quarta-feira, 31 de julho de 2013

007 Contra Octopussy

007 Contra Octopussy (Octopussy, Inglaterra / EUA, 1983) – Nota 7,5
Direção – John Glen
Elenco – Roger Moore, Maud Adams, Louis Jourdan, Kabir Bedi, Kristina Wayborn, Desmond Llewellyn, Steven Berkoff, Lois Maxwell.

O agente 009 é assassinado em Berlin Oriental e nas suas mãos é encontrada uma cópia do ovo Fabergé, uma famosa joia. James Bond (Roger Moore) é escalado para investigar o caso e as pistas o levam a Índia, onde encontra o negociante Kamal Khan (Louis Jordan), que tem como aliado o mercenário Gobinda (Kabir Bedi), com quem planeja roubar os tesouros do último czar russo, com a ajuda do general russo Orlov (Steven Berkoff), que por sua vez pretende detonar um artefato nuclear para iniciar a 3º Guerra Mundial. No meio da trama, temos a ainda a misteriosa Octopussy (Maud Adams) que vive numa ilha cercada de belas mulheres. 

Os críticos nunca foram grandes fãs de Roger Moore como 007, junto com o fato de que o ator na época já tinha 56 anos e estava sem contrato, muito se especulou sobre a entrada de um novo Bond na série, mas a falta de opções, junto com a a volta de Sean Connery ao papel do agente secreto na aventura paralela “Nunca Mais Outra Vez”, fez com que os produtores preferissem não arriscar e deram a Moore um contrato para mais dois filmes. A estratégia deu certo, pois este longa se mostrou melhor e fez mais sucesso que o filme com Connery. 

Apesar de algumas cenas com Bond fantasiado de palhaço e de gorila, o filme se mostrou na medida certa entre o estilo irônico de Moore, com a seriedade da trama. 

Como curiosidade, Maud Adams se tornou a primeira atriz a atuar como Bond Girl em dois filmes. Ela havia interpretado a namorada do vilão Scaramanga (Christopher Lee) em “007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro” a aqui retornou em um novo papel. 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ecos do Além

Ecos do Além (Stir of Echoes, EUA, 1999) – Nota 7
Direção – David Koepp
Elenco – Kevin Bacon, Kathryn Erbe, Illeana Douglas, Kevin Dunn, Conor O’Farrell, Zachary David Cope, Jennifer Morrison.

Tom Witzky (Kevin Bacon) é um músico frustrado que trabalha como técnico em telefonia, sendo casado com Maggie (Kathryn Erbe) e pai do pequeno Jake (Zachary David Cope). Tom é um sujeito cético que sempre entra em conflito com a cunhada Lisa (Illeana Douglas), até que numa festa Lisa alega que pode hipnotizar qualquer um, o que faz com Tom a desafie para provar. Lisa consegue hipnotizar Tom, que a partir daquele momento começa a ter visões. Ao mesmo tempo, seu filho Jake conversa com uma amiga invisível, que pode ser a mesma pessoa que aparece nas visões de Tom para pedir ajuda.

O diretor e roteirista David Koepp acerta principalmente no clima, ao adaptar a história de um livro de Richard Matheson (um dos criadores da série “Além da Imaginação”), mantendo o suspense ao brincar com temas como hipnose e contato com espíritos, o que acaba compensando o roteiro previsível em alguns momentos. 

Kevin Bacon está competente como o sujeito atormentado, em meio a um elenco sem destaque. 

O longa gerou uma continuação tardia em 2007 com Rob Lowe no papel principal.

domingo, 28 de julho de 2013

Fantasmas de Marte

Fantasmas de Marte (Ghosts of Mars, EUA, 2001) – Nota 5,5
Direção – John Carpenter
Elenco – Ice Cube, Natasha Henstridge, Jason Statham, Clea Duvall, Pam Grier, Joanna Cassidy, Rosemary Forsyth, Peter Jason, Robert Carradine, Wanda de Jesus, Duane Davis, Lobo Sebastian, Rodney A. Grant.

No futuro, Marte foi colonizado e além de várias famílias que se mudaram para lá, o governo também explora a mineração das riquezas naturais do planeta. Durante uma destas escavações é liberada uma espécie de força maligna que se apodera dos corpos dos humanos. Em paralelo, uma equipe policial liderada pela tenente Ballard (Nataha Henstridge) e pelo sargento Jericho Butler (Jason Statham) tem a missão de transportar o perigoso criminoso James “Desolation” Williams (Ice Cube), porém para tentar sobreviver, eles são obrigados a se unir para lutar contra os seres malignos. 

Com exceção do original “O Vingador do Futuro”, filmes sobre Marte geralmente são produções com histórias que lembram os filmes B dos anos cinqüenta. Esta aventura do grande John Carpenter em Marte era uma esperança de algo diferente sobre o tema, principalmente após duas grandes produções que fracassaram no ano anterior, os fracos “Planeta Vermelho” e ”Missão Marte”, porém o mestre do terror e ficção entregou provavelmente seu trabalho mais fraco. 

A premissa poderia render algo claustrofóbico como o sensacional “O Enigma do Outro Mundo”, mas infelizmente o roteiro previsível recheado de diálogos ruins, junto com interpretações caricatas afundaram o longa. O filme melhora a partir do momento em que as criaturas começam a atacar e Carpenter cria algumas cenas legais de ação, mas é pouco para salvar o filme. 

A crítica detonou o longa e talvez por isso Carpenter tenha se afastado do cinema, tendo voltado apenas em 2010 com “Aterrorizada”, que também foi criticado e que ainda não conferi. 

É uma pena, Carpenter fez pelo menos seis clássicos em dez anos. De 1978 a 1988 ele comandou “Halloween”, “Fuga de Nova York”, “O Enigma do Outro Mundo”, “Christine – O Carro Assassino”, “Os Aventureiros do Bairro Proibido” e ”Eles Vivem”, todos filmes obrigatórios para o fãs de terror e ficção.

sábado, 27 de julho de 2013

Linha de Ação & City Hall - Conspiração no Alto Escalão


Dezessete anos separam estas duas produções com premissas semelhantes. Os dois filmes tem como ponto principal mostrar a corrupção política na prefeitura de Nova York, sem contar os elencos recheados de atores famosos. 

Linha de Ação (Broken City, EUA, 2013) – Nota 7
Direção – Allen Hughes
Elenco – Mark Wahlberg, Russell Crowe, Catherine Zeta Jones, Jeffrey Wright, Barry Pepper, Alona Tal, Natalie Martinez, Michael Beach, Kyle Chandler, James Ransone, Griffin Dunne.

O filme começa com o policial Billy Taggart (Mark Whalberg) sendo julgado por ter matado um estuprador durante uma investigação. Taggart é absolvido, porém uma nova prova que poderia condená-lo é jogada para debaixo do tapete pelo prefeito Hostetler (Russell Crowe), que não deseja um escândalo próximo das eleições. Como conseqüência, Taggart é obrigado a pedir demissão pressionado pelo chefe de polícia (Jeffry Wright) e pelo próprio prefeito que diz que não esquecerá de sua ajuda. Sete anos depois, Taggart trabalha como investigador particular e para sua surpresa é chamado pelo prefeito para investigar sua esposa (Catherine Zeta Jones), que o estaria traindo. Taggart aceita o trabalho e não imagina que está se metendo numa trama repleta de sujeiras, que tem ligação com as novas eleições e com a venda milionária de um conjunto habitacional. 

Este primeiro filme do diretor Allen Hughes sem dividir os créditos com o irmão gêmeo Albert, peca pelo roteiro excessivamente didático que amarra a trama de forma certinha demais, com algumas reviravoltas que o cinéfilo mais experiente descobrirá bem antes do final. O filme ganha pontos pela ousadia de mostrar todos os personagens envolvidos de uma forma ou de outra na corrupção, não existe mocinho, até mesmo o personagem de Wahlberg tem contas a acertar com a justiça e com a verdade. Outro ponto positivo e atual é a criação da disputa eleitoral entre o velho político corrupto vivido por Russell Crowe que defende o interesse dos poderosos e o jovem liberal interpretado por Barry Pepper, que tenta defender os direitos do povo e das minorias, mas que também seus segredos. O “Broken City” do título pode significar uma cidade falida por conta da falta de dinheiro ou ainda um local tomado pela corrupção.  

