quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Infiltrado na Klan

Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman, EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Spike Lee
Elenco – John David Washington, Adam Driver, Topher Grace, Laura Harrier, Corey Hawkins, Michael Buscemi, Frederick Weller, Ryan Eggold, Robert John Burke, Isiah Whitlock Jr, Alec Baldwin, Nicholas Turturro, Harry Belafonte.

Colorado Springs, 1978. Ron Stallworth (John David Washington) é o primeiro policial negro da cidade. Mesmo sendo um novato, Ron decide responder um anúncio de jornal feito pela Ku Klux Klan. Ele entra em contato pelo telefone e se faz passar por um branco racista que deseja participar do grupo. 

Não tendo como mostrar sua verdadeira face, Ron consegue convencer o chefe de polícia a abrir uma investigação e enviar em seu lugar o policial Flip Zimmerman (Adam Driver) para se infiltrar no grupo. Enquanto Ron continua conversando com os membros da Klan pelo telefone, Flip se torna amigo dos sujeitos, passando a vigiá-los de perto. 

O diretor Spike Lee escolheu uma bizarra história real registrada em livro pelo verdadeiro Ron Stallworth para criar um longa sarcástico e panfletário. A decisão de desenvolver uma narrativa beirando a comédia funciona ao transformar os “soldados” da Klan em idiotas e fazendo de bobo até mesmo o famoso líder do grupo chamado David Duke (Topher Grace). 

Os problemas surgem por causa da ideologia defendida por Spike Lee, que ameniza as atitudes do grupo de jovens negros ligados aos “Panteras Negras”, além de criar um romance forçado entre o protagonista e a líder dos estudantes (Laura Harrier). 

A coisa desanda na parte final quando Spike Lee insere algumas cenas reais para manipular o público. Estas cenas são realmente terríveis e abomináveis, porém o objetivo do diretor é político. De uma forma panfletária e em defesa de sua ideologia, ele explora os atos de alguns malucos para atacar o atual governo americano. 

Finalizando, o polêmico tema do racismo foi levada às telas de forma muito mais realista e verdadeira em obras como o recente “Detroit em Rebelião” e os clássicos “Mississippi em Chamas” e “No Calor do Noite”.

5 comentários:

Marília Tasso disse...

Eu gostei. Apesar do humor me impactou.

Hugo disse...

Marília - Eu achei um filme superestimado.

Rodrigo Mendes disse...

Eu adorei também. Melhor trabalho do Lee em muito tempo. Depois de algumas derrapadas como o remake de Oldboy um filme comercial encomendado que não bate com suas edeologias. Gosto quando ele tem algo a dizer e faz um cinema assim que almeja mostrar as agruras do racismo, um tema que ele domina pra falar. As imagens finais, na minha visão, não tiveram essa intenção que você diz. Sim o filme é político e muito necessário para dias atuais. Acredito que não haja outra forma de sê-lo. Pode não ter o melhor casal em cena (se formos comparar com "Febre da Selva"), mas todas as cenas bem humoradas do judeu e do negro infiltrados no Klan, ajudam a trazer o público para a história.

Abraço.

Liliane de Paula disse...

Acabei de ler o comentário de Isabela Boscov da Revista Veja sobre esse filme.
E chama atenção para o filme não ter aquele ódio racista que os filmes de Spike Lee, sempre tem (eu acho).
Acho que só vi 02 bons filmes de Spike Lee.
"Faça a coisa certa" é o que mais lembro

Hugo disse...

Rodrigo - Abordar a história como comédia foi uma interessante sacada, porém a questão política deixa a desejar. Ele ataca apenas um lado, como se o outro lado fosse inocente.

Liliane - Gosto de alguns filmes do diretor e outros eu considero exagerados nesta questão política.