domingo, 31 de janeiro de 2010

Momentos Decisivos

Momentos Decisivos (Hoosiers, EUA, 1986) – Nota 8,5
Direção – David Anspaugh
Elenco – Gene Hackman, Barbara Hershey, Dennis Hopper, Fern Persons, Sheb Wooley, Chelcie Ross.

Em homenagem aos oitenta anos de vida que Gene Hackman completou ontem (30/01), estou escrevendo sobre este emocionante filme sobre basquete, hoje quase esquecido, mas que merece ser relembrado.

O treinador Norman Dale (Gene Hackman) é contratado para comandar o time de basquete colegial de uma pequena cidade no interior do Estado de Indiana, mas com seu temperamento forte, aliado a sua fama de encrequeiro e os métodos pouco tradicionais que usa para treinar o time, terá de enfrentar a desconfiança da comunidade e dos outros professores do colégio. Outro detalhe que deixa as pessoas desconfiadas é o passado do treinador, que fora famoso trabalhando em ligas maiores, mas acabou expulso por suas atitudes. Este novo trabalho é praticamente sua última chance de sucesso, mesmo precisando treinar uma equipe desmotivada e com poucos jogadores, onde o melhor atleta é um rapaz calado filho do ex-treinador (Dennis Hopper), um bêbado que Norman coloca como seu auxiliar para tentar mantê-lo longe do vício. Além dos jogadores, o único apoio de Normam é de uma professora (Bárbara Hershey).

Lendo a sinopse pode parecer apenas mais um filme sobre um professor idealista que tenta ajudar aos alunos e a si mesmo numa espécie de redenção, porém o resultado vai muito além disso. Alguns detalhes aumentam e muito o impacto do longa, por exemplo, quem gosta de basquete verá na minha opinião as melhores e mais emocionantes cenas deste esporte já filmadas, auxiliadas e muito pela a ótima trilha sonora de Jerry Goldsmith, que concorreu ao Oscar, do roteiro que mescla dramas pessoais com o drama esportivo de modo verdadeiro, as atuações de Hackman e Dennis Hooper que concorreu ao Oscar de Ator Coadjuvante, além de um detalhe significativo para muitos brasileiros.

A jornada do time da pequena cidade de Indiana termina num jogo no ginásio de Indianapolis, o mesmo onde no ano seguinte (1987), a seleção brasileira de basquete venceu os EUA na final dos Jogos Panamericanos, no dia em que Oscar e Marcel marcaram mais de 80 pontos juntos e "presentearam" os americanos com sua primeira derrota em um jogo oficial dentro de casa. Neste dia nasceu o apelido de “Mão Santa” para Oscar. Quem assistiu este jogo e ao filme, com certeza se emocionou nas duas vezes com as coincidências.

Por final, a trama é baseada em história real.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, EUA, 2004) – Nota 8,5
Direção – Michel Gondry
Elenco – Jim Carrey, Kate Winslet, Kirsten Dunst, Elijah Wood, Tom Wilkinson, Mark Ruffalo, Jane Adams, David Cross.

Quando Joel (Jim Carrey) descobre que sua amada Clementine (Kate Winslet) participou de um tratamento experimental que fez com ela o apagasse de sua memória, ele entra em depressão não se conformando com o acontecido. Numa atitude desesperada, Joel resolve se submeter ao mesmo tratamento e procura o Dr. Howard (Tom Wilkinson), responsável pela criação do programa, porém assim que se inicia o procedimento, Joel relembra todos os momentos maravilhosos que passou ao lado de Clementine, se arrepende da inciativa e tenta de todas as formas resistir para manter as lembranças da garota.

Este sensacional roteiro de Charlie Kaufman e do diretor Gondry é o ponto principal deste misto de comédia e drama extremamente original, que no geral é uma história de amor e deixa bem claro que as coisas boas e ruins andam lado a lado e temos de aprender a conviver com tudo, exaltando os fatos bons sem ter a necessidade de apagar alguém inteiramente da memória em virtude de alguns momentos ruins.

O elenco é outro ponto de destaque, Jim Carrey e Kate Winslet estão perfeitos como o introspectivo Joel e a expansiva e instável Clementine, além do ótimo elenco de coadjuvantes que tem participação importante na história, com personagens que tem suas vidas modificadas em virtude do mesmo tratamento que o casal utilizou.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sob Suspeita (2006)

Sob Suspeita (Find me Guilty, EUA / Alemanha, 2006) – Nota 7
Direção – Sidney Lumet
Elenco – Vin Diesel, Peter Dinklage, Linus Roache, Ron Silver, Alex Rocco, Annabella Sciorra, Robert Stanton, Richard Portnow, Jerry Grayson, Frank Adonis.

Em meados dos anos oitenta a promotoria de Nova Iorque liderada por Sean Kierney (Linus Roache) processa diversos membros da família mafiosa Lucchese pelos mais variados crimes e usando como acusação principal a formação de quadrilha para sonegação de impostos. Entre os acusados está Jack DiNorscio (Vin Diesel), que já está preso e condenado há trinta anos por tráfico de drogas e que recebe a proposta do promotor Kierney para entregar seus amigos, o que ele prontamente recusa. Quando começa o julgamento, cada membro da família tem seu próprio advogado, porém Jack resolve se defender sozinho, mesmo sem ter estudo algum. O que a princípio parece ser um grande erro se revela em acerto quando o falante e carismático Jack solta grandes tiradas e ganha a simpatia de parte do juri, além de quase transformar o julgamento num circo.

Baseado em história real, o filme se divide entre drama e comédia, pendendo mais para o segundo gênero, porém sem se definir, o que resulta num longa irregular. Outro ponto irregular é a atuação de Vin Diesel, que se destaca nas cenas do julgamento quando a personalidade expansiva do personagem se casa perfeitamente com a atuação de Diesel, mas perde força nos momentos dramáticos, onde fica claro a falta de talento do ator para este tipo de cena.

