quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

You, Me and the Apocalypse

You, Me and the Apocalypse (You, Me and the Apocalypse, EUA, 2015)
Criado – Iain Hollands
Elenco – Matthew Baynton, Jenna Fischer, Joel Fry, Gaia Scodellaro, Paterson Joseph, Kyle Soler, Rob Lowe, Megan Mullaly, Pauline Quirke, Diana Rigg.

Cientistas descobrem que um cometa irá colidir com a Terra daqui a trinta e quatro dias. Em meio ao desespero da população, várias pessoas tentam resolver seus problemas, sem saber que o destino os levará a um bunker subterrâneo na pequena cidade de Slough na Inglaterra. 

Este série que teve apenas uma temporada com dez episódios explora a premissa do fim do mundo para criar uma divertida história com personagens que variam de malucos a patéticos em busca da sobrevivência. A série funciona principalmente por causa dos personagens. Diferentes entre si, todos estão ligados uns aos outros de alguma forma. 

O protagonista é o desconhecido Matthew Bayton, que interpreta gêmeos que não se conhecem, sendo um o herói improvável e o outro o vilão sem escrúpulos. Entre os destaques do elenco temos a mãe (Jenna Fischer) que assume a culpa de um crime cibernético do filho, uma impagável neonazista (Megan Mullaly), além de uma jovem freira (Gaia Scodellaro) e de um padre cínico (Rob Lowe), entre outros. 

O roteiro faz rir cutucando o governo americano, o Vaticano, os falsos Messias que surgem com a chegada do fim do mundo e ainda insere uma conspiração no meio da trama. A série perde pontos por não ter um final fechado, deixando várias perguntas em aberto. Ela com certeza foi escrita pensando em uma segunda temporada, porém acabou cancelada após os dez episódios.  

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Efeito Borboleta

Efeito Borboleta (The Butterfly Effect, EUA / Canadá, 2004) – Nota 7,5
Direção – Eric Bress & J. Mackye Gruber
Elenco – Ashton Kutcher, Amy Smart, Eric Stoltz, Melora Walters, Elden Henson, William Lee Scott, Ethan Suplee, Callum Keith Rennie, Cameron Bright, Logan Lerman.

Na universidade, Evan Treborn (Ashton Kutcher) sofre com apagões causados por traumas que vivenciou na infância e adolescência. Evan teve sérios problemas com o pai abusivo (Callum Keith Rennie), com um professor pervertido (Eric Stoltz), além de ser testemunha do sofrimento de Kayleigh (Amy Smart) e seu irmão Tommy (William Lee Scott), também vítimas de abusos. 

Quando ele decide reler seu diário escrito quando era adolescente, Evan descobre que de alguma maneira pode voltar ao passado para reviver os acontecimentos. O estranho dom faz com que ele acredite que possa mudar seu destino e dos amigos, porém não imagina que a primeira tentativa de "corrigir" o passado resultará em mudanças drásticas no futuro. 

O termo “Efeito Borboleta” é utilizado na “Teoria do Caos” para exemplificar de forma básica que toda ação gera uma cadeia de consequências inimagináveis. Partindo desta premissa, a dupla de diretores/roteiristas Bries & Gruber criou este divertido longa que recebeu críticas ruins, mas que fez algum sucesso no cinema e principalmente no mercado de dvd. 

Não é um filme para analisar interpretações ou buscar furos nas idas e vindas do personagem de Ashton Kutcher, o objetivo é o espectador entrar na brincadeira e no desespero do sujeito que tenta alterar o passado para remontar o presente e o futuro como se fosse um quebra-cabeça de centenas de peças que estão misturadas. Os destaques são as situações bizarras criadas cada vez que o protagonista tenta realinhar os acontecimentos. 

O filme teve duas continuações picaretas lançadas diretamente em vídeo.  

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Patch Adams - O Amor é Contagioso

Patch Adams – O Amor é Contagioso (Patch Adams, EUA, 1998) – Nota 7
Direção – Tom Shadyac
Elenco – Robin Williams, Monica Potter, Daniel London, Philip Seymour Hoffman, Bob Gunton, Josef Sommer, Irma P. Hall, Frances Lee McCain, Harve Presnell, Peter Coyote, Michael Jeter, Harold Gould.

Final dos anos sessenta. Após algumas perdas, Hunter “Patch” Adams (Robin Williams) se sente depressivo e decide se internar voluntariamente em um hospital psiquiátrico. 

Durante sua rápida estadia no hospital, ele percebe a falta de “humanidade” no atendimento aos pacientes e ao mesmo tempo como eles reagem positivamente ao terem um mínimo de atenção. 

Decidido a se tornar médico, Patch entra para a universidade e aos poucos luta para tratar os pacientes com carinho e risadas, fato que desagrada alguns colegas e principalmente o reitor (Bob Gunton). 

O verdadeiro dr Patch Adams ainda está vivo, sendo um dos grandes defensores do tratamento humanizado, do tipo em que o médico se preocupa não somente em tratar a doença, mas também mostrar empatia com o paciente. 

Pequenos detalhes como chamar o paciente pelo nome, ouvir o que ele tem a dizer e principalmente entender que ali existe uma pessoa que está sofrendo e não apenas uma problema a ser resolvido como se fosse uma máquina em manutenção fazem grande diferença.

Há alguns anos, Patch Adams veio ao Brasil e em uma entrevista citou que o filme é bem diferente do que realmente ocorreu na sua vida. Isso não chega a atrapalhar o longa, que termina passando um exemplo de solidariedade e preocupação com o próximo, valorizado pela sensível interpretação de Robin Williams.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Merantau

Merantau (Merantau, Indonésia, 2009) – Nota 7
Direção – Gareth Evans
Elenco – Iko Uwais, Sisca Jessica, Mads Koudal, Alex Abbad, Yusuf Aulia, Christine Hakim.

O jovem Yuda (Iko Uwais) deixa a casa da mãe no interior da Indonésia para tentar uma nova vida na capital Jacarta. Este tipo de situação é conhecida na Indonésia como “Merantau”, uma espécie de provação que todo jovem deve passar para se tornar um adulto. 

Ao chegar em Jacarta, o sonho de se tornar professor de uma arte marcial chamada Silat rapidamente é destruído. Yuda acaba ajudando uma jovem (Sisca Jessica) a fugir de uma quadrilha de traficantes de mulheres. Os dois se tornam alvos e ele precisará utilizar seu talento como lutador para salvar a garota. 

O diretor Gareth Evans e o astro Iko Uwais ficaram conhecidos pelos ótimos e explosivos “Operação Invasão I e II”, porém a parceria começou dois anos antes com este agitado “Merantau”.  O roteiro explora a história clássica do jovem sonhador que descobre que a vida na cidade grande é bem diferente do que imaginava, lógico que recheado de lutas e violência. 

As várias sequências de porradaria são muito bem coreografadas, lembrando um pouco o estilo de Jackie Chan ao utilizar diversos objetos como armas, porém com bem mais violência. 

O talento do ator Iko Uwais está rendendo novos filmes mais bem trabalhados e uma série chamada “Wu Assassins” que será lançada na Netflix em 2019.  É um ator/lutador para os fãs do gênero ficarem de olho.

domingo, 23 de dezembro de 2018

Doentes de Amor

Doentes de Amor (The Big Sick, EUA, 2017) – Nota 8
Direção – Michael Showalter
Elenco – Kumail Nanjiani, Zoe Kazan, Holly Hunter, Ray Romano, Anupam Kher, Zenobia Shroff, Adeel Akhtar, Bo Burnham, Aidy Bryant, Kurt Braunohler.

