terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Orca, a Baleia Assassina & Piranha


Orca, a Baleia Assassina (Orca, EUA, 1977) – Nota 7
Direção – Michael Anderson
Elenco – Richard Harris, Charlotte Rampling, Will Sampson, Bo Derek, Keenan Wynn, Robert Carradine.

Capitão Nolan (Richard Harris) comanda um navio de pesca. Ele aceita a proposta de capturar um tubarão para o aquário da cidade. Durante a caçada na mar, Nolan e sua equipe avistam um tubarão sendo atacada por baleias orca. Eles tentam salvar o tubarão lançando um arpão contra a orca macho, porém acertam na fêmea que está prenha. Ao tentar salvar a orca fêmea sem sucesso, eles despertam o ódio da orca macho, que passa a atacar o barco que consegue retornar para a cidade. Mesmo assim, o animal segue o barco até o cais em busca de vingança. 

O produtor italiano Dino de Laurentiis aproveitou o sucesso de “Tubarão” para criar sua própria versão do “assassino dos mares”. O roteiro explora o tema da vingança misturado com a inteligência das baleias, criando algumas boas sequências de ação e suspense. Os efeitos especiais são competentes, levando em conta a época em que o longa foi produzido. O destaque do elenco fica para Richard Harris como o capitão com aparência de sofrimento. Vale destacar ainda a trilha sonora de Ennio Morricone.

Piranha (Piranha, EUA / Holanda, 1978) – Nota 6
Direção – Joe Dante
Elenco – Bradford Dillman, Heather Menzies, Kevin McCarthy, Dick Miller, Barbara Steele, Paul Bartel, Keenan Wynn.

Dois jovens invadem uma instalação militar desativada para utilizar a piscina. São atacados por algo aparentemente desconhecido. Uma investigadora (Heather Menzies) é enviada para procurar os jovens. Precisando de um guia, ela contrata um beberrão (Bradford Dillman) que conhece bem a região. Para sua surpresa, ela descobre que a instalação foi utilizada para criação de piranhas mutantes, que seriam usadas como armas para o exército na Guerra do Vietnã e que um cardume pode ter escapado pelo rio em direção a um balneário.

O rei dos filmes B Roger Corman também lucrou com o sucesso de “Tubarão” ao produzir este longa com um premissa absurda, mas que assusta nas cenas de ataque das piranhas. O inesperado sucesso do filme colocou o nome do diretor Joe Dante em evidência, abrindo as portas de Hollywood para posteriormente comandar bons filmes como “Gremlins” e “Viagem Insólita”.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Caminhos Opostos

Caminhos Opostos (Holy Rollers, EUA, 2010) – Nota 6,5
Direção – Kevin Asch
Elenco – Jesse Eisenberg, Justin Bartha, Ari Graynor, Danny A. Abeckaser, Mark Ivanir, Elizabeth Marvel, Jason Fuchs, Q-Tip, Hallie Kate Eisenberg.

Brooklyn, 1998. Sam Gold (Jesse Eisenberg) é um jovem de família judia ortodoxa que trabalha com o pai (Mark Ivanir) e que estuda para se tornar rabino. 

Pressionado para continuar o legado da família respeitando a religião, Sam sente o gosto de melhorar de vida quando o vizinho Yosef (Justin Bartha), que também é judeu, o convida para transportar medicamentos de Amsterdã pra Nova York. Mesmo descobrindo na primeira viagem que o produto transportado é ecstasy, Sam decide continuar, pensando no dinheiro fácil. 

Baseado em uma história real, este longa apresenta uma interessante premissa em que o protagonista fica dividido pelo conflito entre religião e dinheiro. É muito difícil para qualquer jovem aceitar a regras de um religião tão rígida sabendo que o mundo oferece oportunidades enormes, mesmo com algumas sendo perigosas e enganosas. 

O filme perde pontos no desenrolar da história. Falta emoção, até mesmo nas sequências que deveriam ser mais tensas, como na cena final. 

O destaque vai Jesse Eisenberg, ator de origem judaica, que interpreta com naturalidade o jovem dividido entre os deveres da religião e a ambição.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

O Apartamento

O Apartamento (Forushande, Irã / França, 2016) – Nota 7,5
Direção – Asghar Farhadi
Elenco – Shahab Hosseini, Taraneh Alidoosti, Babak Karimi.

Na sequência inicial, várias famílias abandonam um prédio em Teerã após aparecerem rachaduras causadas por um construção ao lado. 

