segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

G. I. Joe - A Origem de Cobra


G. I. Joe – A Origem de Cobra (G. I. Joe: The Rise of Cobra, EUA / República Tcheca, 2009) – Nota 6,5
Direção – Stephen Sommers
Elenco – Dennis Quaid, Channing Tatum, Sienna Miller, Marlon Wayans, Christopher Eccleston, Joseph Gordon Levitt, Said Tagmaoui, Adewale Akinnuoye Agbaje, Rachel Nichols, Byung Hun Lee, Ray Park, Arnold Vosloo, Jonathan Pryce, Kevin J. O’Connor.

O negociante de armamentos James McCullen (Christopher Eccleston) desenvolveu uma arma letal para o governo americano baseada na nanotecnologia. Um comboio do exército ao transportar o material é atacado e apenas dois homens sobrevivem, o Capitão Duke Hauser (Channing Tatum) e o soldado Ripcord (Marlon Wayans). A dupla é salva pelo grupo G. I. Joe, formado por soldados de elite liderados pelo General Hawke (Dennis Quaid). Lógico que os vilões não se darão por vencidos e voltarão a atacar, com o intuito de roubar os artefatos. 

O longa é baseado na série de bonecos, histórias em quadrinhos e desenhos animados que fizeram a fama dos personagens retratados aqui, porém peca por focar toda a força nos efeitos especiais, deixando um pouco de lado o roteiro recheado de diálogos ruins e o desenvolvimento dos personagens, o que levou o filme a fracassar. Algumas cenas de ação são legais, como a perseguição pelas ruas de Paris, por sinal oitenta por cento do filme são cenas de ação, o que deve ter agradado a molecada apenas. 

Os personagens são mal aproveitados, o General Hawk de Dennis Quaid é quase uma figura nula, Christopher Eccleston faz um vilão com um exagerado sotaque escocês e bom ator inglês Jonathan Pryce aparece pouco como presidente americano. Eu destacaria apenas a beleza de Sienna Miller. 

No geral o longa fica a dever e acredito que a continuação pensada pelo diretor ao deixar um gancho no final da história não será confirmada. 

domingo, 30 de janeiro de 2011

Heysel'85 - Requiem for a Final Cup


Heysel'85 – Réquiem for a Final Cup (Heysel’85 – Requiem for a Final Cup, Bélgica, 2005) – Nota 8,5
Direção – Lode Desmet

Este documentário belga mostra a tragédia na Final da Copa dos Campeões da Europa de 1985 disputada na cidade de Heysel na Bélgica, que resultou em trinta e oito mortes e dezenas de feridos A decisão colocou frente a frente a equipe italiana da Juventus de Turim e o inglês Liverpool. 

A história conta ponto a ponto todos os erros que levaram à tragédia. O jogo era de risco em virtude do comportamento dos hooligans ingleses, já que nos anos oitenta a violência era pouco combatida pelas autoridades na Inglaterra e os baderneiros eram temidos por toda a Europa. A polícia belga mesmo sabedora da situação, tinha pouca experiência neste tipo de evento perigoso, tendo escalado mil e quinhentos homens para a segurança, porém não foi o suficiente em virtude de erros estratégicos. 

O primeiro erro foi deixar que a venda de bebidas fosse livre nos arredores do estádio, com os hooligans arrumando confusão desde o dia anterior ao jogo, chegando em sua maioria totalmente bêbados na hora da partida. Outro absurdo foi a divisão de torcidas, já que em um setor do estádio onde ingleses e italianos estavam divididos apenas por um pequena barreira de policiais. Este local estava totalmente lotado, acima de sua capacidade em relação ao resto do estádio, o que facilmente é notado pelas imagens da época. 

Este caldeirão explode quando os torcedores ingleses iniciam uma correria em direção aos italianos naquele setor e estes ficam presos as grades que dividiam o estádio, causando a morte de muitos por asfixia e outros pisoteados. Diversos depoimentos são mostrados, de italianos que sobreviveram, outros que perderam parentes e amigos e também de ingleses, sendo que alguns defendem que não houve briga, o que teria acontecido seria algo comum nos estádios ingleses, onde torcedores tinham o hábito de correr em direção a torcida adversária apenas assustar, sem intenção de briga. A questão é que com briga ou sem, a tragédia foi terrível e a UEFA proibiu todos os clubes ingleses de participarem de suas competições por cinco anos, causando um prejuízo enorme ao futebol inglês. 

Esta tragédia, misturada com outras que aconteceram nos estádios ingleses, resultaram nos anos noventa numa movimento de reforma e adaptação do estádios europeus a condições de segurança rígidas, que praticamente acabaram com estas tragédias dentro do estádio. Infelizmente nas ruas das cidades, as brigas ainda acontecem.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas


Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas (Loong Boonmee Raleuk Chat, Tailândia / Inglaterra / França / Alemanha / Espanha / Holanda, 2010) – Nota 7,5
Direção – Apíchatpong Weerasethakul
Elenco – Thanapat Saisaymar, Jenjira Pongpas, Sakda Kaewbuadee, Samud Kugasang, Natthakarn Aphaiwonk, Geerasak Kulhong.

Este filme do diretor Apichatpong, que também é conhecido com Joe, foi uma das experiências mais estranhas que tive no cinema. Joe se baseou livremente num livro escrito por um monge que fala sobre reencarnação, natureza e animais para criar um longa totalmente diferente do estilo ocidental, o qual estamos acostumados. 

Fica difícil falar sobre a história, as sinopses de sites e jornais falam basicamente “Tio Boonmee sofre de insuficiência renal, vive numa fazenda no interior da Tailândia e recebe seus familiares, quando durante um jantar o espírito de sua esposa morta há dezenove anos aparece”.  Este fato ocorre logo nos primeiros quinze minutos e depois o longa toca em assuntos como vida após a morte, preconceito dos tailandeses contra os imigrantes de Laos, a guerra que houve na região e que o personagem Bonnmee conta ter matado muitos comunistas e por este motivo considerar que sua doença é um carma, além da diferença entre a tradicional vida no campo e a modernidade com a televisão e o celular. 

A história é apenas um pequeno detalhe para as belas imagens captadas pela câmera do diretor, que num ritmo lento mostra a tranqüilidade na fazenda e o mistério de integração entre animais, floresta e espíritos. 

Uma bela sequência é a caminhada do protagonista e sua família dentro de uma caverna durante a noite, para encontrar um local especial que teria ligação com sua vida passada. 

O longa ganhou a Palma de Ouro em Cannes, mas apesar de ser diferente, não sei se o prêmio foi merecido. 

O detalhe é que fiquei curioso pela filmografia de Joe e irei procurar outros trabalhos do diretor.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Nome do Jogo & Be Cool - O Outro Nome do Jogo


O Nome do Jogo (Get Shorty, EUA, 1995) – Nota 7,5
Direção – Barry Sonnenfeld
Elenco – John Travolta, Gene Hackman, Rene Russo, Danny DeVito, Dennis Farina, Delroy Lindo, James Gandolfini, David Paymer, Martin Ferrero, Bette Midler, Jon Gries, Miguel Sandoval, Jacob Vargas.

O gângster Chili Palmer (John Travolta) é obrigado a trabalhar para um inimigo, o violento Bones (Dennis Farina) quando seu chefe morre. Seu primeiro trabalho é cobrar a esposa de um sujeito (David Paymer) que morreu num acidente de avião e devia dinheiro a Bones. A questão é que Chili descobre que o homem forjou a própria morte para embolsar uma grana do seguro. 

Neste meio tempo, Chili segue para Los Angeles onde pretende cobrar outra dívida, desta vez de um produtor de cinema, o picareta Harry Zimm (Gene Hackman) especialista em filmes baratos de terror. Como Chili é fanático por cinema, ele tem uma idéia: Utilizar a história do sujeito que forjou a própria morte como roteiro e forçar Harry Zimm a produzir o filme. Como Harry sonha em produzir um grande filme, ele aceita desde que Chili convença o astro Martin Weir (Danny DeVito) a participar do longa. 

Este é o início de um jogo onde todos querem lucrar de alguma forma, ainda com a participação da ex-esposa de Martin, a bela Karen (Rene Russo), outro gângster que deseja entrar para indústria de cinema, Bo (Delroy Lindo) e seu capanga Bear (James Gandolfini). 

O roteiro de Scott Frank é baseado num livro de Elmore Leonard e acerta em cheia nos diálogos que tiram um sarro dos clichês de Hollywood, misturando personagens egocêntricos com outros desonestos e as maquinações para se conseguir fazer um filme. 