Kumail (Kumail Nanjiani) é um paquistanês que tenta ganhar a vida como comediante de stand up.

Pertencendo a uma família tradicional, sua mãe exige que ele se case com uma garota paquistanesa, porém Kumail começa a namorar a jovem Emily (Zoe Kazan). 

O casal entra em crise algum tempo depois, mas quando Emily é internada e entra em coma por causa de uma doença desconhecida, Kumail é obrigado a repensar sua vida com a família. 

Baseado na história de vida real do ator Kumail Nanjiani, a princípio a impressão é de uma comédia despretensiosa sobre relacionamentos. Quando a garota fica doente e entram em cena seus pais vividos por Ray Romano e Holly Hunter, o longa cresce de qualidade. 

O roteiro explora de forma sóbria o relacionamento que nasce entre os pais da garota e Kumail através de diálogos afiados, valorizado pelas simpáticas atuações de Romano e Hunter. 

O filme é uma surpresa extremamente agradável, que mescla drama, comédia e bom humor na medida certa.

sábado, 22 de dezembro de 2018

Em Pedaços

Em Pedaços (Aus Dem Nichts, Alemanha / França, 2017) – Nota 7,5
Direção – Fatih Akin
Elenco – Diane Kruger, Denis Moschitto, Samia Muriel Chancrin, Numan Acar, Hanna Hillsdorf, Ulrich Brandhoff, Johannes Krisch, Ulrich Tukur.

Na Alemanha, Katja (Diane Kruger) perde o marido (Numan Acar) e o filho em um atentado a bomba. 

A dor pela perda se transforma em revolta quando a polícia acredita que o atentado esteja ligado a alguma atividade ilícita do marido, que anos antes havia cumprido pena por tráfico. 

Com ajuda de um amigo advogado (Denis Moschitto), Katja tenta buscar justiça para quem sabe assim conseguir retomar sua vida. 

O roteiro escrito pelo diretor turco Faith Akin foca em vários temas atuais polêmicos, como a xenofobia, a violência e o sistema judiciário que muitas vezes premia a injustiça, independente do país. 

Akin também explora as consequências psicológicas de quem perde um ente querido, situação valorizada pela ótima atuação da bela Diane Kruger, que intercala sentimentos de tristeza, ódio e abandono. 

É uma história triste e até cruel em alguns momentos.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A Lança Partida & Minha Vontade é a Lei


A Lança Partida (Broken Lance, EUA, 1954) – Nota 6,5
Direção – Edward Dmytryk
Elenco – Spencer Tracy, Robert Wagner, Jean Peters, Richard Widmark, Katy Jurado, Hugh O’Brian, Earl Holliman, Eduard Franz, E. G. Marshall.

Após três na cadeia, Joe Deveraux (Robert Wagner) ganha a liberdade. Rapidamente ele descobre que seus irmãos (Richard Widmark, Hugh O’ Brian e Earl Holliman) querem deixá-lo de fora dos negócios que eram de seu pai (Spencer Tracy).

Uma narrativa em flashback detalha porque Joe foi preso e também a difícil relação com os irmãos que eram filhos do primeiro casamento do pai, enquanto a mãe de Joe era uma índia (Katy Jurado).

Este longa é muito mais voltado para o drama do que para um western tradicional. Além da disputa entre irmãos, temos a briga do personagem de Spencer Tracy com uma empresa mineradora e o preconceito enfrentado por Joe ao namorar a bela Barbara (Jean Peters), por ser considerado um mestiço.

É um filme que hoje se mostra envelhecido pelo formato, tendo perdido um pouco da força da história. O trio Edward Dmytrky, Spencer Tracy e Robert Wagner faria um filme melhor três anos depois com a aventura dramática “A Maldição da Montanha”.

Minha Vontade é a Lei (Warlock, EUA, 1959) – Nota 7,5
Direção – Edward Dmytryk
Elenco – Henry Fonda, Richard Widmark, Anthony Quinn, Dorothy Malone, Dolores Michaels, DeForest Kelley, Wallace Ford, Tom Drake.

A população da cidade de Warlock sofre na mãos do bando de Abe McQuown (Tom Drake) e por este motivo contrata o pistoleiro Clay (Henry Fonda) para defendê-los. Clay exige como ajudante seu amigo Tom (Anthony Quinn), que tem uma problema na perna. 

Ao mesmo tempo, Johnny Gannon (Richard Widkmark) se desentende com Abe, abandona a quadrilha e se torna o xerife da cidade, mesmo tendo que ser uma espécie de auxiliar do pistoleiro Clay. 

A premissa deste western de poucos tiros e várias subtramas bebe na fonte da história de Wyatt Earp e Doc Holliday. O roteiro explora bem as complexas relações entre os personagens, inclusive com a ex-prostituta vivida por Dorothy Malone. 

É um western mais marcante pelo roteiro e as atuações do que pelas sequências de tiroteio e brigas comuns ao gênero.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Os Piratas da Somália

Os Piratas da Somália (The Pirates of Somalia, Somália / Quênia / Sudão / África do Sul / EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – Bryan Buckley
Elenco – Evan Peters, Barkhad Abdi, Al Pacino, Melanie Griffith, Philip Ettinger, Maria Vos.

Final de 2007. O jovem jornalista Jay Bahadur (Evan Peters) não consegue alavancar sua carreira. Um encontro casual com um jornalista aposentado (Al Pacino) resulta em uma ideia maluca. Viajar para Somália e escrever um livro sobre os piratas que agem na região sequestrando navios para pedir resgate. 

Como jornalista algum tinha coragem de viajar para aquele país, Jay se torna uma celebridade ao ser recebido pelo filho do presidente. Com ajuda de um guia local (Barkhad Abdi), o jovem jornalista tenta entender o que de fato está acontecendo na Somália. 

Baseado numa maluca história real, este longa é um exemplo de como as vezes é necessário ousadia para realizar seus sonhos. A aventura enfrentada pelo protagonista que saiu de uma pequena cidade do Canadá é detalhada de forma agradável, inclusive com pitadas de bom humor, sem deixar de lado alguns momentos de tensão. 

Além da questão dos piratas, o roteiro que é baseado no livro do verdadeiro Jay Bahadur, também mostra um pouco de como é a vida na Somália, dos seus costumes e vícios, como por exemplo a droga chamada Khat que é vendida livremente nas ruas. 

Vale citar as boas atuações de Evan Peters e de Barkhad Abdi, este último que ficou conhecido por seu papel em “Capitão Phillips”, outro longa que foca na questão dos piratas da Somália.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

A Viatura

A Viatura (Cop Car, EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Jon Watts
Elenco – Kevin Bacon, James Freedson Jackson, Hays Wellford, Camryn Manheim, Shea Whigham.

Dois garotos (James Freedson Jackson e Hays Wellford) encontram uma viatura de polícia em meio a um local isolado.

Curiosos, eles conseguem entrar no carro, encontram a chave e decidem dirigir pela estrada. 

O que eles não sabem é que a viatura pertence a um xerife corrupto e violento (Kevin Bacon), que estava enterrando um corpo. 

É uma trama extremamente simples que segue o estilo dos filmes B de suspense. O diretor e roteirista Jon Watts consegue prender a atenção do espectador com este fio de história e ainda entrega um final violento e ousado que foge do lugar comum. 