O professor Emad (Shahab Hosseini) e sua esposa Rana (Taraneh Alidoosti) ficam sem local para morar e terminam por aceitar alugar um apartamento antigo oferecido por um colega de teatro (Babak Karimi). O casal trabalha todas as noites em uma adaptação teatral de “A Morte do Caixeiro Viajante” de Arthur Miller. 

No novo apartamento, um incidente com ligação direta com uma antiga moradora que deixou seus pertences no local, transforma completamente a vida do casal. 

Em seus trabalhos anteriores, o diretor Asghard Farhadi sempre misturou a influência ocidental no Irã atual, com as tradições antigas do pais, criando conflitos entre esses dois mundos. Esta situação é novamente explorada na questão da honra pessoal dos homens e na vergonha das mulheres, fato comum nos países muçulmanos.

O roteiro de Farhadi também foca em assuntos delicados como a dificuldade dos casais em superar algum trauma, além da sede pela vingança. 

Mesmo com um final doloroso, o filme é um pouco inferior aos trabalhos anteriores do diretor. 

Como curiosidade, desta vez a tradução do título brasileiro se casa melhor com a história do que original, que seria traduzido como “O Vendedor”.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

The Killing

The Killing (The Killing, EUA, 2011 a 2014) – Nota 7,5
Criador – Veena Sud
Elenco – Mireille Enos, Joel Kinnaman, Billy Campbell, Brent Sexton, Michelle Forbes, Brendan Sexton III, Elias Koteas, Gregg Henry, Peter Sarsgaard, Joan Allen, Liam James, Annie Corley.

Esta interessante série policial que teve quatro temporadas é um remake de uma famosa série dinamarquesa. Por incrível que pareça, a série quase foi cancelada ao final de cada temporada. No final da primeira, a Fox anunciou o cancelamento, mas voltou atrás por causa das reclamações do fãs, que ficaram revoltados pelo grande mistério da trama não ter sido resolvido. 

Após o final da segunda temporada, com a trama solucionada e novamente beirando o cancelamento, a Fox se associou a Netflix para continuar a série. Com uma grande mudança de elenco, a terceira temporada deixou um gancho enorme para a última, que foi produzida sozinha pela Netflix e que fechou a série com seis episódios. A primeira e a segunda temporada tiveram treze episódios cada e a terceira doze. 

A trama principal das duas primeiras temporadas gira em torno do assassinato de uma adolescente na cidade de Seattle. O corpo é encontrado no porta-malas de um carro dentro de um rio. O carro pertence a campanha de um candidato a prefeito (Billy Campbell). A detetive Sarah Linden (Mireille Enos) e seu parceiro Stephen Holder (Joel Kinnaman) são os encarregados de investigar o caso. 

Os vinte e seis episódios se passam em vinte e seis dias em que ocorrem um número enorme de situações e pistas que levam a vários suspeitos. O próprio candidato a prefeito, seus assessores, os pais da vítima (Brent Sexton e Michelle Forbes), um professor, um mafioso polonês, um garoto em busca de vingança, um a índia que comanda um cassino, entre outros. A trama é rocambolesca, incluindo as crises pessoais na vida dos detetives. 

A terceira temporada muda o foco. O assassinato de uma jovem prostituta deixa em dúvida a condenação de um assassino (Peter Sarsgaard) que está no corredor na morte. Os detetives seguem novas pistas para encontrar um provável serial killer. O episódio final desta temporada termina de forma assustadora. 

Os últimos seis episódios que fecham a série são angustiantes. A trama explora o gancho da temporada anterior, inserindo o assassinato de um família em que o principal suspeito é o filho mais velho que sobreviveu a chacina e que cursa uma escola militar. Nestes episódios dois personagens ganham destaque. Um detetive rival (Gregg Henry) e a coronel que comanda a escola militar (Joan Allen). 

É uma ótima opção para quem curte drama policial.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O Vídeo de Benny

O Vídeo de Benny (Benny’s Video, Áustria / Suíça, 1992) – Nota 7
Direção – Michael Haneke
Elenco – Arno Frisch, Angela Winkler, Ulrich Muhe, Ingrid Stassner, Stephanie Brehme, Stefan Polasek.

Benny (Arno Frisch) é um adolescente de classe média que tem como hobby filmar a cidade pela janela de seu quarto e também as pessoas que visitam seu apartamento. No tempo que fica em casa, ele dedica também a assistir vídeos estranhos e filmes B. 

Sua relação com a mãe (Angela Winkler) é distante e do pai (Ulrich Muhe) só recebe cobranças. Um determinado dia, Benny conhece uma garota na frente de uma locadora de vídeo (Ingrid Stassner) e a convida para conhecer seu apartamento. Seus pais estão trabalhando. A visita terminará da pior forma possível. 

