Crime

 

Crime (Crime, Inlgaterra, 2023) – Nota 6,5
Direção – James Strong & David Blair
Elenco – Dougray Scott, Joanna Vanderham, Jamie Sives, Ken Stott, Michael Abubakar, Angela Griffin, Allison McKenzie, Laura Fraser, John Simm.

Em Edimburgo na Escócia, uma garota de doze anos é sequestrada no caminho da escola. O inspetor Ray Lennox (Dougray Scott) acredita que o crime esteja ligado com outros desaparecimentos e assassinatos cometidos por um serial killer batizado como “O Confeiteiro”. Enquanto investiga o caso na busca pela garota, Ray também precisa convencer seus colegas e seu chefe de que sua teoria está correta. 

Esta minissérie em seis episódios foca muito mais no drama no que numa trama policial convencional. As poucas cenas de violência são até leves, o ponto alto são as sequências dramáticas envolvendo o trauma que o protagonista carrega e seus sentimentos represados a base álcool e drogas. 

Mesmo com a série perdendo pontos por inserir tramas paralelas apenas por uma questão de ideologia, como a crise no emprego da namorada do inspetor (Angela Griffin) e os exageros do policial canalha vivido por Jamie Sives, vale destacar a atuação atormentada de Dougray Scott, ator que quase foi escolhido para ser 007 antes do papel ser oferecido a Daniel Craig.

Segurança

 

Segurança (Security, Itália, 2021) – Nota 6,5
Direção – Peter Chelsom
Elenco – Marco D’Amore, Maya Sansa, Silvio Muccino, Valeria Bilello, Ludovica Martina, Giulio Pranno, Tommaso Ragno, Beatrice Granno, Fabrizio Bentivoglio.

Na cidade litorânea de Forte Dei Marmi em Lucca na Itália, Santini (Marco D’Amore) é o dono de uma empresa que instala câmeras de segurança nas residências, principalmente de pessoas da classe alta. Quando uma jovem ferida é resgatada na região, o fato dá início a uma série de situações dramáticas envolvendo outros moradores, quase tudo sendo vigiado pelas câmeras de Santini. 

Baseado em um livro de ficção, este longa tem uma trama bastante interessante que explora temas atuais como as câmeras de vigilância denunciando as pessoas, a ambição acima da família envolvendo uma personagem candidata a prefeita e o sexo tomando a frente das decisões que deveriam ser racionais. 

Mesmo com o roteiro não chegando a se aprofundar nas tramas, a narrativa prende a atenção pelos segredos dos personagens que aos poucos vem à tona.

Trash Fire & 1BR: O Apartamento

 

Trash Fire (Trash Fire, EUA, 2016) – Nota 6,5
Direção – Richard Bates Jr.
Elenco – Zach Grenier, Angela Trimbur, Fionnula Flanagan, AnnaLynne McCord, Sally Kirkland, Matthew Gray Gubler, Ezra Buzzington.

Owen (Zach Grenier) e Isabel (Angela Trimbur) vivem juntos, mesmo com os problemas causados pela personalidade complicada dele. Uma determinada situação leva Owen a aceitar a ideia de Isabel que deseja conhecer a família dele, na verdade apenas a avô e a irmã de quem Owen se afastou depois de uma tragédia. 

Esta mistura de drama, terror e pitadas de humor negro leva ao extremo os temas da família disfuncional e do fanatismo religioso. O filme também é ousado nas sequências de teor sexual e no desfecho da trama.

1BR: O Apartamento (1BR, EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Davir Marmor
Elenco – Nicole Brydon Bloom, Giles Matthey, Taylor Nichols, Alan Blumenfeld, Naomi Grossman, Celeste Sully.

Ao chegar em Los Angeles ainda sem saber direito o que fazer da vida, a jovem Sarah (Nicole Brydon Bloom) consegue alugar um apartamento em um condomínio que a princípio parece ser um pequeno paraíso. Não demora para ela descobrir que os vizinhos sorridentes escondem um terrível segredo. 

Este longa é um terror psicológico com uma história bizarra que pode ser comparada com uma alegoria a dominação de grupos ou de massas. A pressão psicológica, o medo e as ameaças veladas ou diretas levam as pessoas a aceitarem situações absurdas acreditando ser a única saída. O mundo passou por algo semelhante e vimos como muitas pessoas são suscetíveis a pressão. 

O filme em si tem uma narrativa irregular e atuações ruins, mas vale como curiosidade para análise de comportamento.

Infiltrados: Venezuela

 

Infiltrados: Venezuela (Brasil, 2023) – Nota 8
Direção – Lucas Araujo
Documentário

Os amigos Bruno Musa e Fabio Lima ficaram conhecidos por um doc feito em Cuba, mostrando como a pequena ilha do Caribe sofre pelos efeitos devastadores de uma ditadura comunista que está no poder desde 1959. Em parceira com a equipe do Brasil Paralelo, a dupla foi até a Venezuela para filmar um novo documentário sobre o que realmente está acontecendo naquele país. 

O documentário é surpreendente em parte ao mostrar que na capital Caracas existe uma pequena elite que desfruta de uma ótima vida, porém por outro lado deixo claro também as consequências dos governos ditatoriais que começaram em 1989 que levaram o país a se transformar de maior economia da América do Sul nos anos oitenta, a um dos mais pobres do mundo na atualidade. 

Com a economia destruída, um salário mínimo ridículo, serviços básicos como água, luz, saúde e educação totalmente ineficientes e com praticamente oitenta por cento da população na pobreza, a Venezuela é o exemplo de como o socialismo (ou comunismo) é uma fantasia utilizada por aproveitadores para conseguir poder e manter o maior número de pessoas possíveis dependentes do Estado. 

Por questão de segurança, a dupla não se arriscou a viajar para outras cidades do país onde a pobreza é ainda maior e o medo e a violência dominam, mas mesmo assim eles conseguirem visitar a favela no bairro de Petera, que é a maior da América Latina com a estimativa de ter seiscentos mil moradores. Em comparação, ela tem três vezes a população da Rocinha. 

Este doc é mais um obra do Brasil Paralelo que deveria ser exibida para o país inteiro, mostrar como o populismo socialista é nocivo e como podem ser as consequências deste tipo de governo a longo prazo.

Hypnotic

 

Hypnotic (Hypnotic, EUA, 2023) – Nota 5,5
Direção – Robert Rodriguez
Elenco – Ben Affleck, Alice Braga, William Fichtner, JD Pardo, Dayo Okeniyi, Jeff Fahey, Jackie Earle Haley, Hala Finley.