Vale destacar as atuações dos garotos que misturam rebeldia e ingenuidade, além de Kevin Bacon interpretando o vilão com um sinistro bigode.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Todo o Dinheiro do Mundo

Todo o Dinheiro do Mundo (All th Money in the World, EUA / Itália / Inglaterra, 2017) – Nota 7
Direção – Ridley Scott
Elenco – Mark Wahlberg, Michelle Williams, Christopher Plummer, Romain Duris, Timothy Hutton, Charlie Plummer, Charlie Shotwell, Andrew Buchan, Marco Leonardi.

Roma, 1973. John Paul Getty III (Charlie Plummer) é um jovem de dezesseis anos neto do então homem mais rico do mundo, o empresário do ramo de petróleo John Paul Getty (Christopher Plummer). O garoto é sequestrado por homens ligados a Máfia Calabresa ‘Ndrangheta. 

Como sua mãe (Michelle Williams) estava separada do filho de Getty (Andrew Buchan), ela não tinha o dinheiro pedido para o resgate. O velho milionário se nega a pagar o valor e envia o ex-agente secreto Fletcher Chase (Mark Wahlberg) para negociar com os sequestradores. 

Baseado numa maluca história real, este longa dirigido por Ridley Scott detalha em paralelo os bastidores do sequestro, o complicado relacionamento da família Getty, além da mesquinhez do velho milionário. 

Por mais que o filme tenha cenas de violência e outras com certa dramaticidade, em vários momentos os absurdos dos acontecimentos beiram o humor negro. 

O destaque do elenco fica para o veteraníssimo Christopher Plummer, que consegue passar toda a falta de caráter de seu personagem, que sempre pensa em como lucrar, seja lá qual for a situação. 

Vale citar que o papel de Christopher Plummer seria de Kevin Spacey, que foi dispensado após as acusações de assédio que praticamente enterraram sua carreira.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Um Homem de Família

Um Homem de Família (A Family Man, Canadá / EUA, 2016) – Nota 7
Direção – Mark Williams
Elenco – Gerard Butler, Gretchen Mol, Alison Brie, Willem Dafoe, Alfred Molina, Maxwell Jenkins, Anupan Kher, Dustin Milligan, Mimi Kuzyk.

Dane Jensen (Gerard Butler) trabalha com headhunter em uma empresa onde a disputa por atingir as metas beira a ilegalidade. 

Pressionado por seu chefe (Willem Dafoe) para conseguir comissões maiores e assim ser promovido para um cargo pretendido também por outra headhunter (Alison Brie), Dane não mede esforços e mentiras para fechar negócios, mesmo que seja algo prejudicial para seus clientes que procuram uma recolocação profissional. 

Tudo muda quando seu filho Ryan (Maxwell Jenkins) é diagnosticado com leucemia. As consequências da doença do filho afetam seu relacionamento com a esposa (Gretchen Mol) e aos poucos também seu trabalho. 

É um filme que não apresenta surpresas, tudo se encaixa perfeitamente no estilo hollywoodiano de dramas pessoais, inclusive a redenção no final. As mudanças que ocorrem com o protagonista seguem o padrão de “encarar a vida de outra maneira”. 

O longa acaba ganhando pontos pela narrativa sóbria que explora ainda a disputa do protagonista no trabalho pela promoção e uma trama paralela sobre um veterano engenheiro (Alfred Molina) que luta para voltar ao mercado de trabalho. 

Mesmo previsível, o filme prende a atenção e entrega o prometido.

domingo, 16 de dezembro de 2018

Bohemian Rhapsody

Bohemian Rhapsody (Bohemian Rhapsody, Inglaterra / EUA, 2018) – Nota 8
Direção – Bryan Singer
Elenco – Rami Malek, Lucy Boynton, Gwilym Lee, Ben Hardy, Joseph Mazzello, Aidan Gillen, Allen Leech, Tom Hollander, Mike Myers, Aaron McCusker.

Biografias tendem a seguir o mesmo padrão. Vida antes da carreira, o início do sucesso, o auge, as crises e por fim os acertos das pendências emocionais e profissionais.

A vida de Freddie Mercury (Rami Malek) teve todos estes ingredientes, incluindo uma morte em consequência de uma trágica doença. 

Um dos grandes acertos deste longa é não explorar os exageros da vida do cantor de uma forma explícita, preferindo detalhar seus erros e acertos de uma forma sóbria. Mesmo as festas malucas que ele costumava oferecer e que renderam lendas bizarras são mostradas sem apelação. 

O roteiro prefere dar ênfase à vida de Mercury com os integrantes do Queen, detalhando como várias músicas de sucesso nasceram, sua relação com a amada Mary (Lucy Boynton) e também as situações que o levaram a se separar do grupo por um breve período. 

As cenas de shows são outro destaque, principalmente o apoteótico final com a apresentação de vinte minutos do grupo no concerto Live Aid. Estas sequências são extremamente valorizadas pela grande atuação de Rami Malek, que incorporou o cantor de forma perfeita. 

O filme é uma bela homenagem ao Queen e a Mercury, ajudando a eternizar uma fantástica carreira. 

Finalizando, tentem descobrir qual o papel de Mike Myers, escondido debaixo de uma maquiagem pesada.

sábado, 15 de dezembro de 2018

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le Fabuleux Destin D'Amélie Poulain, França, 2001) – Nota 9
Direção – Jean Pierre Jeunet
Elenco – Audrey Tautou, Mathieu Kassovitz, Rufus, Lorella Cravotta, Jamel Debbouze, Dominique Pinon.

Amélie Poulain (Audrey Tautou) é uma jovem sonhadora que deixa a casa dos pais para morar sozinha em um pequeno apartamento em Paris. Ela consegue um emprego como garçonete e tenta levar a vida sempre com otimismo. 

Um certo dia ela encontra em seu apartamento uma velha caixa de brinquedos e decide procurar o dono para devolvê-la. É o início de uma espécie de fábula moderna sobre amor, amizade e bondade. 

O diretor Jean Pierre Jeunet demonstra toda a sua criatividade nos belíssimos cenários coloridos, na forma como desenvolve a história e também nos excêntricos personagens. A sensível atuação de Audrey Tautou como a ingênua protagonista é outro destaque. 

É um filme em que o espectador fica com um sorriso no rosto ao final da sessão.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Breakdown & Perseguição


Breakdown - Implacável Perseguição (Breakdown, EUA, 1997) – Nota 7
Direção – Jonathan Mostow
Elenco – Kurt Russell, J. T. Walsh, Kathleen Quinlan, M. C. Gaines, Jack Noseworthy, Rex Linn.

O casal Jeff (Kurt Russell) e Amy (Kathleen Quinlan) está de mudança para San Diego na Califórnia. Eles decidem viajar pelo deserto até a nova residência. Um problema no motor do carro faz com que eles sejam obrigados a parar no acostamento. 

Um motorista de caminhão (J. T. Walsh) decide ajudar o casal. Ele se oferece para levar Amy até um posto próximo, enquanto Jeff fica tomando do carro esperando ela voltar. Após várias horas esperando, Jeff decide ir a pé até o tal posto, onde encontra o motorista que alega não o conhecer. Esse é o início de uma desesperada busca pela esposa. 