Para quem já assistiu algum filme de Michael Haneke, sabe que o estilo do diretor é seco. Ele não utiliza trilha sonora, preferindo músicas incidentais, o ritmo é lento e seus personagens sempre carregam segredos ou agem de forma fora do comum. 

A crueldade é outro ponto comum em sua filmografia. O protagonista aqui é quase um versão mais jovem dos psicopatas que Haneke levaria as telas cinco anos depois no angustiante “ViolênciaGratuita”, onde por sinal, o garoto Arno Frisch é um dos malucos e Ulrich Muhe uma das vítimas. 

Como curiosidade, em uma sequência que mostra uma festa, os convidados discutem sobre uma “pirâmide financeira”, investimento picareta que estava em alta naquela época e que lesou muitas pessoas gananciosas que acreditavam que ganhariam dinheiro fácil com esta “ação entre amigos”. 

Este longa não chega a ser tão bom quanto seus trabalhos posteriores, apesar de deixar o espectador incomodado ao final da sessão. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Lion: Uma Jornada Para Casa

Lion: Uma Jornada Para Casa (Lion, Austrália / EUA / Inglaterra, 2016) – Nota 8
Direção – Garth Davis
Elenco – Dev Patel, Rooney Mara, Nicole Kidman, David Wenham, Sunny Pawar, Abhishek Bharate, Priyanka Bose.

Algumas histórias são tão inacreditáveis, que o melhor é escrever o menos possível, deixando a o espectador descobrir por ele mesmo. É o caso deste sensível longa baseado numa história real. 

O filme é dividido em duas partes. A primeira hora se passa em uma cidade do interior da Índia em 1986. A câmera segue os irmãos Guddu (Abhishek Bharate) e Saroo (Sunny Pawar). Duas crianças que lutam dia a dia em busca de pequenos trabalhos para ganhar algum dinheiro e ajudar a mãe (Priyanka Bose) que trabalha em uma espécie de pedreira, além de uma irmã bebê. Um acontecimento insólito mudará a vida de todos para sempre. 

A segunda parte da história pula para 2012, com Saroo (Dev Patel) tendo uma vida melhor, completamente diferente da pobreza na infância, porém angustiado por não ter respostas para algumas situações de seu passado. 

A primeira parte do longa é sensacional. Com extremamente sensibilidade, o diretor australiano Garth Davis conta uma história que mistura amor pela família, desespero e suspense, com destaque total para o garotinho Sunny Pawar. Seu desempenho espontâneo amolece o coração de qualquer um. 

A segunda parte perde pontos por exagerar um pouco na angústia do personagem de Dev Patel. Por mais atormentado que ele estivesse por causa de seu passado, algumas atitudes e explosões se mostram cinematográficas demais. O filme volta a crescer na meia-hora final, quando as respostas começam a surgir. 

Mesmo tendo sido produzido para emocionar, não se pode negar que a história por si só tem uma força incrível.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A Chegada

A Chegada (Arrival, EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Dennis Villeneuve
Elenco – Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker, Michael Stuhlbarg, Mark O’Brien, Tzi Ma.

Quando naves alienígenas pousam em doze lugares diferentes da Terra, a especialista em línguas Louise Banks (Amy Adams) é convocada pelo coronel Weber (Forest Whitaker) para tentar encontrar uma forma de “conversar” com os visitantes. 

Em parceria com o físico Ian Donnelly (Jeremy Renneer), Louise precisa conseguir uma resposta antes que os governos dos países envolvidos decidam tentar expulsar as naves. 

É basicamente uma ficção pacifista, que busca inspiração em “O Dia em que a Terra Parou”, clássico que Robert Wise dirigiu em 1951. Diferente daquele filme, este trabalho de Dennis Villeneuve insere no roteiro uma reviravolta que é revelada na parte final, transformando a história em algo mais sensível e quase poético, deixando de lado o suspense comum ao gênero. 

Este caminho que o roteiro toma e a escolha do diretor em levar a narrativa em banho-maria, resulta em uma obra que entrega muito menos do que promete. Por outro lado, é preciso destacar a parte técnica caprichada, tanto nas cenas que envolvem a nave, como nas belas e melancólicas sequências que revelam a vida da protagonista. A atuação de Amy Adams é outro ponto positivo. 

Pela premissa e pelo talento do diretor, eu esperava algo a mais.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Até o Último Homem

Até o Último Homem (Hacksaw Ridge, Austrália / EUA, 2016) – Nota 8,5
Direção – Mel Gibson
Elenco – Andrew Garfield, Vince Vaughn, Sam Worthington, Teresa Palmer, Luke Bracey, Hugo Weaving, Rachel Griffiths, Richard Roxburgh, Robert Morgan, Milo Gibson.