Danny Rourke (Ben Affleck) é um detetive em crise que busca encontrar a filha que desapareceu faz um ano. Um assalto a banco rende pistas que o responsável pelo crime pode estar ligado ao sumiço da criança, porém ao investigar, Danny descobre que nada é o que parece ser. 

Esta mistura de policial e ficção com uma produção caprichada se perde completamente na trama absurda envolvendo uma conspiração. As surpresas que surgem na metade final são semelhantes a um cartoon, onde ficção e realidade se confundem de forma bizarra e repleta de furos. A cena final no meio dos créditos deixa tudo ainda mais confuso, além de abrir a porta para talvez uma sequência.

Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain

 

Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain (Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain, EUA, 2021) – Nota 8
Direção – Morgan Neville
Documentário

Em 2018, as pessoas que acompanhavam a carreira do chef e apresentador de programas de viagens exóticas Anthony Bourdain se surpreendeu com a notícia de seu suicídio. Este documentário detalha sua vida pessoal e profissional desde 2000 quando lançou o livro “Cozinha Confidencial” que se tornou um best seller e resultou no convite para apresentar o programa de viagens para tv. 

É bastante interessante e também doloroso conhecer a pessoa por trás das câmeras. Fatos como o vício em heroína que ele superou antes de ir para tv e os três relacionamentos amorosos que marcaram sua vida, com destaque negativo para o último com a atriz italiana Asia Argento deixam claro os problemas que ele enfrentou e que no final não conseguiu superar. 

São muito legais e emotivos os depoimentos de seus amigos, claramente comovidos com a tragédia. Entre eles o casal de produtores de seu programa, o ator David Choe, o cantor Josh Homme vocalista da banda “Queens of Stone Age” e o ator e pintor John Lurie. 

Infelizmente é mais um exemplo de um pessoa com inteligência e carisma acima da média que não soube lidar com seus demônios.

Perigosamente Juntos & Tribunal Sob Suspeita

 

Perigosamente Juntos (Legal Eagles, EUA, 1986) – Nota 6,5
Direção – Ivan Reitman
Elenco – Robert Redford, Debra Winger, Daryl Hannah, Brian Dennehy, Terence Stamp, Steven Hill, David Clennon, John McMartin, Roscoe Lee Browne, Christine Baranski.

Tom Logan (Robert Redford) é um promotor público em ascensão que vê sua carreira se complicar quando durante um caso sente-se atraído pela advogada de defesa (Debra Winger) e pela cliente que ela defende (Daryl Hannah). 

O roteiro deste longa que a princípio parece ser um drama de julgamento, esconde algumas pitadas de comédia, muito pela direção do especialista no gênero Ivan Reitman. A história mistura também romance com um pouco de suspense deixando algumas surpresas no desenvolvimento dos personagens. 

Por sinal, o destaque principal é o elenco, com Robert Redford em grande forma e a bela e competente Debra Winger no auge. Ela que pouco tempo depois praticamente abandonou a carreira, marcando presença somente em trabalhos esporádicos.

Tribunal Sob Suspeita (Try by Jury, EUA, 1994) – Nota 6,5
Direção – Heywood Gould
Elenco – Joanne Whalley Kilmer, Armand Assante, William Hurt, Gabriel Byrne, Kathleen Quinlan, Margareth Whitton, Ed Lauter, Richard Portnow, Lisa Arrindell, William R. Moses, Joe Santos.

Valerie (Joanne Whalley Kilmer) é uma mãe solteira que é escolhida para participar do júri que irá decidir o destino de um chefão mafioso (Armand Assante). O criminoso contrata um ex-policial (William Hurt) para ameaçar Valerie e seu filho. Conforme ela tenta influenciar na decisão dos outros jurados com medo de morrer, o promotor (Gabriel Byrne) começa a desconfiar de que existe algo errado. 

Grande parte da trama deste interessante longa foi copiada dois anos depois no roteiro de “A Jurada” que foi protagonizado por Demi Morre e resultou em um enorme fracasso. O filme tem algumas falhas, mas a narrativa que explora um suspense crescente e o elenco de bons atores seguram a atenção do espectador.

Borderline

 

Borderline (Borderline, França, 2014) – Nota 7
Direção – Olivier Marchal
Elenco – Bruno Wolkowitch, Catherine Marchal, Patrick Catalifo, Laura Marsac, Pascal Elso, Vincent Jouan, Jacques Perrin.

Willy Blain (Bruno Wolkowitch) é um comissário da polícia francesa que é detido acusado de vários crimes em parceria com seu colega Philippe (Patrick Catalifo). Enquanto é interrogado pela corregedora Catherine Van Roy (Catherine Marchal), Willy relembra os fatos que o levaram até aquela situação. 

O ator e diretor Olivier Marchal é especialista em filmes policiais e aqui teve como inspiração um caso verdadeiro. O estilo de Marchal é explorar personagens complexos que fogem do maniqueísmo ao mostrar que o trabalho do policial muitas vezes obriga o sujeito a deixar as regras de lado para conseguir resolver casos e prender criminosos. 

A burocracia estatal, a ambição e o orgulho são outros temas comuns ao trabalho do diretor. O roteiro ainda entrega uma surpresa na sequência final que se casa perfeitamente com a história.

Air: A História Por Trás do Logo

 

Air: A História Por Trás do Logo (Air, EUA, 2023) – Nota 7,5
Direção – Ben Affleck
Elenco – Matt Damon, Jason Bateman, Ben Affleck, Chris Messina, Viola Davis, Chris Tucker, Matthew Maher, Julius Tennon, Marlon Wayans, Gustaf Skarsgard, Barbara Sukowa, Jay Mohr, Joel Gretsch, Michael O’Neill, Al Madrigal.

Em 1984, Sonny Vaccaro (Matt Damon) era o responsável por recrutar atletas de basquete para serem patrocinados pela Nike. Estando muito atrás na concorrência com Adidas e Converse, Sonny convence o dono da empresa Phil Knight (Ben Affleck) a direcionar toda verba daquele ano para conseguir o contrato do jovem Michael Jordan, que faria sua primeira temporada na NBA. 

Os bastidores de como Sonny conseguiu convencer a família de Michael Jordan a assinar com a Nike criando uma das parcerias de maior sucesso da história do esporte é detalhada de forma divertida, mas também como algumas contradições em relação ao que realmente ocorreu. 