Produzido com baixo orçamento, este longa fez um razoável sucesso na época e abriu caminho para o diretor e roteirista Jonathan Mostow comandar filmes maiores como “U-571: A Batalha do Atlântico” e “O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas”. 

Os pontos principais do longa são o suspense explorado no desespero do protagonista vivido por Kurt Russell e as boas cenas de perseguição pela estrada. Também é curioso ver Kurt Russell como um sujeito comum que precisa enfrentar algo mais forte do que ele, diferente dos personagens durões acostumado a interpretar. 

É um bom filme que entrega mais do que promete. 

Perseguição (Joy Ride, EUA, 2001) – Nota 6
Direção – John Dahl
Elenco – Steve Zahn, Paul Walker, Leelee Sobieski, Jessica Bowman.

Lewis (Paul Walker) é um estudante apaixonado pela amiga Venna (Leelee Sobieski). O problema é que ele mora no Colorado e a garota se mudou para cursar a universidade em New Jersey.

Mesmo assim, Lewis decide comprar um carro velho e atravessar o país para buscar Venna. No caminho, ele tira seu irmão encrenqueiro Fuller (Steve Zahn) da cadeia. Uma brincadeira de mal gosto incentivada por Fuller transforma os irmãos em alvos de um violento caminhoneiro. 

O roteiro tem semelhanças com o clássico “Encurralado” de Steven Spielberg, principalmente na questão de esconder a identidade do perseguidor, mostrando apenas o assustador caminhão. O contato com o motorista do caminhão também ocorre através de rádio. 

Mesmo com algumas boas cenas de perseguição pela estrada e um certo suspense nas sequências do motel e do posto de gasolina, o longa perde pontos pelos furos no roteiro. É difícil entender como o caminhoneiro consegue vigiar os irmãos sem ser visto. 

Vale citar que o filme foi lançado no mesmo ano do primeiro “Velozes e Furiosos”, por isso Paul Walker ainda era pouco conhecido, enquanto Steve Zahn tinha uma carreira mais sólida. 

É um filme no máximo razoável. 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Homecoming

Homecoming (Homecoming, EUA, 2018)
Direção – Sam Esmail
Elenco – Julia Roberts, Bobby Cannavale, Stephan James, Shea Whigham, Alex Karpovsky, Sissy Spacek, Marianne Jean Baptiste, Dermot Mulroney, Jeremy Allen White, Hong Chau.

Esta intrigante série dividida em dez episódios de trinta minutos cada explora duas narrativas em paralelo. A primeira se passa em 2018, quando Heidi Bergman (Julia Roberts) é a coordenadora de um programa denominado “Homecoming, aparentemente criado para reinserção de soldados americanos à sociedade após lutarem no Iraque . 

A outra narrativa pula para quatro anos à frente, quando um analista do departamento de defesa (Shea Whigham) investiga uma reclamação sobre o tal projeto que já foi encerrado. De forma surpreendente ele encontra Heidi agora trabalhando como garçonete em um pequeno restaurante.

Criada por Sam Esmail, a mente por trás da complexa “Mr. Robot”, esta série segue o mesmo estilo explorando uma trama repleta de mentiras, paranoia e personagens incomuns.

Além de Julia Roberts e Shea Whigham, os destaques do elenco ficam para Bobby Cannavale como o criador do projeto e a pequena participação de Marianne Jean Baptiste interpretando a mãe do soldado vivido por Stephan James que é um dos participantes do programa. 

Não espere cenas de ação ou violência, a proposta é detalhar os segredos de um projeto com um objetivo bem diferente do que o prometido para os soldados. Esta escolha tira alguns pontos da série. A falta de ação e de suspense acaba decepcionando um pouco. 

Por mais que a história termine com algumas pontas soltas, fica estranha a notícia de uma segunda temporada. Eu não vejo o porquê de continuar uma história que foi explorada ao máximo e que dificilmente terá algo novo de interessante para entregar.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Você Nunca Realmente Esteve Aqui

Você Nunca Esteve Realmente Aqui (You Were Never Really Here, Inglaterra / França / EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Lynne Ramsay
Elenco – Joaquin Phoenix, Judith Roberts, John Doman, Alex Manette, Alessandro Nivola, Ekaterina Samsonov.

Joe (Joaquin Phoenix) é uma espécie de mercenário urbano especialista em resgatar pessoas sequestradas ou desaparecidas. 

Ao ser contratado por um senador (Alex Manette) para resgatar sua filha adolescente que foi sequestrada por homens ligados a uma rede de pedofilia, Joe não imagina estar se envolvendo numa violenta conspiração. 

A forma como a diretora e roteirista Lynne Ramsay (“Precisamos Falar Sobre o Kevin”) desenvolve a história é no mínimo inusitada. Ela insere rápidos flashbacks que tentam explicar o passado do protagonista e o porquê da sua forma extremamente violenta de agir. 

As sequências em que Joe enfrenta os bandidos são ao mesmo tempo violentas e distantes, algumas vezes mostradas através de câmeras de segurança e em outras vemos apenas o sangue. 

A interpretação perturbada de Joaquin Phoenix é outro destaque e se casa perfeitamente com a proposta da diretora. 

O filme é um experiência diferente, indicada para o espectador que gosta de obras estranhas e violentas.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A Irmandade da Guerra

A Irmandade da Guerra (Taegukgi Hwinalrimyeo, Coreia do Sul, 2004) – Nota 8
Direção – Je Gyu Kang
Elenco – Dong Gun Jang, Won Bin, Eun Ju Lee, Hyeong Jin Kong, Yeorang Ran Lee.

Coreia do Sul, 1950. Quando o exército norte-coreano invade o país, a vida dos irmãos Jin Tae (Dong Gun Jang) e Jin Seok (Won Bin) se transforma em um inferno. Eles são afastados da família, obrigados a entrar para o exército sul-coreano e jogados diretamente numa guerra sangrenta. 

Jin Tae é um engraxate que sonhava em ter uma loja de sapatos, enquanto Jin Seok se preparava para entrar na universidade. Em meio a loucura da guerra, eles precisam lutar para manter a vida e a amizade. 

Este violentíssimo épico de guerra lembra obras hollywoodianas como “O Resgate do Soldado Ryan” e “Até o Último Homem”. São sequências e mais sequências de batalhas sangrentas intercaladas por discussões e sentimentalismo. Este último item é um pouco exagerado, porém algo comum nas produções asiáticas.

É um filme para o espectador que gosta de ação do início ao fim.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Belém: Zona de Conflito

Belém: Zona de Conflito (Bethlehem, Israel / Alemanha / Bélgica, 2013) – Nota 7,5
Direção – Yuval Adler
Elenco – Tshai Halevi, Shadi Mar’i, Hitham Omari, Tarik Kopty, Michael Shtamler, George Iskandar.

Na dividida cidade de Belém, Razi (Tshai Halevi) é um policial israelense que tem como informante o adolescente palestino Sanfur (Shadi Mar’i), que é irmão de um perigoso terrorista. 

Quando ocorre um ataque suicida na cidade, o chefe de Razi o pressiona para utilizar Sanfur como isca para chegar até o irmão. O problema é que Razi criou um laço de amizade de garoto. Ele tenta a todo custo poupar o jovem, mesmo colocando sua própria carreira em risco. 

Este competente drama foca no inferno que é a vida em Belém, local onde israelenses e palestinos vivem em eterna batalha. O roteiro acerta ao mostrar os erros dos dois lados, tanto a forma opressora como os israelenses tratam os palestinos, como a ódio recíproco que resulta em atentados a bombas e assassinatos por vingança. O roteiro detalha também as brigas políticas entre os diferentes grupos palestinos. 