Após acontecer o ataque a Pearl Harbor e seu irmão mais velho se alistar no exército, o jovem Desmond Doss (Andrew Garfield) decide seguir o mesmo caminho com o objetivo de ser médico em combate, mesmo contra a vontade de seus pais (Hugo Weaving e Rachel Griffiths) e de sua noiva Dorothy (Teresa Palmer). 

O pai é um veterano da Primeira Guerra que ainda sofre por causa dos horrores que presenciou e não deseja ver o filho passando pela mesma situação. Religioso e pacifista, Desmond é obrigado a enfrentar também a perseguição dos oficiais do exército após comunicar que não deseja utilizar uma arma em combate, ele quer apenas cuidar do feridos. 

Baseado numa história real quase inacreditável, este belíssimo longa coloca novamente o nome do ator e diretor Mel Gibson em evidência. 

O longa pode ser dividido em duas partes. Após uma pequena sequência na infância, a primeira parte segue o protagonista na juventude, passando pelo início do namoro com Dorothy, até os problemas durante o treinamento. 

A parte final acompanha o jovem e seus companheiros de farda em meio ao inferno da guerra contra os japoneses numa ilha do Pacífico. Os oponentes são mostrados como kamikazes que lutam até a morte para defender seu país. 

As batalhas estão entre as mais sangrentas já mostradas no cinema, daquelas em que o espectador parece sentir o cheiro do sangue e da pólvora. Por mas que seja contraditório, o pacifismo do personagem principal, junto com sua religiosidade e coragem, se tornam combustíveis para os companheiros. 

Vale destacar a ótima interpretação de Andrew Garfield, que consegue fazer o espectador acreditar em um personagem complexo e completamente fora do comum. 

É um filme que já pode ser colocado entre os melhores de todos os tempos sobre a Segunda Guerra.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Estranha Compulsão

Estranha Compulsão (Compulsion, EUA, 1959) – Nota 7
Direção – Richard Fleischer
Elenco – Orson Welles, Dean Stockwell, Bradford Dillman, Diane Varsi, E. G. Marshall, Martin Milner, Richard Anderson, Edward Binns.

Chicago, 1924.  Judd (Dean Stockwell) e Arthur (Bradford Dillman) são jovens estudantes universitários de famílias ricas que criam um sinistro laço de amizade. Arthur é falastrão e dominador, enquanto Judd é arrogante e nutre uma adoração pelo amigo. 

Os dois acreditam serem mais inteligentes que a maioria das pessoas. Para provar a teoria, eles planejam um assassinato que seria o crime perfeito, sem imaginar que uma pequena pista possa colocá-los no banco dos réus. 

Richard Fleischer foi um típico diretor hollywoodiano que explorou vários gêneros, sempre comandando filmes comerciais dos anos cinquenta até meados dos oitenta, entre eles “20 Mil Léguas Submarinas”, “Tora!, Tora!, Tora!” e “Conan – O Destruidor”. 

Este “Estranha Compulsão” apresenta uma interessante premissa, colocando dois sujeitos aparentemente normais agindo como psicopatas apenas para provar uma teoria absurda. 

A primeira hora prende a atenção através da estranha relação entre os dois amigos, que inclusive deixa implícita até mesmo uma atração de Judd por Arthur, além da investigação policial comandada por um veterano detetive (E. G. Marshall) e a curiosidade de um jovem jornalista (Martin Milner) que estuda na mesma universidade dos assassinos. 

A meu ver, a parte final perde pontos por tentar defender uma causa, que deixarei de citar para não estragar a surpresa para quem quiser assistir. Neste momento entra em cena o advogado vivido por Orson Welles, que faz um cansativo discurso de quase dez minutos. 

Eu esperava mais do filme, que na minha opinião resulta em uma obra apenas mediana. 

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Comédias Românticas com Meg Ryan

Nos anos noventa, atriz alguma protagonizou tantas comédias românticas como a belíssima Meg Ryan.

A atriz diminuiu bastante o ritmo de trabalho na última década. Seu papel mais recente foi no drama "Ithaca" em 2015, quando contracenou com o astro Tom Hanks pela quarta vez na carreira.

Nesta postagem, comento rapidamente oito filmes com a atriz.

Para quem sentir falta de "Harry Sally - Feitos um Para o Outro", pode ler uma postagem antiga.