Vale assistir para conhecer a curiosa história do julgamento, apesar de não ser dos melhores trabalhos de Lumet. Os destaques também as atuações de Ron Silver como o juiz honesto e justo e o anão Peter Dinklage como um dos advogados dos mafiosos, que tenta ser a voz da razão aconselhando o personagem de Vin Diesel.

Um detalhe, citei o ano de produção no cabeçalho da postagem em virtude de existirem outros dois longas com o mesmo título em português. Um filme de 1987 com Dennis Quaid e Cher e outro de 2000 com Gene Hackman, Morgan Freeman e Monica Bellucci.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O Abominável Dr. Phibes

O Abominável Dr. Phibes (The Abominable Dr. Phibes, Inglaterra, 1971) – Nota 7,5
Direção – Robert Fuest
Elenco – Vincent Price, Joseph Cotten, Virginia North, Terry Thomas, Peter Jeffrey.

Em pouco dias três médicos morrem em circunstâncias estranhas, o que faz o Inspetor Trout (Peter Jeffrey) dar prioridade total ao caso. Logo ele descobre que os mortos estão ligados a outro médico, Dr. Vesalius (Joseph Cotten) e que estes e mais seis pessoas participaram de uma cirurgia onde morreu a esposa do Dr. Anton Phibes (Vincent Price), sujeito que todos julgam também ter morrido em um acidente de carro, porém mesmo assim este passa a ser o maior suspeito pelas mortes.

Este terror B é um clássico que marcou a carreira do grande Vincent Price. Ele que trabalhou em diversos filmes quase sempre como vilão, vinha de vários papéis em filmes de terror nos anos sessenta e aqui interpretou um personagem que é uma mistura do “Fantasma da Ópera” com Jigsaw de “Jogos Mortais”. A mistura pode parecer ridícula, mas a vingança do Dr. Phibes, que está desfigurado e fala por uma espécie de microfone pela garganta, é colocada em prática através de mortes elaboradas, assim como os assassinatos da série “Jogos Mortais”.

Para quem gosta de terror clássico, com uma pitada de sangue e sede por vingança, este filme é imperdível.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Última Parada 174

Última Parada 174 (Brasil, 2008) – Nota 7,5
Direção – Bruno Barreto
Elenco – Michel Gomes, Chris Vianna, Marcello Melo Junior, Gabriela Luiz, Anna Cotrim, Vitor Carvalho, Rodrigo dos Santos, Douglas Silva, André Ramiro.

No anos oitenta, a viciada Marisa (Chris Vianna) é expulsa da favela onde mora pelo chefe do tráfico e este fica com seu bebê chamado Alessandro. Anos depois um outro garoto chamado Sandro (Vitor Carvalho) após ver sua mãe ser assassinada, vai morar na rua com um grupo de crianças e acaba sobrevivendo ao conhecido “Massacre da Candelária”. Algum tempo depois, Sandro (agora interpretado por Michel Gomes) acaba preso num reformatório e faz amizade com Alessandro (Marcello Melo Junior) e por uma confusão de nomes e pela carência de Marisa, hoje uma religiosa fanática, acaba sendo confundido com o bebê criado pelos traficantes. Esses desencontros terminarão em outra tragédia, a do ônibus 174.

O diretor Bruno Barreto e o roteirista Bráulio Mantovani utillizaram a tragédia real do ônibus 174 para contar a história do jovem Sandro, desde a infância quando viu a mãe morrer até o final de sua vida no desastrado seqüestro, se é que pode se chamar desse nome a ação maluca da polícia e a reação do garoto.

A crítica elogia muito o documentário sobre a tragédia feito por José Padilha e por este motivo o longa acabou recebendo algumas críticas ruins na comparação. No geral o filme é muito bem contado, tentando mostrar a triste realidade da pobreza e violência no país e como estes dois temas estão ligados.

Não sei se toda a história da ligação entre os dois garotos e a mãe são verdadeiras ou aconteceram ao menos parecido com o que é mostrado no filme, porém no geral é um longa de qualidade, mesmo que tenha deixado parte da história real de lado.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Sentença Final

Sentença Final (Last Light, EUA, 1993) – Nota 6
Direção – Kiefer Sutherland
Elenco – Forest Whitaker, Kiefer Sutherland, Clancy Brown, Tony T. Johnson, Lynne Moody, Amanda Plummer, Kathleen Quinlan, Gary Cervantes, Danny Trejo.

O ex-policial Fred Whitmore (Forest Whitaker) aceita trabalhar como guarda de uma prisão e tem como primeiro dever cuidar do corredor da morte. No local ele irá conhecer o preso Denver (Kiefer Sutherland), condenado a morte por vários assassinatos, entre eles o de um guarda da prisão. No início ele pensa estar tomando conta de um assassino qualquer, porém aos poucos vai conhecendo o homem por trás do criminoso e descobre o porquê das atitudes violentas de Denver. Além disso irá entrar em conflito pessoal e profissional ao presenciar a brutalidade a qual os condenados são tratados.

O tema é interessante ao tentar mostrar que ninguém é totalmente bom ou ruim e ao fazer uma crítica ao sistema penal, mas o resultado final é apenas mediano.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Traidor

O Traidor (Traitor, EUA, 2008) – Nota 7
Direção – Jeffrey Nachmanoff
Elenco – Don Cheadle, Guy Pearce, Said Taghmaoui, Neal McDonough, Alyy Khan, Jeff Daniels, Archie Panjaby, Raad Rawi.

O traficante de armas Samir Horn (Don Cheadle) acaba sendo preso por dois agentes do FBI (Guy Pearce e Neal McDonough) em parceria com a polícia do Iemen em meio a uma negociação com os terroristas liderados por Omar (Said Taghmaoui). Negando-se a cooperar com os agentes, ele vai para a prisão e se alia ao terrorista numa fuga planejada por um certo Nathir, que tem planos de efetuar vários ataques simultâneos nos EUA. Logo o roteiro entrega que Samir não é quem aparenta ser, mas mesmo assim a trama é interessante e atual e tem Don Cheadle numa boa interpretação do sujeito que tem tudo a perder e também motivos para estar naquela situação.