É um retrato perfeito de um conflito que aparentemente nunca terá fim.

domingo, 9 de dezembro de 2018

Gênios do Mal

Gênios do Mal (Charlard Games Goeng, Tailândia, 2017) – Nota 8
Direção – Nattawut Poonpiriya
Elenco – Chutimon Chuengcharoensukying, Eisaya Hosuwan, Teeradon Supapunpinyo, Chanon Santinatornkul, Thaneth Warakulnukroh.

Lynn (Chutimon Chuengcharoensukying) é uma jovem com QI acima da média para matemática. Seu pai que é professor, consegue matricular a garota num colégio de elite com o objetivo dela conseguir uma bolsa de estudos para cursar a universidade em outro país. 

Lynn faz amizade com Grace (Eisaya Hosuwan) e seu namorado Pat (Teeradon Supapunpinyo), que oferecem dinheiro para ela ajudá-los nas provas. Percebendo a chance de lucrar, Lynn cria uma inusitada forma de cola e passa a vender seus serviços para outros alunos. Tudo vai bem até Bank (Chanon Santinatornkul), que também é uma espécie de gênio da matemática, perceber que existe algo de errado durante as provas. 

Este surpreendente longa tailandês coloca em discussão a questão da ética no mundo educacional. A protagonista que vem de uma família de classe média se vê diante da tentação de conseguir dinheiro para melhorar de vida, ao mesmo tempo em que descobre que a bolsa de estudos que ganhou da escola esconde uma espécie de propina que seu pai precisa pagar para mantê-la matriculada. Ou seja, é uma administração escolar corrompida que cobra ética dos alunos para mostrar uma falsa honestidade. 

O filme vai além disso. As estratégias criadas pela protagonista são extremamente criativas, principalmente a primeira utilizada com os amigos no colégio. As sequências da segunda parte da trama quando o golpe se torna mais perigoso são tensas, dignas de um ótimo suspense. 

O filme perde alguns pontos apenas pela escolha do final.

sábado, 8 de dezembro de 2018

O Maior Espetáculo da Terra

O Maior Espetáculo da Terra (The Greatest Show on Earth, EUA, 1952) – Nota 7
Direção – Cecil B. DeMille
Elenco – Charlton Heston, Betty Hutton, Cornel Wilde, James Stewart, Dorothy Lamour, Gloria Grahame, Lawrence Tierney, Henry Wilcoxon, Lyle Bettger.

Brad Braden (Charlon Heston) é o administrador de um grande circo que viaja pelo país com mais de mil funcionários e artistas. Ele precisa convencer os investidores a bancarem uma temporada completa, além de lidar com os problemas do dia a dia e os egos dos artistas. 

O longa é praticamente uma enorme propaganda do circo Ringling Bros and Barnum & Bailey, intercalando diversas sequências com apresentações de artistas reais do circo, com um triângulo amoroso entre o personagem de Heston e os trapezistas vividos por Betty Hutton e Cornel Wilde. No elenco, ainda vale destacar Gloria Grahame como uma domadora de elefantes e James Stewart interpretando um palhaço que vive sempre maquiado. 

Apesar as cenas no trapézio e algumas outras de apresentações serem competentes, o filme tem um ritmo irregular e uma ciranda de amores um pouco ingênua para os dias atuais. O filme ganha pontos por uma surpreendente sequência que muda o foco da trama na parte final. Não vale a pena contar os detalhes para não estragar a surpresa de quem ainda não viu o longa. 

O resultado é um filme interessante por detalhar os bastidores de um circo na época de ouro deste tipo de espetáculo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

A Seita Misteriosa

A Seita Misteriosa (Sound of My Voice, EUA, 2011) – Nota 6,5
Direção – Zal Batmanglij
Elenco – Christopher Denham, Nicole Vicius, Brit Marling, Richard Wharton, Kandice Stroh.

O casal Peter (Christopher Denham) e Lorna (Nicole Vicius) se infiltram numa estranha seita liderada pela jovem Maggie (Brit Marling), que diz ter vindo do futuro. 

Peter e Lorna estão levantando informações para um documentário sobre seitas e falsos profetas. A princípio tendo certeza de que Maggie e seus auxiliares são picaretas, aos poucos Peter se deixa levar pelas palavras manipuladoras da jovem. 

Por mais absurda que pareçam as palavras da jovem guru, o roteiro escrito em parceria pelo diretor Zal Batmanglij e a atriz Brit Marling consegue deixar o espectador em dúvida sobre o que realmente é verdade por boa parte do filme. 

A forma como ela consegue decifrar os medos e desejos dos seguidores demonstra um grande talento. Por outro, a conclusão da história deixa algumas perguntas em aberto e principalmente não explica o verdadeiro objetivo da seita. 

Batmanglij e Marling voltaram a trabalhar juntos no também paranoico “O Sistema”, longa sobre um grupo anarquista.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Guerreiro da Escuridão

Guerreiro da Escuridão (Underverden, Dinamarca, 2017) – Nota 6,5
Direção – Fenar Ahmad
Elenco – Dar Salim, Stine Fischer Christensen, Ali Sivandi, Dulfi Al Jabouri, Jakob Lohmann, Roland Moller.

Zaid (Dar Salim) é um cirurgião filho de iraquianos que nasceu e vive na Dinamarca. Quando seu irmão que é viciado em drogas termina assassinado, Zaid não se conforma ao perceber que a polícia não tem interesse em resolver o caso. 

Ele decide investigar sozinho e terá enfrentar figuras perigosas do submundo para descobrir quem matou seu irmão, mesmo que isso possa lhe custar o emprego e o casamento com Stine (Stine Fischer Christensen). 

O roteiro segue a linha dos filmes de “justiça pelas próprias mãos”. O protagonista é visto como uma espécie de traidor no bairro onde cresceu e que seu irmão foi assassinado, pois conseguiu mudar de vida ao estudar medicina. 

A história funciona bem durante dois terços do filme, com cenas de violência bem filmadas e várias sequências noturnas que criam um interessante clima. O filme perde pontos na parte final quando furos no roteiro e alguns exageros vem à tona. 

O resultado é apenas mediano.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

As Viúvas

As Viúvas (Widows, Inglaterra / EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Steve McQueen
Elenco – Viola Davis, Liam Neeson, Colin Farrell, Michelle Rodriguez, Elizabeth Debicki, Robert Duvall, Bryan Tyree Henry, Daniel Kaluuya, Garrett Dillahunt, Jon Bernthal, Manuel Garcia Rulfo, Coburm Goss, Carrie Coon, Molly Kunz, Jacki Weaver, Kevin J. O’Connor, Jon Michael Hil, Cynthia Erivo, Lukas Haas.

Um assalto termina com quatro bandidos mortos (Liam Neeson, Jon Bernthal, Manuel Garcia Rulfo e Coburn Goss). Em cenas rápidas, descobrimos que cada um deles deixou uma viúva. 

Não demora para um corrupto candidato a vereador (Bryan Tyree Henry) ameaçar Veronica (Viola Davis), a viúva do líder da quadrilha (Liam Neeson), que teria roubado do político uma fortuna que virou pó no incêndio durante o confronto com a polícia. Pressionada para pagar a dívida do marido, Veronica procura as demais viúvas para ajudá-la em um plano de assalto. 