A tradução do título original seria “Pegue o Baixinho”, o que os personagens tentam de todas as formas, obrigar o personagem do baixinho  Danny DeVito a aceitar o papel no longa.

Be Cool – O Outro Nome do Jogo (Be Cool, EUA, 2005) – Nota 6
Direção – F. Gary Gray
Elenco – John Travolta, Uma Thurman, Vince Vaughn, Cedric The Entertainer, André Benjamin, Steven Tyler, Robert Pastorelli, Christina Milian, Paul Adelstein, Debi Mazar, Harvey Keitel, Gregory Alan Williams, Dwayne “The Rock” Johnson, Danny DeVito, James Woods.

Neste continuação do simpático “O Nome do Jogo”, gângster Chili Palmer (John Travolta) cansado da vida de produtor de cinema, vê a chance de mudar de ramo quando um conhecido é assassinado e ele se aproxima da viúva (Uma Thurman). Os dois tomam a frente dos negócios do morto, que era dono de uma gravadora. 

Como primeiro trabalho, Chili resolve administrar a carreira de uma jovem cantora (Cristina Milian), porém o problema é que o antigo agente (Vince Vaughn) é ligado a máfia russa e o namorado dela (Dwayne “The Rock” Johnson”) é um canastrão metido a valente que deseja se tornar astro de cinema. 

Os diálogos afiados e cínicos sobre Hollywood eram o ponto alto do original e aqui apesar do roteiro explorar bem os clichês da indústria fonográfica, o resultado fica aquém do primeiro filme. 

Travolta novamente dá conta do recado no papel do mafioso metido a empresário e sua parceria com Uma Thurman onze anos após “Pulp Fiction” é um atrativo a mais.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Caso dos Irmãos Naves


O Caso dos Irmãos Naves (Brasil, 1967) – Nota 7,5
Direção – Luis Sérgio Person
Elenco – Anselmo Duarte, Juca de Oliveira, Raul Cortez, John Herbert, Lélia Abramo, Sérgio Hingst.

O cinema e a tv perderam ontem o ator John Herbert aos oitenta e um anos. Mais conhecido pelo público atual por seus papéis em novelas, ele deixou também uma extensa carreira no cinema, que começou em filmes da produtora Vera Cruz nos anos cinquenta e passou pelas chamadas pornochanchadas dos anos setenta, tendo talvez seu papel mais importante neste filme que escrevo, o drama "O Caso dos Irmãos Naves".

Baseado num caso real ocorrido durante a ditadura de Getúlio Vargas em 1937 na cidade de Araguari, Minas Gerais, o longa conta a história dos irmãos Joaquim (Raul Cortez) e Sebastião Naves (Juca de Oliveira) que foram condenados injustamente. 

A história começa quando um sujeito foge da cidade levando todo o dinheiro do lucro da venda da colheita, enganando os irmãos Naves que eram seus sócios. Indignados, eles procuram a polícia para denunciar o roubo e acabam se tornando suspeitos ao olhar do delegado (Anselmo Duarte). Não acreditando na história dos irmãos, o delegado se utiliza da tortura para arrancar a confissão da dupla, alegando que eles haviam matado o homem e estavam fazendo a denúncia para escapar da punição. Após diversas sessões de tortura, eles confessam o crime e vão a julgamento, onde são defendidos pelo advogado João Alamy Filho (John Herbert), que pouco pode fazer para ajudá-los. 

O longa usa como base o livro do advogado de defesa João Alamy, que mostra o maior erro da história do sistema judiciário brasileiro e suas conseqüências na vida daquela família humilde. Além da história, outro ponto alto são as interpretações, tanto dos irmãos, como de Lélia Abramo como a mãe e de Anselmo Duarte como o terrível torturador. 

Este longa e São Paulo S/A, são os melhores trabalhos da curta carreira do diretor Luís Sérgio Person. 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

X-Men - O Confronto Final


X-Men – O Confronto Final (X-Men: The Last Stand, EUA, 2006) – Nota 7
Direção – Brett Ratner
Elenco – Hugh Jackman, Halle Berry, Ian McKellen, Patrick Stewart, Famke Janssen, Anna Paquin, Kelsey Grammer, Rebecca Romijn Stamos, James Marsden, Shawn Ashmore, Aaron Stanford, Vinnie Jones, Ben Foster, Ellen Page, Michael Murphy, Bill Duke, Josef Sommer, Olivia Williams, Ken Leung, Cameron Bright, Anthony Heald, Dania Ramirez, Daniel Cudmore, Shohreh Aghdashloo.

Após os cientistas descobrirem a cura para as mutações, fica a difícil escolha para muitos, até que ponto vale a pena desistirem dos seus poderes para se transformar em humanos. Neste contexto, o Professor Xavier (Patrick Stewart) ainda prega a convivência pacífica entre mutantes e humanos, porém Magneto (Ian McKellen) continua na sua cruzada pelo poder, ficando ainda mais perigoso após a morte de Jean Grey (Famke Janssen), que renasce como a Fenix e se junta a ele, o que coloca o universo em perigo. Novamente Wolverine (Hugh Jackman) e Tempestade (Halle Berry) precisarão liderar os X-Men, desta vez para vencer Fenix. 

Este terceiro filme continua competente nas cenas de ação, mas perde um pouco na grande quantidade de personagens que aparecem na tela e muitos tendo pouco tempo e desenvolvimento, complicando um pouco a história. Talvez o grande problema tenha sido a saída do diretor Bryan Singer, que preferiu assumir a refilmagem de “Superman”, que por sinal rendeu um filme muito fraco e deixou este longa para Brett Ratner, que não alcança o mesmo nível dos longas anteriores. 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

São Paulo S/A


São Paulo S/A (Brasil, 1965) – Nota 8
Direção – Luis Sérgio Person
Elenco – Walmor Chagas, Eva Wilma, Otelo Zelloni, Ana Esmeralda, Darlene Glória.

No dia do aniversário de São Paulo, eu escrevo sobre um dos filmes brasileiros mais importantes produzidos nos anos sessenta e que hoje tem um valor quase histórico por retratar a metamorfose que a cidade passava na época, quando começava a se transformar na megalópole que é hoje. 

Durante a década de sessenta em São Paulo, no auge da industrialização da cidade, o jovem de classe média Carlos (Walmor Chagas) ingressa numa empresa automobilística e com sua ambição em crescrer, troca de emprego e se torna gerente de uma empresa de auto peças onde o dono Arturo (Otelo Zeloni) sonega impostos e pensa apenas em lucrar. Na vida pessoal, Carlos se envolve com algumas mulheres: Ele se casa com a certinha Luciana (Eva Wilma) e tem como amantes a ambiciosa Ana (Darlene Glória) e Hilda (Ana Esmeralda), um amor do seu passado. A questão é que Carlos se sente vazio, apesar do bom salário e do padrão de vida, ele não tem objetivo e sonhos. Seu ressentimento com o trabalho e a vida leva seus relacionamentos ao fundo do poço, até que resolve fugir de tudo. 

Este é um dos filmes mais importantes do cinema brasileiro, que mostra uma fase importante no país, onde as grandes indústrias começavam a se instalar por aqui e mudar a vida das pessoas. Foi o início da busca pelo sucesso, onde um emprego com um bom salário era o objetivo da classe média, que assim poderia desfrutar dos novos produtos que chegavam ao mercado como carros e eletrodomésticos. A família ainda era quase uma obrigação, casar e ter filhos era o ideal, mesmo que por trás disso o homem tivesse amantes ou no caso do personagem de Otelo Zelloni, fosse ao mesmo um ótimo pai de família e um desonesto e explorador empregador. 

O grande acerto do diretor foi prever na angústia do personagem de Walmor Chagas, que tudo aquilo pouco valeria se junto não existisse sonhos e sentimentos, apenas dinheiro não era sinônimo de felicidade, por sinal, tema mais atual ainda nos dias de hoje. O diretor Person fez outro importante filme da história do nosso cinema, o clássico drama “O Caso dos Irmãos Naves”, baseado numa história real de dois irmãos condenados injustamente.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Segunda-Feira ao Sol

Segunda-Feira ao Sol (Los Lunes al Sol, Espanha / França / Itália, 2002) – Nota 8
Direção – Fernando Leon de Aranoa
Elenco – Javier Bardem, Luís Tosar, José Angel Egido, Nieve de Medina, Enrique Villen, Celso Bugallo.

