domingo, 31 de julho de 2022

A Um Passo do Abismo

 


A Um Passo do Abismo (Over the Edge, EUA, 1979) – Nota 7
Direção – Jonathan Kaplan
Elenco – Michael Kramer, Matt Dillon, Pamela Ludwig, Vincent Spano, Tom Fergus, Harry Northup, Andy Romano, Ellen Geer, Lane Smith.

Em uma nova comunidade em crescimento na Califórnia, um grupo de crianças e adolescentes passam as tardes vagando pelo ruas, em um centro comunitário ou usando drogas em construções inacabadas, sempre vistos como inimigos pelos policiais da região. A escalada de ódio entre um policial e alguns garotos leva a uma tensão crescente. 

Este esquecido drama foi um dos primeiros filmes que à partir do final dos anos setenta colocou como tema principal adolescentes sem perspectivas de futuro ou com famílias desestruturadas. Os conflitos que surgem são consequências destes fatos e da dificuldade de relacionamento entre gerações. O roteiro é ousado, criando uma tragédia e um final bastante pessimista. No elenco recheado de adolescentes, somente Matt Dillon e Vincent Spano conseguiram construir uma carreira sólida.

sábado, 30 de julho de 2022

Ambulância - Um Dia de Crime

 


Ambulância – Um Dia de Crime (Ambulance, EUA / Japão, 2022) – Nota 7,5
Direção – Michael Bay
Elenco – Jake Gyllenhaal, Yahya Abdul Mateen II, Elza Gonzalez, Garret Dillahunt, Keir O’Donnell, Jackson White, Olivia Stambouliah, Moses Ingram, Colin Woodell, Cedric Sanders, A Martinez, Jesse Garcia, Jose Pablo Cantillo, Wale, Devan Chandler Long, Randazzo Marc, Victor Gojcaj.

Will (Yahya Abdul Mateen II) é um ex-fuzileiro que precisa de dinheiro para uma cirurgia da esposa. Ao pedir ajuda para seu irmão de criação Danny (Jake Gyllenhaal), Will acaba aceitando participar de um milionário roubo a banco. A ação dá errado e faz com que Will e Jake fujam em uma ambulância se tornando alvos da polícia de Los Angeles. 

O diretor Michael Bay vai fundo no estilo explosivo dos filmes de ação dos anos oitenta e noventa, em que as sequências de perseguição com automóveis são com dublês, os tiroteios extremamente violentos e o som nas alturas, além é claro dos cortes rápidos, que aqui estão na medida certa. 

É um tipo de filme que faz falta no cinema atual em que tudo é CGI e as sequências de ação parecem games. A história de lealdade familiar e pessoal também é algo comum nos filmes de Bay. Se você gosta de ação neste estilo, aproveite a diversão.

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

 


Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All at Once, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Dan Kwan & Daniel Scheinert
Elenco – Michelle Yeoh, Ke Huy Quan, Stephanie Hsu, James Hong, Jamie Lee Curtis, Jenny Slate, Harry Shum Jr., Sunita Mani.

Evelyn Wang (Michelle Yeoh) e seu marido Waymond (Ke Huy Quan) são imigrantes chineses donos de uma lavanderia que sem grande explicação descobrem que podem viajar por universos paralelos e que somente Evelyn tem o poder de salvar o mundo de uma estranha ameaça. 

Este longa que está sendo elogiado por uma legião de fãs é na verdade uma maluca viagem entre universos contada de forma caótica e agitada. Não tem como buscar lógica nas idas e vindas do roteiro, que ao mesmo tempo explora drama familiar, aventura recheada de violência e motivações simplistas que vem à tona na repetitiva parte final. 

Eu não consegui entrar no espírito da brincadeira, o que mais gostei foram as sequências de ação, muito por conta da atuação de Ke Huy Quan, que foi famoso quando criança por papéis marcantes em “Os Goonies” e “Indiana Jones e o Templo da Perdição”, mas que estava praticamente aposentado do cinema desde os anos noventa. 

Minha impressão é de um filme superestimado.

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Uma Voz Contra o Poder & Maixabel

 


Uma Voz Contra o Poder (Percy, Canadá, 2020) – Nota 6,5
Direção – Clark Johnson
Elenco – Christopher Walken, Roberta Maxwell, Christina Ricci, Zach Braff, Adam Beach, Luke Kirby, Zoe Fish, Martin Donovan, Peter Stebbings.

Canadá, 1998. O fazendeiro Percy Schmeiser (Christopher Walking) é intimado a comparecer na justiça acusado por uma corporação de utilizar sementes transgênicas em sua plantação sem autorização. É o início de uma disputa jurídica que se estenderá por três anos. 

Este longa é baseado em uma história real sobre obstinação em busca de justiça e também sobre a força das corporações nas relações com os pequenos produtores. 

O roteiro segue o estilo dos filmes do gênero, porém insere alguns detalhes mais profundos como a questão dos ativistas que colocam sua causa à frente de tudo, utilizando pessoas como instrumentos ideológicos. 

Destaque para interpretação de Christopher Walken, sempre marcante com papéis fortes. Não espere surpresas, é um filme produzido como registro da luta do protagonista.

Maixabel (Maixabel, Espanha, 2021) – Nota 6,5
Direção – Iciar Bollain
Elenco – Bianca Portillo, Luis Tosar, Maria Cerezuela, Urko Olazabal, Maria Jesus Hoyos, Tamara Canosa.

Na cidade de Tolosa no País Basco em 2000, o ex-prefeito é assassinado por três terroristas do grupo de separação basca, o ETA. Dez anos depois, a viúva Maixabel Lasa (Bianca Portillo) comanda uma organização de apoio às famílias das vítimas na guerra entre o ETA e o governo espanhol. 

Neste contexto, uma assistente social inicia um programa para reunir terroristas do ETA que estão presos e se arrependeram dos crimes com os familiares das vítimas. Dois assassinos do político (Urko Olazabal e Luis Tosar) desejam se encontrar com Maixabel. 

Baseado em fatos reais, este longa detalha uma história de busca pelo perdão e por uma segunda chance, algo complexo e que sempre fica a dúvida sobre o real motivo do criminoso. 