Da safra atual de filmes sobre terrorismo, este longa fica um pouco abaixo em comparação com “O Suspeito” por exemplo, mas para quem gosta do tema vale uma espiada.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Tempos de Violência

Tempos de Violência (Harsh Times, EUA, 2005) – Nota 7
Direção – David Ayer
Elenco – Christian Bale, Freddy Rodriguez, Eva Longoria, J. K. Simmons, Terry Crews, Chaka Forman, Tammy Trull, Noel Gugliemi.

Este violento drama mostra alguns dias na vida de dois amigos de infância, o veterano da Guerra do Iraque Jim Davis (Christian Bale), sujeito com o psicológico abalado que quer se tornar policial e o desempregado Mike Alonzo (Freddy Rodriguez), casado e sustentado pela bela Sylvia (Eva Longoria), que sai com o amigo a contragosto da esposa para procurar emprego, mas como um adolescente, acaba sendo instigado pelo amigo a usar drogas, viajar para o México e visitar antigos colegas, todos próximos da marginalidade.

A história é forte e violenta, tendo com um dos pontos principais as conseqüências psicológicas da guerra nos soldados que voltam para casa, além de mostrar o lado sujo e marginal de Los Angeles, dominado por gangues e traficantes e como quem se envolve neste mundo dificilmente deixará de sair ferido de alguma forma.

Ótimos desempenhos de Bale como o quase psicopata e de Rodriguez como o sujeito que deseja ser durão, mas que no fundo não faz parte daquele mundo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Encontros ao Acaso

Encontros ao Acaso (Come Early Morning, EUA, 2006) – Nota 6
Direção – Joey Lauren Adams
Elenco – Ashley Judd, Jeffrey Donovan., Laura Prepon, Stacy Keach, Tim Blake Nelson, Scott Wilson, Diane Ladd, Par Corley, Candyce Hinkle.

Numa pequena cidade do meio-oeste americano a solteira Luce (Ashley Judd) mora com a amiga Kim (Laura Prepon do “That’s 70 Show”) e trabalha como uma espécie de supervisora de obras ao lado de Owen (o veterano Stacy Keach), tendo uma vida afetiva e familiar complicada. Ela divide seu tempo visitando os avós (Pat Corley e Diane Ladd) que estão sempre brigando e levando a outra avó, Doll (Candyce Hinkle) que vive em um asilo para passear, além de tentar se aproximar do distante e calado pai (Scott Wilson). Para tentar diminuir a solidão, ela frequenta um bar onde invariavelmente sai bêbada e com um desconhecido a tiracolo para uma noitada que sempre acaba em desilusão pela manhã, até que um dia ela conhece Cal (Jeffrey Donovan da série “Burn Notice”), que desperta nela um sentimento escondido, mas a sua dificuldade em se relacionar irá atrapalhar o romance.

Este drama diferente foi dirigido pela atriz Joey Lauren Adams (a Amy de “Procura-se Amy”, filme cult de Kevin Smith) e toca em dois pontos principais: A solidão afetiva e a dificuldade dos relacionamentos familiares, tendo na personagem de Ashley Judd a perfeita combinação de alguém que não consegue se acertar nos dois campos, deixando o roteiro a entender que esta disfunção na personalidade é fruto de uma família (pai e mãe) complicada e desfeita.

Apesar dos personagens simpáticos e reais, o resultado final é frio, assim como o desenrolar do filme.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Os Excêntricos Tenembaums & Viagem a Darjeeling

O diretor Wes Anderson fez poucos filmes até o momento, mas é sempre elogiado por parte da crítica, que gosta de seu estilo diferente de contar uma história e de seus personagens no mínimo inusitados.

Estes dois filmes que irei comentar são os únicos que assisti do diretor e que infelizmente não consegui enxergar tanto talento assim. O primeiro e mais festejado pelos críticos é "Os Excêntricos Tenenbaums" que tem como ponto principal o ótimo elenco, mas o desenrolar da história é no mínimo estranho, daquele tipo de filme que você entra no clima ou acaba achando uma perda de tempo. No meu caso considerei um longa extremamente chato.

O segundo é "Viagem a Darjeeling", que apesar de não ser uma grande obra, vale pelo trio de irmãos que protagonizam o longa e carregam bem o filme, além da história que flui naturalmente mostrando personagens imperfeitos, mas extremamente humanos. No geral é um filme diferente que se passa em grande parte dentro de um trem. Como curiosidade, acontece uma pequena participação de Bill Murray no início e no final do longa.

Os Excêntricos Tenenbaums (The Royal Tenenbaums, EUA, 2001) – Nota 6
Direção – Wes Anderson
Elenco – Gene Hackman, Anjelica Huston, Ben Stiller, Gwyneth Paltrow, Luke Wilson, Owen Wilson, Bill Murray, Danny Glover, Seymour Cassel, Kumar Pallana e narração de Alec Baldwin.

A família Tenenbaums foi desfeita após o pai Royal (Gene Hackman) largar a esposa (Anjelica Huston) e os três filhos do casal. Mesmo assim cada um dos filhos ficou famoso em um ramo diferente. Chas (Ben Stiller) virou um gênio das finanças, Margo (Gwyneth Paltrow) uma escritora de sucesso e Richie (Luke Wilson) um tenista. Não sendo pessoas comuns, a vida da família se complica quando Royal resolve voltar para casa e reconquistar a esposa, que está para
se casar com o contador Henry Sherman (Danny Glover).


Viagem a Darjeeling (The Darjeeling Limited, EUA, 2007) – Nota 7
Direção – Wes Anderson
Elenco – Owen Wilson, Adrien Brody, Jason Schwartzman, Bill Murray, Amara Karan, Wally Wolodarsky, Irrfan Khan, Barbet Schroeder, Camilla Rutherford, Anjelica Huston, Natalie Portman.