Este drama realista sobre o desemprego na Europa, especificamente na Espanha, tem como protagonistas quatro amigos que são dispensados de um estaleiro naval onde trabalham e ficam sem perspectiva alguma de futuro. 

O líder natural do grupo é Santa (Javier Bardem), o único solteiro e o mais forte, que sempre lutou por seus direitos e mesmo sem emprego e dinheiro tenta manter o orgulho e a dignidade, nem que tenha de mentir e brigar, mas por outro lado se mostra amigo dos companheiros até o fim.

José (Luís Tosar) se torna amargo e não aceita ser sustentado pela esposa Ana (Nieve de Medina), que tenta manter a casa e o casamento, porém ele se sente inferiorizado pela situação. Lino (José Angel Egidio) já tem uma certa idade, mas mantém a esperança e diariamente procura um novo emprego, passando por situações constrangedoras. O mais velho é Amador (Celso Bugallo), que se entrega à bebida e acaba abandonado pela esposa.

Juntos no bar de um amigo ou nos telhados de um edifício onde conseguem ver apenas uma parte de um estádio de futebol, eles tentam sobreviver ao desprezo do mercado de trabalho. 

O ótimo roteiro do diretor Aranoa e as interpretações do bom elenco, são os pontos altos do longa que mostra uma situação comum no mundo atual, onde trabalhadores são dispensados em nome da lucratividade e pouco podem fazer para se manter. Uma triste realidade onde o ser humano é tratado como material descartável.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Straight Outta L. A.


Straight Outta L.A. (Straight Outta L.A., EUA, 2010) – Nota 7,5
Direção – Ice Cube
Documentário – Ice Cube, Ice T, Snoop Dogg, Howie Long, Marcus Allen, Al Davis, M. C. Ren, Russell Simmons.

O projeto da ESPN Americana para comemorar seus trinta anos é uma delícia para o fã de esportes e documentários. São trinta filmes que contam histórias fantásticas do esporte, com direção de nomes conhecidos do cinema. Este conta a passagem de treze anos do time de futebol americando Raiders pela cidade Los Angeles e as conseqüências boas e ruins deste fato. 

O escolhido para dirigir o trabalho foi o ator e rapper Ice Cube, que viveu intensamente os fatos mostrados aqui. Ice Cube nasceu e cresceu na região de Compton, um bairro pobre e violento de Los Angeles e viu no rap a chance de ter uma carreira longe do crime. Em meados dos anos oitenta ele se juntou o DJ Dr. Dre e mais três amigos para montar o grupo NWA (“Niggers with Atitude”, traduzindo, “Negros com Atitude”) e fizeram muito sucesso cantando músicas que falavam do cotidiano em que viviam. Violência, drogas, sexo e abuso policial eram temas de suas músicas e como ele se denominavam uma gangue, o gênero acabou batizado de “Gangsta Rap”. Este estilo havia aparecido algum tempo antes, principalmente com o também ator Ice T e foi elevado na polêmica pela NWA. 

Em paralelo, a cidade de Los Angeles não tinha um time de futebol desde 1980 e quando em 1982 um sujeito chamado Al Davis, dono do Oakland Raiders levou o time para a cidade, mudando o nome para Los Angeles Raiders, em pouco tempo a equipe se transformou num ícone de sucesso. Eles venceram o Superbowl em 1984 e tinham um grupo de jogadores considerados “bad boys”, que acabaram sendo ligados ao NWA, quando o grupo de Ice Cube que torcia para a equipe, começou a usar os uniformes “prata e preto” dos Raiders para se apresentarem nos shows. 

O sucesso do time e do grupo de rap elevaram as vendas dos uniformes dos Raiders a estratosfera e por conseqüência os jogos do time começaram a atrair as minorias, com negros, latinos e motoqueiros acompanhavam as partidas nos Coliseum de Los Angeles todos os domingos, além da garotada que usava a jaqueta do time na maioria das escolas da cidade. 

A situação se complicou no início dos anos noventa quando a tensão racial aumentou na cidade e a violência chegou as estádios, piorou nas escolas e a brutalidade policial era alta, até o famoso caso “Rodney King” em 1992, quando um homem negro foi espancado por policiais e ação foi gravada e passou nas TVs do mundo todo, dando início a violentos conflitos por toda cidade. A conseqüência deste caldeirão foi a saída da equipe de Los Angeles, com seu dono Al Davis levando de volta para Oakland. 

O resultado é um ótimo retrato social, cultural e esportivo de Los Angeles nos anos oitenta e suas conseqüências. 

sábado, 22 de janeiro de 2011

Premonição 2


Premonição 2 (Final Destination 2, EUA, 2003) – Nota 7
Direção – David R. Ellis
Elenco – Ali Larter, A. J. Cook, Michael Landes, Justina Machado, Tony Todd.

A jovem Kimberly (A. J. Cook da série “Criminal Minds”) está viajando de carro com alguns amigos quando tem a visão de um terrível acidente provocado por um caminhão cheio de toras, onde todos morrem. No meio da estrada, a jovem para o carro causando um grande congestionamento e mudando totalmente o rumo do acidente. Algumas pessoas que morreriam conforme a  visão da garota acabam sobrevivendo. 

Como no filme anterior, a morte voltará para buscar os sobreviventes, o que fará com Kimberly tente descobrir uma fórmula de enganar a morte, para isso ela procura Clear (Ali Larter) sobrevivente do longa anterior que está internada numa clínica psiquiátrica. 

Apesar de ser inferior ao original, este longa não faz feio, a sequência inicial novamente é assustadora e criativa, a história faz uma ligação com o original, apesar de que o personagem de Devon Sawa que a princícpio sobreviveu, não reaparece e aqui é apenas citada a sua morte. 

A série ainda gerou duas outras continuações mais fracas.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ao Mestre com Carinho & Conrack



O cinema já produziu dezenas de filmes que mostram o professor como uma espécie de herói, despertando e motivando alunos através de palavras, gestos e ensinamentos. Este "gênero" se iniciou nos anos sessenta com o hoje clássico "Ao Mestre com Carinho" tendo um professor negro ensinando jovens brancos de classe média e foi copiado no bom sentido na década de setenta em "Conrack", onde um professor branco lutava para ensinar crianças negras de um comunidade pobre. Nos anos oitenta em diante o tema gerou filmes como "O Preço do Desafio", "A Sociedade dos Poetas Mortos", "Mentes Perigosas" e diversos outros trabalhos.

Nesta postagem escrevo um pouco sobre os dois longas mais antigos que marcarem época. 

Ao Mestre Com Carinho (To Sir, With Love, EUA, 1967) - Nota 7,5
Direção – James Clavell
Elenco – Sidney Poitier, Judy Geeson, Suzy Kendall, Lulu, Christian Roberts. 

O engenheiro desempregado e negro Mark Thackeray (Sidney Poitier) é contratado como professor para lecionar em um colégio de Londres onde os alunos são brancos. A primeira reação dos alunos é desacreditar o sujeito e tentar fazer com que peça demissão, porém Mark enfrenta o preconceito para dar uma lição de vida aos jovens. 

Este clássico fez crescer e muito a fama do astro Sidney Poitier, que no mesmo ano trabalhou em outro longa que também toca no tema do preconceito sem exageros, a ótima comédia “Adivinhe Quem Vem Para Jantar?”. 

A música tema cantada por Lulu (que também atua como uma das alunas) é uma da mais conhecidas da história do cinema.

Conrack (Conrack, EUA, 1974) – Nota 7,5
Direção – Martin Ritt
Elenco – Jon Voight, Hume Cronyn, Madge Sinclair, Paul Winfield, Antonio Fargas.

No final dos anos sessenta, durante a Guerra do Vietnã, o branco Pat Conroy (Jon Voight) é contratado como professor para lecionar em um ilha no estado da Carolina do Sul. Conroy que era racista na juventude e percebeu como estava errado, aceita o emprego como uma espécie de redenção, pois terá de ensinar um grupo de crianças negras analfabetas. 

Toda a população da ilha é negra, exceto um comerciante e a escola está praticamente caindo as pedaços, onde o professor terá ainda de lidar com a diretora, Sra. Scott (Madgie Sinclair), que acredita que todas as crianças negras são lentas e preguiçosas, devendo ser ensinadas na base do chicote. 