A história é bastante dolorosa e explica um pouco de como o grupo terrorista ETA utilizava jovens revoltados para transformá-los em soldados, algo que organizações criminosas fazem pelo mundo todo. 

Destaque para as atuações atormentadas de quase todo o elenco, onde somente a protagonista vivida por Bianca Portillo consegue demonstrar sangue frio nos momentos mais duros.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Apresentando os Ricardos

 


Apresentando os Ricardos (Being the Ricardos, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Aaron Sorkin
Elenco – Nicole Kidman, Javier Bardem, J.K. Simmons, Nina Arianda, Tony Hale, Alia Shawkat, Jake Lacy, Linda Lavin, Ronny Cox, John Rubinstein, Clark Gregg. Christopher Denham, Brian Howie.

Em 1953, o casal Lucille Ball (Nicole Kidman) e Desi Arnaz (Javier Bardem) era o maior sucesso da tv americana com a sitcom “I Love Lucy”. 

O roteiro escrito pelo diretor Aaron Sorkin detalha os eventos de uma semana terrível na vida do casal, quando Lucille foi acusada de ser comunista e Desi havia sido flagrado em uma suposta traição. 

A forma como as situações são mostradas é bastante interessante, assim como o desenvolvimento dos personagens. Ficam claras virtudes e defeitos do casal, assim como suas frustrações. 

Destaque também para J.K. Simmons e Nina Arianda que interpretam os coadjuvantes da série que discutiam sem parar nos bastidores. A reconstituição de partes da série são bem legais, assim como as sequências de Desi nos shows da boate. 

É um filme indicado para quem gosta de conhecer os bastidores da Hollywood dos anos cinquenta.

terça-feira, 26 de julho de 2022

Broken

 


Broken (Broken, Inglaterra, 2017) – Nota 7
Direção – Ashley Pearce & Noreen Kershaw
Elenco – Sean Bean, Mark Stanley, Muna Otaru, Paula Malcomson, Adrian Dunbar, Ned Dennehy, Phil Davies, Rochenda Sandall, Lauren Lyle.

Padre Michael (Sean Bean) é o responsável por uma paróquia no subúrbio de Londres. Enfrentando seus problemas pessoais e traumas de infância, Michael ainda tenta ajudar diversas pessoas da comunidade se envolvendo em uma série de situações complicadas que colocam em dúvida até mesmo sua fé. 

Esta interessante minissérie em seis episódios coloca como tema central os dramas pessoais em relação as escolhas individuais e a forma de enfrentar a vida. Por mais que a série discuta temas variados e atuais, fica um ponta de exagero na quantidade de dramas que o protagonista é testemunha em um curto período de tempo. Ocorre morte durante ação policial, suicídio, preconceito e conflitos familiares, tudo ao mesmo tempo. Mesmo assim, é uma série que vale a sessão para quem gosta de drama.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

The Burning Sea

 


The Burning Sea (Nordsjoen, Noruega, 2021) – Nota 6,5
Direção – John Andreas Andersen
Elenco – Kristine Kujath Thorp, Henrik Bjelland, Rolf Kristian Larsen, Anders Baasmo Christiansen, Bjorn Floberg, Anneke von der Lippe.

Uma plataforma de petróleo da Noruega afunda no Mar do Norte. Enquanto as autoridades buscam resolver a questão política e financeira, uma cientista (Kristine Kujath Thorp) e seu colega de trabalho (Rolf Kristian Larsen) percebem que o acidente pode ter sido apenas o início de algo pior. 

O cinema norueguês parece ter descoberto tardiamente o potencial do cinema-catástrofe, tendo produzido bons filmes como “A Onda” e “O Terremoto”. Este “The Burning Sea” tem uma produção caprichada, poucas, porém boas sequências de suspense e uma trama totalmente previsível. O roteiro explora uma questão familiar, insere um executivo vilão e uma protagonista que não desiste jamais. É um daqueles filmes que prende a atenção, mas que está longe de ser marcante.

domingo, 24 de julho de 2022

Brother I e II

 


Brother (Brat, Rússia, 1997) – Nota 8
Direção – Aleksey Balabanov
Elenco – Sergey Bodrov, Viktor Sukhourov, Svetlana Pismichenko, Mariya Zhukova, Yuriy Kuznetsov.

Danila (Sergey Bordrov) é um jovem que serviu no exército russo e que decide sair de uma cidade do interior da Rússia para encontrar o irmão Viktor (Viktor Sukhourov) em São Petersburgo. Ele descobre que o irmão é um assassino profissional que está marcado para morrer. Danila aceita seguir o mesmo caminho para ajudar o irmão, dando início a uma série de situações violentas. 

Este ótimo longa russo explora uma narrativa crua com uma marcante trilha sonora e um protagonista que segue um inusitado código de ética. Ele não sente remorso algum ao matar alguma inimigo, mas por outro lado enfrenta qualquer um para defender o que acredita ser correto. É como se fosse um psicopata com consciência. A atuação de Sergey Bodrov se casa perfeitamente com o personagem.

Brother 2 (Brat 2, Rússia, 2000) – Nota 7
Direção – Aleksey Balabanov
Elenco – Sergey Bodrov, Viktor Sukhourov, Sergey Makovetskiy, Irina Saltykova, Kirill Pirogov, Alexander Diachenko, Darya Yurgens, Gary Houston, Ray Toler.

Vivendo agora em Moscou, Danila (Sergey Bodrov) reencontra dois amigos que lutaram ao seu lado no exército. Um deles termina assassinado por causa de um problema com um mafioso. Danila decide vingar o amigo de uma forma que o leva até Chicago nos Estados Unidos. 

Esta sequência ao mesmo tempo em que é um pouco melhor produzida na questão técnica e se passa nos Estados Unidos durante metade da trama, por outro lado apresenta um roteiro mais confuso que explora o estilo de encontros e desencontros na caçada entre mafiosos e o protagonista. 