City Hall – Conspiração no Alto Escalão (City Hall, EUA, 1996) – Nota 6,5 
Direção– Harold Becker
Elenco – Al Pacino, John Cusack, Danny Aiello, Bridget Fonda, Martin Landau, David Paymer, Tony Franciosa, Richard Schiff, Lauren Velez, Lindsay Duncan, Nestor Serrano. 

Numa troca de tiros entre um detetive e um traficante, os dois acabam mortos e uma bala perdida atinge um garoto negro de seis anos que também morre no local. O prefeito John Pappas (Al Pacino) é uma velha raposa da política que pressiona para que o caso seja encerrado rapidamente. Enquanto isso, o jovem vice-prefeito Kevin Calhoun (John Cusack) decide se aprofundar no caso e acaba descobrindo que o traficante morto havia sido condenado a dez anos de cadeia, mas recebeu uma estranha anistia. Para piorar a situação, Calhoun descobre também que o sujeito era filho de um chefão mafioso (Danny Aiello) e que este pode ter alguma ligação com o prefeito. 

A trama totalmente política se perde no excesso de diálogos e detalhes, desperdiçando a boa premissa. A culpa principal é do confuso roteiro que consta assinado por quatro roteiristas, sendo três deles de renome (Paul Schrader, Nicholas Pileggi e Bo Goldman), o que deixa claro que a trama deve ter sido reescrita algumas vezes, o que normalmente resulta em um filme confuso. Al Pacino está competente como velho político corrupto, enquanto Cusack tem uma das interpretações mais fracas da carreira. É uma pena, tanto pela história como pelo elenco, o filme tinha tudo para ser bem melhor.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Filmes Australianos


O cinema australiano começou a chamar atenção do público nos anos setenta através produções exageradas e violentas, numa espécie de paródia aos filmes americanos.

Estas produções faziam sucesso com público na Austrália e ao mesmo tempo eram detonadas pelos críticos.

Quem quiser saber um pouco mais sobre estes filmes, procure o documentário "Além de Hollywood - O Melhor do Cinema Australiano", que tem Quentin Tarantino mostrando seu conhecimento sobre estas produções, deixando claro que elas serviram como inspiração para seus filmes.

Nesta postagem eu comento seis filmes australianos pouco conhecidos pelo público atual e produzidos em épocas diferentes.

Patrick (Patrick, Austrália, 1978) – Nota 5,5
Direção – Richard Franklin
Elenco – Susan Penhaligon, Robert Thompson, Robert Helpmann, Rod Mulinar, Bruce Barry, Julia Blake.      

Kathy Jacquard (Susan Penhaligon) está se separando do marido Ed (Rod Mulinar) e por isso decide voltar a trabalhar como enfermeira. Ela consegue trabalho na estranha clínica do Dr. Roget (Robert Helpman), onde precisa lidar com a opressiva supervisora Mr. Cassidy (Julia Blake) e recebe como missão cuidar do jovem Patrick (Robert Thompson), que vive em estado vegetativo desde que matou a mãe e o amante dela. Não demora para Kathy perceber que Patrick entende o que acontece a sua volta, principalmente após o jovem responder a alguns impulsos e fatos estranhos começarem a acontecer, como a máquina de escrever trabalhar sozinha. 

Este estranho longa australiano tem um ponto de partida interessante, com até algumas sequências curiosas de suspense, mas peca pelo elenco muito ruim e a proução precária. Mesmo assim, o filme se tornou uma espécie de cult e deu fama ao já falecido diretor Richard Franklin, que em seguida faria carreira em Hollywood comandando o razoável e muito criticado “Piscose 2” e o divertido “Os Heróis Não Tem Idade”.

O Ataque da Força Z (Attack Z Force, Austrália / Taiwan, 1982) – Nota 7
Direção – Tim Burstall
Elenco – John Phillip Law, Mel Gibson, Sam Neill, John Waters, Chris Haywood.

Próximo ao final de Segunda Guerra Mundial, o governo australiano envia um grupo de elite conhecido como “Força Z” para uma missão secreta em uma ilha do Pacífico com o objetivo de resgatar possíveis sobreviventes de um acidente aéreo militar. 

Baseado livremente no grupo de elite que realmente existiu e que reunia além de australianos, também neozelandeses, este competente longa de ação trazia no elenco Mel Gibson e Sam Neill antes de serem astros em Holywood. Gibson era conhecido pelo primeiro “Mad Max” e Neill havia protagonizado “A Profecia III”, porém estavam longe da fama que tem nos dias atuais. 

Consta que o filme deveria ser dirigido por Philip Noyce, que ficaria conhecido mundialmente apenas no final dos anos oitenta com o suspense “Terror a Bordo”, mas que aqui já era um veterano do cinema e da tv australiana. Noyce escolheu quase todo o elenco, mas entrou em conflito com os produtores que contrataram a sua revelia o canastrão americano John Phillip Law, que inclusive tem seu nome aparecendo em primeiro lugar nos créditos. Noyce não aceitou a imposição e abandonou a produção. Ainda assim o resultado é um bom filme de ação, com sequências bem filmadas e que diverte os fãs do gênero.

Razorback – O Corte da Navalha ou As Garras do Terror (Razorback, Austrália, 1984) – Nota 7
Direção – Russell Mulcahy
Elenco – Gregory Harrison, Arkie Whiteley, Bill Kerr, Chris Haywood, David Argue, Judy Morris.

Uma repórter canadense (Judy Morris) viaja até o deserto australiano para fazer uma matéria sobre caçadores de cangurus e acaba desaparecendo. Seu marido (Gregory Harrison) viaja até o local para procurar a esposa e logo desconfia que ela pode ter sido assassinada por dois irmãos (Chris Haywood e Davir Argue) que vivem da caça de canguru. A desconfiança do sujeito se transforma em espanto quando um veterano caçador (Bill Kerr) acredita que a mulher tenha sido atacada por um javali gigante, animal que anos antes matou seu neto. 

Produzido com baixo orçamento e utilizando roteiro de filme B, este longa se tornou cult nos anos oitenta e fez sucesso nas locadoras. A falta de dinheiro fez com que o diretor Russell Mulcahy utilizasse a mesma estratégia do clássico “Tubarão”, escondendo a criatura o máximo possível para causar suspense. O trabalho de Mulcahy chamou atenção de Holywood e ele acabou comandando em seguida o ótimo “Highlander – O Guerreiro Imortal” que fez grande sucesso. O outrora promissor diretor ainda trabalha em Hollywood, porém construiu uma carreira extremamente irregular.

Cerco Suicída (Grievous Bodily Harm, Austrália, 1988) – Nota 6
Direção – Mark Joffe
Elenco – Colin Friels, Bruno Lawrence, John Waters, Joy Bell, Kerry Armstrong.

Um professor (John Waters) não acredita que sua esposa tenha falecido num acidente de carro em que o corpo ficou quase irreconhecível. O obcecado professor passa a investigar o suposto desaparecimento da esposa e um homem (Colin Friels) que pode ser o sequestrador, fato que chama a atenção de um policial (Bruno Lawrence). Protagonizado por três dos mais famosos atores australianos da época, este suspense apresenta bons momentos, mas peca pelo roteiro confuso. 

O Mago da Chantagem (Frauds, Austrália, 1993) – Nota 6
Direção – Stephan Elliott
Elenco – Phil Collins, Hugo Weaving, Josephine Byrnes.

Um investigador de seguros (Phil Collins) utiliza seu trabalho para criar estranhos jogos com o objetivo de desmascarar possíveis fraudadores. Com seu jeito manipulador, ele cruza o caminho de um casal (Hugo Weaving e Josephie Byrnes) que fez uma solicitação diferente para empresa de seguro. O fato faz o casal se tornar o próximo alvo do sujeito. 

Esta estranha comédia de humor negro foi a estreia na direção do australiano Stephen Elliott, que ficaria famoso no ano seguinte com o sucesso de “Priscilla, a Rainha do Deserto”, que apresentava como um dos protagonistas o mesmo Hugo Weaving que trabalha aqui e faz um papel bem diferente dos vilões que costuma interpretar em Hollywood. Outra curiosidade aqui é ter como protagonista o cantor Phil Collins que parece se divertir no papel. Antes desse filme, Collins teve algumas outras experiências no cinema.