Conroy que passa a ser chamado pelas crianças de Conrack, já que elas não conseguem entender seu nome, tentará mudar as coisas e ajudar as crianças, mesmo que para isso entre em conflito com o racista supervisor escolar Sr. Skeffington (Hume Cronyn), que mora numa cidade próxima à ilha, sendo seu chefe. 

O longa é praticamente uma aula de solidariedade e amor as crianças, onde o personagem de Jon Voight tentar ensinar algo mais que as matérias escolares, ao perceber que aquelas crianças precisam aprender sobre coisas básicas da vida. 

O falecido diretor Martin Ritt tocou no tema preconceito outras vezes em sua carreira, como no faroeste “Hombre” com Paul Newman e no drama sobre operárias “Norma Rae” com Sally Field. 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Onde os Fracos Não Tem Vez


Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country for Old Men, EUA, 2008) – Nota 8,5
Direção – Joel & Ethan Cohen
Elenco – Tommy Lee Jones, Javier Bardem, Josh Brolin, Woody Harrelson, Kelly Macdonald, Garret Dillahunt, Tess Harper, Barry Corbin, Stephen Root, Rodger Boyce, Beth Grant.

No meio do deserto no Texas, Llewelyn Moss (Josh Brolin) se depara com vários mexicanos mortos numa chacina após disputa por drogas. Llewelyn encontra uma mala cheia de dinheiro e a leva para sua casa, um trailer onde mora com Carla Jean (Kelly McDonald). Naquela noite, incomodado pela consciência, Llewelyn toma um decisão que mudará seu destino e o fará ser perseguido por traficantes mexicanos que desejam o dinheiro e pelo sinistro matador Anton Chigurh (Javier Bardem). Enquanto isso, o veterano xerife Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones) vai aos poucos encontrando uma trilha de corpos e percebe logo que Llewelyn se meteu em algo que dificilmente conseguirá escapar. 

Novamente os irmãos Cohen entregam um ótimo filme, diferente das produções hollywodianas que amarram perfeitamente o final, aqui eles se preocupam mais em desenvolver os personagens e dar a cada um deles a importância devida. Os preciosos diálogos são fiéis ao livro de Cormac McCarthy e pela qualidade, fica claro porque os diretores resolveram filmar pela primeira vez uma história que não fora escrita por eles. 

O jogo de gato e rato entre os três personagens principais são dignos dos grandes westerns, fortalecidos pelas ótimas interpretações. Jarvier Bardem cria um dos assassinos mais assustadores da história do cinema, Josh Brolin está perfeito como o sujeito perdido na vida que vê no dinheiro dos traficantes sua chance de recomeçar com a esposa e Tommy Lee Jones é a frustração em pessoa. Seu personagem vem de uma família de xerifes e após muitos anos no cargo ele tem certeza que sua luta está perdida e nada do que fizer poderá mudar o mundo, mesmo assim ele tenta salvar Llewelyn antes de desistir completamente. Temos ainda a pequena e importante participação de Woody Harrelson, que trava um sinistro diálogo como Javier Bardem. 

Toda a violência e desilução da história se passa em 1980, trinta anos antes do mundo maluco em que vivemos hoje.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Domingo Sangrento


Domingo Sangrento (Bloody Sunday, Inglaterra / Irlanda, 2002) – Nota 8
Direção – Paul Greengrass
Elenco – James Nesbitt, Tim Pigott Smith, Nicholas Farrell, Gerard McSorley.

Na cidade de Derry na Irlanda do Norte, no domingo 30 de janeiro de 1972, um grupo de pessoas organiza uma manifestação contra a presença do exército inglês no país e a favor da independência da Irlanda do Norte em relação ao Reino Unido. A tensão toma conta dos líderes do movimento, principalmente de Ivan Cooper (James Nesbitt), que tenta a todo custo fazer com que a manifestação seja pacífica, pois ele sabe que qualquer mal entendido pode criar um conflito com os soldados ingleses. Infelizmente a preocupação de Ivan se torna realidade e acontece o massacre que dá início a uma violenta retaliação do IRA (Exército Republicano Irlandês) nos anos seguintes, através de diversos atentados. 

O diretor Paul Grengrass acerta em cheio ao filmar o longa no estilo de documentário, mostrando desde os preparativos da passeata no início do dia, passando pela aumento de tensão durante pequenos acontecimentos e chegando a batalha, ou pior, ao massacre daquela tarde. 

Outro destaque é a sóbria atuação do ótimo James Nesbitt, ator pouco conhecido por aqui, mas extremamente famoso na tv inglesa, tendo sido protagonista de diversas séries e que também já teve bons papéis no cinema em “Match Point” e “A Fortuna de Ned”, além de ter estrelado a boa comédia “Um Golpe de Sorte”. 

O longa termina com o inveitável hino “Sunday, Bloody Sunday” do U2, música lançada nos anos oitenta que ajudou a imortalizar a terrível tragédia daquele dia. 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Selo


Fui presenteado pela minha amiga Silvia do blog Na Manha do Gato com este selo.

Agradeço pela indicação e abaixo respondo as perguntas solicitadas e indico os blogs amigos que receberão o selo.

Nome: Hugo Quilici
Uma música: Várias, Rock e pop dos anos oitenta
Humor: Bom humor com os amigos e indiferença com aqueles que não gosto
Estação: Verão
Como prefere viajar: Carro
Um seriado: The Shield
Uma frase dita por você: "Parente não pode morar muito perto para te visitar de chinelo, nem muito longe para chegar com mala"
O que achou do selo: Um presente de alguém que lembrou de você

Blogs indicados:

Dia do Cinéfilo Inútil
Por Corner
Pouco de Tudo
Filme do Dia
Dicas e Listas
Cinema Detalhado
Le Matinée!
Cine Pipoca Cult
Literatura e Cinema

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Campo dos Sonhos


Campo dos Sonhos (Field of Dreams, EUA, 1989) – Nota 8
Direção – Phil Alden Robinson
Elenco – Kevin Costner, Amy Madigan, Gaby Hoffman, Ray Liotta, James Earl Jones, Burt Lancaster, Timothy Busfield, Frank Whaley, Dwier Brown.

Há poucos dias escrevi sobre astros que estão acima dos setenta anos e tinha certeza que ainda existiam diversos outros atores nesta faixa etária ainda na ativa. Descobri que hoje o eterno coadjuvante James Earl Jones faz oitenta anos. Jones nunca chegou a ser astro, mas participou de dezenas de grandes produções, além de estar eternizado por criar a voz de Darth Vader. 

Aqui eu escrevo sobre um longa que fez sucesso no final dos anos oitenta e tem James Earl Jones num de seus melhores papéis, como um escritor recluso.

Ray Kinsella (Kevin Costner) e sua esposa Annie (Amy Madigan) vivem numa fazenda em Iowa com a filha pequena Karin (Gabi Hoffmann). Levam uma vida tranqüila baseada na agricultura de milho, até que num certo dia, Ray ouve uma voz dizendo “se construir, ele virá”. A voz surge outras vezes, até que Ray tem uma visão: O milharal se transforma num campo de beisebol. Rapidamente Ray liga as vozes a seu pai que era apaixonado pelo esporte e passa a acreditar que se construir o campo, o antigo ídolo de seu pai, “Shoeless“ Joe Jackson (Ray Liotta) aparecerá no local. A voz ainda fará Ray procurar o médico Archibald Graham (Burt Lancaster) e o escritor Terence Mann (James Earl Jones) para acertar fatos pendentes do passado. 

Este sensível drama sobre beisebol, família e sonhos é o melhor filme da carreira do diretor e roteirista Phil Alden Robinson (“Quebra de Sigilo”, “A Soma de Todos os Medos), que acerta ao adaptar o livro de J. P. Kinsella, que misturou realidade e ficção para contar esta bela história. 

O personagem “Shoeless” Joe Jackson é real e já foi mostrado no longa “Fora da Jogada” de John Sayles, que conta a história de um grupo de jogadores banidos do esporte por suborno em 1919 e Jackson era um deles. Neste filme o personagem foi interpretado por D. B. Sweeney. O personagem do médico feito por Burt Lancaster também é verdadeiro e por sinal este foi o último trabalho do astro para o cinema. Já o personagem do escritor de James Earl Jones é fictício, porém baseado em J. D. Salinger, que escreveu o clássico da literatura americana “O Apanhador no Campo de Centeio”. 