Alguns personagens ficam pelo meio da trama, deixando a impressão de que a ideia seria finalizar com um terceiro longa, o que infelizmente não foi possível por causa da trágica morte do ator Sergey Bodrov em um acidente na neve em 2002. Bodrov tinha apenas trinta e um anos, alguns bons filmes como protagonista e até trabalhos como diretor. 

São dois filmes indicados para o cinéfilo que gosta de obras diferentes e também de drama policial.

sábado, 23 de julho de 2022

A Cidade é Nossa

 


A Cidade é Nossa (We Own This City, EUA, 2022) – Nota 7
Direção – Reinaldo Marcus Green
Elenco – Jon Bernthal, Wunmi Mosaku, Jamie Hector, Josh Charles, McKinley Belcher III, Darrell Britt Gibson, Rob Brown, Dagmara Dominczyk, Don Harvey, Delaney Williams, Treat Williams.

Com idas e vindas entre 2015 e 2018, o roteiro desta minissérie em oito episódios baseada em história real detalha o funcionamento de um corrupto esquadrão de polícia especializado em recuperar armas na cidade de Baltimore, considerada uma das mais violentas dos EUA. 

O estilo da narrativa, o tema e as locações em Baltimore remetem a duas séries famosas. A clássica “Homicide: Life on the Street” dos anos noventa e a cultuada “The Wire” produzida na década seguinte. As três séries tem em comum mostrar como algumas regiões da periferia daquela cidade estão tomadas por traficantes e bandidos, além de alguns policiais corruptos. 

A diferença desta minissérie para as similares anteriores é a tentativa de demonizar a polícia no todo e a inserção de alguns personagens ligados aos direitos humanos que parecem apenas ter importância como propaganda ideológica. 

Os pontos altos são as locações, as sequências policiais puras de investigação nas ruas e nos interrogatórios, além da alucinada interpretação de Jon Bernthal desde a icônica sequência inicial na palestra para os policiais novatos.

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Resgate Fantástico

 


Resgate Fantástico (Raid on Entebbe, EUA, 1977) – Nota 7
Direção – Irvin Kershner
Elenco – Charles Bronson, Peter Finch, Martin Balsam, Jack Warden, John Saxon, Horst Buccholzs, Robert Loggia, Yaphet Kotto, James Woods, Sylvia Sidney.

Em junho de 1976, um avião da Air France que seguia de Israel para Paris com quase todos os passageiros de origem judaica é sequestrado por terroristas palestinos e desviado para Uganda na África. Enquanto os sequestradores exigem a libertação de outros terroristas presos, o governo de Israel prepara uma grupo de agentes do Mossad para uma complexa missão de resgate. 

Este foi o primeiro dos vários filmes sobre a história real do sequestro que chamou a atenção do mundo inteiro na época. Mesmo com o elenco recheado de astros dos anos setenta, este longa foi produzido para a tv e por isso foca muito mais na tensão dos bastidores das autoridades tentando decidir como resolver a situação, do que na ação que surge apenas na parte final. 

Das várias versões da história, eu colocarei este longa como o terceiro melhor, sendo superado por incrível que pareça pelos dois filmes dirigidos pelo israelense Menahem Golan. Para quem quer a versão mais próxima da realidade, veja “Operação Thunderbolt”. Se preferir a melhor versão como ação e suspense, o ideal é “Comando Delta” com Chuck Norris e Lee Marvin.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Cidade Perdida

 


Cidade Perdida (The Lost City, EUA, 2022) – Nota 5
Direção – Aaron Nee & Adam Nee
Elenco – Sandra Bullock, Channing Tatum, Daniel Radcliffe, Da’Vine Randolph, Brad Pitt, Oscar Nuñez, Patti Harrison, Stephen Lang, Héctor Aníbal.

Loretta (Sandra Bullock) é uma escritora de romances populares que misturam sexo e aventura. Alan (Channing Tatum) é o modelo que empresta o corpo para as fotos do herói destes livros. 

Após o lançamento de seu novo livro, Loretta é sequestrada por capangas de um milionário (Daniel Radcliffe) que deseja encontrar a tumba de um rei em uma cidade perdida, fazendo com que o tapado Alan tente se transformar em um herói de verdade para salvar a escritora. 

A ideia de misturar aventura e comédia lembra os clássicos dos anos oitenta “Tudo Por uma Esmeralda” e “A Joia do Nilo” protagonizados por Michael Douglas e Kathleen Turner. Infelizmente a boa premissa se perde em meio a um péssimo roteiro recheado de clichês, piadas sem graça e algumas situações constrangedoras. 

Aos cinquenta e sete anos de idade, Sandra Bullock volta a interpretar o papel da mocinha cínica e atrapalhada, sem química alguma com Channing Tatum. O melhor do filme é a pequena participação de Brad Pitt que termina em uma bizarra sequência de ação. 

É mais um filme vazio com produção cara.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Ecos do Passado

 


Ecos do Passado (Kalavryta 1943, Grécia, 2021) – Nota 6,5
Direção – Nicholas Dimitropoulos
Elenco – Max Von Sydow, Astrid Roos, Danai Skiadi, Alice Krige, Tomas Arana, Yorgo Voyagis, Prometheus Aleifer, Martin Laer.

Nos dias atuais, a advogada Caroline (Astrid Roos) trabalha para o governo alemão que precisa se defender de um processo milionário de reparação para familiares de vítimas do que ficou conhecido como o “Massacre de Calávrita” na Segunda Guerra. 

Ela viaja para a Grécia em busca de informações e encontra uma testemunha do crime que ainda está viva, o idoso Nikolas Andreau (Max Von Sydow) que conta sua história. Em paralelo, flashbacks detalham o ocorrido na pequena cidade grega em 1943 e mostram como o então pequeno Nikolas conseguiu sobreviver. 

O roteiro com personagens fictícios é inspirado na história real dos crimes que os nazistas cometeram em Calávrita, sendo um dos vários massacres que ocorreram durante a Segunda Guerra. 

As duas narrativas não chegam a emocionar como normalmente acontece com este tipo de história, mesmo com sequências fortes como a do massacre e a do colégio. 

O depoimento do personagem de Max Von Sydow é mais doloroso, mas mesmo assim, muito provavelmente por causa da idade do ator, sua presença na tela é curta. 

