quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Uma Noite em Sampa

Uma Noite em Sampa (Brasil, 2016) – Nota 6
Direção – Ugo Giorgetti
Elenco – Flávia Garrafa, Cris Couto, Roney Facchini, Susana Alves, Thiago Amaral, Angelo Brandini.

Após assistir uma peça no conhecido Teatro Ruth Escobar em São Paulo, um grupo de pessoas se prepara para voltar para suas casas no interior do Estado em um ônibus de excursão. 

Eles e a guia da viagem (Flávia Garrafa) se surpreendem ao encontrarem o ônibus trancado sem o motorista. A princípio imaginando que o sujeito foi para algum local próximo, com o passar do tempo as pessoas começam a se irritar com o desaparecimento do sujeito e mostram suas personalidades em diálogos repletos de preconceitos e medos. 

O diretor Ugo Giorgetti é paulistano e fez toda sua carreira através de filmes em que a cidade de São Paulo é praticamente um dos personagens. Aqui, a visão crítica do diretor se volta para parte da classe média paulistana que saiu da capital para morar em condomínios em cidades próximas procurando uma melhor qualidade de vida e com medo da violência. Este medo enraizado é o combustível da maioria dos diálogos e ao mesmo tempo o “agente” que paralisa as pessoas naquele local. 

Entre os personagens temos a empresária irritante, o sujeito arrogante, o cara casado com uma ex-prostituta, o otimista, a mulher que adora contar casos de violência, entre outros. O diretor também utiliza manequins vestidos como fossem personagens, com a intenção de mostrar que a maioria das pessoas ali são semelhante a bonecos que não reagem. 

É um filme de baixo orçamento com estilo teatral, rodado totalmente na rua que fica em frente ao teatro Ruth Escobar. 

3 comentários:

Pedrita disse...

eu adorei esse filme. inteligente, surpreendente, surreal. muito bom.
meu post http://mataharie007.blogspot.com.br/2016/11/uma-noite-em-sampa.html

Rodrigo Mendes disse...

Sobre o seu post do filme "Mãe!" :
Bem, é isso, Hugo! O filme é bom e o bom mesmo é sua ressonância. Certamente o filme mais comentado do ano passado, perdendo apenas para o hype de Star Wars, claro. Eu gostei, mas também não amei. Tampouco odiei. Concordo que o pior filme dele seja mesmo "Noé".

Irei revê-lo outras vezes. Certamente irei descobrir novas camadas. Mas, no geral, gostei dos simbolismos, do jogo de olhares e da maneira como tudo termina. Mas, naquelas...nem todo mundo embarca nas ideias do Aronofsky.

Quanto a este "Sampa". o diretor eu só vi os dois "Boleiros" que acho bom. No cenário paulista, Ugo Giorgetti tem filmes bastante comentados no meio cinéfilo.

Abraço.

Hugo disse...

Pedrita - Algumas passagens sãos surreais mesmo.

Rodrigo - Ugo Giorgetti tem uma filmografia interessante. Vale a pena procurar "Festa" e "Sábado" por exemplo.

Abraço