Por final, o longa apesar de um pouco esquecido hoje em dia, é um dos grandes trabalhos de Kevin Costner, que cria um personagem extremamente humano, daqueles que jamais desistem do sonho.

domingo, 16 de janeiro de 2011

A Noite dos Desesperados


A Noite dos Desesperados (They Shoot Horses, Don’t They?, EUA, 1971) – Nota 7,5
Direção – Sydney Pollack
Elenco – Jane Fonda, Michael Sarrazin, Susannah York, Gig Young, Red Buttons, Bruce Dern, Bonnie Bedelia, Michael Conrad, Al Lewis.

Acabei de ler que a veterana atriz Susannah York faleceu. Mais conhecida como a mãe do "Superman" no clássico de Richard Donner, porém talvez sua melhor interpretação tenha sido neste "A Noite dos Desesperados", onde ela concorreu ao Oscar de atriz coadjuvante.

Durante a depressão americana nos anos trinta, foi criado em diversos estados do país uma maratona de dança, onde o vencedor seria o último casal que conseguisse ficar em pé. Com grande parte da população desempregada e passando necessidades, diversas pessoas se inscreviam nestes concursos, muitos para conseguir apenas comida ou alguns dólares de prêmio. É com este pensamento que Gloria (Jane Fonda) e Robert (Michael Sarrazin) formam um par com o objetivo de chegar até o final. 

Este angustiante longa é baseado num livro de Horace McCoy, que viveu na época, dizem que inclusive trabalhou com segurança nestes concursos e por isto retratou tão bem o desespero dos participantes. É uma história depressiva e angustiante em alguns momentos, como nas corridas em que os casais já exaustos precisam participar durante a maratona. 

O longa concorreu a nove prêmios Oscar, mas ficou fora da disputa de melhor filme e venceu apenas o de ator coadjuvante com Gig Young como o animador do baile. Jane Fonda e Susannah York também concorreram a atriz e atriz coadjuvante. 

Como curiosidade, a tradução do título seria “Eles Matam Cavalos, Não Matam?” é uma frase dita no longa,  que compara os competidores exaustos com cavalos machucados que acabam sendo sacrificados. 

sábado, 15 de janeiro de 2011

Além da Vida


Além da Vida (Hereafter, EUA, 2010) – Nota 8
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Matt Damon. Cécile de France, Frankie McLaren, George McLaren, Jay Mohr, Thierry Neuvic, Bryce Dallas Howard, Lyndsey Marshal, Steven R. Schirripa, Marthe Keller, Derek Jacobi, Richard Kind.

Clint Eastwood novamente demonstra toda sua sensibilidade para contar três histórias em paralelo que falam de vida após a morte. 

Na Tailândia, a apresentadora de TV, Marie Lelay (Cécile de France) tem um experiência de quase morte durante o tsunami que varreu o país e o fato mudará completamente seu modo de ver a vida. Nos EUA, o vidente George Lonegan (Matt Damon) considera uma maldição seu dom de se comunicar com os mortos e tenta a todo custo esconder o fato de todos, mesmo que seu irmão (Jay Mohr) acredite que George está desperdiçando o poder. Enquanto isso na Inglaterra, os gêmeos Marcus e Jason (Frank e George McLaren) tentam ajudar a mãe viciada (Lyndsey Marshal), mas uma tragédia irá piorar ainda mais a situação. 

Fiquei curioso em saber o que inspirou Eastwood e encontrei na net que ele teria tido uma experiência de quase morte na juventude quando era surfista e há pouco tempo relembrou o fato e se interessou pelo roteiro, que por sinal é assinado pelo ótimo Peter Morgan, responsável por escrever filmes como “A Rainha” e “O Último Rei da Escócia”. 

O bom elenco ajuda a elevar o nível, com Matt Damon interpretando bem o sujeito que não aceita sua condição e a bela suíça Cécile de France conseguindo um merecido bom papel em uma produção internacional, antes ela era conhecida por aqui apenas por seu papel na refilmagem de “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”. O elenco conta também com duas pequenas participações interessantes, a do veterano ator inglês Derek Jacobi como ele próprio e a outrora bela suíça Marthe Keller como uma médica, atriz que nos anos setenta trabalhou em bons filmes americanos como “Maratona da Morte” e “Domingo Negro”. 

Vale destacar ainda a sensacional sequência inicial do tsunami, filmada de modo extremamente real e a menção aos atentando terroristas no metrô de Londres. Fatos reais que foram inseridos no contexto da história e se mostraram escolhas acertadas.

Para finalizar, se o filme fosse brasileiro com certeza diriam que foi produzido para seguir o sucesso de longas como “Chico Xavier” e “Nosso Lar” e com certeza por este motivo fará muito sucesso nos cinemas por aqui.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O Justiceiro - 1999 e 2004



Nesta postagem escrevo sobre duas adaptações do herói de quadrinhos "O Justiceiro" que fracassaram no cinema. Não estou considerando um terceiro longa lançado em 2008 que ainda não assisti. Não sou fã de quadrinhos, mas fica claro pela reação do fãs que os filmes estão aquém da obra original. Analisando como cinema, não passam de filmes pouco mais do que razoáveis.


O Justiceiro (The Punisher, EUA, 1989) – Nota 6
Direção – Mark Goldblat      
Elenco –  Lundgreen, Louis Gossett Jr, Jeroen Krabbe, Kim Miyori, Barry Otto, Nancy Everhard.

Após o fracasso de “Mestres do Universo”, Dolph Lundgreen tentou acertar novamente com outra adaptação de um herói para o cinema, desta vez da cultuada história em quadrinhos “O Justiceiro” e novamente errou na escolha. 

A história tem como protagonista o ex-policial Frank Castle (Dolph Lundgreen), que após ter sua família assassinada, se torna o “Justiceiro”, saindo pela cidade para combater os criminosos. Frank/Justiceiro enfrentará ainda uma disputa entre grupos criminosos, a Máfia Italiana e a Yakuza. Os fãs do personagem e os críticos não gostaram do longa. 

Como não sou fã de quadrinhos, não posso comparar mas fica claro que este longa é voltado apenas para as cenas de ação e acaba sendo até compentente neste quesito, principalmente pela mão do diretor Mark Goldblatt, que na verdade é especialista em edição e tem no seu currículo trabalho em filmes como a série “Exterminador do Futuro”, “Rambo” e “Comando Para Matar”.

O Justiceiro (The Punisher, EUA, 2004) – Nota 6,5
Direção – Jonathan Heinsleigh
Elenco – Thomas Jane, John Travolta, Will Patton, Rebecca Romijn Stamos, Laura Harring, Ben Foster, Roy Scheider, Samantha Mathis, John Pinettte, Antoni Corone.

O agente do FBI Frank Castle (Thomas Jane) trabalha disfarçado como negociante de armas e numa de suas missões acaba matando o filho do chefão do crime, Howard Saint (John Travolta), que para se vingar manda matar a mulher e o filho de Frank. Obecado por vingança, Frank se transforma no “Justiceiro” para eliminar os bandidos da cidade e principalmente matar Howard Saint. 

Apesar do filme ser melhor que a versão com Dolph Lundgreen, fica claro que o roteiro é fraco, repleto de clichês, com Thomas Jane e John Travolta criando personagens comuns ao gênero. As cenas de ação são violentas, mas mesmo assim o filme não empolga e provavelmente por isso nem foi lançado nos cinemas por aqui, na época chegou direto em DVD.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

W.


W. (W., EUA, 2008) – Nota 7,5
Direção – Oliver Stone
Elenco – Josh Brolin, Elizabeth Banks, Richard Dreyfuss, James Cromwell, Ellen Burstyn. Toby Jones, Jeffrey Wright, Scott Glenn, Dennis Boutsikaris, Thandie Newton, Bruce McGill, Colin Hanks, Michael Gaston, Marley Shelton, Noah Wyle, Jason Ritter, Brent Sexton, Stacy Keach, Ioan Gruffudd.

O polêmico diretor Oliver Stone conta aqui parte da vida do também polêmico presidente americano George W. Bush. O roteiro foca a vida de Bush (Josh Brolin) como presidente e após os atentados de 11 de Setembro e a invasão do Afeganistão, quando ele precisa decidir de acordo com as informações de seus assessores, se deve ou não invadir também o Iraque. Em paralelo é mostrada a vida de Bush antes da presidênca, começando em 1966 quando ele entra para a Universidade Yale e durante um trote de sua fraternidade diz com todas as palavras que não interesse algum em seguir a carreira política, quase uma obrigação em sua família. 