O filme vale pela terrível história e por seu o último trabalho do grande Max Von Sydow, que tinha noventa anos e que faleceu antes da obra ser lançada.

terça-feira, 19 de julho de 2022

Advogado do Diabo & Tudo por Dinheiro

 


Advogado do Diabo (The Devil's Advocate, Alemanha / EUA, 1997) – Nota 7,5
Direção – Taylor Hackford
Elenco – Al Pacino, Keanu Reeves, Charlize Theron, Jeffrey Jones, Judith Ivey, Connie Nielsen, Craig T. Nelson, Ruben Santiago Hudson, Tamara Tunie, Chris Bauer, Laura Harrington, Heather Matarazzo.

Kevin Lomax (Keanu Reeves) é um advogado de defesa famoso na Flórida por nunca ter perdido um caso. Ele recebe uma proposta irrecusável para trabalhar em um grande escritório de advocacia em Nova York comandado por John Milton (Al Pacino). 

Seduzido pela proposta, Kevin e sua esposa Mary Ann (Charlize Theron) mudam para Nova York, mesmo com ele sabendo que terá de defender casos que podem ir contra seu caráter. Não demora para a nova vida influenciar seu comportamento e principalmente afetar sua esposa. 

Este interessante longa com quase duas horas e meia de duração apresenta uma sensacional interpretação de Al Pacino, que constrói um personagem complexo, inteligente e assustador. Até mesmo o quase sempre criticado Keanu Reeves entrega uma atuação aceitável. 

O roteiro explora bastante a questão dos pecados como vaidade, ganância e luxúria, tema que apareceu em vários filmes dos anos noventa como o ótimo “Seven: Os Sete Crimes Capitais”.

Tudo por Dinheiro ou Aposta de Risco (Two for the Mooney, EUA, 2005) – Nota 6,5
Direção – D.J. Caruso
Elenco – Matthew McConaughey, Al Pacino, Rene Russo, Armand Assante, Jeremy Piven, Jamie King, Kevin Chapman, Gedde Watanabe.

Após sofrer uma séria contusão, o astro do futebol universitário Brandon Lang (Matthew McConaughey) é obrigado a abandonar a carreira e enfrentar o fim do seu sonho de chegar a NFL. 

Algum tempo depois, Brandon começa a fazer previsões de resultados de jogos da NFL, chamando a atenção de Walter (Al Pacino), dono de uma empresa de apostas em Nova York, que o contrata. É o inicio de uma complexa relação em que o dinheiro é o ponto principal. 

Este longa inspirado em uma história real explora o tema do jovem talentoso que é recrutado por um veterano que se torna uma espécie de tutor, até que as divergências vem à tona. 

A história coloca também em discussão até que ponto as previsões esportivas baseadas em análises ajudam na chance de acerto do apostador em comparação com a sorte, o destino e os fatos inesperados que alteram qualquer lógica de uma disputa complexa como o futebol americano. 

O roteiro não apresenta surpresas, deixando como destaque o desenvolvimento da dupla de protagonistas, principalmente o manipulador personagem de Al Pacino que em alguns momentos lembra seu trabalho no superior “Advogado do Diabo”.

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Broadcast Signal Intrusion

 


Broadcast Signal Intrusion (Broadcast Signal Intrusion, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Jacob Gentry
Elenco – Harry Shum Jr., Kelley Mack, Chris Sullivan, Michael B. Woods, Richard Cotovsky, Jennifer Jelsema, Justin Welborn.

Final de 1999. James (Harry Shum Jr.) trabalha como arquivista de fitas de vídeo. Ao assistir uma antiga série dos anos oitenta, ele se depara com uma sinistra interrupção da transmissão da época. 

Intrigado, James decide investigar o ocorrido e descobre que o evento ocorreu outras duas vezes, sem que ninguém conseguisse decifrar. Para deixar tudo mais complexo, ele passa a acreditar que a transmissão tem ligação com o desaparecimento de sua esposa. 

Este interessante longa é uma versão estendida de um curta-metragem inglês de 2016. A intrigante premissa deixa o espectador que curte ficção e investigação extremamente curioso durante os dois primeiros terços do filme. 

Na parte final quando algumas respostas vem à tona, a história perde um pouco da força, chegando a um final aberto que deixa o espectador sem uma explicação completa. Eu gosto muito do estilo, mas por outro lado é um pouco decepcionante quando não existe uma conclusão.

domingo, 17 de julho de 2022

Big Bad Wolves

 


Big Bad Wolves (Big Bad Wolves, Israel, 2013) – Nota 7
Direção – Aaron Keshales & Navot Papushado
Elenco – Lior Ashkenazi, Tzahi Grad, Rotem Keinan, Doval’e Glickman, Menashe Noy, Dvir Benedek.

Uma garotinha é assassinada. O policial Micki (Lior Ashkenazi) tem certeza que o assassino é o professor Dror (Rotem Keinan), mas não tem como provar pelas vias legais. O pai da vítima (Tzahi Grad) também não se conforma com a situação. Cada um a seu modo, pai e policial decidem fazer justiça com as próprias mãos. 

Recheado de violência e humor negro, este longa explora a clássica trama de vingança de uma forma inusitada. Algumas sequências são bem fortes, como a do maçarico e outras bizarras como a do bolo, levando até a um final com uma surpresa que foge do lugar comum em que tudo se resolve. 

O longa é um boa pedida para quem gosta de obras estranhas e violentas.

sábado, 16 de julho de 2022

Arremessando Alto

 


Arremessando Alto (Hustle, EUA, 2022) – Nota 7,5
Direção – Jeremiah Zagar
Elenco – Adam Sandler, Juancho Hernangomez, Queen Latifah, Ben Foster, Kenny Smith, Anthony Edwards, Robert Duvall, Jordan Hull, Maria Botto, Ainhoa Pillet, Raul Castillo, Heidi Gardner.

Stan (Adam Sandler) é um ex-jogador de basquete que caça talentos pelo mundo para a equipe do Philadelphia 76ers. Durante uma viagem a Madrid, Stan encontra em uma quadra de rua na periferia da cidade o talentoso jovem Bo Cruz (Juancho Hernangomez). Decidido a levar Bo para ser testado no draft da NBA, Stan enfrentará diversos obstáculos. 