Três irmãos se reencontram após um ano a pedido de Francis (Owen Wilson), que está todo machucado após tentar suicídio e que deseja reunir novamente a família para uma viagem espiritual pela Índia num trem. Os outros irmãos são Jack (Adrien Brody) que largou a esposa grávida em casa por estar confuso em aceitar que será pai e Jack (Jason Schwartzman) que foi abandonado pela namorada mas não a esqueceu. A viagem planejada por Francis na verdade tem um outro objetivo, encontrar a mãe (Anjelica Huston) que os abandonou e foi morar num local isolada na Índia.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Galante e Sanguinário

Galante e Sanguinário (3:10 to Yuma, EUA, 1957) – Nota 7,5
Direção – Delmer Daves
Elenco – Glenn Ford, Van Heflin, Felicia Farr, Richard Jaeckel, Leora Dana, Henry Jones, Robert Emhardt.

O bandido Ben Wade (Glenn Ford) e seu bando assaltam uma diligência para roubar ouro e matam o cocheiro, tudo isso a vista do fazendeiro Dan Evans (Van Heflin) e seus dois filhos pequenos. O bando segue para a cidade mais próxima e Wade acaba sendo preso, porém o xerife precisa levá-lo o mais rápido possível para a prisão em outra cidade, antes que o resto do bando volte para resgatar o chefe. Como ninguém se habilita em levar o bandido, o dono do ouro roubado (Robert Emhardt) oferece dinheiro para quem aceitar o trabalho e como fazendeiro está precisando, aceita a oferta e terá a ajuda de um bêbado (Henry Jones).

Faroeste competente dirigido pelo especialista no gênero Delmer Daves (“A Última Carroça”), que tem como destaque a interpretação de Glenn Ford como o bandido educado e ao mesmo tempo frio e calculista.

O longa foi refilmado em 2007 por James Mangold, como “Os Indomáveis”, com Russell Crowe e Christian Bale nos papéis principais e na minha opinião com resultado superior ao original.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Ligadas pelo Desejo

Ligadas pelo Desejo (Bound, EUA, 1996) – Nota 7
Direção – Larry & Andy Wachowski
Elenco – Jennifer Tilly, Gina Gershon, Joe Pantoliano, John P. Ryan, Christopher Meloni, Richard C. Sarafian.

A ex-prostituta Violet (Jennifer Tilly) é casada com o mafioso Caesar (Joe Pantoliano), que a trata pessimamente, como se fosse seu dono, porém após Violet conhecer a ex-presidiária Corky (Gina Gershon), as duas se apaixonam e armam um plano para roubar uma mala de dinheiro do bandido. O problema é que terão de enganar também o mafioso chefe (Richard C. Sarafian) e seu explosivo filho (Christopher Meloni).

Este suspense que mistura violência e erotismo foi a estréia na direção dos Irmãos Wachowski, que aqui mostram um pouco do talento que explodiria em “Matrix” e brindam os espectadores com cenas quentes entre Jennifer Tilly e Gina Gershon, além de um trama repleta de personagens marginais.

sábado, 16 de janeiro de 2010

No Meio da Rua

No Meio da Rua (Brasil, 2006) – Nota 4,5
Direção – Antonio Carlos da Fontoura
Elenco – Guilherme Vieira, Cleislay Delfino, Flávia Alessandra, Tarcísio Filho, Maria Mariana Monnerat, Marcelo Escorel, Leandro Hassum.

De passagem pelo Canal Brasil me deparei com este filme começando e como bom cinéfilo fiquei curioso com a sinopse e já que não conhecia o longa, resolvi assistir. Como resultado, conferi que apesar do cinema brasileiro ter melhorado e muito nos últimos anos, ainda se produz algumas obras bem fracas, que lembram producões para a tv, no pior sentido de qualidade.

A história tem como protagonista o garoto Leonardo (Guilherme Vieira), uma típica criança da classe alta atual, onde seus pais (Tarcísio Filho e Flávia Alessandra) trabalham e deixam o menino com o motorista (Leandro Hassum) que o leva para escola, curso de informática, inglês e ainda carrega junto a irmã menor Renata (Maria Mariana Monnerat), uma pequena mala que não para de falar e com menos de dez anos já é extremamente metida.

Numa destas viagens pela cidade, Leonardo faz amizade com o garoto Kiko (Cleislay Delfino) que faz malabarismo no farol. Encantado com aquilo, ele empresta seu joguinho eletrônico para o garoto, mas chegando em casa sua irmã conta para mãe e esta dá uma bronca em Leonardo. Com medo da mãe, no dia seguinte Leonardo foge e encontre Kiko que foi roubado, para juntos tentarem recuperar o joguinho no meio da favela onde vive Kiko.

O diretor tenta mostrar que a diferença de classes sociais pode ser superada, porém de um modo açucarado, irreal e cheio de clichês. Os personagens da classe alta da trama são insuportáveis, a garotinha que interpreta a irmã de Leonardo é uma das personagens mais chatas que já vi no cinema e o casal formado pelo globais Flávia Alessandra e Tarcísio Filho são péssimos, com certeza as fotos da Flávia Alessandra para revista Plaboy são muito mais interessantes que sua carreira como atriz.

O filme vale apenas pelas cenas de amizade entre os garotos Leonardo e Kiko, mas mesmo assim a inclusão na trama de um traficante e uma sequência de perseguição dentro da favela são ridículas.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Dias Selvagens

Dias Selvagens (Intermission, Irlanda / Inglaterra, 2003) – Nota 7,5
Direção – John Crowley
Elenco – Colin Farrell, Cillian Murphy, Kelly Macdonald, Colm Meaney, Brian F. O’Byrne, David Wilmot, Shirley Henderson, Kerry Condon, Tomas O’Suilleabhain.

Num suburbio de Dublin vários personagens se cruzam em pequenos acontecimentos sobre amor, traição, sexo e violência, entre outras temas.