Depois conheceremos todos os fracassos de sua vida profissional, que são ao mesmo tempo resolvidos pela pai (James Cromwell), mas que deixa a sensação em Bush de que ele não é o filho predileto. Na fase como presidente, é interessante analisar como age cada assessor próximo. Bush é mostrado como um sujeito normal que chegou ao cargo pela influência do pai e que acaba se tornando uma marionete nas mãos de um grupo de pessoas com interesses próprios. 

O vice-presidente Dick Cheney (Richard Dreyfuss) é mostrado como um sujeito maquiavélico, que consegue influenciar todas decisões de Bush. Donald Rumsfeld (Scott Glenn) como alguém meio maluco, que pensa apenas na guerra, a assistente Condolezza Rice (Thandie Newton) como uma puxa-saco sem idéias próprias e o militar Colin Powell (Jeffrey Wright) como a voz da razão, que talvez por falta de coragem, acaba aceitando os absurdos cometidos por Cheney e seu grupo. 

A interpretação de Josh Brolin é perfeita, passa todo o sentimento de alguém que deseja mostrar força, porém no fundo é totalmente inseguro. Por sinal, a carreira de Josh Brolin é no mínimo curiosa, filho ator James Brolin que teve alguma fama nos anos setenta e oitenta, Josh apareceu nos anos noventa em papéis de coadjuvante até conseguir alguma fama no suspense “O Homem sem Sombra” de Paul Verhoeven em 2000. Depois até 2007 teve poucos trabalhos e deixava a impressão que sua carreira não iria decolar, mas tudo mudou quando fez “Onde os Fracos Não Tem Vez” dos Irmãos Cohen. Em seguida apareceram bons papéis e hoje ele está entre os atores mais solicitados de Hollywood.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Por um Fio & Emboscada



Escrevo sobre dois filmes com temas semelhantes, onde uma pessoa não muito honesta ao atender o telefone no meio da rua é ameaçada e fica a sob mira de um arma de um psicopata. O telefone já foi usado como objeto de ameaça em clássicos como "A Vida Por um Fio" de Anatole Litvak e "Disque M para Matar" de Hitchock, além do recente "Celular - Um Grito de Socorro" e aqui novamente é um instrumento importante nos dois longas citados produzidos em 2002.


Por Um Fio (Phone Boot, EUA, 2002) – Nota 7,5
Direção – Joel Schumacher
Elenco – Colin Farrell, Forest Whitaker, Kiefer Sutherland, Radha Mitchell, Katie Holmes, Paula Jai Parker, Arian Ash, Tia Texada, John Enos III, Richard T. Jones, Keith Nobbs.

O publicitário Stu Shepard (Colin Farrell) é um sujeito desonesto, que trai a esposa (Radha Mitchell) com uma aspirante a atriz (Kaite Holmes). Sua tática para despistar a esposa é utilizar uma cabine telefônica na rua para ligar para a amante, a quem ele diz ser solteiro. Num certo dia, ele fala com a amante e assim que desliga o telefone, este voltar a tocar e Stu atende por instinto, porém na linha está um sujeito que diz ter uma arma apontada para cabine e que irá atirar se ele desligar. 

A situação fica desesperadora quando algumas prostitutas querem usar o telefone e como Stu não deixa, um cafetão tenta invadir a cabine e acaba morto pelo atirador. Todos pensam que o atirador é Stu e a polícia é chamada. A estranha situação fará o Capitão Ed Ramey (Forest Whitaker) ficar desconfiado e tentar descobrir o que realmente está acontecendo. 

Este interessante suspense é um dos acertos da carreira de Joel Schumacher, que prende a atenção e tem bons atores que seguram a trama, sem contar na sinistra voz do atirador feita por Kiefer Sutherland.  

Emboscada (Liberty Stands Still, EUA, 2002) – Nota 6
Direção – Kari Skogland
Elenco – Wesley Snipes, Linda Fiorentino, Oliver Platt, Hart Bochner.

A executiva Liberty Wallace (Linda Fiorentino) está quase em frente a um teatro onde assistirá uma peça e em seguida se encontrará com seu amante, um ator que trabalha na peça, quando recebe uma estranha ligação de um sujeito que diz se chamar Joe (Wesley Snipes). O desconhecido ameaça matá-la com um tiro caso ela desligue. Ela faz isso e o homem acerta um tiro em sua bolsa. As instruções de Joe são para Liberty se algemar num carrinho de hot dog que está cheio de explosivos. Enquanto isso dentro do teatro, o amante de Liberty também está preso a uma bomba. Aos poucos Joe mostrará o que deseja e porquê armou esta emboscada. 

A história é muito parecida com “Por Um Fio”, que Joel Schumacher dirigiu no mesmo ano, porém o roteiro é bem mais confuso e cheio de furos. A motivação de Joe é válida, porém seu plano é completamente sem sentido, o que fica claro no final totalmente sem graça. 

Por escolhas como esta, sem falar na prisão por sonegação de impostos, a carreira de Snipes foi ladeira abaixo.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Lista - Você Está Livre Hoje?


A Lista – Você Está Livre Hoje? (The Deception, EUA, 2008) – Nota 6,5
Direção – Marcel Langenegger
Elenco – Ewan McGregor, Hugh Jackman, Michelle Willians, Lisa Gay Hamilton, Natasha Henstridge, Charlotte Rampling, Bruce Altman, Maggie Q.

Jonathan McQuarry (Ewan McGregor) é um tímido auditor que vive solitário. Num certo dia dentro no escritório onde está trabalhando, ele é abordado pelo advogado Wyatt Bose (Hugh Jackman), sujeito expansivo que logo faz amizade com Jonathan. Aparentemente por engano, eles trocam os celulares e quando Wyatt vai viajar, Jonathan recebe uma ligação de mulher perguntando se ele estaria livre naquela noite. Intrigado, ele vai ao encontro e descobre que seu amigo faz parte de um clube de sexo casual, onde os participantes marcam encontros e nada sabem uns dos outros. Num destes encontros, Jonathan reconhece uma jovem (Michelle Willians) a quem ele viu no metrô e se sentiu atraído. Ele marca um segundo encontro, porém no quarto do hotel, Jonathan é agredido e a jovem desaparece, dando início a uma trama onde nada é o que parece ser. 

Este suspense começa intrigante, mesmo que o cinéfilo mais experiente perceba logo que existe algo de errado naquela situação vivida pelo personagem de Ewan McGregor, a questão do clube do sexo e seus participantes ricos tinha tudo para render um ótimo filme, porém o roteiro muda o foco para um golpe que envolve dinheiro deixando de lado a idéia inicial. Esta mudança poderia até ser interessante, mas infelizmente o roteiro cria soluções fáceis demais para a complexa trama, principalmente as duas últimas cenas que não convencem o espectador. 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Os Quatro Picaretas - O Adeus a Peter Yates


Os Quatro Picaretas (The Hot Rock, EUA, 1972) – Nota 7,5
Direção – Peter Yates
Elenco – Robert Redford, George Segal, Ron Leibman, Paul Sand, Zero Mostel, Moses Gunn, William Redfield.

Ontem o cinema perdeu o diretor inglês Peter Yates aos oitenta e dois anos. Yates começou a trabalhar nos anos sessenta e ficou famoso após dirigir o clássico policial "Bullitt" em 1968, que tinha Steve McQueen no papel título e teve a primeira sequência extremamente realista de perseguição de carros filmada em São Francisco, que serviu de inspiração paara filmes como "Operação França". 

Durante a carreira Peter Yates dirigiu filmes de diversos gêneros, fez dramas com pitadas de suspense como "Sob Suspeita" e "Pesadelo na Rua Carroll", o drama de prisão "A Revanche Final", comédias como "Emergência Maluca" e este bom "Os Quatro Picaretas" que comento nesta postagem e até mesmo uma ficção famosa por aqui, o clássico da sessão da tarde "Krull".

Este "Os Quatro Picaretas" começa com o esperto Dortmuder (Robert Redford) é procurado pelo Dr. Amusia (o falecido Moses Gunn) no Museu de Nova Iorque, que explica como um valioso diamante em exposição é importante para seu povo na África. Ali nasce uma negociação e Dortmunder chama alguns amigos para bolar um plano e roubar o diamante, porém as coisas não saem como o esperado e o bando se mete em diversas confusões para cumprir a missão. 

O filme é uma diversão descompromissada e engraçada, com Redford fazendo um personagem que lembra um pouco o malandro de “Golpe de Mestre” e algumas cenas curiosas, como aquela em que um dos ladrões engole o diamante. 