Joe Contra o Vulcão (Joe Versus the Volcano, EUA, 1990) – Nota 5,5
Direção – John Patrick Shanley
Elenco – Tom Hanks, Meg Ryan, Lloyd Bridges, Dan Hedaya, Robert Stack, Abe Vigoda, Barry McGovern, Ossie Davis. Amanda Plummer.

Joe (Tom Hanks) abandona um tedioso serviço burocrático para aceitar uma proposta maluca feita por um milionário (Lloyd Bridges). Ele poderá usufruir de uma vida de rei durante algum tempo, ao final do período acertado terá de se jogar dentro de um vulcão como sacrifício. Antes da dar fim a vida, Joe se envolve com três mulheres (todas interpretadas por Meg Ryan). Esta comédia maluca fracassou merecidamente, mesmo com a presença de Tom Hanks. Na época, duas situações chamaram a atenção. O longa foi a estreia do roteirista John Patrick Shanley na direção, ele que era famoso por vencer o Oscar de Roteiro por “Feitiço da Lua”. O outro fato foi um boato de que o longa marcaria o retorno ao cinema do então ex-presidente americano Ronald Reagan. O que acabou não ocorrendo.

Sintonia de Amor (Sleepless in Seattle, EUA, 1993) – Nota 7,5
Direção – Nira Ephron                      
Elenco – Tom Hanks, Meg Ryan, Ross Malinger, Bill Pullman, Rosie O'Donnell, Rob Reiner, Rita Wilson, Gaby Hoffman, Carey Lowell.

O garoto Jonah (Ross Malinger) liga para um programa de rádio de Seattle para tentar conseguir um namorada para o pai viúvo Sam (Tom Hanks). Uma das muitas mulheres que ouvem programa é Annie (Meg Ryan), que mesmo vivendo longe de Seattle, se apaixona pela descrição do garoto. Aqui, a química entre Tom Hanks e Meg Ryan funciona perfeitamente, dando um plus para uma simpática história de amor, mesmo que previsível. O final é uma homenagem ao clássico “Tarde Demais Para Esquecer”.

A Teoria do Amor (I.Q., EUA, 1994) – Nota 6,5
Direção – Fred Schepisi
Elenco – Tim Robbins, Meg Ryan, Walter Matthau, Charles Durning, Stephen Fry, Frank Whaley, Tony Shalhoub, Lou Jacobi, Gene Saks.

Albert Enstein (Walter Matthau) utiliza sua inteligência para fazer sua sobrinha (Meg Ryan) abandonar o noivo arrogante (Stephen Fry) para se casar com um jovem mecânico (Tim Robbins). É uma comédia com uma premissa absurda que faz rir principalmente pelo talento do veterano Walter Matthau, impagável como Einsten. O restante segue a fórmula da comédias românticas comuns. 

Surpresas do Coração (French Kiss, Inglaterra / EUA, 1995) – Nota 7
Direção – Lawrence Kasdan
Elenco – Meg Ryan, Kevin Kline, Timothy Hutton, Jean Reno, François Cluzet, Suzan Anbe.

Kate (Meg Ryan) e Charlie (Timothy Hutton) estão prestes a se casar. Pouco tempo antes da cerimônia, Charlie viaja a trabalho para França e por lá acaba se apaixonando por um jovem. Ele termina o relacionamento com Kate por telefone, que não aceita a situação e decide buscar o noivo. No avião, ela senta ao lado de um vigarista francês (Kevin Kline), que a envolve numa confusão envolvendo um valioso colar. Os destaques deste simpático longa são as belíssimas locações no interior da França e a química entre uma esquentada Meg Ryan e um falastrão Kevin Kline.

A Lente do Amor (Addicted to Love, EUA, 1997) – Nota 5,5
Direção – Griffin Dunne
Elenco – Meg Ryan, Matthew Broderick, Kelly Preston, Tcheky Karyo, Maureen Stapleton.

O astrônomo Sam (Matthew Broderick) não se conforma por ter sido abandonado pela namorada Linda (Kelly Preston), que mudou para Nova York para viver com o novo amor, um francês chamado Anton (Tcheky Karyo). Sam segue a garota e consegue um apartamento em frente ao ninho de amor do novo casal, com o objetivo de espionar a ex. Logo, Sam descobre que a ex-noiva de Anton, a fotógrafa Maggie (Meg Ryan) planeja se vingar do sujeito. Os dois terminam por unir forças para destruir a vida de Linda e Anton. Explorando um premissa de filme pastelão, o longa se torna cansativo e sem graça ao criar situações forçadas, levando a um final totalmente previsível.

