sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Fúria & O Homem que Quis Matar Hitler


Fúria (Fury, EUA, 1936) – Nota 7,5
Direção – Fritz Lang
Elenco – Spencer Tracy, Sylvia Sidney, Walter Abel, Bruce Cabot, Edward Ellis, Walter Brennan, Frank Albertson, George Walcott.

Joe Wilson (Spencer Tracy) precisa de dinheiro para casar com a jovem Katherine (Sylvia Sidney). Enquanto ela volta para sua cidade natal, Joe fica em Chicago e ao lado dos irmãos compra um pequeno posto de gasolina. Um anos depois, Joe consegue comprar um carro e viaja para encontrar Katherine. Ao chegar em uma cidade próxima da casa da namorada, ele é abordado por policiais e detido como suspeito de ter cometido um sequestro. Mesmo antes da polícia terminar a investigação, a notícia de sua prisão vaza e a população local se une para fazer “justiça” com as próprias mãos.

O polêmico tema do linchamento foi abordado várias vezes no cinema, geralmente em westerns como o clássico “Consciências Mortas”. Aqui o roteiro divide a história em duas partes. A primeira foca na prisão do inocente e na ação da população raivosa. Uma reviravolta transforma a parte final em um drama de tribunal, com a história perdendo um pouco da força.

Por ser uma produção extremamente antiga, algumas coisas incomodam um pouco, como as atuações teatrais. Por outro lado, as sequências da população tentando invadir a delegacia são assustadoras por causa do ódio. Eu tive aula com um professor que dizia que “a massa é canalha”, ou seja, quando várias pessoas se unem para lutar por algo, elas geralmente deixam de lado a razão e acreditam não serem culpadas pelas consequências de forma individual.

O Homem Que Quis Matar Hitler (Man Hunt, EUA, 1941) – Nota 6
Direção – Fritz Lang
Elenco – Walter Pidgeon, Joan Bennett, George Sanders, John Carradine, Roddy McDowall.

Meados de 1939, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial. O caçador inglês Alan Thorndike (Walter Pidgeon), que também é capitão do exército, termina preso pelos nazistas por portar um rifle próximo a residência de Hitler. Mesmo torturado pelos nazistas, Thorndike se recusa a assinar um documento afirmando que tentaria matar Hitler a pedido do governo britânico. Ele consegue fugir, mas ao voltar para Londres é perseguido por agentes alemães.

Apesar da direção do grande Fritz Lang e da informação de que o longa foi baseado em uma reportagem da época, esta obra me decepcionou. Eu imaginava algo como um plano para assassinar Hitler, quando na verdade a trama é basicamente uma propaganda americana no estilo “esforço de guerra” para mostrar como os nazistas eram malvados. Fica difícil acreditar na motivação do protagonista que alegava não ter intenção de matar o Fuhrer.

As poucas cenas de perseguição nas ruas são fracas, assim como romance com a bela Joan Bennett não convence. A curiosidade é a participação de Roddy McDowall interpretando um esperto garoto alemão que ajuda o protagonista.

É um filme que envelheceu mal. 

4 comentários:

Liliane de Paula disse...

Puxa vida! Filmes de 1936 e 1941!
Sim, observo que nos filmes antigos (não tão antigos) os atores eram teatrais.
Acho que hoje o nível é bem melhor.

Adorei:"a massa é canalha".
Vai se juntar ao meu bordão: "o povo é podre"

Hugo disse...

Liliane - O ser humano em grupo muitas vezes se acha acima do bem e do mal.

Luli Ap. disse...

Acho que vou passar os dois, o segundo porque vc diz que envelheceu e não é atemporal, o primeiro porque me assusta o que as pessoas ditas racionais são capazes de fazer quando se juntam para fazer justiça com as próprias mãos :/
Bjs Luli

Hugo disse...

Luli - O "Fúria" tem um tema forte, mas é bem interessante.

Bjs