Baseado numa minissérie inglesa dos anos oitenta, este longa infelizmente engana o espectador em uma primeira espiada. O ótimo elenco e a premissa complexa passam a impressão de que veremos um grande filme, quando na verdade o bom diretor Steve McQueen força a barra em algumas situações e falha na narrativa repleta de personagens. 

O filme não chega a ser ruim, inclusive prende bem a atenção e oferece algumas competentes cenas de violência, porém o desejo de focar em vários temas (corrupção política, crítica social e feminismo) deixa a história dispersa e com várias pontas soltas. A transformação das personagens femininas em gênios do crime não convence, assim como a reviravolta no final se mostra exagerada. 

Os destaques do elenco ficam para Viola Davis à vontade como protagonista, Colin Farrell surpreendente como o político inseguro e principalmente para o pequeno e importante papel do veteraníssimo Robert Duvall. As oitenta e sete anos ele entrega uma interpretação forte como o político corrupto e ultrapassado.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

O Último Caçador de Bruxas & Enigma do Espaço


O Último Caçador de Bruxas (The Las Witch Hunter, EUA / China / Canadá, 2015) – Nota 5,5
Direção – Breck Eisner
Elenco – Vin Diesel, Elijah Wood, Rose Leslie, Michael Caine, Olafur Darri Olafsson, Joseph Gilgun, Isaach De Bankolé, Julie Engelbrecht.

Na Idade Média, um grupo de caçadores enfrenta várias bruxas em uma caverna. Eles conseguem matar as inimigas, inclusive a bruxa rainha que termina por jogar uma maldição em Kaulder (Vin Diesel), o transformando em imortal. 

A trama pula para os dias atuais, quando Kaulder trabalha ao lado de um padre (Michael Caine) mantendo a paz entre bruxas e humanas, caçando os rebeldes e os levando para uma prisão. Quando um estranho bruxo (Olafur Darri Olafsson) aparece causando mortes, Kaulder precisará detê-lo antes da rainha das bruxas ser ressuscitada. 

Apesar dos ótimos efeitos especiais e das agitadas sequências de ação, o filme perde pontos por causa dos furos na história. As várias cenas de flashbacks mostrando Kaulder na Idade Média também são cansativas, assim como a reviravolta causada por um personagem na parte final ser no mínimo ingênua. 

Nas poucas cenas em que aparece, Michael Caine tenta passar um pouco de credibilidade, enquanto Elijah Wood é muito mal aproveitado. 

O resultado é um filme fraco, barulhento e vazio.

Enigma do Espaço (The Astronaut’s Wife, EUA, 1999) – Nota 5,5
Direção – Rand Ravich
Elenco – Johnny Depp, Charlize Theron, Joe Morton, Clea Duvall, Nick Cassavetes, Donna Murphy, Samantha Eggar, Gary Grubbs, Blair Brown, Tom Noonan.

Dois astronautas que estão se preparando para voltar à Terra sofrem com uma espécie de apagão na nave. Pouco tempo depois, tudo volta ao normal e eles conseguem regressar para casa. 

Enquanto Spencer Armacost (Johnny Depp) aparentemente leva uma vida normal ao lado da esposa Jillian (Charlize Theron) que logo engravida, além de conseguir um cargo de executivo em Nova York, seu parceiro Alex Streck (Nick Cassavetes) demonstra uma complicada mudança de comportamento que assusta sua esposa Natalie (Donna Murphy). 

Desde o início esta ficção se mostra extremamente previsível. A premissa de filme B é mal desenvolvida, com o roteiro abusando dos clichês, inclusive copiando ideias de filmes famosos como “O Bebê de Rosemary”. 

Algumas cenas de suspense melhoram um pouco o filme, que no geral desperdiça os talentos de Johnny Depp e Charlize Theron.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Vida Privada

Vida Privada (Private Life, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Tamara Jenkins
Elenco – Paul Giamatti, Kathryn Hahn, Kayli Carter, John Carroll Lynch, Molly Shannon, Denis O’Hare, Emily Robinson, Siobhan Fallon Hogan, Lizzy DeClement.

O casal Richard (Paul Giamatti) e Rachel (Kathryn Hahn) já passou dos quarenta anos de idade e ela não conseguiu engravidar.

Para realizar o sonho de ter um filho, eles partem para dois caminhos complexos. Ao mesmo tempo em que se inscrevem para tentar adotar uma criança, ela tenta engravidar através de um tratamento de fertilização. 

O roteiro escrito pela diretora Tamara Jenkins cria uma verdadeira saga a ser enfrentada pelos protagonistas. Após cada tentativa falha que resulta em frustração, Richard e Rachel buscam um novo caminho a qualquer custo, mesmo que as consequências possam ser ainda piores. 

A proposta do roteiro é mostrar que muitas vezes o desejo de conseguir algo se torna uma obsessão, no caso a busca pelo filho termina sendo mais importante que o próprio casamento. Eles abandonam sua vida em busca de um sonho idealizado, que dificilmente será realizado. 

Paul Giamatti e Kathryn Hahn passam com competência toda a frustração de seus personagens, assim como a jovem Kayli Carter tem um importante papel como a sensível sobrinha do casal. 

É um filme que deixa a pergunta. Até que ponto vale a pena sofrer por algo que não temos, ao invés de aproveitar o que a vida nos oferece? 

domingo, 2 de dezembro de 2018

Tocaia no Asfalto

Tocaia no Asfalto (Brasil, 1962) – Nota 7
Direção – Roberto Pires
Elenco – Agildo Ribeiro, Arassary de Oliveira, Geraldo Del Rey, Adriano Lisboa, Antonio Pitanga, Angela Bonatti.

Na Bahia, Rufino (Agildo Ribeiro) é um matador contratado por um coronel para assassinar um político rival que é candidato ao governo do Estado. 

Em paralelo, um deputado (Geraldo Del Rey) ameaça denunciar à justiça o candidato que está envolvido com corrupção. 

Enquanto espera o momento de agir, Rufino se hospeda em um bordel e se envolve com a prostituta Ana Paula (Arassary de Almeida). 

Este interessante longa é um drama político que foca em temas que ainda são atuais como corrupção, pobreza e violência. 

A fotografia em preto e branco e a narrativa lembram os filmes noir, além é claro dos personagens corruptos e marginais. As cenas noturnas nos criativos créditos iniciais é outro destaque. 

É curioso ver o comediante Agildo Ribeiro como o rústico assassino que se apaixona pela prostituta.

O resultado é um bom filme brasileiro que merece ser mais conhecido.

sábado, 1 de dezembro de 2018

Meu Jantar com Hervé

Meu Jantar com Hervé (My Dinner With Hervé, EUA, 2018) – Nota 8
Direção – Sacha Gervasi
Elenco – Peter Dinklage, Jamie Dornan, David Strathairn, Mireille Enos, Andy Garcia, Harriet Walter, Daniel Mays, Oona Chaplin.

Agosto de 1993. O jornalista irlandês Danny Tate (Jamie Dornan) está separado da esposa e lutando contra o alcoolismo. Ele consegue mais uma chance para manter o emprego em um jornal de Londres. 

Sua missão é viajar até Los Angeles para entrevistar o escritor Gore Vidal e como uma trabalho menor, também fazer uma entrevista com um ex-astro da tv, o anão Hervé Villechaize (Peter Dinklage). 