Mensagem Para Você (You've Got Mail, EUA, 1998) – Nota 7,5
Direção – Nora Ephron
Elenco – Tom Hanks, Meg Ryan, Greg Kinnear, Parker Posey, Jean Stapleton, Steve Zahn, Heather Burns, Dave Chappelle, Dabney Coleman, John Randolph, Michael Badalucco.

Kathleen (Meg Ryan) é a dona de uma pequena livraria que pertence a sua família há décadas. Vivendo um relacionamento desgastado com Frank (Greg Kinnear), ela todos os dias troca emails utilizando um apelido com um sujeito que conheceu pela internet. O homem é Joe Fox (Tom Hanks), que também está em um relacionamento com Patricia (Parker Posey). O que os dois amantes virtuais não sabem, é que estão prestes a se tornar concorrentes, pois a empresa de Joe planeja abrir uma grande livraria na mesma rua do estabelecimento de Kathleen. O roteiro não apresenta surpresas, porém funciona por causa da simpatia e da química entre Tom Hanks e Meg Ryan e pelos ótimos diálogos escritos pela diretora Nora Ephron. O sucesso do filme também se deve por ter explorado temas que estavam em ebulição na época. A internet estava se popularizando através de emails e chats, enquanto as grandes livrarias também estavam tomando o lugar das livrarias de bairro. É uma simpática diversão. 

Linhas Cruzadas (Hanging Up, EUA, 2000) – Nota 5,5
Direção – Diane Keaton
Elenco – Meg Ryan, Diane Keaton, Lisa Kudrow, Walter Matthau, Cloris Leachman, Adam Arkin.

Quando o velho Lou (Walter Matthau) está prestes a falecer, suas três filhas precisam acertar as pendências da família. Eve (Meg Ryan) é uma esposa dedicada, Georgia (Diane Keaton) é uma editora de revista e Maddy (Lisa Kudrow) uma atriz. As três sofrem desde que os pais se divorciaram. É basicamente um drama familiar com toques de comédia que não convence. O filme fica no meio termo entre os dois gêneros e jamais decola. O longa é mais lembrado por ter sido o último trabalho do grande Walter Matthau.

Kate e Leopold (Kate & Leopold, EUA, 2001) – Nota 6,5
Direção – James Mangold
Elenco – Meg Ryan, Hugh Jackman, Liev Schreiber, Breckin Meyer, Bradley Whitford, Philip Bosco, Natasha Lyonne, Paxton Whitehead.

Kate (Meg Ryan) e seu irmão Charlie (Breckin Meyer) moram em um apartamento em Nova York. O ex-namorado de Kate é o cientista Stuart (Liev Schreiber), que durante suas pesquisas descobre um portal do tempo que se abre na Ponte do Brooklyn. Ele decide atravessar o portal até 1870 e ao voltar é seguido por Leopold (Hugh Jackman), que fica maravilhado com o novo mundo. Ele é acolhido por Charlie, que acredita que o novo amigo seja um ator e também não demora para despertar o interesse romântico em Kate. Explorando a premissa de misturar ficção com romance, este simpático longa faz rir em algumas sequências por causa da diferença de costumes entre passado e presente. No restante, o roteiro é quadradinho e previsível. 

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Círculo

Círculo (Circle, EUA, 2015) – Nota 7,5
Direção – Aaron Hann & Mario Miscione
Elenco – Michael Nardelli, Allegra Masters, Molly Jackson, Jordi Vilasuso, Rene Heger, Julie Benz, Kaiwi Lyman, Lisa Pelikan, Matt Corboy.

Cinquenta pessoas despertam de pé em uma espécie de câmara futurista. Cada pessoa está em um pequeno espaço no chão demarcado pela cor vermelha. Quem tenta sair ou encostar na pessoa ao lado é morta por um raio disparado por um estranho objeto que está no meio do círculo. 

Para deixar a situação ainda mais absurda, a cada dois minutos um sinal sonoro avisa que alguém será morto. Desesperados, eles tentam descobrir o que está acontecendo e como as pessoas são escolhidas para serem sacrificadas. 

A dupla de diretores estreantes pegou a premissa da ficção “Cubo”, em que seis pessoas desconhecidas acordavam presas em um quarto e potencializou a história dando ênfase a luta do ser humano pela sobrevivência a qualquer custo através de diálogos que desmascaram preconceitos, ódio, caráter e valores de cada pessoa. 

Por mais que possa parecer clichê, são muito interessantes os diálogos entre o heterogêneo grupo de personagens. Temos o militar, o executivo, a mulher doente, a grávida, a criança, o negro rebelde, o ateu, o manipulador, o calado, entre vários outros. 