Deixando isso de lado, a narrativa leve, os personagens interessantes, os diálogos e todo o contexto dos anos oitenta resultam em um ótimo filme para quem viveu na época ou gosta de histórias sobre bastidores de grandes fatos. 

Vale destacar o acerto de Ben Affleck em não mostrar a face do ator que interpreta Michael Jordan, deixando a tela para os “coadjuvantes” da história, mostrando o atleta somente em imagens reais de diferentes épocas.

Ben-Hur

 

Ben-Hur (Ben-Hur, EUA, 1959) – Nota 10
Direção – William Wyler
Elenco – Charlton Heston, Stephen Boyd, Haya Harareet, Jack Hawkins, Hugh Griffith, Martha Scott, Sam Jaffe

Judah Ben-Hur (Charlton Heston) é um príncipe judeu que após ser comandante de uma legião romana é traído pelo amigo Messala (Stephen Boyd). Ben-Hur é transformado em escravo, enquanto sua mãe e sua irmã são enviadas para a prisão. A força de vontade e a obsessão por vingança empurram Ben-Hur a enfrentar uma saga de sofrimento até retornar para Jerusalém em busca de recuperar sua vida. 

Este clássico absoluto foi o recordista do Oscar por trinta e oito anos. Somente em 1999, o hoje também clássico “Titanic” de James Cameron igualou as onze estatuetas, fato que seria repetido em 2003 pelo “O Senhor do Anéis: O Retorno do Rei”. 

O grande diretor William Wyler consegue prende a atenção do espectador durante as três horas e meia de duração misturando drama, história e ótimas sequências de ação, como a clássica corrida de bigas e as cenas nas galés com os escravos acorrentados remando. 

O astro Charlton Heston que havia interpretado Moisés em “Os Dez Mandamentos” três anos antes, aqui se consolidou com uma interpretação forte e carismática.

A Noite do Estrangulador & Sonho da Morte

 

A Noite do Estrangulador (The Night Strangler, EUA, 1973) – Nota 7,5
Direção – Dan Curtis
Elenco – Darren McGavin, Jo Ann Pflug, Simon Oakland, Scott Brady, Wally Cox, Margareth Hamilton, Richard Anderson, John Carradine, Al Lewis.

Após duas jovens serem encontradas mortas por estrangulamento em Seattle, o agitado repórter Kolchak (Darren McGavin) inicia uma investigação paralela a da polícia acreditando que seja obra de um serial killer. Intrometido e obcecado, Kolchak entra em conflito com o capitão da polícia (Scott Brady) e com seu chefe (Simon Oakland). 

Este longa produzido para a tv é interessante pelo clima estranho, com a maioria das sequências a noite, pelo roteiro que leva a uma explicação bizarra para os crimes e pela atuação até engraçada em alguns momentos do ator Darren McGavin. Por sinal, a ótima narração em off do protagonista e as discussões entre ele e chefe são outros pontos altos. 

Vale citar também que o roteiro explora a questão que hoje é ainda mais atual, sobre o que imprensa decide divulgar que normalmente é bem diferente do que realmente aconteceu, ou seja, é a verdade não é a prioridade.

Sonho da Morte (Dead of Night mou Deathdream, Inglaterra / EUA / Canadá, 1974) ) – Nota 6,5
Direção – Bob Clark
Elenco – John Marley, Lynn Carlin, Richard Backus, Henderson Forsythe, Anya Ormsby, Jane Daly.

Após ser dado como morto no Vietnã, o jovem soldado Andy (Richard Backus) volta para casa de forma inexplicável. A alegria dos pais (John Marley e Lynn Carlin) e da irmã (Anya Ormsby) aos poucos se transforma em conflito e desespero quando o rapaz se mostra frio e calado, bem diferente do que era antes da guerra. 

Esta mistura de drama, suspense e terror tem um roteiro que faz críticas ao governo americano por causa da Guerra do Vietnã e foca nas mudanças de comportamento dos jovens da época afetando suas famílias, principalmente os pais que não sabiam como lidar com a nova situação. 

Este tema se junta a violência e ao terror que explode no último ato com sequências um pouco bizarras, mas de acordo com o que era feito no gênero na época. Destaque para a sinistra atuação de Richard Backus, que assusta com sua apatia e seus sorrisos.

Oliver's Deal ou The Debt

 

Oliver's Deal ou The Debt (Oliver's Deal ou The Debt, EUA / Espanha / Peru, 2015) – Nota 7
Direção – Barney Elliott
Elenco – Stephen Dorff, Alberto Ammann, Elsa Olivero, Amiel Cayo, David Strathairn, Carlos Bardem, Brooke Langton.

Três histórias paralelas se cruzam no Peru. Um executivo ambicioso (Stephen Dorff) que negocia terras nos Andes é obrigado pela corporação em que trabalha a finalizar as transações rapidamente. Um pequeno agricultor (Amiel Cayo) se nega a vender suas terras na região, mesmo sendo pressionado por um empresário (Carlos Bardem). Na capital Lima, uma enfermeira (Elsa Olivero) luta para conseguir uma cirurgia para sua mãe doente. 

Este longa praticamente desconhecido tem vários destaques principalmente para quem gosta de dramas que colocam em conflito interesses diversos e tradições culturais. As causas destes dramas são a ganância, o poder e até o desespero, que levam os personagens a tomarem atitudes extremas que resultam em consequências nas vidas de terceiros. 

As locações no Peru variando entre as sequências nos Andes, na periferia de Lima e em um grande hotel no centro da cidade são a cara da América Latina repleta de contrastes e problemas. Considero o filme uma agradável surpresa.

Sempre Estarei Contigo

 

Sempre Estarei Contigo (Still Mine, Canadá, 2012) – Nota 7,5
Direção – Michael McGowan
Elenco – James Cromwell, Genevieve Bujold, Campbell Scott, Julie Stewart, Rick Roberts.

Com sessenta anos de casamento, Craig (James Cromwell) e Irene (Genevieve Bujold) vivem em uma casa de fazenda onde plantam morangos. Quando Irene começa a ter problemas de memória, Craig decide construir uma casa térrea para facilitar a vida da esposa, porém terá de enfrentar a burocracia da prefeitura. 

Este drama detalha com sensibilidade uma história de amor que mostra como a força da união de um casal é a base para um relacionamento verdadeiro. A questão da burocracia burra também vem à tona sem apelar para a ideologia, mas sim deixando claro a falta de empatia da maioria dos representantes do Estado. 