Este sensível drama sobre os bastidores do esporte é um dos grandes acertos da carreira de Adam Sandler, que geralmente se dá bem quando escolhe papéis em dramas, deixando de lado as comédias bobas. 

Além de seguir a fórmula de altos e baixos na luta pela chance do protagonista, o roteiro insere temas como problemas familiares, questões emocionais e a forma dura como os atletas são escolhidos para jogar na NBA. 

Sandler consegue demonstrar toda a emoção de seu personagem, tanto nos momentos de engolir a seco os problemas, quanto na hora de botar para fora tudo que está sentindo. As boas sequências de jogos também passam toda a tensão enfrentada por atletas de alto rendimento. Além da atuação de Sandler, destaque para a participação de vários astros da NBA, antigos e atuais em papéis importantes.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Beco Sem Saída & Vive-se uma só Vez


Beco Sem Saída (Dead End, EUA, 1937) – Nota 7,5
Direção – William Wyler
Elenco – Sylvia Sidney, Joel McCrea, Humphrey Bogart, Wendy Barrie, Claire Trevor, Allen Jenkins, Marjorie Main.

Baby Face Martin (Humphrey Bogart) é um gângster que mudou até mesmo de aparência para despistar policiais. Ele decide voltar para um bairro pobre em Nova York onde cresceu, com o objetivo de encontrar uma ex-namorada. 

Em paralelo, moradores do local tentam sobreviver em meio a pobreza, como a jovem Drina (Sylvia Sidney) e o arquiteto desempregado Dave (Joel McCrea), além de vários adolescentes que passam o dia se envolvendo em pequenos delitos e conflitos. 

Este triste drama dirigido pelo grande William Wyler foi filmado totalmente em estúdio como se fosse um teatro explorando uma história sobre marginalidade e falta de perspectivas. 

Os letreiros iniciais explicam que os bairros pobres de Nova York cresceram beirando o rio Hudson, com o “Dead End” do titulo sendo uma espécie de final da linha para a cidade. 

Não chega a ser tão bom, mas tem semelhanças com o clássico “Anjos de Cara Suja” dirigido por Michael Curtiz no ano seguinte com o mesmo Humprey Bogart e com James Cagney.

Vive-se uma Só Vez (You Only Live Once, EUA, 1937) – Nota 7
Direção – Fritz Lang
Elenco – Henry Fonda, Sylvia Sidney, Barton MacLane, Jean Dixon, William Gargn, Jerome Cowan.

Após cumprir pena por assalto, Eddie Taylor (Henry Fonda) ganha a liberdade e se prepara para casar com a assistente de promotoria Joan (Sylvia Sydney). Sonhando em recomeçar uma vida de forma honesta, aos poucos Eddie percebe que seu passado poderá ser um obstáculo instransponível. 

Esta mistura de drama e policial dirigido pelo grande Fritz Lang explora a premissa até certo ponto ingênua de um criminoso tentando mudar de vida. O desenvolvimento da trama acaba sendo interessante, inclusive com uma macabra reviravolta na parte final, daquelas se mostram cruéis até a espinha. Destaque para sempre marcante figura de Henry Fonda.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Segredos Ocultos

 


Segredos Ocultos (Don’t Tell a Soul, EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – Alex McAulay
Elenco – Jack Dylan Grazer, Fionn Whitehead, Rainn Wilson, Mena Suvari.

Em uma pequena cidade, Matt (Fionn Whitehead) convence seu irmão Joey (Jack Dylan Grazer) a roubar dinheiro de uma casa em que a dona está viajando. Na fuga eles são perseguidos por um segurança (Rainn Wilson) que cai em um enorme buraco. Enquanto Matt deseja abandonar o sujeito e utilizar o dinheiro para ajudar a mãe doente (Mena Suvari), o adolescente Joey pensa em salvar o homem. 

Este suspense de baixo orçamento escrito e dirigido pelo estreante Alex McAulay consegue criar uma narrativa tensa e violenta explorando uma história simples e ao mesmo tempo inusitada. O conflito entre os irmãos, o estranho personagem de Rainn Wilson e a surpresa que vem à tona na parte final resultam em filme interessante, que entrega o que promete.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

2000 Mules

 


2000 Mules (2000 Mules, EUA, 2022) – Nota 7,5
Direção – Dinesh D’Souza
Documentário

A eleição para presidente dos EUA de 2020 é o tema deste documentário que detalha o que provavelmente foi uma das maiores fraudes da história americana. 

O diretor Dinesh D’Souza foca na investigação da jornalista Catherine Engelbrecht, que junto com um grupo de especialistas em tecnologia e informática conseguiram mapear um enorme número de pessoas que teriam depositado milhares de votos de terceiros em urnas espalhadas por várias cidades. 

Todo o processo é explicado em detalhes, até mesmo com vídeos reais mostrando como estas pessoas agiam e como o esquema era algo muito bem orquestrado. 

É triste ver como no país conhecido pela liberdade de expressão as pessoas foram silenciadas e enganadas em uma eleição totalmente suspeita.

terça-feira, 12 de julho de 2022

O Juramento

 


O Juramento (Eidurinn, Islândia / Inglaterra / Alemanha, 2016) – Nota 6,5
Direção – Baltasar Kormakur
Elenco – Baltasar Kormakur, Hera Hilmar, Gisli Orn Gardarsson, Margret Bjarnadottir, Porstein Bachmann, Ingvar Sigurdsson, Audur Aradottir, Gudrun Sesselja Arnardottir.

Finnur (Baltasar Kormakur) é um médico que vive com a segunda esposa e a filha pequena, porém sofre com a rebeldia da filha adolescente de seu primeiro casamento (Hera Hilmar). Quando a garota se envolve com um sujeito mais velho e começa a utilizar a drogas, Finnur faz de tudo para tentar salvar a filha, até mesmo ir contra a lei. 