A força do filme está nos personagens, começando com Lehiff (Colin Farrel), um bandido charmoso e ao mesmo tempo pé-de-chinelo que tem uma briga pessoal com um policial egocêntrico (Colm Meaney), que deseja ser o personagem principal de um documentário produzido por Ben (Tomas O’Suilleabhain). Temos dois amigos que odeiam o emprego no supermecado, o carente Oscar (David Wilmot) e John (Cillian Murphy) que perdeu a namorada (Kelly Macdonald) para um homem casado e ainda o estressado motorista de ônibus Mick (Brian F. O’Byrne).

Juntando todos estes problemas e frustações, o resultado é um longa original que equilibra bem violência, drama e comédia, tendo ainda como destaque o ótimo elenco de atores irlandeses.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Titanic

Titanic (Titanic, EUA, 1997) – Nota 10
Direção – James Cameron
Elenco – Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Billy Zane, Bernard Hill, Francis Fisher, David Warner, Kathy Bates, Bill Paxton, Suzy Amis, Gloria Stuart, Danny Nucci, Jonathan Hyde, Victor Garber, Ioan Gruffud.


Para comemorar minha postagem de número 500, resolvi homenagear este longa que fez um sucesso imenso e na minha opinião merecido. Sei que nem todos gostam da triste história de amor e principalmente da música tema de Celine Dion, mas não se pode negar que "Titanic" é uma obra-prima, tecnicamente falando. As sequências de suspense são extremamente realistas e intensas, que com certeza foram melhor apreciadas por quem teve o prazer de assistir ao filme no cinema. Vamos a história.

Em sua viagem inaugural, o grandioso navio Titanic partiu de Londres para Boston e no dia 14 de Abril de 1912 se chocou contra uma geleira e as poucos foi invadido pela água e afundou matando mais de 1500 pessoas.

O diretor James Cameron criou uma história fictícia para mostra a tragédia. O longa começa nos dias atuais quando o explorador Brock Lovett (Bill Paxton) visita a sobrevivente do naufrágio Rose (Gloria Stuart) e ela emocionada começa a contar sua história e o que antecedeu a tragédia.

O navio partiu de Londres com uma grande divisão de classes, enquanto os ricos aproveitavam o belíssimo salão e as acomodações confortáveis do andar de cima, os pobres viajavam numa espécie de classe econômico, no andar de baixo. O que ninguém esperava é que estes mundos se cruzariam.

Enquanto Rose viajava triste com seu arrogante noivo Cal Hockley (Billy Zane), banqueiro escolhido pela mãe, a orgulhosa Ruth (Frances Fisher), no andar de baixo Jack (Leonardo DiCaprio) viajava com o amigo Fabrizio (Danny Nucci) depois de ganharem as passagens num jogo de cartas. O destino fará com Rose e Jack se cruzem no navio fazendo surgir um romance à primeira vista e juntos tentarão sobreviver à tragédia.

Além dos personagens citados, o longa tem outros coadjuvantes importantes, como Kathy Bates como uma milionária sem requinte, mas com um senso de justiça aguçado, o veterano David Warner como o capanga do banqueiro e Bernard Hill no papel do comandante do navio.

Com certeza todos que assistiram se emocionaram com a história do casal, que tem uma química perfeita entre DiCaprio e Winslet e não podendo se esquecer da sensível interpretação da veteraníssima Gloria Stuart, na época quase com noventa anos e que ainda está viva e completará seu centenário de vida em junho deste ano.

Este filme é uma aula de cinema e merece ser visto mais de uma vez.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sob o Dominio do Medo

Sob o Domínio do Medo (Straw Dogs, Inglaterra / EUA, 1971) – Nota 8
Direção – Sam Peckinpah
Elenco – Dustin Hoffman, Susan George, Peter Vaughan, T. P. McKenna, David Warner.

O matemático David Summer (Dustin Hoffman) se muda com a esposa Amy (Susan George) para um vilarejo no interior da Escócia com o intuito de terminar seus estudos. Porém a calma que ele esperava ter naquele lugar desaparece quando o casal contrata alguns homens para reformar sua garagem. O matemático por parecer um sujeito fraco perto dos homens duros e beberrões do local, acaba sendo desprezado por todos e para piorar a situação, sua jovem esposa é sensual demais para aquela pequena e atrasada comunidade. Vendo a facilidade, as pessoas começam a invadir a privacidade do casal de todas as formas, até uma tragédia despertar a ira no pacato David.

O diretor Sam Peckinpack ficou conhecido como o cara que revolucionou a violência no cinema em obras como “Meu Ódio Será Sua Herança” e “Os Implacáveis”, filmando tiroteios e mortes em câmera lenta, hoje algo comum mas na época uma grande novidade.

Aqui neste suspense ele novamente deixa sua marca, ao jogar um casal pacato no meio de sujeitos rudes e criar um clima insustentável, que passa por uma das cenas de estupro mais marcantes da história do cinema, com certeza na época teve o mesmo impacto da cena de “Irreversível” e termina numa explosão de violência por parte do personagem de Hoffman, com certeza no seu único papel deste tipo no cinema.

Grande filme que merece ser descoberto pelas novas gerações, assim como toda a carreira do grande Sam Peckinpah.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sempre ao Seu Lado

Sempre ao Seu Lado (Hachiko: A Dog’s Story, EUA, 2009) – Nota 8
Direção – Lasse Hallstrom
Elenco – Richard Gere, Joan Allen, Sarah Roemer, Jason Alexander, Cary Hiroyuki Tagawa, Erick Avari.

O professor de dança Parker Wilson (Richard Gere) é praticamente escolhido por um filhote de cão da raça Akita perdido numa estação de trem. A princípio o professor tenta encontrar o dono do cão, mas acaba se afeiçoando ao animal e vence a resistência da esposa (Joan Allen), que parece ainda não ter se recuperado da perda de outro cão. Com o passar dos anos Parker e o cachorro batizado de Hachi criam uma forte ligação que nem mesmo uma tragédia irá destruir.

Este sensível e triste drama é baseado numa história real acontecida no Japão na década de 20 e emociona a todos, principalmente quem tem um cão, ao mostrar como muitas vezes o animal é mais fiel ao homem que ele mesmo ao seu semelhante.