The Nugget (The Nugget, Austrália, 2002) – Nota 6,5
Direção – Bill Bennett
Elenco – Eric Bana, Stephen Curry, Dave O'Neil, Belinda Emmett, Peter Moon, Vince Colosimo.

Numa cidade do interior da Austrália, três trabalhadores que passam as horas vagas bebendo cerveja e procurando ouro, encontram uma pepita de ouro gigante. A descoberta que os transformaria em milionários, na realidade dá início a pequenas desavenças e faz emergir a ganância, sem contar que os três sujeitos não são lá muito inteligentes. 

Esta divertida comédia tem uma premissa que lembra vagamente o clássico de John Huston “O Tesouro de Sierra Madre”, mas ao invés de levar para tragédia, brinca com os absurdos da situação e a forma de vida dos australianos. 

No ano anterior, o ator Eric Bana teve um papel de coadjuvante em “Falcão Negro em Perigo”, seu primeiro trabalho em Hollywood e após este quase desconhecido “The Nugget”, ele protagonizou o grande fracasso “Hulk”, mas mesmo assim conseguiu seguir carreira na América.   

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Ladrão de Casaca

Ladrão de Casaca (To Catch a Thief, EUA, 1955) – Nota 7,5
Direção – Alfred Hichcock
Elenco – Cary Grant, Grace Kelly, Jessie Royce Landis, John Williams, Charles Vanel, Brigitte Auber.

Na Riviera Francesa, uma onda de roubos de jóias faz a polícia perseguir John “The Cat” Robie (Cary Grant), que há mais de quinze anos foi preso por este tipo de crime e durante a 2º Guerra ajudou na Resistência Francesa e ser tornou herói ganhando o perdão por seus crimes. 

Inconformado pela acusação e curioso para descobrir quem o está imitando, John arma um plano com o representante da seguradora das jóias (John Williams) e se aproxima das milionárias Jessie Stevens (Jessie Royce Landis) e sua bela filha Frances (Grace Kelly), para tentar pegar o ladrão que provavelmente terá as duas como próximo alvo. 

Diferente da maioria das obras de Hitchcock que privilegiavam o suspense, este filme é mais voltado para comédia, utilizando diálogos afiados entre os personagens, além de algumas boas perseguições automobilísticas para manter o interesse. Mesmo assim o mestre ainda cria algumas boas cenas de suspense. 

O astro Cary Grant está ótimo como o ladrão regenerado, extremamente charmoso e esperto, fazendo ótimo par com a beleza e jovialidade de Grace Kelly, a futura Princesa de Mônaco, sendo contar a língua afiada da personagem de Jessie Royce Landis. 

Não chega a ser um filme inesquecível, mas com certeza tem a qualidade de Hitchcock e merece ser visto, assim como toda obra do diretor.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Appaloosa - Uma Cidade Sem Lei

Appaloosa – Uma Cidade Sem Lei (Appaloosa, EUA, 2008) – Nota 7
Direção – Ed Harris
Elenco – Ed Harris, Viggo Mortensen, Jeremy Irons, Renée Zellweger, Timothy Spall, Lance Henriksen, Ariadna Gil, Tom Bower, James Gammon.

O veterano Virgil Cole (Ed Harris) e seu parceiro Everett Hitch (Viggo Mortensen) são contratados pelos líderes da cidade de Appaloosa para defenderem o local do fazendeiro Randall Bragg (Jeremy Irons), que junto com seus capangas assassinou o xerife. A missão de Cole e Hitch é também levar o violento Bragg a julgamento. O que seria mais um trabalho para os dois pistoleiros viajantes, se torna complicado quando entra em cena a viúva Allison French (Renée Zellweger), que se envolve com Cole e faz o sujeito durão decidir comprar uma casa e fincar raízes no local. 

Infelizmente, nos últimos vinte anos o gênero western ficou relegado a filmes esporádicos. Depois do sucesso de ”Os Imperdoáveis” em 1992, várias filmes do gênero foram produzidos nos anos seguintes, como “Tombostone” e “Wyatt Earp”, porém a situação esfriou e hoje os fãs tem poucas novas opções.

Este filme que comento foi a segunda incursão do ator Ed Harris na direção (a primeiro foi”Pollock”) e resultou num faroeste diferente. A trama segue mais para o drama do que para um filme de ação, perdendo pontos nos poucos tiroteios que não empolgam e na narrativa sem emoção, pecados mortais para o gênero. 

Os pontos positivos são a belíssima fotografia de Dean Semler e a interpretação de Viggo Mortensen, que faz um sujeito de poucas palavras e extremamente inteligente, que carrega uma espingarda por quase todo o filme e ainda narra a história. 

Mesmo longe de ser ruim, fica a clara sensação de que o resultado poderia ser bem melhor.   

terça-feira, 23 de julho de 2013

Metido em Encrencas & Projeto Secreto Macacos


Matthew Broderick foi um dos maiores astros adolescente, tendo protagonizado sucessos como "Jogos de Guerra", "O Feitiço de Áquila" e o clássico cult "Curtindo a Vida Adoidado". No meio destes trabalhos, Broderick estrelou também outros filmes não tão bons que se perderam no tempo. Nesta postagem comento dois destes filmes.

Metido em Encrencas (Biloxi Blues, EUA, 1988) – Nota 6,5
Direção – Mike Nichols
Elenco – Matthew Broderick, Christopher Walken, Casey Siemaszko, Matt Mulhern, Corey Parker, Penelope Ann Miller, Park Overall.

Próximo ao final da Segunda Guerra Mundial, o jovem Eugene (Matthew Broderick) é convocado pelo exército e passa dez semanas num campo de treinamento em Biloxi, no Mississipi. Jovem sensível que deseja ser escritor, Eugene é obrigado a amadurecer ao lidar com a disciplina imposta por um sargento durão (Christopher Walken). Eugene também entrará em confusões com os amigos recrutas e se envolverá com uma jovem prostituta (Penelope Ann Miller). 

O roteiro deste filme foi escrito pelo famoso dramaturgo Neil Simon, que se baseou em suas próprias experiências quando jovem. A história mescla drama com comédia sem se aprofundar em qualquer um dos gêneros, o que resulta num filme apenas mediano. É com certeza um dos trabalhos mais fracos do diretor Mike Nichols.  

Projeto Secreto Macacos (Project X, EUA, 1987) – Nota 6,5
Direção – Jonathan Kaplan
Elenco – Matthew Broderick, Helen Hunt, Bill Sadler, Jonathan Stark, Stephen Lang, Dick Miller.

A pesquisadora Teri (Helen Hunt) tem seu projeto cancelado, sendo obrigada a entregar o macaco Virgilio para aeronáutica. O chimpanzé vive desde filhote com Teri e aprendeu a linguagem dos sinais, se comunicando perfeitamente com a jovem, que fica preocupada com o destino do amigo. Na base, Teri faz a amizade com o piloto Jimmy (Matthew Broderick), que decide ajudá-la quando descobre que o pobre animal será utilizado numa experiência secreta para pilotar caças. 

Um dos clássicos da sessão da tarde, esta aventura diverte sem apelar para os efeitos especiais ou algo do gênero, tendo como destaque a “interpretação" dos macacos. Vale destacar ainda Matthew Broderick e uma ainda bem jovem Helen Hunt.  

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Freud, Além da Alma

Freud, Além da Alma (Freud, EUA, 1962) – Nota 7,5
Direção – John Huston
Elenco – Montgomery Clift, Susannah York, Larry Parks, Susan Kohner, Eileen Herlie, David McCallum, Eric Portman, Fernand Ledoux.

Viena, 1885, Sigmund Freud (Montgomey Clift) é um jovem médico que tenta tratar pacientes que sofrem de histeria, porém é proibido pelo dono do hospital, o arrogante Dr. Meynert (Eric Portman), que não acredita na doença e diz que os pacientes com estes sintomas estão fingindo, pois para ele toda doença tem uma causa física. 