Este longa dirigido, escrito e protagonizado por Baltasar Kormakur marcou sua volta ao seu país natal, a Islândia, após comandar alguns bons filmes em Hollywood. Aqui ele explora a história comum no cinema da luta de um pai para tentar tirar a filha do mundo das drogas. 

O interessante é que o roteiro e o título utilizam o “Juramento de Hipócrates” feito pelos médicos para mostrar como o protagonista pode ter o poder de decidir sobre a vida de um paciente, ou melhor, aqui dos personagens que estão a seu redor. 

O desenvolvimento da trama é mediano, sem grandes surpresa, levando até um final que poderia ser melhor.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Juggernaut: Inferno em Alto Mar & Resgate Suicida

 


Juggernaut: Inferno em Alto Mar (Juggernaut, Inglaterra / EUA, 1974) – Nota 6,5
Direção – Richard Lester
Elenco – Richard Harris, Omar Sharif, David Hemmings, Anthony Hopkins, Shirley Knight, Ian Holm, Clifton James, Roy Kinnear, Freddie Jones, Roshan Seth, Julian Glover

Em uma viagem com mil e duzentos passageiros, o transatlântico Britannic se torna alvo de um psicopata que escondeu diversas bombas no local. Exigindo uma fortuna para não explodir o navio, o capitão (Omar Sharif), o tenente (Richard Harris) e as autoridades britânicas na pele de um policial (Anthony Hopkins) tem pouco tempo para resolver a situação. 

Este suspense segue a fórmula do cinema-catástrofe dos anos setenta ao escalar um elenco cheio de astros, levar a narrativa de forma lenta durante mais de dois terços da história até chegar a um final tenso. É um formato que envelheceu e que funciona apenas para quem gosta do estilo ou de longas recheados de famosos.

Resgate Suicida (North Sea Hijack, Inglaterra, 1979) – Nota 5,5
Direção – Andrew V. McLaglen
Elenco – Roger Moore, James Mason, Anthony Perkins, Michael Perkins, David Hedison, Jack Watson.

Um grupo de terroristas liderados por Kramer (Anthony Perkins) sequestra um navio e ameaça explodir um oleoduto no Mar do Norte. O governo britânico convence o oficial Ffolkes (Roger Moore) a liderar uma operação para resgatar o navio. 

A ideia de uma trama de resgate e o trailer que fazia menção até mesmo a 007 citando que este outro personagem de Roger Moore também tinha licença para matar passavam a impressão de que seria um bom filme de ação. Infelizmente o longa se perde no roteiro previsível e nos personagens pessimamente desenvolvidos. Tanto o vilão de Anthony Perkins, como o herói de Roger Moore são caricatos. As poucas sequências de ação também envelheceram bastante.

domingo, 10 de julho de 2022

O Homem do Norte

 


O Homem do Norte (The Northman, EUA, 2022) – Nota 8
Direção – Robert Eggers
Elenco – Alexander Skarsgard, Nicole Kidman, Claes Bang, Ethan Hawke, Anya Taylor Joy, Gustav Lindh, Elliott Rose, Willem Dafoe, Bjork, Ingvar Sigurdsson, Ralph Ineson.

Em um reino nórdico, quando criança o príncipe Amleth (Alexander Skarsgard) viu seu pai o rei (Ethan Hawke) ser assassinado pelo próprio irmão (Claes Bang), que se também se casa com a viúva (Nicole Kidman). Amleth foge, enfrenta uma vida extremamente dura, inclusive como escravo, mas não desiste de vingar a morte do pai. 

Este épico violento filmado na Islândia apresenta todo o estilo do diretor Robert Eggers. Diálogos que parecem um estranho teatro, clima de tragédia, rituais pagãos e personagens marcantes. O roteiro lembra uma clássica trama épica explorando traições, amor e vingança. 

As sequências de lutas repletas de sangue no meio da lama também são destaque. O filme perde alguns pontos pelo ritmo irregular, principalmente nos primeiros trinta minutos e por ser um pouco longo demais. 

No geral é um ótima e ao mesmo tempo estranha aventura.

sábado, 9 de julho de 2022

Quo Vadis, Aida?

 


Quo Vadis, Aida? (Quo Vadis, Aida?, Bósnia e Herzegovina / Áustria / Romênia / Holanda / Alemanha / Polônia / França / Turquia / Noruega, 202) – Nota 8
Direção – Jasmila Zbanic
Elenco – Jasna Djuricic, Izudin Bajrovic, Boris Ler, Dino Bajrovic, Johan Heldenbergh, Raymond Thiry, Boris Isakovic.

Guerra dos Balcãs, Srebrenica, Bósnia, 1995. A tradutora Aida (Jasna Djuricic) trabalha para a ONU no momento em que sua cidade é invadida pela milícia sérvia. A princípio esperando que as forças militares da ONU resolvam o problema, aos poucos ela percebe que a situação se tornará insustentável. Desesperada, ela fará de tudo para tentar salvar a vida de seu marido e dos dois filhos. 

Baseada em uma dolorosa história real descrita em livro, este longa é mais uma obra que mostra como o ser humano é capaz de atrocidades em nome de uma causa. 

A crescente tensão da narrativa é angustiante, com a maioria das sequências ocorrendo em um gigantesco galpão utilizado para manter os refugiados que tentavam escapar da milícia. 

A atuação apática e totalmente protocolar das forças da ONU é semelhante ao que ocorreu na mesma época no massacre de Ruanda, fato que rendeu outros dois grandes filmes, os dramas “Hotel Ruanda” e "Tiros em Ruanda”.

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Chevrolet Azul

 


Chevrolet Azul (Blue Caprice, EUA, 2013) – Nota 4,5
Direção – Alexandre Moors
Elenco – Isaiah Washington, Tequan Richmond, Tim Blake Nelson, Joey Lauren Adams.

Em 2002, o adolescente Lee (Tequan Richmond) é praticamente abandonado pela mãe em Kingston na Jamaica. O jovem cruza o caminho de John (Isaiah Washington), um sujeito revoltado contra o sistema que se transforma em uma figura paterna para Lee. Os dois voltam para os EUA e iniciam uma sequência de crimes assassinando pessoas aleatórias, utilizando um rifle escondido dentro de um carro. 