Quando pensamos que determinado personagem pode se tornar o protagonista, o mesmo é eliminado daqui dois minutos. Estes dois minutos de intervalo entre cada execução ajuda em acelerar os diálogos e variar os temas, sempre com algum personagem utilizando argumentos para tentar salvar a própria pele. 

O final pode desagradar alguns por não trazer uma explicação definitiva. Isso pode ser entendido como uma escolha dos diretores em criar uma discussão entre os espectadores ou também um gancho para uma sequência com uma história mais ampla. 

É uma ótima opção para o cinéfilo que gosta de filmes diferentes.    

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Being Charlie

Being Charlie (Being Charlie, EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Rob Reiner
Elenco – Nick Robinson, Morgan Saylor, Devon Bostick, Cary Elwes, Susan Misner, Common.

Após abandonar novamente uma clínica de reabilitação, o jovem Charlie (Nick Robinson) é obrigado pelo pai (Cary Elwes) a se internar em outro local. Caso Charlie não aceite, o próprio pai ameaça entregá-lo para polícia por causa de um problema que ele causou na antiga clínica. 

Além de ajudar o filho, a preocupação do pai é também sua candidatura ao governo da Califórnia. Charlie termina por aceitar a ordem do pai. Na nova clínica, ele tenta mudar de vida e se envolve com Eva (Morgan Saylor), que também é paciente. 

O longa segue a fórmula do “pobre menino rico” que não sabe o que fazer da vida e utiliza as drogas como desculpa para sua infelicidade. O roteiro é bem quadrado, segue os clichês do gênero, começando com a total rebeldia do protagonista, a tentativa de mudança, a recaída e por fim um recomeço de vida. 

Nada que se aprofunde no tema, talvez a única mensagem que fique seja que as terapias das clínicas de reabilitação tenham pouco efeito sobre os viciados, o que realmente faz diferença é a vontade da pessoa em abandonar o vício. 

O filme ganha pontos pela boa interpretação de Nick Robinson. Por mais que seu personagem seja um rebelde clichê, principalmente na primeira parte, o garoto consegue criar empatia com o público no desenrolar da trama. 

O resultado é um longa razoável e totalmente esquecível.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Manchester À Beira Mar

Manchester À Beira Mar (Manchester by the Sea, EUA, 2016) – Nota 9
Direção – Kenneth Lonergan
Elenco – Casey Affleck, Michelle Williams, Kyle Chandler, Lucas Hedges, C. J. Wilson, Susan Pourfar, Anna Baryshnikov, Gretchen Mol, Heather Burns, Matthew Broderick, Tate Donovan, Josh Hamilton, Kara Hayward.

Lee Chandler (Casey Affleck) trabalha como zelador em um conjunto de edifícios em Boston. Num certo dia, ele recebe um telefonema com a notícia de que seu irmão Joe (Kyle Chandler) faleceu. Lee é obrigado a voltar para a cidade litorânea de Manchester, sua terra natal e assim relembrar situações que marcaram sua vida para sempre. 

O grande acerto do diretor e roteirista Kenneth Lonergan foi desenvolver uma história extremamente triste de forma sóbria, sem apelar para o drama exagerado ou grandes reviravoltas. O diretor opta por dividir a história em duas narrativas. 

A principal segue o protagonista nos preparativos do funeral, nas decisões do que fazer com os bens do irmão e principalmente na questão do sobrinho adolescente (Lucas Hedges). Em paralelo, a segunda narrativa mostra em flashbacks os acontecimentos que mudaram a vida de Lee e do irmão Joe, fazendo o espectador entender o porquê da dificuldade de Lee em se readaptar ao local de nascimento e do seu temperamento introspectivo. 

É um filme que se apoia em personagens próximos da realidade, que enfrentam problemas que fogem do seu controle e que tentam seguir a vida mesmo assim. 

É extremamente interessante a forma como se desenvolve o personagem de Casey Affleck. A diferença de comportamento entre passado e presente exemplifica como uma vida pode entrar em parafuso após o destino ser cruel com a pessoa. A cena do diálogo na rua entre Casey Affleck e Michelle Williams é de cortar o coração. 

O resultado é um belíssimo drama.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Kóblic

Kóblic (Kóblic, Argentina, 2016) – Nota 7,5
Direção – Sebastian Borensztein
Elenco – Ricardo Darin, Oscar Martinez, Inma Cuesta.

Argentina, 1977. Tomás Kóblic (Ricardo Darin) é um piloto da Força Aérea Argentina que abandonou o trabalho após entrar em conflito com os superiores por ter sido obrigado a pilotar um “voo da morte”. Na época, a terrível ditadura argentina organizava voos noturnos clandestinos para jogar inimigos políticos no oceano. 