A ótima atuação de James Cromwell é o destaque. Ele consegue passar firmeza nas atitudes de seu personagem e comete erros comuns na vida de qual ser humano até chegar a dolorosa sequência na igreja.

O Fenômeno: Não Estamos Sozinhos & Out of Print

 

O Fenômeno: Não Estamos Sozinhos (The Phenomenon, EUA, 2020) – Nota 7
Direção – James Fox
Documentário

Narrado pelo ator Peter Coyote, este documentário detalha casos importantes de aparecimento de OVNIs nos EUA desde os anos quarenta. É feito um paralelo dos casos com o programa atômico americano, pois vários aparecimentos e situações inexplicáveis ocorreram próximos de instalações militares. 

São muitos depoimentos de testemunhas, incluindo militares e pessoas que trabalharam no governo que deixam claro existir algo além de nossa compreensão ou conhecimento. 

A posição do governo americano na última década ao falar publicamente sobre casos sem explicação foi considerada um avanço e quem sabe o início de uma política de transparência.

Out of Print (Out of Print, EUA, 2014) – Nota 7
Direção – Julia Marchese
Documentário

A diretora Julia Marchese é na verdade funcionária de uma sala de cinema chamada New Beverly que exibe filmes antigos em Los Angeles. Ela conta a história da sala de cinema que foi ideia de um sujeito hoje falecido chamado Sherman Torgan que desejava criar um espaço para filmes de todos os tempos para um público que quisesse algo mais pessoal. 

O empreendimento arriscado deu certo, mesmo com obstáculos e hoje atrai pessoas do cinema que ajudam a montar a programação, participam dos eventos e dão um ar de informalidade na relação entre atores, diretores e público. 

Diretores como Edgar Wright, Kevin Smith, Joe Dante e John Landis estão entre os famosos que ajudam na programação e nos eventos. 

A parte final coloca em discussão a questão da digitalização dos filmes, o que fará com que pequenas salas tenham dificuldades em manter a programação pois utilizam os antigos projetores com filmes. Além disso, o medo é que muitas obras se percam com a digitalização. 

É basicamente um documentário para os fãs de cinema.

Luxor

 

Luxor (Luxor, Egito / Inglaterra / Emirados Árabes Unidos, 2020) – Nota 5
Direção – Zeina Durra
Elenco – Andrea Riseborough, Karim Saleh, Michael Landes, Shereen Reda.

Hana (Andrea Riseborough) é uma médica que trabalha em regiões em conflito. Ao voltar para o Cairo no Egito para passar alguns dias de férias, ela reencontra um ex-amante (Karim Saleh) com quem decide visitar locais turísticos e relembrar o passado. 

Este longa com uma narrativa extremamente chata tem como único destaque as locações no Egito, como se fosse uma aula rasa de história e geografia. Por mais que eu goste do tema, a lentidão da narrativa e a falta de acontecimentos passam a impressão de que o filme tem horas de duração. É muito melhor ver algum documentário sobre o Egito.

Sharper – Uma Vida de Trapaças

 

Sharper – Uma Vida de Trapaças (Sharper, EUA, 2023) – Nota 7
Direção – Benjamin Caron
Elenco – Julianne Moore, Sebastian Stan, Justice Smith, Briana Middleton, John Lithgow, Darren Goldstein, Philip Johnson Richardson.

Uma jovem (Briana Middleton) entra em uma pequena livraria e com sua beleza e simpatia chama a atenção do proprietário (Justice Smith), que a convida para sair iniciando uma relação. O que sujeito não imagina é que o objetivo da jovem é algo diferente, complexo e até mesmo cruel. 

Este competente longa apresenta um roteiro que desenvolve uma complexa trama sobre mentiras e trapaças envolvendo muito dinheiro. Além da dupla citada, temos o golpista vivido por Sebastian Stan, a manipuladora interpretada por Julianne Moore e seu novo marido milionário de John Lithgow. 

A narrativa divide a trama em quatro partes batizadas com os nomes dos personagens montando um quebra-cabeça que será amarrado no último ato, mesmo com alguns detalhes que poderiam ser melhor trabalhados. 

É um daqueles filmes que ao final da sessão o espectador pensa como as pessoas ao seu redor são de verdade e o que elas escondem.

John Wick 4: Baba Yaga

 

John Wick 4: Baba Yaga (John Wick: Chapter 4, EUA / Alemanha, 2023) – Nota 8
Direção – Chad Stahelski
Elenco – Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Ian McShane, Donnie Yen, Bill Skarsgard, Hiroyuki Sanada, Clancy Brown, Shamier Anderson, Aimée Kwan, Scott Adkins, Lance Reddick, Raicho Vasilev.

Marcado para morrer pela organização de criminosos, o assassino John Wick (Keanu Reeves) busca ajuda com os poucos amigos que restaram e ainda planeja matar seus inimigos até quem sabe descobrir uma forma de conseguir perdão. 

Este quarto longa da franquia é o mais frenético e absurdo de todos. São incessantes sequências de ação durante as mais de duas horas e meia de duração que transformam o protagonista em uma espécie de super-herói. 

O espectador tem que abraçar os exageros e se divertir com a criatividade do diretor Chad Stahelski. A qualidade das sequências de ação superam os absurdos. A longa sequência pelos monumentos de Paris, o tiroteio e as lutas dentro da casa filmados do teto e até o duelo final inspirado nos westerns clássicos estão entre os destaques.

A Trágica Farsa & O Diabo Riu Por Último

 

A Trágica Farsa (The Harder They Fall, EUA, 1956) – Nota 8
Direção – Mark Robson
Elenco – Humphrey Bogart, Rod Steiger, Jan Sterling, Mike Lane, Max Baer, Nehemiah Persoff.

Nick Benko (Rod Steiger) é um corrupto empresário de boxe que planeja alavancar a carreira do ingênuo lutador argentino Toro Moreno (Mike Lane). Enquanto arma lutas forjadas contra lutadores comprados, Benko contrata o jornalista Eddie Willis (Humphrey Bogart) para escrever sobre Toro, como se fosse um novo grande astro do esporte. 

Em 1949, o diretor Mark Robson já havia feito o ótimo longa “O Invencível” sobre o mundo do boxe com Kirk Douglas como protagonista. Aqui o foco são os bastidores da corrupção do esporte envolvendo lutas compradas e apostas, algo que sempre foi uma espécie de nuvem cinzenta no boxe. 