Baseado na absurda história real que ficou conhecida como “Os Atiradores de Washington”, este longa desperdiça o potencial dos acontecimentos. Com uma narrativa que lembra um documentário e um clima estranho com cenas que parecem perdidas no contexto, fica difícil para o espectador ter paciência de ir até o final. Muitas situações são mal explicadas, como a questão dos filhos de John que estavam com ele na Jamaica e depois voltaram para a mãe. 

Infelizmente o filme é um desperdício de tempo para o espectador.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

O Caso Bedford & O Mundo Marcha para o Fim

 


O Caso Bedford (The Bedford Incident, Inglaterra / EUA, 1965) – Nota 7
Direção – James B. Harris
Elenco – Richard Widmark, Sidney Poitier, James MacArthur, Martin Balsam, Wally Cox, Eric Portman.

No auge da Guerra Fria, um destroyer americano comandado pelo capitão Eric Finlander (Richard Widmark) cruza o caminho de um submarino soviético. Determinado a destruir o inimigo, Finlander aguarda o aval de seus superiores. Enquanto isso, um jornalista (Sidney Poitier) que está no navio escrevendo uma matéria questiona as atitudes do capitão. 

Este interessante drama de guerra filmado em preto e branco explora a clássica premissa do militar durão que pressiona seus comandados sem pensar no lado humano. Este questionamento da forma de ver o mundo e de tratar os subordinados atinge muito o veterano médico vivido por Martin Balsam, que coloca em discussões questões não habituais para este tipo de filme como a saúde mental e como isso influenciaria no trabalho dos marinheiros em um momento de tensão. 

O filme demora a engrenar, mas leva a vinte minutos finais bastante tensos e que fogem do lugar comum.

O Mundo Marcha para o Fim (The Satan Bug, EUA, 1965) – Nota 6
Direção – John Sturges
Elenco – George Maharis, Richard Basehart, Anne Francis, Dana Andrews, John Larkin, Richard Bull, Frank Sutton, Edward Asner, Simon Oakland, John Anderson.

Um vírus é roubado de um laboratório de segurança máxima e um cientista é assassinado. Um agente (George Maharis) é o responsável por investigar o caso, tendo pouco tempo para impedir que o vírus seja utilizado como arma biológica. 

Esta mistura de suspense e ficção apresenta ao mesmo tempo uma trama atual sobre o perigo de um vírus se espalhando e um formato de narrativa que envelheceu bastante. O desenvolvimento da trama é mais confuso do que complexo, assim como falta emoção nas sequências que deveriam ser mais fortes. 

Uma história semelhante rendeu um filme bem melhor chamado “Pânico nas Ruas” produzido em 1950 e dirigido por Elia Kazan.

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Ligados Pelo Sangue

 


Ligados Pelo Sangue (Brothers by Blood, França / Bélgica / Holanda / EUA, 2021) – Nota 6
Direção – Jeremie Guez
Elenco – Matthias Schoenaerts, Joel Kinnaman, Maika Monroe, Paul Schneider, Ryan Phillippe, James Nelson Joyce, Felix Scott, Antoni Coroni, Nicholas Crovetti.

Na Filadélfia, Peter (Matthias Schoenaerts) é um sujeito de poucas palavras que tem uma relação de fidelidade com o primo Michael (Joel Kinnaman), que por seu lado comanda uma quadrilha de traficantes que domina uma pequena região. 

Quando Michael entra em conflito com outro quadrilha mais poderosa, Peter tenta ser a voz da consciência antes que uma tragédia aconteça. Peter sofre também pela morte da irmã quando era criança, fato que desestabilizou seu pai (Ryan Phillippe). 

Este drama policial peca pela lentidão na narrativa que atrapalha bastante o desenvolvimento da trama. Algumas sequências de violência são bem filmadas e a tensão que poderia ser crescente leva a um final apenas razoável. 

É um filme em que a premissa tinha potencial para algo muito melhor.

terça-feira, 5 de julho de 2022

The Offer

 


The Offer (The Offer, EUA, 2022) – Nota 9
Direção – Adam Arkin, Colin Bucksey, Dexter Fletcher & Gwyneth Horder Payton
Elenco – Miles Teller, Mattthew Goode, Dan Fogler, Burn Gorman, Colin Hanks, Giovanni Ribisi, Juno Temple, Patrick Gallo, Jake Cannavale, Lou Ferrigno, Josh Zuckerman, Anthony Ippolito, Meredith Garretson, Justin Chambers, Joseph Russo, Anthony Skordi, Eric Balfour, Paul McCrane, James Madio, Nora Arnezeder, Frank John Hughes, Danny Nucci.
 
O clássico “O Poderoso Chefão” com certeza está entre os melhores filmes de todos os tempos. Esta sensacional minissérie em oito episódios detalha de forma divertida e também violenta, os bastidores da produção utilizando como base as lembranças do produtor Albert “Al” Ruddy, vivido aqui por Miles Teller. 

A saga para levar às telas a adaptação do livro de Mario Puzo, que era um gigantesco sucesso, envolveu conflitos entre produtores, com a escolha do elenco, questões políticas e até a Máfia. 

As atuações são impagáveis, que além de Teller como Al Ruddy, o elenco tem Matthew Goode como o lendário chefe da produção da Paramount Bob Evans, Dan Fogler vivendo Francis Ford Coppola, Burn Gorman como o austríaco maluco dono da Paramount e Giovanni Ribisi no papel do mafioso Joe Colombo. 

Outros personagens como a secretária de Juno Temple, a dupla de mafiosos de Jake Cannavale e do eterno Hulk Lou Ferrigno, finalizando como o Marlon Brando de Justin Chambers retratam de forma deliciosa para o cinéfilo fã do clássico todas as histórias e lendas destes bastidores. 

Destaque ainda para a perfeita reconstituição dos cenários, não para refazer as cenas do filme, mas para serem pano de fundo dos bastidores e das reações dos personagens. 