O elenco dá conta do recado, mas o grande astro é cachorro Hachi.

Como curiosidade, esta é uma refilmagem de um longa japonês de 1987.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lua de Mel à Três

Lua de Mel à Três (Honeymoon in Vegas, EUA, 1992) – Nota 6,5
Direção – Andrew Bergman
Elenco – James Caan, Nicolas Cage, Sarah Jessica Parker, Pat Morita, Johnny Williams, John Capodice, Anne Bancroft, Peter Boyle, Robert Constanzo, Seymour Cassel.

O detetive Jack Singer (Nicolas Cage) não gosta de compromissos, mas como está apaixonado por sua namorada Betsy (Sarah Jessica Parker) e sendo pressionado pela mãe (Anne Bancroft) resolve levar a garota para um final de semana em Las Vegas, onde pretender casar com ela. O problema começa quando antes do casamento Jack resolve apostar um valor alto com o mafioso Tommy Korman (James Caan) e perde. Sem ter o dinheiro, o mafioso exige passar o final de semana com Betsy como pagamento da dívida, mas com a idéia de conquistá-la.

Esta comédia anterior ao polêmico “Proposta Indecente”, tem uma trama parecida, porém sem a mínima seriedade. O filme é apenas razoável e as cenas engraçadas são protagonizadas pelo personagem de Cage, que morre de medo de perder a namorada e se mete em diversas confusões para não deixar o mafioso ficar com a garota, principalmente a hilária cena em que ele pula de paraquedas vestido como um sósia de Elvis junto com mais uma dezena destes, que pertencem ao grupo de paraquedistas “Elvis Voadores”.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Moscou Contra 007

Moscou Contra 007 (From Russia with Love, Inglaterra, 1963) – Nota 8
Direção – Terence Young
Elenco – Sean Connery, Daniela Bianchi, Pedro Armendariz, Robert Shaw, Lotte Lenya, Bernard Lee, Lois Maxwell, Desmond Llewellyn.

O agente James Bond (Sean Connery) recebe a missão de trocar um máquina decodificadora pela funcionária da embaixada russa em Istambul, a bela Tatiana Romanova (Daniela Bianchi), que está pedindo asilo para o governo britânico, porém a garota está sendo usada como isca pelo organização criminosa Spectre, para vingar a morte do Dr e para roubar a decodificadora. No. A mente por trás do plano é de Rosa Klebb (Lotte Lenya) que contrata o assassino Red Grant (Robert Shaw) para matar 007.

Este é o segundo longa da série com o personagem de Ian Fleming, sendo novamente dirigido por Terence Young (que faria ainda “007 Contra Chantagem Atômica”), tendo a primeira aparição do mestre dos gadgets Q (Desmond Llewellyn) e novamente apresenta uma belíssima Bond Girl, a italiana Daniela Bianchi que não foi longe na carreira.

Aqui Sean Connery ainda está modelando seu personagem, mas já mostra que é o cara certo, neste filme superior a “Dr. No” e com melhores cenas de ação, principalmente a luta com o vilão feito por Robert Shaw no Expresso do Oriente.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Atividade Paranormal

Atividade Paranormal (Paranormal Activity, EUA, 2007) – Nota 7,5
Direção – Oren Peli
Elenco – Katie Featherston, Micah Sloat, Mark Friedrichs, Amber Armstrong.

O casal Katie e Micah (Katie Featherston e Micah Sloet) moram juntos há três anos e nos últimos tempos a garota vem sofrendo com pesadelos, barulhos estranhos e vultos noturnos. Ela confessa ao namorado que desde criança tem estes problemas e Micah tentando descobrir mais sobre o assunto, compra uma câmera e começa filmar o quarto do casal durante a noite. A idéia acaba não sendo das melhores, pois a cada noite aumenta a atividade paranormal, com barulhos, ventos e objetos mexendo sozinho, o que assusta até mesmo um especialista fenômenos sobrenaturais (Mark Friedrichs).

O diretor Oren Peli com certeza se baseou no sucesso de “A Bruxa de Blair” para filmar este longa em estilo documental, onde todo o filme é visto pelas lentes da câmera de Micah, tentando deixar a impressão de ser verdadeira a história. A atividade paranormal vai crescendo com o desenrolar do filme através de maiores sustos e descobertas, além do desespero e da falta de perspectivas do casal em resolver o problema. No final, considero que Oren Peli fez um filme superior “A Bruxa de Blair”, tanto na realização como principalmente no roteiro.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Com a Bola Toda

Com a Bola Toda (Dodgeball: A True Underdog Story, EUA, 2004) – Nota 4,5
Direção – Rawson Marshall Thurber
Elenco – Vince Vaughn, Ben Stiller, Christine Taylor, Rip Torn, Justin Long, Stephen Root, Joel David Moore, Chris Williams, Alan Tudyk, Missi Pyle, Jamal Duff, Gary Cole, Jason Bateman, Hank Azaria, Lance Armstrong, Chuck Norris, William Shatner, David Hasselhoff, Julie Gonzalo.

Peter La Fleur (Vince Vaughn) é dono de uma academia falida e está prestes a perde-la para o banco, que já negociou o local com o arrogante White Goodman (Ben Stiller), dono de outra academia na mesma rua, porém totalmente moderna e rica. Quando a advogada Kate (Christine Taylor) avisa que Peter tem apenas trinta dias para pagar cinqüenta mil dólares e quitar a dívida, os estranhos alunos da academia resolvem montar um time de queimada (Dodgeball do título) e disputar um torneio que paga esta valor ao campeão. Lógico que White não deixará por menos e também inscreverá a equipe de sua academia.

Este é o tipo de filme que passa dezenas de vezes na tv por assinatura e um dia você acaba assistindo e percebe como ele é ruim. O primeiro ponto para o filme ser ruim é ter Ben Stiller como o vilão exagerado e irritante desde a primeira cena, misturando com diálogos estúpidos que o roteirista imaginou serem engraçados e finalizando com um roteiro que é uma piada, utilizando o clichê do grupo de personagens estranhos vencendo no final.