O roteiro explora o lado humano através da ingenuidade do lutador e do peso na consciência que aos poucos se instala no personagem de Bogart. Por sinal, este foi o último trabalho do ator, que já estava doente e faleceria no ano seguinte. 

Vale citar ainda a participação de Max Baer vivendo outro lutador, ele que foi campeão de boxe na vida real nos anos vinte.

O Diabo Riu Por Último (Beat the Devil, Inglaterra / Itália / EUA, 1953) – Nota 6
Direção – John Huston
Elenco – Humphrey Bogart, Jennifer Jones, Gina Lollobrigida, Robert Morley, Peter Lorre, Edward Underdown, Ivo Barnard, Marco Tulli, Bernard Lee.

Em uma cidade litorânea no sul da Itália, Billy Dannreuther (Humphrey Bogart) é o intermediário entre uma quadrilha de golpistas liderada por Peterson (Robert Morley) e um desconhecido que está na África preparando terreno para negociar terras ricas em urânio. Um casal inglês (a jovem Jennifer Jones e o carrancudo Edward Underdown) se envolve na negociata e todos ficam à espera da liberação de um navio que está prestes a seguir para o continente africano. 

Este longa que marcou a última colaboração entre o diretor John Huston e o astro Humphrey Bogart deixa um pouco a desejar por não se decidir entre a aventura ou a comédia. Vários situações são típicas de comédia, como a forma histriônica como os italianos são apresentados, as complicadas relações amorosas envolvendo o casal inglês e o personagem de Bogart com sua esposa vivida pela estrela italiana da época Gina Lollobrigida, além dos vilões caricatos. Os destaques ficam para as locações, incluindo as sequências no navio e Bogart repetindo o papel de sujeito cínico.

A Promessa

 

A Promessa (Le Promesse, Bélgica / França / Luxemburgo / Tunísia, 1996) – Nota 7,5
Direção – Jean Pierre & Luc Dardenne
Elenco – Jeremie Renier, Olivier Gourmet, Assita Ouedrago, Jean Michel Balthazar.

Na Bélgica, Igor (Jeremie Renier) é um adolescente que auxilia o pai (Olivier Gourmet) a administrar um prédio decadente onde vivem imigrantes ilegais. O pai lucra com o aluguel e com pequenos serviços dos imigrantes, até que um fato inesperado mexe com Igor, dando início a um conflito entre os dois. 

Este foi o primeiro longa dos irmãos Dardenne que chamou a atenção da crítica e do público que acompanha o cinema independente. Os temas habituais dos filmes da dupla já eram explorados aqui, como a questão dos imigrantes ilegais na Europa, a pobreza escondida nas periferias da Bélgica e o lado obscuro do ser humano em contraste com a solidariedade que surge em pouco momentos. 

É um estilo de cinema cru, com sons naturais, sem trilha sonora e atuações espontâneas. Destaque para a atuação do então garoto Jeremie Renier (não confundir com o astro americano Jeremy Renner) que se tornou parceiro habitual dos diretores em seus filmes seguintes.

Sisu

 

Sisu (Sisu, Finlândia / Inglaterra, 2022) – Nota 7,5
Direção – Jalmari Helander
Elenco – Jorma Tommila, Aksel Hennie, Jack Doolan, Mimosa Willamo, Onni Tommila.

Lapônia, Finlândia, 1944. Em meio a Segunda Guerra Mundial, um ex-soldado finlandês (Jorma Tommila) que vive isolado na região se tornou garimpeiro e encontrou uma fortuna em ouro. Para transformar o ouro dinheiro, o sujeito precisa atravessar a região e enfrentar um batalhão nazista que o persegue. 

Este longa de ação finlandês copia o estilo criativo e violento de “John Wick”, com sequências absurdas em que o espectador precisa aceitar a proposta para se divertir. A forma como o protagonista vivido pelo calado Jorma Tomilla dizima os soldados nazistas, a sequência do enforcamento e o final surreal valem a sessão para quem gosta do gênero.

DMZ

 

DMZ (DMZ, EUA, 2022) – Nota 5
Direção – Ernest Dickerson & Ava DuVernay
Elenco – Rosario Dawson, Benjamin Bratt, Hoon Lee, Freddy Miyares, Venus Ariel, Reynaldo Gallegos.

Em um futuro próximo o EUA está dividido em uma guerra civil entre duas facções. No meio do conflito foi criada uma zona desmilitarizada em Nova York. Depois de oito anos de guerra, a enfermeira Alma (Rosario Dawson) entra de forma clandestina na zona desmilitarizada para tentar encontrar o filho desaparecido. Ela termina se envolvendo em uma disputa entre outros dois grupos que desejam dominar Nova York. 

Esta minissérie em quatro capítulos tem um roteiro que costura pedaços de ótimos filmes como “Fuga de Nova York” e “Warriors – Os Selvagens da Noite”, inclusive com uma sequência de reunião de gangues no Central Park totalmente inspirada neste segundo longa. 

O grande problema não é utilizar as mesmas ideias destes filmes e nem a produção caprichada, mas a forma arrastada da narrativa, os personagens mal desenvolvidos e a história que chega até a ser piegas em alguns momentos. É necessário paciência para ver os quatro episódios.

Tambores Distantes & Jardim do Pecado

 

Tambores Distantes (Distant Drums, EUA, 1951) – Nota 6,5
Direção – Raoul Walsh
Elenco – Gary Cooper, Mari Aldon, Richard Webb, Ray Teal, Arthur Hunnicut, Robert Barrat.

Em 1840, um oficial da marinha (Richard Webb) é enviado para a Flórida com o objetivo de ajudar um batalhão de soldados liderados pelo capitão Quincy (Gary Cooper) a destruir uma antiga fortaleza espanhola utilizada como arsenal pelos índios Seminoles. Além dos inimigos, o batalhão terá de enfrentar ainda o ambiente hostil do pântano dos Everglades. 

Este curioso western foge das locações na planícies do Novo México, do deserto do Texas e a das cidades poeirentas na divisa com o México para explorar uma aventura que lembra os filmes de safáris na África. São boas e variadas sequências de ação, como os confrontos com os índios e a invasão da fortaleza, além dos inimigos naturais como cobras e crocodilos. 

O filme perde um pouco do ritmo no romance entre o personagem de Gary Cooper e a jovem vivido por Mari Aldon que parece totalmente fora do contexto da história.