Como fã do cinema dos anos sessenta e setenta, eu indicaria como dobradinha com esta minissérie a leitura do livro “Como a Geração do Sexo, Drogas e Rock’n’Roll Salvou Hollywood”. Muito do que é visto aqui está detalhado também no livro.

segunda-feira, 4 de julho de 2022

O Inocente

 


O Inocente (El Inocente, Espanha, 2021) – Nota 7
Direção – Oriol Paulo
Elenco – Mario Casas, Aura Garrido, Jose Coronado, Martina Gusman, Ana Wagener, Xavi Saez, Santi Pons, Sam Feuer, Juana Acosta.

Quando jovem, Mateo (Mario Casas) se envolveu em uma briga, matou um homem e foi preso. Ao ser libertado depois de cumprir pena, ele se formou em Direito e casou com Olivia (Aura Garrido), iniciando uma nova vida. 

Tudo vira de ponta-cabeça quando dois fatos aparentemente aleatórios ocorrem. Uma freira comete suicídio em um colégio católico e sua esposa Olivia mente ao dizer que foi viajar, quando na verdade está em um hotel com um estranho. 

Este minissérie em oito episódios baseada em livro Harlan Coben foi adaptada pelo diretor e roteirista espanhol Oriol Paulo, especialista em tramas complexas de suspense. O estilo dos dois se casa perfeitamente, porém a minissérie não chega a ser ainda melhor pelo excesso de segredos e reviravoltas que vem à tona em todos os episódios. É um verdadeiro emaranhado de situações e personagens, cada um com objetivos individuais. 

É uma boa minissérie, mas ainda considero melhores os trabalhos de Oriol Paulo em longas como “Contratiempo”, “El Cuerpo” e “Durante a Tormenta”.

domingo, 3 de julho de 2022

Noite de Pânico & Numa Noite Escura

 


Noite de Pânico (Alone in the Dark, EUA, 1982) – Nota 6,5
Direção – Jack Sholder
Elenco – Jack Palance, Donald Pleasence, Martin Landau, Dwight Schultz, Erland van Lidth, Deborah Hedwall, Lee Taylor Allan, Brent Jennings, Lin Shaye.

O dr. Dan Potter (Dwight Schultz) começa a trabalhar em uma instituição psiquiátrica em New Jersey. O paciente paranoico Frank (Jack Palance) acredita que o médico matou seu antecessor para conseguir o emprego. Quando um apagão elétrico atinge o local abrindo as portas, Frank e outros três desequilibrados fogem com o objetivo de chegar até a casa do médico. 

Este esquecido suspense protagonizado por veteranos famosos apresenta as virtudes e os defeitos dos longas semelhantes produzidos nos anos oitenta. O roteiro recicla ideias do clássico “Halloween”, porém com pitadas de comédia, incluindo a participação de Donald Pleasence como o excêntrico diretor da instituição, bem diferente do alucinado dr. Loomis da franquia criada por John Carpenter. 

Mesmo um pouco envelhecidas, as sequências de violência ainda são legais, com destaque também para os malucos vividos por Jack Palance e Martin Landau. 

Vale citar que o diretor Jack Sholder tem como melhor filme da carreira a ficção “The Hidden – O Escondido”.

Numa Noite Escura (One Dark Night, EUA, 1982) – Nota 5,5
Direção – Tom McLoughlin
Elenco – Meg Tilly, Robin Evans, Melissa Newman, Leslie Speights , Elizabeth Daily, Adam West.

Julie (Meg Tilly) é uma jovem estudante que para entrar em uma fraternidade aceita participar de um desafio sinistro, passar a noite em um mausoléu enorme dentro de um cemitério. Além das inevitáveis pegadinhas das colegas de fraternidade, o terror realmente ocorre quando o corpo de um falecido cientista que estudava bioenergia consegue ressuscitar os mortos através da telecinese.

Esta trama bizarra passa a impressão de ser um filme pesado de terror, quando na verdade entrega poucas sequências de suspense e violência. O roteiro explora a expectativa para esconder o baixo orçamento e a falta de recursos. 

Destaque para a bela Meg Tilly, que chegou a concorrer ao Oscar de Atriz Coadjuvante pelo drama “Agnes de Deus” em 1985 e que praticamente abandonou a carreira nos anos noventa.

sábado, 2 de julho de 2022

Dear Mr. Gacy

 


Dear Mr. Gacy (Dear Mr. Gacy, Canadá, 2010) – Nota 6,5
Direção – Svetozar Ristovski
Elenco – William Forsythe, Jesse Moss, Emma Lahana, Cole Heppell, Belinda Metz, Michael Ryan.

Em 1993, Jason Moss (Jesse Moss) é um estudante de direito que decide escrever uma tese sobre o serial killer John Wayne Gacy (William Forsythe), que estava no corredor da morte. 

Obcecado em entender o assassino, Jason escreve cartas que de forma surpreendente são respondidas pelo psicopata. Ele decide visitar Gacy na prisão, dando início a uma sinistra relação. 

Baseado em uma absurda história real, este longa detalha a doentia relação que foi criada entre o jovem e o assassino manipulador. 

Algumas sequências pesadas envolvendo perversão sexual e diálogos bizarros dão um pouco da dimensão da mente distorcida de Gacy, que havia cometido uma enorme série de assassinatos e enterrado as vítimas no quintal de sua casa. 

Destaque para a atuação assustadora de William Forsythe.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Metal Lords

 


Metal Lords (Metal Lords, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Peter Sollett
Elenco – Jaeden Martell, Adrian Greensmith, Isis Hainsworth, Noah Urrea, Brett Gelman, Analesa Fischer, Michelle Mao, Joe Manganiello.

Kevin (Jaeden Martell) e Hunter (Adrian Greensmith) são amigos que desejam formar uma banda de heavy metal para disputar um concurso no colégio. Sem opções para completar a banda, eles terminam aceitando a garota Emily (Isis Hainsworth) que na verdade toca violoncelo. 

Esta inofensiva comédia mistura situações comuns ao mundo dos adolescentes de classe média com uma ótima trilha sonora para quem gosta de heavy metal e rock. Os pequenos dramas enfrentados pelos protagonistas são até interessantes, assim como as boas sequências musicais. É uma simpática sessão da tarde.