Para se aprofundar na sua tese de que a histeria é um problema causado pela mente, Freud vai a Paris assistir uma palestra com o médico francês Charcot (Fernand Ledoux) e volta fascinado pelo poder da hipnose. Ao apresentar sua teoria no conselho médico de Viena, Freud é ridicularizado por Meynert, mas chama a atenção do Dr. Breuer (Larry Parks), que acredita na teoria de Freud, mas tem medo de perder seu prestígio caso se aprofunde em algo que a comunidade médica não acredita. Breuer decide pagar para Freud continuar sua pesquisa e passa alguns de seus pacientes para ele, inclusive a jovem Cecily (Susanah York), que se torna a principal peça para Freud comprovar sua teoria. 

Este interessante filme do grande John Huston segue os anos mais difíceis da vida profissional de Freud, mostrando todo o processo que resultaria na teoria do Complexo do Édipo. O roteiro acompanha Freud em cada etapa do desenvolvimento de sua teoria, inclusive utilizando suas próprias experiências na infância para chegar ao conceito final. Não é um filme para todo público, a imensa quantidade de diálogos sobre mente, pensamento e inconsciente podem cansar quem não tenha interesse pelo tema. Para aqueles que gostam de analisar estas questões, o filme é obrigatório. 

Vale destacar a sóbria interpretação de Montgomery Clift em seu penúltimo papel no cinema. Clift foi um grande ator que faleceu jovem, mas deixou ótimos trabalhos em filmes como “A Tortura do Silêncio”, “Julgamento em Nuremberg”, “Um Lugar ao Sol” e “A Um Passo da Eternidade”. 

domingo, 21 de julho de 2013

A Via Láctea

A Via Láctea (Brasil, 2007) – Nota 5,5
Direção – Lina Chamie
Elenco – Marco Ricca, Alice Braga, Fernando Alves Pinto, José Rubens Chachá.

O professor Heitor (Marco Ricca), que também é escritor e trabalha em seu novo livro, está estressado com o trabalho e com os problemas que enfrenta na cidade de São Paulo, fato que afeta seu relacionamento com Júlia (Alice Braga), uma veterinária que abandonou a carreira de atriz. 

Heitor é um sujeito tímido e calado, enquanto Júlia é alegre e extrovertida. Esta diferença de personalidades gera um conflito e pelo telefone Júlia diz que deseja terminar a relação. Heitor sai desesperado pela cidade para encontrar a namorada e tentar resolver a situação, mas para isso tem de enfrentar o trânsito caótico. Durante o percurso, ele relembra detalhes da relação enquanto cruza com personagens como pedintes, motoboys e vendedores no semáforo. 

Colocar um casal em crise como protagonista é uma premissa simples, porém a diretora Lina Chamie recheou o filme de diálogos rebuscados, com citações de obras famosas para contar a história de amor e teve a interessante ideia de fazer o homem atravessar a cidade na hora do rush para encontrar a amada. 

O problema é que as boas ideias se perdem na excessiva lentidão da narrativa e na interminável viagem do personagem de Marco Ricca. Para quem conhece bem a cidade de São Paulo, chega a irritar a quantidade de vezes que a diretora mostra o carro de Ricca na região da Avenida Paulista, como se o personagem estivesse dando voltas sem saber para onde vai. Este fato acaba até tendo uma explicação pela reviravolta final, que o espectador mais atento não vai demorar para descobrir. 

O resultado é um filme que tenta ser cult, mas que se torna chato e vazio.

sábado, 20 de julho de 2013

Um Assalto de Fé & Fé Demais Não Cheira Bem


Um Assalto de Fé (Brasil, 2011) – Nota 6,5
Direção – Cibele Amaral
Elenco – Alexandre Carlo, Lauro Montana, Cibele Amaral, André Deca, Alessandro Santos, Falcão.

Galinha Preta (Alexandre Carlo) e Lapão (Lauro Montana) são dois ladrões pé-de-chinelo que tentam se regenerar trabalhando como empacotadores em um supermercado. Quando Jeronimo (André Deca), um amigo da dupla reaparece com um plano para assaltar uma igreja evangélica, os amigos vêem a chance de ganhar uma bolada e mudar para Salvador. Jeronimo é um malando que está infiltrado na igreja como tesoureiro e ainda namora a filha do pastor. Para colocar o plano em ação, o bando convida a stripper Nildinha (Cibele Amaral) que é evangélica e o motorista Japonês (Alessandro Santos). Como ocorre em todo filme sobre assalto, as coisas não sairão como o planejado. 

Mesmo com uma produção quase amadora, inclusive apresentando problemas na edição de som e muito criticado por tirar sarro das igrejas evangélicas e dos pastores desonestos, o filme tem algumas cenas divertidas principalmente na primeira parte, quando o grupo planeja o assalto, mas infelizmente o ritmo cai na parte final, até a fraca sequência do hospital. 

Sou muito crítico quanto a religião, seja ela qual for, por isso assisti ao filme sem a preocupação de que trama fosse ofensiva. A crítica vai além das igrejas evangélicas, em algumas sequências sobra gozação para umbanda e candomblé, mostrando um pai de santo afetado, sem contar a cena em que uma personagem ainda cita a doutrina espírita que não tem ligação alguma com estas religiões. Eu vejo estas piadas como uma crítica ao enganadores da fé e também para aqueles que acabam acreditando em qualquer coisa, por mais absurda que seja a pregação ou o conselho. 

O elenco quase todo desconhecido é encabeçado pela própria diretora Cibele Amorim e pelo vocalista da banda Natirutis Alexandre Carlo, que mesmo sem grande talento, criam personagens engraçados. Vale destacar ainda a participação do cantor brega Falcão como um cantor gospel picareta.

Dei meio ponto a mais na nota pela inacreditável frase do pastor: “Jesus não é povo da areia, Jesus é Jedi”. A melhor frase do filme.  

Fé Demais Não Cheira Bem (Leap of Faith, EUA, 1992) – Nota 7
Direção – Richard Pearce
Elenco – Steve Martin, Debra Winger, Liam Neeson, Lolita Davidovich, Lukas Haas, Meat Loaf, Philip Seymour Hoffman, M. C. Gainey, Troy Evans.

Jonas Nightengale (Steve Martin) é um pastor picareta que viaja pelo interior dos Estados Unidos com um grupo de assistentes com o objetivo de lucrar com a fé dos desesperados. Em cada nova cidade, seus assistentes procuram conhecer as pessoas e listam aquelas com determinados problemas. Este relatório é utilizado por Jane (Debra Winger) durante o culto, que passa as informações para Jonas e este com sua habilidade de showman, faz a platéia acreditar que ele tem o poder da cura ao apontar os problemas de determinada pessoa. O golpe se complica em uma pequena cidade onde o xerife (Liam Neeson) quer proibir o culto, sem contar que Jonas fica atraído pela bela e totalmente descrente Marva (Lolita Davidovich). 

O filme é uma sátira aos picaretas que se aproveitam da fé das pessoas desesperadas, funcionando em boa parte da trama, principalmente pela inspirada atuação de Steve Martin. O problema do roteiro surge na parte final, quando um milagre verdadeiro ocorre e mexe com a consciência dos envolvidos, fato escolhido provavelmente para amenizar a crítica a este tipo de igreja e mostrar que todos podem mudar. Pela proposta inicial que rende algumas boas risadas, este escorregão para o politicamente correto não foi a melhor solução.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Os Implacáveis Krays

Os Implacáveis Krays (The Krays, Inglaterra, 1990) – Nota 7,5
Direção – Peter Medak
Elenco – Gary Kemp, Martin Kemp, Billy Whitelaw, Tom Bell, Susan Fleetwood, Jimmy Jewel, Charlotte Cornwell, Steven Berkoff.

Os gêmeos Ronald e Reggie Kray (os irmãos Gary e Martin Kemp) nasceram nos anos trinta numa família pobre em Londres. Criados pela mãe (Bille Whitelaw), na adolescência os irmãos se envolvem em brigas e pequenos delitos, até acabarem presos. Na cadeia, eles iniciam seus contatos com o submundo, até serem libertados e se transformarem em poderosos gângsteres que vendem proteção a comerciantes. 

Neste longa baseado na história real dos irmãos Krays, que fizeram fama no submundo londrino nos anos sessenta, o irregular diretor húngaro Peter Medak tem seu melhor trabalho no cinema. Com uma carreira voltada em grande parte para a tv e com alguns filmes razoáveis como “O Sangue de Romeo” e “O Clube dos Homens”, aqui ele acerta a mão ao seguir estilo que lembra os filmes de Scorsese, inclusive nas cenas de violência. 