Jardim do Pecado (Garden of Evil, EUA, 1954) – Nota 6,5
Direção – Henry Hathaway
Elenco – Gary Cooper, Richard Widmark, Susan Hayward, Hugh Marlowe, Cameron Mitchell, Rita Morenol, Victor Manuel Mendoza.

Três aventureiros americanos (Gary Cooper, Richard Widmark e Cameron Mitchell) e um mexicano (Victor Manuel Mendoza) aceitam ajudar uma mulher (Susan Hayward) que promete pagar um valor alto para eles ajudarem a salvar seu marido (Hugh Marlowe) que está preso em uma mina de ouro. O problema é mais perigoso do que parece, pois a mina fica no meio do território Apache. 

O roteiro deste bom western explora um habitual tema do gênero, a ganância que faz os sujeitos enfrentarem um missão quase suicida. O longa tem boas sequências de ação, principalmente a do desfiladeiro e atuações corretas de Gary Cooper e o sempre cínico Richard Widmark.

Treta

 

Treta (Beef, EUA, 2023) – Nota 8
Direção – Jake Schreier, Hikari & Lee Sung Jin
Elenco – Steven Yeun, Ali Wong, Joseph Lee, Young Mazino, Remy Holt, David Choe, Patti Yasutake, Maria Bello, Ashley Park, Justin H. Min, Andrew Santino, Mia Serafino, Rekstizzy, Alyssa Gihee Kim, Andie Ju.

Uma discussão de trânsito em um estacionamento entre o empreiteiro Danny (Steven Yeun) e a empresária Amy (Ali Wong) dá início a uma série de situações bizarras que afetarão suas vidas e das pessoas ao redor. 

Esta criativa minissérie em dez episódios explora o lado obscuro do ser humano, não do psicopata, mas de pessoas comuns que praticam atos condenáveis por vingança, ódio ou egoísmo. Por sinal, praticamente todos os pecados são cometidos levando em conta também as atitudes dos coadjuvantes. 

O ódio que explode na sequência do estacionamento é o gatilho para os protagonistas colocarem para fora suas próprias frustrações. Independente da questão financeira, Danny está quebrado e Amy prestes a fazer um a negócio milionário, os dois são as faces da mesma moeda de ódio e frustrações represadas. 

Com várias sequências beirando o humor negro e coadjuvantes marcantes como o espertalhão primo Isaac (David Choe) e o marido alienado de Amy (Joseph Lee), a série resulta numa ótima surpresa.

Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe

 

Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe (Renfield, EUA, 2023) – Nota 6
Direção – Chris McKay
Elenco – Nicolas Cage, Nicholas Hoult, Awkwafina, Ben Schwartz, Shohreh Aghdashloo, Brandon Scott Jones, Adrian Martinez, Camille Chen.

Depois de servir o Drácula (Nicolas Cage) por séculos, o pobre Renfield (Nicholas Hoult) descobre que pode ter uma nova vida ao participar de um grupo de autoajuda e conhecer a policial Rebecca (Awkwafina). A decisão não agradará Drácula, que usará toda sua força para mudar a escolha de Renfield. 

Esta sátira aos filmes sobre Drácula tem como grande destaque a atuação insana de Nicolas Cage, sempre perfeito para este tipo de papel. Ele está muito parecido com Bela Lugosi que eternizou o personagem no clássico de 1931, inclusive com uma sequência inicial em preto e branco que é uma homenagem a este filme. 

Por outro lado, a trama que envolve ainda uma família mafiosa é somente uma desculpa para uma série de sequências que misturam sangue e comédia. É um filme que vai agradar os fãs do Cage e principalmente quem gosta de gore.

13 Minutos de Tormenta

 

13 Minutos de Tormenta (13 Minutes, Canadá / EUA, 2021) – Nota 5
Direção – Lindsay Gossling
Elenco – Amy Smart, Anne Heche, Thora Birch, Paz Vega, Tracey Adkins, Yancey Arias, Peter Facinelli, Sofia Vasslieva, Laura Spencer, Shaylee Mansfield, Will Petz, James Austin Kerr, Doug Van Liew.

Vários personagens em uma pequena cidade do meio-oeste americano enfrentam problemas pessoais no mesmo dia em que um forte tornado está prestes a destruir a região. 

A diretora e roteirista Lindsay Gossling copia nos primeiros quarenta minutos o estilo dos filmes catástrofe dos anos setenta em que os personagens são apresentados ao público, para na segunda parte focar na destruição causada pelo tornado. 

Mesmo clichê e com efeitos especiais razoáveis, o que não seriam grandes problemas para um filme mediano, fica difícil levar a sério os dramas rasos que claramente foram criados para preencher uma agenda ideológica. 

Temos a garotinha deficiente auditiva, o casal cristão que não aceita a decisão do filho, os imigrantes sendo explorados, a adolescente enfrentando uma gravidez indesejada e assim por diante. Para piorar, as atuações são ruins de um elenco de rostos conhecidos que passam longe do auge da carreira. O resultado é um desperdício de tempo do espectador.

Operação Dumbo, Ninguém Segura Este Bebê & 3 Ninjas

 

Operação Dumbo (Operation Dumbo Drop, EUA, 1995) – Nota 6,5
Direção – Simon Wincer
Elenco – Danny Glover, Ray Liotta, Denis Leary, Doug E. Doug, Corin Nemec, Tcheky Karyo, James Hong, Dinh Thien Le.

Durante a Guerra do Vietnã, um batalhão americano liderado pelo capitão Cahill (Danny Glover) utiliza uma vila de agricultores como base. Quando os vietcongues atacam a vila e matam um elefante sagrado, ele se sente culpado pelo ocorrido. Mesmo com ordens contrárias dos superiores, Cahill junto com outro capitão (Ray Liotta) e três soldados (Denis Leary, Doug E. Doug e Corin Nemec) atravessam o país em busca de outro elefante. 

Este simpático longa produzido pela Disney é baseado em uma suposta história real contada por um major aposentado que alega ter participado da ação, que é pouco conhecida por ter ocorrido como algo isolado em meio ao terrível conflito. Deixando de lado se o fato foi real, o filme é uma aventura quase inofensiva, mesmo levando a conta a questão da guerra. Vale destacar ainda a inusitada solução encontrada para transportar o animal.

Ninguém Segura Este Bebê (Baby’s Day Out, EUA, 1994) – Nota 6
Direção – Patrick Read Johnson
Elenco – Joe Mantegna, Lara Flynn Boyle, Joe Pantoliano, Brian Haley, Cynthia Nixon, Fred Dalton Thompson, John Neville, Matthew Glave.

