma mulher pedindo a música “Misty”. 

Um certo dia, Dave é abordado em um bar por Evelyn (Jessica Walter), que diz ser a garota dos telefonemas. Após uma noite juntos, Evelyn acredita que encontrou o amor de sua vida e passa a perseguir Dave. 

Este drama com pitadas de suspense e violência com certeza serviu de inspiração para “Atração Fatal” de Adrian Lyne e provavelmente foi o primeiro longa a colocar uma mulher como “stalker” de um homem. 

O filme marcou também a estreia de Clint Eastwood na direção, tem inclusive uma pequena participação do diretor Don Siegel como ator. Siegel foi amigo e incentivador de Clint na carreira de diretor. 

Clint acerta a mão na tensão crescente e na falta de ação que toma conta de seu personagem, que se sente acuado pela jovem obcecada. O ritmo cai um pouco na desnecessária sequência do show ao ar livre, que se mostra datada com a cara dos anos sessenta. 

Vale destacar a atuação assustadora da atriz Jessica Walter.