A grande surpresa na época foi a escolha dos irmãos Kemp para serem os protagonistas. A dupla era conhecida por serem os líderes do grupo pop “Spandau Ballet”, que fez sucesso mundial com a música “True”. As interpretações dos irmãos não decepciona e abriu caminho para seguirem carreira como atores, sendo que Gary Kemp ficou mais famoso e trabalhou em filmes conhecidos como “Parceiros do Crime” e “O Guarda-Costas”.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Códigos de Defesa & O Contrato


Códigos de Defesa (The Numbers Station, EUA / Inglaterra / Bélgica, 2013) – Nota 6,5
Direção – Kasper Barfoed
Elenco – John Cusack, Malin Akerman, Liam Cunningham, Richard Brake, Bryan Dick, Lucy Griffiths.

Emerson Kent (John Cusack) é um assassino profissional que trabalha para a CIA. Quando durante uma missão ele reluta em assassinar uma adolescente, seu chefe (Liam Cunningham) decide como castigo enviá-lo para Inglaterra, onde terá de fazer a segurança de uma estação, local onde são transmitidas ordens criptografadas para os agentes de campo. 

No local, Emerson passa a trabalhar com a jovem Katherine (Malin Akerman) responsável por enviar as mensagens. A dupla reveza o trabalho com outro casal, até um determinado dia em que a estação é atacada por um grupo desconhecido que deseja utilizar a estrutura para enviar mensagens ordenando o assassinato pessoas influentes da própria CIA. 

Como uma trama simples e um clima que lembra um filme de terror B ao explorar com competência os corredores da estação como cenário principal, este longa do dinamarquês Kasper Barfoed é um interessante suspense policial que prende a atenção dos fãs do gênero. 

John Cusack que já fez papel de assassino no divertido “Matador em Conflito”, aqui interpreta um sujeito cansado de cometer assassinatos que tem uma espécie de crise de consciência e decide mudar o rumo de sua vida, mesmo que antes tenha de usar de violência para sobreviver. 

É o típico filme rápido, agitado e de fácil esquecimento.

O Contrato (The Contract, EUA, 2006) – Nota 6
Direção – Bruce Beresford
Elenco – Morgan Freeman, John Cusack, Jamie Anderson, Alice Krige, Megan Dodds, Corey Johnson, Jonathan Hyde, Bill Smitrovich, Anthony Warren, Ned Bellamy.

O mercenário Carden (Morgan Freeman) reúne seu grupo para uma missão. As coisas dão erradas, Carden sofre um acidente, acaba preso, mas consegue fugir. Durante a fuga, ele cruza o caminho de Ray (John Cusack) que está acampando com seu filho Chris (Jamie Anderson) nas montanhas. O honesto Ray resolve prender o sujeito e levá-lo para as autoridades, mesmo sendo perseguido pelos parceiros de Carden. 

A melhor parte do filme é a ambientação nas montanhas, lugar propício para boas cenas de perseguição e ação, porém os furos da história e a direção fraca de Beresford, especialista em dramas como “Conduzindo Miss Daisy”, resulta num longa menos que razoável, ou seja, muito pouco para um trabalho protagonizado por bons atores como Freeman e Cusack.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Brimstone

Brimstone (Brismtone, EUA, 1998 a 1999)
Criadores - Eithan Reiffs & Cyruss Voris
Elenco - Peter Horton, John Glover, Lori Petty, Teri Polo.

O sucesso de um seriado depende de vários fatores, sendo um deles a paciência dos produtores e do canal de tv em esperar a série decolar, principalmente quando a história tem potencial. O grande exemplo de que a paciência pode dar resultado se chama "Seinfeld". A série foi recebida com curiosidade na primeira temporada e mesmo sem grande audiência, os produtores bancaram a temporada seguinte e o sucesso foi estrondoso.

Infelizmente o que geralmente ocorre é o contrário, quando a audiência não atende a expectativa a série é cancelada, sem que o potencial seja levado em conta. Séries como "Jericho" e "The Event" são exemplos de boas ideias abortadas pelos produtores. A exceção é o canal HBO, que produz séries de qualidade indiscutível e mesmo quando a audiência não é a esperada, o canal tem a inteligência de levar a trama até o final, sempre respeitando o espectador

Nesta postagem eu comento uma série que é outro exemplo de como a pressa por resultados destruiu uma boa premissa. Lançada em 1998, "Brimstone" tinha como protagonista o ator Peter Horton, conhecido pelo papel principal no original "A Colheita Maldita" e pela série dramática "Thirt Something", ele interpretava o policial Ezekiel Stone, que em 1983 sofreu com o estupro de sua esposa e para se vingar forjou provas que condenaram o autor do crime. O estuprador é assassinado na cadeia e numa espécie de acerto de contas do destino, Stone também acaba assassinado por outro bandido.

A trama pula para 1998, quando 113 almas de assassinos fogem do inferno e o diabo interpretado por John Glover faz uma proposta para Stone, que ao ser assassinado foi para o inferno pagar seus pecados. O capeta promete dar uma segunda chance de vida a Stone caso ele recapture os 113 fugitivos. O problema é que os foragidos tem poderes especiais e somente podem ser derrotados sendo atingidos nos olhos.

Esta instigante premissa era valorizada pelo carisma de Horton, que criou um sujeito sofrido e arrependido pela vingança, que aceita o pacto com o capeta pela esperança reencontrar a esposa, enquanto isso, o diabo de John Glover é um sujeito sarcástico e manipulador, que rouba a cena cada vez que aparece.

Foram produzidos 13 episódios e a série tinha tudo para fazer sucesso, porém alegando baixa audiência, ela foi cancelada após a exibição de poucos episódios. Lembro que quando a série estreou por aqui, ela já estava cancelada. Outro fator que deve ter influenciado o cancelamento, foi a temática da religião, já que o personagem principal não acreditava em nada e o diabo tinha tiradas irônicas a respeito do tema.

Mesmo com poucos episódios, a série fez um grande número de fãs, que na época fizeram um abaixo assinado solicitando a produção de novos episódios, mas foram ignorados.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Atribulações de uma Caixa de Supermercado

Atribulações de uma Caixa de Supermercado (Les Tribulations D’une Caissiere, França, 2011) – Nota 6
Direção – Pierre Rambaldi
Elenco – Déborah François, Elsa Zylberstein, Nicolas Giraud, Gilles Cohen, Firmine Richard, Alice Belaidi.

Para sustentar a si mesma e ao irmão de dez anos, a jovem Solweig (Déborah François) abandonou o curso de literatura quando seu pai sofreu um acidente e foi trabalhar como caixa num grande supermercado. Sendo obrigada a aguentar todo o tipo de cliente durante o repetitivo serviço, Solweig e suas colegas de trabalho ainda enfrentam um gerente arrogante e mal educado. 

Numa espécie de terapia, Solweig escreve de forma anônima sobre os problemas da profissão em um blog que se torna sucesso, dando início a um movimento das caixas de supermercado contra o descaso com seu trabalho. Ao mesmo tempo, Solweig cruza o caminho do ator de teatro Charles (Nicolas Giraud), porém alguns desencontros atrapalham a união do casal que se apaixonou à primeira vista. 

Baseado num livro de Anna Sam, o longa é narrado pela protagonista como um conto de fadas moderno, apresentando uma boa premissa ao utilizar algo atual como um blog, misturado com uma crítica social sobre como são tratadas as pessoas que trabalham com atendimento, muitas vezes ignoradas e em outras vezes desrespeitadas. 

A trama funciona até pouco mais da metade do filme, muito pela simpatia da protagonista Déborah François, porém a parte final é apressada, com todos os conflitos sendo resolvidos de forma rápida e com facilidade. Mesmo entendendo que a ideia seria filmar um tipo de um conto de fadas, a resolução da trama é extremamente ingênua. 

Outro ponto negativo é o fraquinho Nicolas Giraud, que não convence como ator e ainda tem um personagem muito indeciso que se torna chato. 

Nem tudo se perde, a parte técnica é competente, aproveitando bem os cenários de inverno com muita neve e o enorme espaço do supermecado. 