Três criminosos desastrados (Joe Mantegna, Joe Pantoliano e Brian Haley) sequestram o bebê de um casal rico de Chicago (Lara Flynn Boyle e Matthew Glave), porém o garoto parece ser mais inteligente que os sujeitos. O bebê escapa e começa a perambular pela cidade seguindo um caminho que viu no livro infantil que sua mãe lia para ele toda noite. Criminosos, pais e a policiais tentam encontrar o bebê. 

Este clássico infantil dos anos noventa é praticamente uma versão surreal de “Esqueceram de Mim”, em que o bebê desvia de diversos perigos de forma bizarra, enquanto os criminosos sofrem acidentes tentando pegá-lo. O roteiro absurdo e ao mesmo tempo criativo foi escrito pelo mestre dos filmes adolescentes dos anos oitenta John Hughes.

3 Ninjas (3 Ninjas, EUA, 1992) – Nota 5,5
Direção – Jon Turteltaub
Elenco – Victor Wong, Max Elliott Slade, Michael Treanor, Chad Power, Professor Toru Tanaka.

Três irmãos pré-adolescentes (Max Elliott Slade, Michael Treanor e Chad Power) viajam ao Japão para visitar o avô (Victor Wong) que é mestre em artes marciais. Os irmãos se tornam alunos do avô e não imaginam que terão de usar as novas habilidades contra uma quadrilha de criminosos. 

Este é um daqueles filmes infantis de ação que se tornaram sucesso no mercado de vídeo nos anos noventa. A trama infantil e as lutas absurdas em que as crianças derrubam ninjas e brutamontes hoje parecem piada, mas por incrível que pareça funcionou na época e ainda teve duas sequências. 

Curiosidade para a pequena participação do enorme ator havaiano Professor Toru Tanaka, que interpretou vilões em vários filmes de Hollywood, como “The Running Man – O Sobrevivente” com Schwarzenegger.

The Point Men

 

The Point Men (Gyoseob, Coreia do Sul, 2023) – Nota 7,5
Direção – Soon Rye Yim
Elenco – Hyun Bin, Hwang Jung Min, Kang Ki Young, Sung Woo Jeon, Bryan Larkin, Fahim Fazli.

Em 2007, um grupo de vinte e três missionários sul-coreanos é sequestrado pelo Talibã no Afeganistão que exige a libertação de terroristas presos. Sem apoio do governo afegão que não aceita negociar com o Talibã, um diplomata sul coreano (Hwan Jung Min) e um agente secreto (Hyun Bin) tentam resolver a situação, mesmo arriscando as próprias vidas. 

Inspirado em uma história real, este competente longa sul-coreano explora as questões políticas envolvidas intercaladas com ótimas sequências de ação e suspense, com destaque para a perseguição de carro e moto e para a negociação final. 

Além da dupla de protagonistas, outro personagem marcante é o tradutor coreano disfarçado de afegão vivido por Kang Ki Young, que dá um toque de comédia em algumas sequências. O resultado é mais um ótimo filme sul-coreano.

Terra dos Sonhos

 

Terra dos Sonhos (Slumberland, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Francis Lawrence
Elenco – Jason Momoa, Marlow Barkley, Chris O’Dowd, Kyle Chandler, Weruche Opia, India de Beaufort.

Após perder o pai com quem vivia isolada em uma ilha, a garotinha Nemo (Marlow Barkley) é obrigada a morar com seu tio Philip (Chris O’Dowd). Para fugir da tristeza, Nemo relembra as histórias contadas pelo pai e passa a sonhar com o ladrão Flip (Jason Momoa), com que inicia a busca por uma pérola no mundo dos sonhos que a levaria a reencontrar o pai. 

Esta mistura de ficção e aventura infanto-juvenil explora uma sensível história sobre família, luto e sonhos perdidos. Mesmo não se aprofundando nos temas citados, a produção caprichada com CGI de alta qualidade e as boas sequências de ação com muita correria divertem o público que procura um filme leve ao estilo sessão da tarde.

The Tetris Murders

 

The Tetris Murders (The Tetris Murders, EUA, 2022) – Nota 6
Direção – Misty Showalter
Documentário

Palo Alto, Califórinia, setembro de 1998. A polícia é acionada e encontra em uma bela casa de subúrbio os corpos do psicólogo russo Vladimir Pokhilko, de sua esposa e do filho adolescente. Tratado a princípio como duplo assassinato cometido pelo sujeito, seguido de suicídio, não demora para os policiais envolvidos na investigação perceberem que existem pistas que levam para um caso de triplo assassinato. 

Este documentário detalha a ação da polícia na época e a investigação paralela feito nos últimos tempos para tentar decifrar o que realmente aconteceu. Vladimir Pokhilko foi parceiro do criador do famoso game Tetris, que rendeu um filme neste ano citando a complexa situação da venda dos direitos lá nos anos noventa, quando alguns investidores e agentes soviéticos travaram uma batalha pelo dinheiro. 

O filme não cita em momento algum o nome de Pokhilko, que ao se mudar para Los Angeles no início dos anos 2000 decidiu montar uma empresa de tecnologia própria, mas que por algum motivo se tornou alvo de algo maior. A história é sinistra e interessante, rendendo algumas teorias. 

O problema deste documentário em três episódios é ser repetitivo na narrativa, enrolando o espectador com a mesma informação em várias sequências e guardando algumas revelações para o episódio final. Deixando isto de lado, é um documentário indicado para o espectador quem gosta de histórias de crimes verdadeiros.

Os Embalos de Sábado a Noite & Os Embalos de Sábado Continuam

 

Os Embalos de Sábado à Noite (Saturday Night Fever, EUA, 1977) – Nota 7,5
Direção – John Badham
Elenco – John Travolta, Karen Lynn Gorney, Barry Miller, Joseph Cali, Donna Pescow, Paul Pape.

Tony Manero (John Travolta) é um jovem filho de um casal de trabalhadores do Brooklyn que nas noites sábado se transforma em rei da dança na discotecas da região. Ao se envolver com a dançarina arrogante Stephanie (Karen Lynn Gorney), Tony percebe que o mundo pode oferecer uma vida melhor do que a dos seus pais. 