O divertido roteiro de William Goldman (Oscar por “Butch Cassidy” e “Todos os Homens do Presidente”) é baseado num livro de Donald E. Westlake, que além de escritor foi roteirista de filmes como o original “O Padrasto”, “O Troco” com Mel Gibson e “Os Imorais”. 

domingo, 9 de janeiro de 2011

Gran Torino


Gran Torino (Gran Torino, EUA, 2008) – Nota 8
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Clint Eastwood, Bee Vang, Ahney Her, Christopher Carley, Brian Haley, Geraldine Hughes, Brian Howe, John Carroll Lynch, William Hill.

O viúvo Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um veterano da Guerra da Coréia que carrega traumas do conflito e que não consegue se relacionar com os filhos, noras e netos. Extremamente mal humorado, Walt vive sozinho num bairro onde hoje moram apenas imigrantes que ele despreza e que tenta manter distância. Num certo dia, a família vizinha de vietnamitas enfrenta um terrível problema quando uma gangue quer levar a força o garoto Thao (Bee Vang), o que faz Walt afugentar os sujeitos e se transformar em herói no bairro. Relutante, aos poucos ele acaba aceitando os presentes dos vizinhos e se apega ao garoto Thao e sua irmã Sue (Ahney Her), porém num bairro violento como aquele coisas ruins podem acontecer a qualquer momento. 

Novamente criando um personagem rabugento e com problemas que vem do passado, assim como em “Menina de Ouro”, Clint Eastwood entrega outro drama pesado, que toca no tema atual dos imigrantes e na degradação dos bairros onde eles precisam viver nos EUA, para contar um história triste e mostrar a dificuldade destas pessoas que vivem longe de seu país. 

sábado, 8 de janeiro de 2011

Sepultado Vivo ou Morto, mas nem Tanto


Sepultado Vivo ou Morto, mas nem Tanto (Buried Alive, EUA, 1990) – Nota 7
Direção – Frank Darabont
Elenco – Tim Matheson, Jennifer Jason Leigh, William Atherton, Hoyt Axton.

O casal Goodman, Clint (Tim Matheson) e Joanna (Jennifer Jason Leigh) parece viver feliz, eles vão morar em um grande casa afastada da cidade, porém a esposa começa a se sentir entediada com o local e inicia um caso com o médico Cort (William Atherton). Acreditando que o marido atrapalha suas vidas e pensando no dinheiro dele, o casal de amantes envenena o sujeito que é dado como morto, porém o veneno não fez o efeito esperado e Clint acorda dentro do caixão, já enterrado. Como a esposa comprou um caixão vagabundo, ele consegue escapar da cova cavando até a superfície e vai buscar vingança contra seus assassinos. 

Este suspense produzido para a tv foi a estréia de Frank Darabont na direção, que mesmo sem ser espetacular, é um bom filme que hoje se tornou quase cult, tanto pela importância da carreira de Darabont, quando pela quantidade de vezes que ele passou por aqui na tv aberta, sempre no SBT. 

O trio principal está muito bem, principalmente Jennifer Jason Leigh interpretando uma mulher sensual e manipuladora e William Atherton como o vilão cínico, papéis semelhantes ao que interpretaram diversas vezes no cinema. 

Como curiosidade, o filme tem dois títulos, “Sepultado Vivo” utilizado na tv e o ridículo “Morto, mas nem Tanto” que foi usado no lançamento do longa em VHS nos anos noventa. 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Morte no Inferno & Morte nos Sonhos


Morte no Inferno (Dead of Winter, EUA, 1987) – Nota 6 
Direção – Arthur Penn
Elenco – Mary Steenburgen, Roddy McDowall, Jan Rubes, William Russ, Ken Pogue.

A atriz desempregada Katie McGovern (Mary Steenburgen) é escolhido por Murray (Roddy McDowall) para substituir outra atriz muita parecida com ela. Para confirmar a presença no filme, Murray alega que precisa apresentá-la ao produtor Joseph Lewis (Jan Rubes), que vive em outra cidade. Katie aceita a oferta, mas ao chegar no antigo casarão onde mora o produtor, fica a princípio surpresa e depois desesperada quando seus documentos desaparecem e ela percebe que está presa no local. 

O grande diretor Arthur Penn (“Bonnie & Clyde”) entrega um filme apenas razoável, que apesar da intrigante história, onde a atriz Mary Steenburgen interpreta três personagens, a primeira metade é lenta, quase arrastada e o restante do longa se entrega a fórmula comum dos filmes de suspense. 

Como curiosidade, o título foi traduzido para “Morte no Inferno” em virtude de existir outro longa de 1979 com o título”Morte no Inverno”, que seria a tradução original.

Morte nos Sonhos (Dreamscape, EUA, 1984) – Nota 7
Direção – Joseph Ruben
Elenco – Dennis Quaid, Max Von Sydow, Kate Capshaw, Eddie Albert, Christopher Plummer, David Patrick Kelly, George Wendt, Peter Jason, Chris Mulkey.

O jovem paranormal Alex (Dennis Quaid) tem o poder de penetrar nos sonhos das pessoas e por este motivo é convocado pelo Dr. Paul Novotny (Max Von Sydow) para participar de um projeto dentro de uma agência do governo, onde seu dom seria usado para ajudar na cura dos pesadelos que assombram doentes de uma instituição psiquiátrica. A questão é que isto é apenas uma fachada, na realidade os testes tem como objetivo fazer com que Alex entre nos sonhos do presidente americano (Eddie Albert) para manipulá-lo.

Esta interessante e hoje praticamente esquecida ficção, usa o tema do controle dos sonhos e foi lançada no mesmo ano de “A Hora do Pesadelo”, que tinha os sonhos como um dos pontos principais, porém voltado completamente para o terror. 

Aqui o diretor Joseph Ruben brinca com as cores nas cenas de sonhos, alguns por sinal terríveis, como aqueles em que o presidente vê o mundo após o holocausto nuclear. 

O sempre vilão David Patrick Kelly (“Warriors”, “Comando Para Matar” e “O Último Matador”) faz um outro paranormal que rivaliza com Alex e tem como único objetivo manipular os sonhos. 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Pulp Fiction - Tempo de Violência


Pulp Fiction – Tempo de Violência (Pulp Fiction, EUA, 1994) – Nota 10
Direção – Quentin Tarantino
Elenco – John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman, Tim Roth, Amanda Plummer, Ving Rhames, Harvey Keitel, Bruce Willis, Maria de Medeiros, Christopher Walken, Eric Stoltz, Rosanna Arquette, Frank Whalley, Quentin Tarantino, Alexis Arquette, Peter Greene, Paul Calderon, Steve Buscemi, Angela Jones.

Poucas vezes um diretor/roteirista conseguiu criar tantos personagens marcantes num único filme. As honras vão para Quentin Tarantino, que criou este sensacional roteiro, repleto de diálogos afiados sobre sexo, drogas, dinheiro, amor, violência e cultura pop. São diversas histórias que se cruzam numa montagem não linear totalmente fora do formato normal de Hollywood, onde até mesmo um dos protagonistas é assassinado no meio do filme. 

O longa começa com um diálogo cheio de carinho entre um casal (Tim Roth e Amanda Plummer) numa lanchonete, para logo em seguida eles anunciarem o assalto e se mostrarem extremamente violentos. Entre as diversas tramas, a mais curiosa sem dúvida é a jornada de dois assassinos profissionais, Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson), que travam diálogos engraçadíssimos, com Vincent contando como era sua vida em Paris e Jules recitando a bíblia antes de cobrar e assassinar algum devedor. Vincent ainda irá se envolver com a bela Mia (Uma Thurman), esposa do chefão Marsellus Wallace (Ving Rhames), sujeito que sofrerá muito numa das cenas mais polêmicas do filme. Entre os assassinos e o chefão, está o decadente boxeador Butch (Bruce Willis), que é obrigado a entregar uma luta para continuar vivo. A galeria de personagens tem ainda um casal de traficantes (Eric Stoltz e Rosanna Arquette), um pervertido (Peter Greene), a bela esposa de Butch, Fabienne (Maria de Medeiros), a motorista de taxi Esmeralda Villalobos (Angela Jones) e o “limpador” Winston Wolfe (Harvey Keitel). 