Mesmo sem mostrar interesse em ouvir as histórias de Hervé, aos poucos Danny é convencido pelo sujeito a farrear pelo noite de Los Angeles. É o início de uma noite maluca que mudará a vida do jornalista. 

Esta produção da HBO é baseada na entrevista real que o aqui diretor Sacha Gervasi fez com o ator Hervé Villechaize quando este enfrentava problemas pessoais e uma carreira que tinha praticamente acabado. 

O francês Hervé Villechaize era famoso pelo papel de Tattoo no seriado “Ilha da Fantasia” e pela atuação como Nick Nack em “007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro”. O longa detalha uma noite de catarse para o astro decadente, que demonstra toda a loucura e os excessos que o levaram para a situação em que se encontrava. 

O filme ganha pontos pelas atuações da dupla principal e de David Strathairn como o empresário e também amigo do astro. O show principal fica para Peter Dinklage, que encarna com perfeição o sujeito que tenta criar uma narrativa para diminuir seus erros e suas frustrações, mas que ao final da noite abre o coração para o jornalista que se torna seu novo amigo. 

O resultado é um ótimo filme sobre a história de vida de alguém que chegou ao sucesso, mas que não conseguiu lidar com seus problemas pessoais.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

The Tunnel

The Tunnel (The Tunnel, Inglaterra / França, 2013 a 2018)
Elenco – Stephen Dillane, Clémence Poésy, Thibault de Montalembert, Angel Coulby, Cédric Vieira, William Ash.

Um corpo é encontrado no Eurotúnel, exatamente na divisa entre Inglaterra e França. Logo, os policiais descobrem que na verdade são duas pessoas mortas. A parte de cima do corpo é de uma pessoa e a debaixo pertence a outra. 

Para investigar o caso, as polícias inglesa e francesa montam uma equipe mista. O investigador inglês Karl Roebuck (Stephen Dillane) e a detetive francesa Elise Wassermann (Clémence Poésy) são os responsáveis por seguir as pistas em busca do criminoso. 

Esta competente série policial dividida em três temporadas (dez episódios na primeira, oito na segunda e seis na terceira) tem como pontos principais as tramas extremamente complexas e a ótima química entre a dupla principal. É praticamente impossível detalhar algo mais específico sobre as tramas das temporadas, que se dividem em vários arcos com coadjuvantes que de uma forma ou de outra se tornam importantes no contexto. 

O desenvolvimento dos personagens principais é detalhado na esferas profissional e pessoal, com várias situações cruzando este limite. O policial inglês de Stephen Dillane enfrenta problemas no casamento, tem vários filhos, inclusive um adolescente fruto de um casamento anterior. A francesa interpretada por Clémence Poésy é uma pessoa direta, que fala o que pensa e que tem dificuldades para mostrar sentimentos ou empatia. Estas diferenças entre os personagens é muito bem explorada. 

Vale citar que a série tem várias cenas de violência, mortes e até mesmo um final na terceira temporada que foge totalmente do lugar comum. 

É uma série indicada para quem gosta de tramas policiais complexas.  

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Infiltrado na Klan

Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman, EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Spike Lee
Elenco – John David Washington, Adam Driver, Topher Grace, Laura Harrier, Corey Hawkins, Michael Buscemi, Frederick Weller, Ryan Eggold, Robert John Burke, Isiah Whitlock Jr, Alec Baldwin, Nicholas Turturro, Harry Belafonte.

Colorado Springs, 1978. Ron Stallworth (John David Washington) é o primeiro policial negro da cidade. Mesmo sendo um novato, Ron decide responder um anúncio de jornal feito pela Ku Klux Klan. Ele entra em contato pelo telefone e se faz passar por um branco racista que deseja participar do grupo. 

Não tendo como mostrar sua verdadeira face, Ron consegue convencer o chefe de polícia a abrir uma investigação e enviar em seu lugar o policial Flip Zimmerman (Adam Driver) para se infiltrar no grupo. Enquanto Ron continua conversando com os membros da Klan pelo telefone, Flip se torna amigo dos sujeitos, passando a vigiá-los de perto. 

O diretor Spike Lee escolheu uma bizarra história real registrada em livro pelo verdadeiro Ron Stallworth para criar um longa sarcástico e panfletário. A decisão de desenvolver uma narrativa beirando a comédia funciona ao transformar os “soldados” da Klan em idiotas e fazendo de bobo até mesmo o famoso líder do grupo chamado David Duke (Topher Grace). 

Os problemas surgem por causa da ideologia defendida por Spike Lee, que ameniza as atitudes do grupo de jovens negros ligados aos “Panteras Negras”, além de criar um romance forçado entre o protagonista e a líder dos estudantes (Laura Harrier). 

A coisa desanda na parte final quando Spike Lee insere algumas cenas reais para manipular o público. Estas cenas são realmente terríveis e abomináveis, porém o objetivo do diretor é político. De uma forma panfletária e em defesa de sua ideologia, ele explora os atos de alguns malucos para atacar o atual governo americano. 

Finalizando, o polêmico tema do racismo foi levada às telas de forma muito mais realista e verdadeira em obras como o recente “Detroit em Rebelião” e os clássicos “Mississippi em Chamas” e “No Calor do Noite”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Rota Irlandesa

Rota Irlandesa (Route Irish, Inglaterra / França / Itália / Bélgica / Espanha, 2010) – Nota 6,5
Direção – Ken Loach
Elenco – Mark Womack, Andrea Lowe, John Bishop, Geoff Bell, Jack Fortune.

Liverpool, 2007. Fergus (Mark Womack) volta para a cidade por causa do funeral do amigo Frankie (John Bishop), que morreu aparentemente em uma emboscada no Iraque. 

Fergus e Frankie trabalharam juntos para uma corporação que prestava serviços naquele país. Basicamente eles eram mercenários caçando terroristas. Não acreditando na história contada pelos representantes da empresa, Fergus utiliza seus contatos no Iraque para descobrir o que realmente aconteceu com o amigo. 

Especialista em filmes com temas políticos e sociais, neste trabalho o diretor Ken Loach não consegue desenvolver a história a contento. O roteiro faz uma crítica severa a terceirização da guerra para empresas particulares que ganham milhões em contratos e agem praticamente sem respeitar a lei. O protagonista sabendo como isso funciona, utiliza dos mesmos métodos sujos para desmascarar a empresa. 

Infelizmente o ritmo irregular e a narrativa fria que perde tempo inclusive com um romance entre o protagonista e a viúva do amigo fazem o filme perder pontos. O final que à primeira vista seria impactante, na verdade se mostra vazio numa análise mais profunda. 

Como curiosidade, a “Rota Irlandesa” do título é o perigoso caminho entre o quartel dos britânicos e o aeroporto de Bagdá.

O resultado é um drama apenas mediano

terça-feira, 27 de novembro de 2018

O Funeral do Nosso Melhor Amigo

O Funeral do Nosso Melhor Amigo (Best Man Down, EUA, 2012) – Nota 7,5
Direção – Ted Koland
Elenco – Justin Long, Jess Weixler, Tyler Labine, Addison Timlin, Shelley Long, Frances O’Connor, Evan Jones, Michael Landes.

Após a festa de casamento de Scott (Justin Long) e Kristin (Jess Weixler), o padrinho Lumpy (Tyler Labine), que havia tomada todas e mais algumas, sofre um acidente e morre. Sujeito falastrão e exagerado, Lumpy tinha muitos conhecidos e poucos amigos. 