Como curiosidade, temos as pequenas participações de famosos hoje quase esquecidos, que emprestam seus rostos para cenas idiotas, como Chuck Norris, William Shatner e David Hasselhoff.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Loucuras de Verão

Loucuras de Verão (American Graffiti, EUA, 1973) – Nota 7,5
Direção – George Lucas
Elenco – Richard Dreyfuss, Ron Howard, Paul LeMat, Charles Martin Smith, Cindy Williams, Candy Clark, Harrison Ford, Bo Hopkins, Joe Spano, Mackenzie Phillips.

Nos anos sessenta em Modesto, Califórnia, o filme segue quatro jovens na última noite antes de dois deles irem para a Universidade, Curt (Richard Dreyfuss) e Steve (Ron Howard). Nesta noite Steve briga com sua namorada Laurie (Cindy Williams) que é irmã de Curt, e esta acaba saindo com Bob (Harrison Ford). Curt prefere passar a noite com uma gangue que pratica pequenos crimes. Os outros dois jovens são John (Paul LeMat), o galã da turma, também invencível nas corridas de rua e Toad (Charles Martin Smith) que passa a noite rodando com o carrão do amigo Curt.

Depois de ter feito a ficção “THX 1138” dois anos antes, George Lucas utilizando um elenco de atores que se transformariam em astros pouco tempo depois (Dreyfuss, Ron Howard, Harrison Ford), preferiu contar quatro histórias simultâneas dentro do mesmo contexto, o da vida do jovem americano nos anos sessenta e acertou em cheio na recriação de época e na magnífica trilha sonora.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Chamas da Vingança

Chamas da Vingança (Man on Fire, EUA, 2004) – Nota 8
Direção – Tony Scott
Elenco – Denzel Washington, Dakota Fanning, Christopher Walken, Marc Anthony, Radha Mitchell, Giancarlo Giannini, Rachel Ticotin, Mickey Rourke, Jesus Ochoa, Gustavo Sanchez Parra, Gero Camilo, Charles Paraventi.

O ex-agente da CIA John Creasy (Denzel Washington), está perdido na vida e bebendo muito. Mesmo sabendo do problema de John, seu amigo Rayburn (Christopher Walken) conhece o talento deste de quando trabalhavam juntos na CIA e apresenta uma proposta de emprego: Ser o guarda-costas da rica família Ramos no México. O casal Samuel (Marc Anthony) e Lisa (Radha Mitchell) estão preocupados com a onda de seqüestros no país e querem proteger a filha Pita (Dakota Fanning). John aceita o emprego apenas pelo dinheiro, mas aos poucos vai se afeiçoando a pequena Pita e quando ela é seqüestrada, ele vê como ponto de honra e uma chance de redenção na sua vida salvar a garota.

Este violento misto de drama e policial é um ótimo longa que utiliza com competência as locações na Cidade do México e que em muitas cenas lembram lugares perigosos do Brasil, para criar boas cenas de ação e uma interessante história com uma pequena reviravolta.

O longa tem ainda como curiosidade a participação de dois atores brasileiros, Gero Camilo e Charles Paraventi como dois sujeitos que cruzam o caminho do personagem de Denzel e se dão mal.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Pagando Bem, Que Mal Tem?

Pagando Bem, Que Mal Tem? (Zack and Miri Make a Porno, EUA, 2009) – Nota 6
Direção – Kevin Smith
Elenco – Seth Rogen, Elizabeth Banks, Craig Robinson, Jason Mewes, Jeff Anderson, Traci Lords, Brandon Routh, Justin Long, Tom Savini, Jennifer Schwalbach Smith, Tysha Campbell Martin.

O casal de amigos Zack (Seth Rogen) e Miri (Elizabeth Banks) moram juntos e estão falidos. Resolvem ir na reunião de ex-alunos do colégio onde estudaram e voltam ainda mais desanimados, principalmente após Miri descobrir que sua paixão da época, o bonitão Bobby Long (Brandon Routh) assumiu ser gay. Por outro lado Zack depois de conversar com o namorado de Bobby, o afetado Brandon (Justin Long), um ator pornô gay, tem a idéia de fazer um filme pornô caseiro com Miri para pagar as dívidas. Daí em diante Zack e Miri chamam alguns amigos e outros personagens estranhos para o elenco do filme, sendo o início da confusão.

A reunião de Kevin Smith com Seth Rogen prometia muito, mas o roteiro de Smith não ajuda em nada, deixando a impressão de que ele perdeu o rumo nas piadas e descarregou um caminhão de diálogos escatológicos e muitas vezes sem graça.

A atuação de Rogen está dentro do que seria esperado numa comédia e com seu carisma e a química com a simpática Elizabeth Banks ajudam o filme a não afundar de vez.

Gosto dos filmes de Kevin Smith, ele já mostrou talento para equilibrar diálogos sobre sexo com referências pop sem baixar o nível, é só assistir “O Balconista” e “Procura-se Amy”, mas desta vez ele se perdeu e a referência pop praticamente não existe, aparece apenas nas óbvias cenas da paródia de “Guerra nas Estrelas”. Resumindo, Smith tentou copiar Judd Apatow mas errou a mão.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cidadão X & Evilenko

A história do primeiro serial killer russo da história, Andrej Romanovic Chikatilo que assassinou mais de cinquenta pessoas entres 1978 e 1990 é contada em dois filmes diferentes e ao mesmo tempo interessantes. A produção HBO "Cidadão X" tem um ótimo elenco e um roteiro bem detalhado que prende a atenção do início ao fim, tendo a investigação da polícia como ponto principal. Enquanto "Evilenko" é uma produção italiana com menor orçamento e que foca nos crimes e na interpretação do estranho Malcolm McDowell como o assassino.


Cidadão X (Citizen X, EUA, 1985) – Nota 8,5
Direção – Chris Gerolmo
Elenco – Stephen Rea, Donald Sutherland, Max Von Sydow, Jeffrey DeMunn, Joss Ackland, John Wood, Imelda Staunton.