Clássico dos anos setenta, este longa vai além dos ótimos números músicas que são a cara da época da discoteca. O que hoje parece cafona, na época era o top da moda. O roteiro explora também o conflito de gerações, os sonhos dos jovens, a ambição e as relações amorosas. A atuação de John Travolta é outro marco do gênero.

Os Embalos de Sábado Continuam (Staying Alive, EUA, 1983) – Nota 6
Direção – Sylvester Stallone
Elenco – John Travolta, Cynthia Rhodes, Finola Hughes, Steve Inwood, Julie Bovasso.

Cinco anos após deixar o Brooklyn e mudar para Nova York, Tony Manero (John Travolta) vive em um hotel e divide seu dia trabalhando como instrutor de dança e garçom. Ele ainda luta para conseguir um papel como dançarino na Broadway, ao mesmo tempo em que divide relações com uma dançarina (Cynthia Rhodes) e uma cantora de rock (Finola Hughes). 

A sequência do clássico 1977 não deixa de lado as sequências de dança, porém o foco principal é no drama de vida do protagonista que sonha em encontrar seus caminhos profissional e pessoal. A curiosidade é o filme ter sido escrito e dirigido pelo astro Sylvester Stallone.

O Gabinete de Curiosidades de Guillermo Del Toro

 

O Gabinete de Curiosidades de Guillermo Del Toro (Guillermo del Toro's Cabinet of Curiosities, EUA / México, 2022) – Nota 7

Episódio 1 – Lot 36
Direção – Guillermo Navarro
Elenco – Tim Blake Nelson, Sebastian Roché, Demetrius Grosse, Elpidia Carrillo.

Um sujeito (Tim Blake Nelson) compra um box lotado de velharias em um depósito e encontra itens valiosos e também perigosos para um colecionador de objetos de ocultismo (Sebastian Roché). A premissa do episódio é clássica do gênero, porém o desenvolvimento deixa a desejar, A ideia de inserir críticas ideológicas no comportamento do protagonista parece ser oportunista. E a participação da personagem de Elpidia Carrillo que deseja algo que está no box não se encaixa com a trama.

Episódio 2 – Graveyard Rats
Direção – Vincenzo Natali
Elenco – David Hewlett, Julian Richings.

Em Salem no século XVII, um administrador de cemitério (David Hewlett) também é ladrão dos pertences dos falecidos enterrados no local. Para pagar uma dívida, seu alvo é um rico negociante que será enterrado com uma valiosa espada. O problema maior para o criminoso é seu medo dos ratos que infestam o cemitério. Este episódio dirigido por Vincenzo Natali do cult original “Cubo” segue o estilo do terror clássico misturado com pitadas de gore atual. É um episódio curto que assusta por ser sangrento e também claustrofóbico.

Episódio 3 – The Autopsy
Direção – David Prior
Elenco – F. Murray Abraham, Glynn Turman.

Um veterano patologista (F. Murray Abraham) volta para sua cidade natal para fazer a autópsia dos corpos de dez pessoas que morreram soterradas em uma mina após um maluco explodir um estranho artefato. A autópsia do assassino revela algo assustador. Este episódio tem locação numa daquelas pequenas cidades montanhosas com um clima interessante de investigação na primeira parte que infelizmente aos poucos perde a força, até chegar a sinistra parte final que basicamente explora uma trama de filme B de ficção.

Episódio 4 – The Outside
Direção – Ana Lily Amirpour
Elenco – Kate Micucci, Martin Starr, Dan Stevens.

Uma insegura caixa de banco (Kate Micucci) é convidada pelas colegas de trabalho para uma festa de Natal onde as coisas dão errado. Ao voltar para casa, ela desenvolve um terrível problema que afetará sua vida com o marido policial (Martin Starr). Dos quatro primeiro episódios este é o mais fraco. O roteiro explora o tema da pessoa estranha que toma atitudes drásticas para tentar se enquadrar nos padrões. Tanto a protagonista, quanto o marido e as coadjuvantes são irritantes. É um episódio que mais incomoda do que assusta.

Episódio 5 – Pickman’s Model
Direção – Keith Thomas
Elenco – Ben Barnes, Crispin Glover.

No início do século passado, um jovem estudante de artes (Ben Barnes) começa a ter alucinações após ter contato com as sinistras obras de um colega de classe (Crispin Glover). Baseado em um conto de H.P. Lovecraft, dos cinco primeiro episódios este é que tem a produção mais caprichada com uma ótima reconstituição de época e uma história com simbolismos sobre como cada pessoa encara o mundo, com suas maldades e tragédias. Destaque para Crispin Glover como o estranho artista que busca ver o lado obscuro das pessoas.

Episódio 6 – Dreams in the Witch House
Direção – Catherine Hardwicke
Elenco – Rupert Grint, Ismael Cruz Cordova, DJ Qualls, Nia Vardalos, Daphen Hoskins.

Quando criança, Walter (Rupert Grint) viu sua irmã gêmea morrer e a alma da garota ser arrastada para a floresta. Na vida adulta, Walter ainda busca descobrir o que aconteceu com a irmã, procurando respostas em videntes e lendas. Assim como o anterior, este episódio também é baseado em um conto de H.P. Lovecraft, tem uma ótima produção e uma história bem interessante que mesmo com violência tem um foco maior no suspense, na relação familiar e um clima de maldição. É um dos melhores episódios da série.

Episódio 7 – The Viewing
Direção – Panos Cosmatos
Elenco – Peter Weller, Sofia Boutella, Charlyne Yi.

Um milionário excêntrico (Peter Weller) convida quatro pessoas com conhecimentos específicos para uma sessão de conversa filosófica que tem como objetivo mostrar um estranho artefato que ninguém sabe exatamente o que seria. O diretor Panos Cosmatos explora uma trama que segue o gênero conhecido como terror cósmico. Os personagens são levados a enfrentar uma bizarra ameaça que é “despertada” de uma forma até engraçada. É um episódio irregular, a sessão inicial é cansativa, atrapalhando um pouco a espera pela explosão de violência.

Episódio 8 – The Murmuring
Direção – Jennifer Kent
Elenco – Essie Davis, Andrew Lincoln.

Em 1951, um casal de observadores de pássaros (Essie Davis e Andrew Lincoln) que passou por uma perda viaja para uma pequena ilha isolada a trabalho e também para tentar melhorar a relação. Tudo piora quando a mulher passa a ter visões de pessoas mortas que viveram na casa onde estão hospedados. Este episódio é muito mais um drama do que terror, apenas com algumas sequências previsíveis com espíritos atormentados.