Muitos fãs de Tarantino preferem “Cães de Aluguel” ou “Bastardos Inglórios”, dois grandes filmes, mas para meu gosto “Pulp Fiction” é insuperável. Tarantino conseguiu juntar no mesmo filme virtudes que outros diretores mostram separadamente. São muitos personagens orquestrados em pequenas histórias, assim como fazia Robert Altman. A violência que lembra obras de Sam Peckinpah e John Woo. E os diálogos, que sem comparar o conteúdo que é bem diferente, ele mostrou ter tanto talento quando Woody Allen. É a obra prima de um grande diretor. 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Astros Veteranos

Navegando por alguns sites de cinema, me deparei com uma texto onde o autor citava que poucos atores famosos na casa dos setenta anos ainda estavam na ativa, ele citava três ou quatro. Fiquei curioso e fui pesquisar, nada muito profundo, apenas procurando em minhas anotações quem estaria nesta faixa etária e continuaria trabalhando a pleno vapor. Foi uma surpresa, pois cheguei a vários atores, lembrando apenas de americanos e alguns poucos britânicos. Não me preocupei em lembrar de atores do resto da Europa ou brasileiros, o que com certeza aumentaria a lista. Quem lembrar de outros, fique a vontade para citar.

Os três primeiros da lista estão aposentados, mas pelas últimas notícias que li, eles ainda poderiam estar trabalhando. A aposentadoria foi uma escolha pessoal.

Sidney Poitier tem hoje 83 anos e trabalhou até 2001. Vi uma entrevista sua para Oprah quando fez 80 anos e o sujeito estava em ótimo forma. Disse que estava se divertindo com os netos.

Gene Hackman completou 80 anos há poucos meses e parou de atuar em 2004. Seu último filme foi a comédia "Uma Eleição Muito Atrapalhada" que estrelou com o comediante Ray Romano.

Sean Connery também tem 80 anos e desistiu de atuar após o fracasso de "A Liga Extraordinária" em 2003. Ele alega lutar pela independência da Escócia em relação ao Reino Unido e disse que voltaria a atuar apenas quando isso acontecesse, ou seja, sua carreira está encerrada.

Relacionei mais duas dezenas de atores que ainda estão na ativa, alguns trabalhando muito e outros em papéis esporádicos. Montei a lista do mais experiente para mais novo.

Kirk Douglas com incríveis 94 anos completados agora em dezembro, ele trabalhou direto até 2000, com praticamente um filme por ano. Fez alguns filmes até 2004 e uma última aparição em 2008, mas não é impossível que reapareça em algum pequeno papela.

Harry Dean Stanton nunca foi um grande astro, mas teve papéis importantes em "Alien - O Oitavo Passageiro", "A Última Tentação de Cristo" e principalmente em "Paris, Texas". Hoje aos 84 anos continua a todo vapor, com mais de um trabalho por ano.

James Garner tem 82 anos e sempre será lembrado pelo papel do seriado "Maverick". Astro de filmes como "Victor ou Victoria" e "Grand Prix", atuou até 2005 na série "8 Simples Rules" e atualmente continua na ativa emprestando a voz em animações e pequenos papéis no cinema.

Clint Eastwood ao 80 anos dispensa apresentações. Continua entregando um novo filme como diretor a cada ano, isso quando não resolve atuar também. Com certeza é o astro com mais idade que ainda está no auge.

Robert Duvall completa hoje 80 anos. Outro que continua trabalhando em pelo menos um filme por ano e sempre em produções de qualidade. Será lembrado por papéis como na série "O Poderoso Chefão" e "Um Dia de Fúria", entre tantos outros.

Peter O'Toole está com 78 anos e hoje ainda trabalha, geralmente em produções britânicas ou pequenos papéis em filmes de Hollywood. Não é tão reconhecido nos dias de hoje, mas fez uma bela carreira em filmes como "Lawrence da Arábia" e "A Noite dos Generais".

Michael Caine aos 77 anos é um dos atores britânicos mais famosos ainda nos nos dias de hoje, principalmente após participar dos sucessos do diretor Christopher Nolan,. A série "Batman", "O Grande Truque" e "A Origem", além de diversos papéis em outras produções importantes.

Woody Allen aos 75 anos tem o mesmo vigor de Clint Eastwood para o trabalho. Desde 1984 ele dirige um filme por ano, sendo que sua carreira como diretor começou em 1966. Hoje ele tem 46 filmes como diretor e trabalhando ainda como ator e roteirista na maioria deles.

Donald Sutherland ainda é um coadjuvante de luxo aos 75 anos, após mais de 150 filmes no currículo. Uma carreira invejável que parece ainda ter uma boa estrada pela frente.

Robert Redford nunca foi de atropelar um filme atrás do outro, nem mesmo no auge da carreira. Hoje ele entrega um filme como diretor a cada dois ou três anos, mesmo tempo para seu trabalho como ator. Aos 74 anos é outro que parece ainda ter o que mostrar no cinema.

Burt Reynolds foi um grande astro nos anos setenta. Ficou conhecido com o clássico "Amargo Pesadelo" de John Boorman e famoso com a série "Agarra-me se Puderes". Aos 74 anos continua trabalhando, porém sempre como coadjuvante e em sua maioria em filmes abaixo da média.

Bruce Dern é da mesma geração de Jack Nicholson, Dennis Hopper e Peter Fonda, porém nunca chegou a ser astro. Teve bons momentos, como seu papel em "Trama Macabra", último longa de Hitchcock. Aos 74 anos ainda está na ativa, mas há mais ou menos trinta anos está relegado a pequenos papéis e quase esquecido pelo grande público.

Morgan Freeman ficou famoso no cinema apenas no final dos anos oitenta já na casa dos cinquenta anos,  principalmente com o papel em "Conduzindo Miss Daisy". Depois disso nunca mais parou e aos 73 anos é um dos atores mais requisitados de Hollywood.

Jack Nicholson é figurinha carimbada desde o final dos anos sessenta, se transformou em astro com sucessos como "Chinatown" e "Um Estranho no Ninho" e até hoje encabeça grandes produções. Está com 73 anos.

Dustin Hoffman tem 73 anos e ficou famoso aos 30 quando estrelou "A Primeira Noite de um Homem". Depois de sucessos como "Tootsie" e "Rain Man", entre diversos outros longas, continua requisitado para grandes produções.

Anthony Hopkins também está com 73 anos e o ótimo ator inglês será sempre lembrado pelo sinistro Hannibal Lecter de "O Silêncio dos Inocentes", porém tem uma carreira belíssima e parece que continuará por muitos anos.

Jon Voight ficou conhecido junto com Burt Reynolds após "Amargo Pesadelo" e se firmou como astro nos anos setenta em filmes como "Conrack" e "O Campeão". Hoje geralmente é chamado para viver o vilão em grandes produções ou seriados de tv. Tem 72 anos.

Elliott Gould é conhecido pela nova geração por seu papel na série "Onze Homens e um Segredo", porém teve muita fama nos anos setenta, protagonizando sucessos como "Mash" ao lado de Donald Sutherland e "O Perigoso Adeus". Está com 72 anos e continua firme com papéis de coadjuvante.

Frank Langella tem 72 anos e ficou famoso com "Drácula" de 1979 dirigido por John Badham. Sua boa carreira foi coroada com a bela atuação em "Frost/Nixon", onde interpreta o ex-presidente americano.

Peter Fonda está entre os cinco "caçulas" desta lista. Aos 70 anos o astro de "Sem Destino" viveu o inferno das drogas nos anos setenta e parte dos oitenta. Quando se livrou do vício, voltou a ativa em bons filmes como "O Ouro de Ulisses" e "Os Indomáveis".

James Caan era um dos grandes nos anos setenta, teve papéis em "O Poderoso Chefão", "Elite de Assassinos" e o original "Rollerball". Hoje aos 70 anos continua a receber papéis importantes como coadjuvante.

Martin Sheen ficou conhecido quando fez "Terra de Ninguém" de Terrence Malick e famoso com "Apocalipse Now". As novas gerações o conhecem pelo presidente de "West Wing". Aos 70 anos é outro que não para.

James Cromwell tem 70 anos e com certeza é o menos famoso desta lista, porém sua extensa lista de papéis em grandes filmes o faz merecer participar. Papéis em filmes como "Los Angeles - Cidade Proibida", "À Espera de um Milagre", "Eu, Robô" e "A Rainha" falam por si só.

Al Pacino fecha a lista e dispensa qualquer comentário ou apresentação, para ele apenas aplausos.

Se a lista continuasse com atores na casa dos sessenta anos, teríamos Robert DeNiro, Harvey Keitel, Tommy Lee Jones, Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, James Woods, Harrison Ford e por aí vai.