O resultado é um filme divertido, ingênuo e com uma boa ideia mal aproveitada

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Meu Gigante Favorito & Um Gigante de Talento


Meu Gigante Favorito (My Giant, EUA, 1998) – Nota 6
Direção – Michael Lehmann
Elenco – Billy Crystal, Gheorghe Muresan, Kathleen Quinlan, Joanna Pacula, Steven Seagal.

Sam Kamin (Billy Crystal) é um agente de Hollywood que tem apenas um ator como cliente. Ele viaja para Romênia onde o sujeito está trabalhando e acaba dispensado. Sem saber o que fazer da vida, Sam está voltando de carro por uma estrada do interior do país quando sofre um acidente e o automóvel cai num lago. Prestes a se afogar, Sam é salvo por um desconhecido e desmaia. Ele acorda pouco tempo depois em mosteiro e descobre que seu anjo da guarda é o gigante Max (Gheorghe Muresan). Sam vê no sujeito potencial para ser um ator de filmes de ação, porém o grandalhão deseja ir para América para encontrar seu amor de infância (Joanna Pacula), que o abandonou.

Esta simpática comédia escrita e protagonizada por Billy Crystal foi uma pequena homenagem que o ator prestou a Andre “Tha Giant”, um astro da luta-livre que faleceu em 1993 e que se tornou amigo de Crystal durante as filmagens do ótimo “A Princesa Prometida” em 1988. Para viver o gigante, Crystal convenceu o então astro da NBA Gheorge Muresan para interpretar o papel. Muresan que é romeno, nunca havia trabalhado como ator e tinha fama por ser o jogador mais alto da NBA na época.

O filme tem alguns momentos divertidos, como a participação de Steven Seagal interpretando ele mesmo, misturado com algumas pitadas de drama. O resultado é um simpático passatempo. 

Um Gigante de Talento (The Air Up There, EUA, 1994) – Nota 6
Direção – Paul Michael Glaser
Elenco – Kevin Bacon, Charles Gitonga Maina, Yolanda Vazquez, Winston Ntshona, Sean McCann.

Jimmy Dolan (Kevin Bacon) é o treinador de uma equipe de basquete colegial que fica interessado em contratar um gigante africano que ele viu em uma filmagem. Jimmy parte para África e encontra Saleh (Charles Gitonga Maina), porém descobre que o jovem é filho do chefe da tribo e que tem a responsabilidade de suceder o pai para liderar seu povo. Para complicar, a região onde fica a aldeia está na mira de uma companhia mineradora que deseja explorar o subsolo do local. 

Típica comédia da sessão da tarde, este filme brinca com as diferenças culturais entre o professor americano que a princípio vê o jovem africano apenas como um potencial atleta e o rapaz que não deseja abandonar seu povo. A questão da crise com a corporação que deseja explorar as terras é a pitada de drama, porém sem se aprofundar demais na situação.

domingo, 14 de julho de 2013

Loose Change 9/11

Loose Change 9/11 (Loose Change 9/11, EUA, 2007) – Nota 7
Direção – Dylan Avery
Documentário

Este documentário lançado direto na internet primeiramente em 2005 e numa nova versão em 2007, tenta provar que os atentados de 11 de Setembro na realidade foram uma armação do governo Bush para conseguir uma espécie de cheque em branco do povo americano e dos congressistas para ampliar seu poder e ter apoio nas invasões do Afeganistão e do Iraque, visando também o lucro das grandes corporações ligadas ao governo. 

O diretor Dylan Avery e os produtores Jason Bermas e Korey Rowey se apoiaram em imagens, fotos e depoimentos de pessoas que testemunham a queda das torres gêmeas, assim como o atentado no Pentágono e a queda do vôo 93 na Pensilvânia para tentarem provar sua teoria. 

Alguns fatos mostrados aqui são duvidosos, como a ideia de que existiria uma milionária reserva de ouro nos subsolos do Word Trade Center, citar que as ligações feitas pelos passageiros do voo 93 foram forjadas e que a gravação em que supostamente Bin Laden confessaria ser o mandante dos ataques, na realidade seria um filme fabricado pelo governo utilizando um sósia, porém os questionamentos sobre os locais dos atentados são plausíveis. 

Os produtores e vários especialistas citam que seria praticamente impossível um edifício gigante como o World Trade Center desabar por causa do fogo, fato que foi considerado a causa oficial da queda, já que os aviões atingiram um andar alto e isso não causaria o colapso de toda a estrutura. Muitos sobreviventes, inclusive bombeiros alegaram terem ouvido várias explosões em andares diferentes, até mesmo no subsolo e no poço dos elevadores. 

O documentário coloca em dúvida ainda a queda de um terceiro prédio algumas horas depois, local que não foi atingido durante o ataque, porém desabou da mesma forma. O fato estranho é que um sujeito poderoso havia comprado este terceiro edifício dois meses antes e feito um seguro milionário, inclusive contra ação terrorista, numa espécie de premonição da tragédia. 

O doc cita ainda a falta de destroços e de corpos das vítimas no voo 93 e no avião que atingiu o Pentágono, se apoiando em fotos e filmagens que parecem dar razão a esta maluca teoria de conspiração. 

A falta de transparência do governo americano, assim como o apoio da grande mídia que fez todo o possível para forçar o povo a acreditar na versão oficial, resultaram no surgimento de teorias de conspiração e fez com que várias situações retratadas aqui possam ser verdades, mesmo que pareçam absurdas.

sábado, 13 de julho de 2013

Roqueiros no Cinema


Para comemorar o Dia Mundial do Rock, comento nesta postagem a participação de vários roqueiros famosos no cinema.

Além de ser considerado o Rei do Rock, Elvis Presley também foi o astro do rock com maior currículo no cinema, tendo trabalhado em trinta e um filmes de 1956 até 1969. Elvis nunca foi considerado um ator de talento e seus filmes em sua maioria eram aventuras românticas como "O Seresteiro de Acapulco" e "Feitiço Havaiano". Ele ainda tentou dar um ar mais sério a carreira em alguns trabalhos como "Charro" e principalmente "Estrela de Fogo" que foi dirigido por Don Siegel, mas sem grande sucesso.

O roqueiro que demonstrou mais talento para atuação foi David Bowie. Seu primeiro trabalho no cinema que chamou a atenção do publico foi a ficção "O Homem que Caiu na Terra". Bowie pegou gosto pelo cinema e trabalhou em filmes importantes como "Apenas um Gigolô", "Fome de Viver", "A Última Tentação de Cristo", tendo ainda sua melhor atuação em "Furyo - Em Nome da Honra". Sua última aparição de destaque no cinema foi no papel do inventor Nikola Tesla em "O Grande Truque" de Christopher Nolan.

Quase tão ativo no cinema como David Bowie, Sting trabalhou no musical "Quadrophenia" quando ainda era vocalista do "The Police". Nos anos oitenta teve seu papel mais importante no fracassado "Duna" de David Lynch. Sting atuou ainda em "A Prometida" , "Plenty - O Mundo de uma Mulher" e "Julia & Julia". Seu último papel de destaque foi no ótimo "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes".

Praticamente desconhecido pelo público atual, Roger Daltrey, o vocalista do "The Who", trabalhou na ópera-rock "Tommy" e em "Liztomania" antes de seu papel mais famoso como o ladrão de bancos inglês John McVicar em "McVicar" de 1980. A sequência da carreira de Daltrey se fez em papéis de coadjuvantes como no divertido "Espião por Engano" e em seriados como "Highlander" e até uma participação em "C.S.I".

Gene Simmons, vocalista do "Kiss", também aproveitou o sucesso e tentou a sorte no cinema nos anos oitenta interpretando vilões em filmes como "Runaway - Fora de Controle" com Tom Selleck e "O Exterminado Implacável" com Rutger Hauer. Seu último papel de destaque foi um participação na extinta série "Third Watch".

Little Richard teve um divertido papel de um sujeito irritado na comédia "Um Vagabundo na Alta Roda" ao lado Richard Dreyfuss, Bete Midler e Nick Nolte.

Alice Cooper trabalhou em filmes de terror como "O Príncipe das Sombras " de John Carpenter, "A Hora do Pesadelo 6" e em "Sombras da Noite" de Tim Burton.

Mick Jagger protagonizou o longa australiano "A Forca Será Tua Recompensa", história sobre o famoso ladrão Ned Kelly em 1970. Em 1992 Jagger voltou ao cinema no fracassado "Freejack - Os Imortais" ao lado de Emilio Estevez e trabalhou ainda em "Bent" com Clive Owen.