No início dos anos oitenta algumas crianças são encontradas violentadas e mortas com requinte de crueldade nos arredores de Moscou. A princípio a polícia acredita serem crimes perpetrados por pelo menos dois assassinos, porém o médico legista Burakov (Stephen Rea) tem certeza ser obra de um serial killer, mas as autoridades comunistas não aceitam esta teoria, acreditando ser este um problema apenas de países capitalistas. Obcecado com o assunto, Burakov acaba sendo alçado a investigador e com a ajuda extra-oficial de um Coronel (Donald Sutherland), ele dedicará alguns anos da sua vida para caçar e descobrir quem é o assassino.

O filme é baseado no livro de Robert Cullen sobre o “Monstro de Rostov”, que de 1978 até 1990 matou mais de 50 pessoas na antiga União Soviética, sendo crianças e jovens mulheres seus alvos. O roteiro escrito pelo diretor Chris Gerolmo é detalhista e mostra os assassinatos correndo em paralelo com a investigação de Burakov e com a decadência do império soviético nos anos oitenta, o que atrapalhou e muito a resolução dos crimes, além da falta de policiais experientes no assunto e do apoio das autoridades. Outro ponto forte do longa é o elenco, que além da dupla citada, tem ainda Max Von Sydow no papel do psiquiatra que monta o perfil do maníaco e do eterno coadjuvante, porém talentoso Jeffrey DeMunn, que aqui tem provavelmente seu papel mais importante da carreira, o do assassino Chikatilo e o defende com competência. Filme imperdível para os fãs de uma interessante história de suspense e investigação.

Evilenko (Evilenko, Itália, 2004) – Nota 7,5
Direção – David Grieco
Elenco – Malcolm McDowell, Marton Csokas, Ronald Pickup, Frances Barber, John Benfield.

Em Kiev 1984, o professor Andrej Romanovic Evilenko (Malcolm McDowell) tenta estuprar uma aluna de onze anos e acaba sendo obrigado a se demitir do trabalho. Como Kiev ainda pertencia à União Soviética e Evilenko era um comunista fanático, conseguiu se safar do crime e ainda ganhou como prêmio um emprego burocrático na KGB, onde viajava pelos países soviéticos a trabalho e acabava deixando um rastro de mortes, onde crianças e jovens mulheres eram seus alvos. Durante vários anos a polícia procurou o assassino, aqui liderada pelo detetive Lesiev (Marton Csokas) e sofreu pela falta de pistas e testemunhas.

O filme é baseado na história do primeiro serial killer descoberto na antiga União Soviética e aqui teve seu nome trocado para Evilenko, pois na realidade se nome era Chikatilo e ficou conhecido com “O Monstro de Rostov”. Aqui o especialista em personagens estranhos e vilões, Malcolm McDowell, entrega um boa interpretação de um sujeito repugnante e atormentado, que não foi descoberto antes pela inaptidão da polícia soviética, que não acreditava que aquilo era obra de um serial killer, mas sim de um assassino comum.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Louca Escapada

Louca Escapada (The Sugarland Express, EUA, 1974) – Nota 7
Direção – Steven Spielberg
Elenco – Goldie Hawn, Ben Johnson, Michael Sacks, William Atherton.

A jovem Lou Jean Poplin (Goldie Hawn) vai visitar o marido na cadeia (William Atherton) já planejando uma fuga e obrigando o rapaz a aceitar. Ele que tem pouco tempo de pena a cumprir, aceita as ordens da esposa porque o bebê filho do casal foi adotado e caso eles demorem para aparecer, perderão a guarda do menino para sempre. Já em fuga, eles são parados por um policial rodoviário (Michael Sacks), mas Lou Jean consegue tomar a arma do sujeito e o leva como refém, dando início a uma perseguição chefiada pelo oficial Tanner (Ben Johnson), sujeito honesto e durão, mas de bom coração.

Este interessante road movie foi a estréia efetiva de Spielberg no cinema, pois “Encurralado” feito em 1971 foi produzido originalmente para tv e apenas depois lançado nos cinemas. Aqui Spielberg já mostra seu talento contando uma história (baseado em fato real) em que apesar do tema policial, tem a família como ponto principal e motivo para a perseguição.

Os destaques são a jovialidade de Goldie Hawn, que mostra força ao interpretar uma mulher decidida, que pretende reaver seu filho de qualquer jeito e o durão Ben Johnson, especialista em faroestes e muitas vezes no papel do vilão, interpreta aqui um policial forte e ao mesmo tempo humano.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Instinto Secreto

Instinto Secreto (Mr. Brooks, EUA, 2007) – Nota 7,5
Direção – Bruce A. Evans
Elenco – Kevin Costner, Demi Moore, Dane Cook, William Hurt, Marg Helgenberger, Ruben Santiago Hudson, Danielle Panabaker, Aisha Hinds, Lindsay Crouse, Jason Lewis, Reiko Aylesworth, Matt Schulze.

Na mesma noite em Earl Brooks (Kevin Costner) ganha um prêmio de empresário do ano, ele volta a sentir uma incrível vontade de matar, que é incentivada por Marshall (William Hurt), um amigo imaginário que faça o papel de advogado do diabo discutindo com a consciência de Earl. Ao mesmo tempo a policial Tracy Atwood (Demi Moore) segue pistas dos crimes cometidos pelo empresário, sem ter a mínima idéia de quem seja o verdadeiro assassino. Para complicar a situação, a filha de Earl, Jane, desiste da faculdade e parece esconder um grande segredo, além de que no seu último crime, Earl foi fotogrado por um sujeito (Dane Cook) que deseja aprender a matar, caso contrário entregará a foto para polícia.

A história é interessante, porém poderia ter sido melhor desenvolvida com um diretor mais experiente, mas mesmo assim o resultado é um suspense competente, com destaque para os diálogos entre Costner e William Hurt e o clima estranho acentuado pela trilha sonora. Um ponto fraco é a personagem de Demi Moore que tenta se mostrar durona mas não convence.