Scott decide adiar a lua de mel com Kristin para preparar o funeral. Entre os contatos que eles encontram no telefone de Lumpy, está o nome da desconhecida Ramsey (Addison Timlyn). Sem conseguir conversar pelo telefone, o casal resolve viajar até uma pequena cidade para avisar a garota, sem saber que descobrirão um lado oculto da vida do falecido amigo. 

O título nacional passa a impressão de que o filme é uma comédia rasgada, quando na verdade a história está mais voltada para um drama sobre família e amizade. O roteiro escrito pelo diretor Ted Koland foca em personagens que sofrem por causa de frustrações profissionais e pessoais e que buscam novos caminhos na vida. 

O destaque do elenco fica para o pouco conhecido Tyler Labine, que consegue intercalar muito bem os momentos de euforia por causa da bebida e as sequências dramáticas quase todas mostradas em flashback. Em alguns momentos o filme chega a emocionar. 

Considero o longa uma boa surpresa.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Ordinary Person

Ordinary Person (Botongsaram, Coreia do Sul, 2017) – Nota 7
Direção – Kim Bong Han
Elenco – Son Hyun Jo, Hyuk Jang, Park Dong Gyu, Sang Ho Kim, Dal Hwan Jo.

Coreia do Sul, anos oitenta. Ao investigar um caso de assassinato que pode estar ligado a um serial killer, o detetive Sung (Son Hyun Jo) chega a um suspeito chamado Kim Tae Sang (Dal Hwan Jo). 

Em seguida, Sung é procurado por um dos chefes do serviço secreto, o jovem arrogante Choi (Hyuk Jang), que oferece vantagens em troca da confirmação do suspeito como sendo o serial killer. 

Precisando de dinheiro para pagar a cirurgia do filho e pensando em ter uma vida melhor com a esposa, Sung aceita a proposta e decide forjar provas para condenar o pobre Kim Tae Sang. 

A trama tem uma premissa interessante ao enfocar os métodos ilegais utilizados pela polícia sul-coreana e pelo serviço secreto durante a época em que uma ditadura dominava o país. O protagonista se torna um peão na mão do burocrata que acredita estar defendendo o país, mesmo acusando um inocente. 

Por outro lado, a narrativa é irregular e até fria em alguns momentos. A parte final também deixa um pouco a desejar ao apelar para o sentimentalismo. O tema se mostra mais interessante do que o filme, que resulta numa obra mediana.

domingo, 25 de novembro de 2018

Tempestade: Planeta em Fúria

Tempestade: Planeta em Fúria (Geostorm, EUA, 2017) – Nota 5,5
Direção – Dean Devlin
Elenco – Gerard Butler, Jim Sturgess, Abbie Cornish, Alexandra Maria Lara, Andy Garcia, Ed Harris, Daniel Wu, Eugenio Derbez, Amr Waked, Adepero Oduye, Richard Schiff, Mare Winningham, Talitha Eliana Bateman.

As mudanças climáticas levam o planeta quase ao colapso. O cientista Jake Lawson (Gerard Butler) lidera com sucesso o projeto de uma estação espacial que consegue equilibrar o clima. Seu temperamento explosivo faz com que ele perca o emprego após o planeta aparentemente estar seguro. 

Três anos depois, uma falha na estação espacial faz com que seu irmão Max (Jim Sturgess), que tem um cargo no governo, o convença a voltar ao trabalho para resolver o problema no espaço. Logo, Jake percebe que a falha pode estar ligada a uma sabotagem. 

O diretor, produtor e roteirista Dean Devlin é parceiro do diretor Roland Emmerich, especialista em filmes sobre catástrofe. Devlin segue o mesmo o estilo do colega nesta sua incursão solo, inclusive demonstrando os mesmos defeitos.

Personagens mal desenvolvidos, diálogos repletos de clichês e sentimentalismo, além das grandiosas cenas de destruição. O roteiro tenta esconder o vilão, mas o cinéfilo experiente descobrirá rapidamente quem é o culpado. 

O resultado é mais um blockbuster vazio.

sábado, 24 de novembro de 2018

Hollow in the Land

Hollow in the Land (Hollow in the Land, Canadá, 2017) – Nota 6,5
Direção – Scooter Corkle
Elenco – Dianna Agron, Shawn Ashmore, Rachelle Lefevre, Michael Rogers, Jared Abrahamson, Brent Stait, Jessica McLeod.

Numa pequena cidade na divisa do Canadá com os EUA, os irmãos Alison (Dianna Agron) e Brandon (Jared Abrahamson) são vistos com ódio por algumas pessoas por causa do pai que está preso por ter atropelado um garoto após fugir da polícia. 

Uma briga resulta na morte do pai da namorada de Brandon, que desaparece. Sem saber se o irmão cometeu o crime ou apenas fugiu com medo de ser preso por causa do passado do pai, Alison decide investigar o caso, entrando em conflito com o chefe de polícia e com outros moradores. 

Este doloroso drama policial explora uma história de preconceito e ódio ao transformar os filhos de um assassino em cúmplices aos olhos da população. A protagonista enfrenta uma verdadeira saga de sofrimento para descobrir o paradeiro do irmão e a verdade sobre o crime. 

O filme vai muito bem até a parte final, quando é revelada a verdadeira motivação do crime, situação a meu ver um pouco exagerada. Esta solução faz o filme perder alguns pontos. O resultado é apenas mediano.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Chacrinha: O Velho Guerreiro

Chacrinha: O Velho Guerreiro (Brasil, 2018) – Nota 7
Direção – Andrucha Waddington
Elenco – Stepan Nercessian, Eduardo Sterblitch, Gianne Albertoni, Carla Ribas, Pablo Sanábio, Rodrigo Pandolfo, Antônio Grassi, Thelmo Fernandes, Laila Garin, Marcelo Serrado, Amanda Grimaldi, Karen Junqueira, Gustavo Machado.

Entre o início dos anos quarenta até sua morte em 1988, o apresentador Abelardo Barbosa, o Chacrinha (Stepan Nercessian na terceira idade e Eduardo Sterblitch na juventude) fez enorme sucesso primeiro no rádio e depois na televisão. 

Este longa detalha os momentos principais destes mais de quarenta de carreira e de vida do personagem. Seu casamento com Florinda (Amanda Grimaldi na juventude e Carla Ribas), sua relação com os filhos (Rodrigo Pandolfo o mais velho e Pablo Sanábio em papel duplo interpretando os gêmeos), com o amigo Oswaldo (Gustavo Machado e Antônio Grassi), com a maluca Elke Maravilha (uma surpreendente Gianne Albertoni) e com o famoso executivo da Rede Globo Boni (Thelmo Fernandes), além de seu affair com a cantora Clara Nunes (Laila Garin). 

Vale destacar que o roteiro mesmo não se aprofundando, também detalha o lado negativo de Chacrinha. Sua infidelidade, o gênio explosivo e intempestivo, as caravanas em que os artistas eram obrigados a se apresentar de graça em troca da participação no programa de tv e o famoso “jabá”, o dinheiro que recebia por fora para alavancar carreiras. 

Outro destaque são as interpretações de Eduardo Sterblitch e Stepan Nercessian, principalmente o segundo que criou uma cópia fiel do apresentador, inclusive na tonalidade da voz. 

É um filme que cumpre o que promete e ainda mostra detalhes de bastidores pouco conhecidos pelo público.