Bob Dylan teve um importante papel de coadjuvante em "Pat Garrett & Billy the Kid", clássico do western dirigido por Sam Peckinpah.

Tom Petty foi um importante coadjuvante em "O Mensageiro", fracasso dirigido por Kevin Costner.

A diva Tina Turner trabalhou ao lado de Mel Gibson em "Mad Max - Além da Cúpula do Trovão", o filme mais fraco da trilogia.

Jon Bon Jovi é outro que gostou do cinema e participou de vários filmes como "A Corrente do Bem", "U-571 - A Batalha do Atlântico", "Noite de Ano Novo", entre outros trabalhos e até mesmo uma participação na série "Sex and the City".

David Byrne, o líder dos "Talking Heads", dirigiu o divertido "Histórias Reais", longa de ficção com cara de documentário protagonizado por ele mesmo ao lado de John Goodman.

São roqueiros e filmes para todos os gostos.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Gattaca - A Experiência Genética & Projeto Brainstorm


Gattaca – A Experiência Genética (Gattaca, EUA, 1997) – Nota 7,5
Direção – Andrew Niccol
Elenco – Ethan Hawke, Uma Thurman, Jude Law, Alan Arkin, Loren Dean, Gore Vidal, Ernest Borgnine, Tony Shalhoub, Blair Underwood, Elias Koteas, Jayne Brook, Xander Berkeley.

No futuro, os pais concebem seus filhos em laboratório utilizando de manipulação genética para as crianças nascerem perfeitas. As pessoas concebidas de forma normal são consideradas inválidas por carregarem genes que pode causar doenças no futuro. Estas pessoas são excluídas pela sociedade, restando a eles empregos como serviçais. 

Vincent (Ethan Hawke) que foi concebido de forma normal, sonha em se tornar astronauta e para isso se apodera da identidade de um atleta que sofreu um sério acidente (Jude Law), que acaba se tornando seu amigo e o ajuda. Vincent logo se destaca na corporação onde conseguiu emprego, mas um misterioso assassinato e a desconfiança de sua colega de trabalho Irene (Uma Thurman), colocam a carreira de Vincent em risco. 

O ótimo roteiro do próprio diretor neozelandês Andrew Niccol (que estreava no cinema), utiliza a teoria de Darwin para questionar até onde o avanço da ciência e tecnologia podem ser instrumentos para exclusão e controle da população, resultando numa cruel elitização. A boa discussão perde um pouco pela narrativa fria e na falta de ritmo de algumas sequências. O elenco é competente, com a curiosidade de ter entre os coadjuvantes o escritor Gore Vidal, o veteraníssimo e hoje falecido Ernest Borgine e o ótimo Tony Shalhoub antes de ficar famoso pela série “Monk”. 

Projeto Brainstorm (Brainstorm, EUA, 1983) – Nota 6,5
Direção – Douglas Trumbull
Elenco – Christopher Walken, Natalie Wood, Louise Fletcher, Cliff Robertson.

Os cientistas Michael Brace (Christopher Walken) e Lilian Reynolds (Louise Fletcher) desenvolvem um capacete que consegue armazenar as emoções, visões e pensamentos da pessoa que o utilizar e transmitir todas estes elementos para outra pessoa. Brace pensa em utilizar o capacete para fins pacíficos, inclusive para tentar se reconciliar com a esposa Karen (Natalie Wood), porém a incrível tecnologia rapidamente chama a atenção dos militares que a imaginam como artefato de guerra. 

Esta curiosa ficção foi dirigida pelo especialista em efeitos especiais Douglas Trumbull, que desempenhou grande trabalho em filmes como “2001”, “O Enigma de Andrômeda” e “Blade Runner”, além de ter dirigido a ficção cult “Corrida Silenciosa”. Sua experiência como diretor de longas se resume a estes dois trabalhos, o que provavelmente influenciou na narrativa irregular que resultou num longa abaixo do potencial. 

Para atrapalhar ainda mais, a atriz Natalie Wood faleceu antes do final da filmagens, o que atrasou bastante o lançamento do filme, já que o diretor foi obrigado a alterar o roteiro para suprimir as cenas que Natalie não havia filmado. 

O filme tem como ponto positivo o elenco, que reuniu três vencedores do Oscar, além de Natalie Wood que concorreu três vezes mas não venceu. Christopher Walken venceu o Oscar de coadjuvante por “O Franco Atirador”, Louise Fletcher foi melhor atriz coadjuvante  por “O Estranho no Ninho” e Cliff Robertson foi melhor ator por “Os Dois Mundos de Charly”.     

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Mariposa Negra

Mariposa Negra (Mariposa Negra, Peru / Espanha, 2006) – Nota 7
Direção – Francisco J. Lombardi
Elenco – Melania Urbina, Magdyel Ugaz, Yvonne Frayssinett, Gustavo Bueno, Montserrat Carulla, Wendy Vásquez.

Em Lima no Peru, um honesto juiz é assassinado e a imprensa divulga que ele participava de uma orgia gay quando foi morto. A noiva do juiz é a doce professora Gabriela (Melania Urbina), que não aceita as mentiras e procura o jornal que divulgou a notícia. A revolta de Gabriela chama a atenção de Angela (Magdyel Ugaz), a jornalista que foi obrigada a escrever a matéria mentirosa a mando de seu editor (Gustavo Bueno), que também é seu amante. Quando Gabriela mostra gravações de ameaças que ela e seu noivo recebiam, as duas jovens que são bem diferentes entre si, acabam se unindo, porém com objetivos diferentes. Enquanto Angela deseja mudar o rumo de sua carreira, se tornando uma jornalista verdadeira, Gabriela pensa apenas em vingança. 

Esta produção rodada no Peru se passa no ano 2000 quando o país estava sob o comando do corrupto presidente Fujimori e de seu braço direito Vlademiro Montesinos, um militar com fama de torturador que ostentava o apelido de doutor. A dupla para manter o poder mandou assassinar vários inimigos políticos, fatos reais que inspiraram o roteiro deste filme. 

A trama é narrada pela personagem da jornalista Angela e aos poucos mostra uma completa transformação da personagem Gabriela, que utiliza todos os artifícios possíveis para buscar sua vingança. 

O longa perde alguns pontos pelo ritmo irregular e por se alongar em algumas sequências, mas vale a sessão como curiosidade para conhecer um filme produzido em um país extremamente pobre (como vemos em algumas sequências na rua) e sem tradição alguma no cinema.   

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Último Suspeito & Sombras do Mal


O Último Suspeito (City by the Sea, EUA, 2002) – Nota 7
Direção – Michael Caton Jones
Elenco – Robert De Niro, Frances McDormand, James Franco, George Dzundza, Eliza Dushku, William Forsythe, Patti LuPone, Anson Mount, John Dooman, Nestor Serrano, Brian Tarantina, Leo Burmester.

O veterano policial Vincent LaMarca (Robert De Niro) e seu parceiro Reg Duffy (George Dzundza) são designados para investigar o assassinato de um pequeno traficante que foi encontrado na beira da praia em Long Beach. A questão é que o homem foi assassinado pelo filho de LaMarca, o drogado Joey (James Franco), que junto com outro viciado arrumou encrenca com o sujeito. Para piorar a situação, LaMarca tem uma complicada história de vida, em virtude de um crime cometido por seu pai e ainda por ter se separado da mãe de Joey (Patti LuPone). 

O filme pode ser analisado através de duas perspectivas. A do previsível roteiro que exagera nos clichês do gênero, mas que ganha alguns pontos ao criar um final realista e a das boas interpretações do trio principal, com De Niro competente como o pai/policial dividido, Frances McDormand como a mulher que tenta entendê-lo e James Franco acertando no tom do jovem desajustado. 

Apesar dos clichês, outro ponto interessante do filme é utilizar como cenário uma parte decadente de Long Beach, uma praia ao lado de Manhattan que teve seu auge nos anos cinqüenta e sessenta. O diretor inclusive utiliza cenas do local na época do seu auge para mostrar o contraste em relação a atualidade. 

Deixando de lado as falhas, o resultado é um razoável filme policial. 

Sombras do Mal (Night and the City, EUA, 1992) – Nota 6,5
Direção – Irwin Winkler
Elenco – Robert De Niro, Jessica Lange, Cliff Gorman, Alan King, Jack Warden, Eli Wallach, Barry Primus.

Harry Fabian (Robert De Niro) é um advogado de porta de cadeia que após ajudar um boxeador em um caso judicial, decide se tornar promotor de lutas. Com a ajuda da namorada Helen (Jessica Lange) e do veterano Al Grossman (Jack Warden), Harry tenta promover algumas lutas, o que causa descontentamento em Ira “Boom-Boom” Grossman (Alan King), o chefão do submundo que é irmão de Al e que organiza as lutas de boxe na cidade. As armações de Harry logo começam a dar errado e a situação acaba saindo de seu controle. 

Refilmagem de um clássico noir de 1950 de mesmo nome dirigido por Jules Dassin, este drama sobre os bastidores corruptos do mundo do boxe, peca pelo roteiro sem surpresas e pela narrativa fria imposta pelo diretor Irwin Winkler. 

Mesmo com os talentosos Robert De Niro e Jessica Lange nos papéis principais, o longa é apenas razoável, desperdiçando a boa premissa. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

O Quarteto

O Quarteto (A Late Quartet, EUA, 2012) – Nota 7,5
Direção – Yaron Zilberman
Elenco – Christopher Walken, Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener, Mark Ivanir, Imogen Potts, Liraz Charhi, Wallace Shawn.

Um famoso quarteto de cordas com vinte de anos de carreira, entra em crise quando Peter (Christopher Walken), o membro mais velho, descobre que está com Mal de Parkinson. Peter é um sujeito extremamente querido, que ficou viúvo a pouco tempo e  trabalha ainda como professor de música, sendo o coração do quarteto. Ele avisa seus companheiros que pretende abandonar o grupo, mas deseja ainda tocar num último concerto caso consiga superar a fase inicial da doença. 

Considerando o grupo como uma família, Peter também deseja manter o quarteto na ativa, para isso ele indica uma jovem para substituí-lo, porém a notícia de sua doença faz velhos ressentimentos e frustrações vir à tona na vida dos outros três componentes. Robert (Philip Seymour Hoffman) vê a chance de ter um maior destaque, desejo que faz entrar em conflito com sua esposa Juliette (Catherine Keener) que parece devastada pelo problema do amigo e também com o metódico Daniel (Mark Ivanir), que não deseja mudar a estrutura do grupo. 

O diretor Yaron Zilberman, que estreava no comando de um longa de ficção, utiliza com competência o amor a música com pano de fundo de um drama que vai além da doença do personagem de Christopher Walken. O roteiro cria personagens muito próximos da realidade, que num momento delicado questionam suas vidas e tentam modificar algo que os incomoda, porém não levam em conta que suas atitudes geram consequências para as pessoas próximas. 

O grande destaque é o elenco, principalmente a sensível atuação de Christopher Walken, grande ator que tem sua carreira marcada pelo sensacional papel do viciado em roleta-russa de “O Franco Atirador” e que mesmo tendo vários trabalhos irregulares nos anos seguintes, sempre que teve chance mostrou seu talento. O casal em crise interpretado por Philip Seymour Hoffman e Catherine Keener está competente como o exemplo de um casamento desgastado pelo tempo e pela vida profissional em conjunto. E finalmente o ucraniano Mark Ivanir ganhou um papel dramático para mostrar seu trabalho, deixando de lado os vilões interpretados em “A Caçada” e “360”. 

No geral é um sensível drama sobre mudanças, desafios e conflitos que todos enfrentamos durante a vida.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Cidadão Boilesen

Cidadão Boilesen (Brasil, 2009) – Nota 8
Direção – Chaim Litewski
Documentário

Henning Albert Boilesen foi uma imigrante dinamarquês que chegou no Brasil nos anos quarenta após se casar com a filha de um diplomata de seu país. Formando em Administração de Empresas, não demorou para conseguir empregos em empresas de renome, entrando na Companhia Ultragaz em 1952, onde fez carreira até chegar ao posto de presidente.

Sua história poderia de ser um executivo qualquer, porém seu nome ficou marcado por ter sido um dos empresários que mais apoiou a ditadura militar no Brasil, fato que lhe custou a própria ao ser assassinado por militantes de esquerda em 1971. 

O documentário traça um perfil completo de Boilesen, através de depoimentos de amigos, inimigos, de seu filho e de pessoas ligadas à ditadura que conviveram com ele, além de uma visita a sua cidade natal na Dinamarca, onde uma pesquisa sobre sua vida quando criança mostra uma história bem diferente de um perfil traçado por uma reportagem da revista Veja quando Boilesen estava vivo. 

Sua participação de apoio a ditadura foi efetiva, ele foi uma espécie de tesoureiro que arrecadava dinheiro de outros empresários para ser repassado ao governo e utilizado para financiar a famigerada “OBAN”, a Operação Bandeirantes, que perseguiu e assassinou diversos militantes de esquerda, inclusive muitos que sequer faziam parte da luta armada. O doc cita que reuniões para arrecadação de fundos eram feitas no próprio edifício da FIESP, com a participação de um grande número de empresários, além do então Ministro da Fazenda Delfim Neto. 

O que diferenciou Boilesen de outros empresários, foi sua participação ativa nas sessões de tortura, tendo inclusive importado uma máquina de choques elétricos que era acionada por um teclado e que ganhou o infame apelido de “Pianola de Boilesen”. 

O documentário se torna obrigatório por tocar num tema que foi varrido para debaixo do tapete da história, a participação de grandes empresários apoiando a ditadura. São citados Amador Aguiar que foi fundador do Bradesco, Sebastião Correa da construtora Camargo Correa, Luís Eulálio de Bueno Vidigal que hoje dá nome ao prédio da FIESP, entre outros, além da informação de que caminhões de entrega de gás da Ultragaz e carros do Jornal Folha de São Paulo que foram utilizados como apoio da OBAN durante as operações policiais. 

É uma revoltante história que ajuda a entender porque não devemos confiar nos governos e nas grandes empresas.

domingo, 7 de julho de 2013

Segurando as Pontas

Segurando as Pontas (Pineapple Express, EUA, 2008) – Nota 6
Direção – David Gordon Green
Elenco – Seth Rogen, James Franco, Danny McBride, Kevin Corrigan, Craig Robinson, Gary Cole, Rosie Perez, Ed Begley Jr, Nora Dunn, Amber Heard, Bill Hader, James Remar, Ken Jeong, Dana Lee.

Esta produção de Judd Apatow começa com um engraçado prólogo numa base militar secreta provavelmente nos anos cinquenta, onde o exército faz experiência utilizando um soldado (Bill Hader) fumando maconha. A reação do sujeito é falar absurdos e ofender o oficial em comando (James Remar), que decreta rapidamente que a droga é ilegal. 

A trama pula para os dias atuais quando o oficial de justiça Dale (Seth Rogen) que fuma maconha entre as entregas de intimações, visita seu traficante, o maluco beleza Saul (James Franco, impagável) e experimenta uma nova droga, a Pineapple Express do título (a mesma droga testada pelo exército) e adora. 

O problema começa quando Dale tenta entregar uma intimação para o fornecedor da droga (Gary Cole) e presencia o sujeito matando uma pessoa com a ajuda de uma policial (Rosie Perez). O traficante chefe envia dois assassinos malucos (Kevin Corrigan e Craig Robinson) para matar Dale e Saul que fogem desesperados. 

A premissa é engraçadíssima e os personagens principais sensacionais. Seth Rogen novamente faz o sujeito atrapalhado e James Franco tem um das melhores interpretações da carreira como o drogado Saul, porém o filme se perde quando o roteiro transforma o que seria uma comédia anárquica numa paródia de ação, criando brigas, perseguições e tiroteios que passam longe de ser engraçados. 

É um desperdício da química entre a dupla principal, que tem bons momentos, principalmente na primeira metade do longa, como a sequência dos diálogos na floresta, mas infelizmente boa parte do filme é descartável, como por exemplo o namoro entre o personagem de Rogen e a jovem Amber Heard que sequer é finalizado. 

É uma pena, pelos nomes envolvidos e a experiência de boas comédias como ”O Virgem de 40 Anos” e “Superbad”, com certeza era para se esperar um filme melhor.