Kóblic despacha uma mulher de volta para Buenos Aires, provavelmente a esposa e segue para uma pequena cidade chamada Colonia Elena onde trabalhará com um velho amigo dono de aviões que pulverizam plantações na região. A presença do estranho no local chama a atenção do delegado corrupto (Oscar Martinez) e de uma jovem sofrida (Inma Cuesta). 

Este interessantíssimo longa tem como ponto de partida os problemas que a sociedade argentina vivia na época da ditadura, inseridos num contexto que lembra um western. O personagem de Darin é o estranho que chega ao pequeno povoado despertando curiosidade e inveja, enquanto sofre internamente com o trauma que carrega. Os personagens e as situações convergem para um inevitável e violento desfecho. 

Vale destacar que o diretor Sebastian Borenztein e o astro Ricardo Darin repetem a parceria do também competente “Um Conto Chinês"

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

À Espera de Turistas

À Espera de Turistas (Am Ende Kommen Touristen, Alemanha, 2007) – Nota 7
Direção – Robert Thalheim
Elenco – Alexander Fehling, Ryszard Ronczewski, Barbara Wysocka, Piotr Rogucki, Rainer Sellien.

O jovem alemão Sven (Alexander Fehling) troca a obrigatoriedade do serviço militar, por um trabalho voluntário no memorial de Auschwitz  na Polônia. 

A principal obrigação de Sven é cuidar de Krzeminski (Ryszard Ronczewski), um senhor de oitenta anos que foi detido pelos nazistas no campo de concentração durante a Segunda Guerra e que até hoje continua vivendo no local, sendo uma espécie de memória viva do Holocausto. 

Não demora para Sven perceber a dificuldade de um alemão ser aceito na Polônia. Por mais que ele tente ajudar aos pessoas ao seu redor e até crie um laço com uma jovem guia (Barbara Wysocka), ele é sempre visto como um intruso, alguém que não deveria estar naquele local. 

O foco principal do roteiro é mostrar que as feridas da Segunda Guerra talvez nunca cicatrizem. Por mais que as gerações atuais não tenham ligação alguma com o que ocorreu, a relação entre povos que se enfrentaram jamais será plena. 

É interessante e também triste, ver que a geração atual olha para um sobrevivente como o veterano Krzeminsnki como se fosse uma peça de museu, sem imaginar o sofrimento que ele passou ou entender porque ele continua contando sua história de vida. 

É um filme curto e que não chega a se aprofundar no tema, mas que vale pela sensibilidade de mostrar com delicadeza talvez o lugar mais triste do mundo, o campo de Auschwitz.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A Longa Noite de Loucuras

A Longa Noite de Loucuras (La Notte Brava, Itália / França, 1959) – Nota 7
Direção – Mauro Bolognini
Elenco – Jean Claude Brialy, Laurent Terzieff, Franco Interlenghi, Rosana Schiaffino, Elsa Martinelli, Tomas Milian, Mylene Demongeot, Antonella Lualdi.

Em Roma, dois jovens ladrões (Jean Claude Brialy e Laurent Terzieff) contratam duas prostitutas (Mylene Demongeot e Antonella Lualdi) para acompanhá-los enquanto tentam vender armas roubadas. 

Entre o final da tarde e a manhã do dia seguinte, a dupla se envolverá com outros vigaristas, com outras mulheres, entrará em brigas e aproveitará a noite. 

Considerado um clássico do cinema italiano, visto hoje, este interessante longa perde um pouco da força e da originalidade que demonstrava na época do lançamento. Talvez por eu já ter assistido muitos filmes com temas semelhantes, a saga dos jovens vigaristas não parece tão forte quanto o título original. Com exceção das armas roubadas, as outras confusões que os protagonistas amorais e gananciosos se envolvem não são muito diferentes do que faz a juventude atual. 

Vale destacar a beleza do elenco feminino e a interpretação de Antonella Lualdi como a jovem prostituta que sonha em se apaixonar. 

Como curiosidade, o clássico brasileiro “OsCafajestes” tem semelhanças com este longa.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Moonlight: Sob a Luz do Luar

Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight, EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Barry Jenkins
Elenco – Mahershala Ali, Naomi Harris, Alex R. Hibbert, Ashton Sanders, Trevante Rhodes, Janelle Monae, André Holland.

Em um bairro negro de Miami, o roteiro acompanha Chiron em três etapas de sua vida. 

A primeira fase foca em Chiron ainda criança (Alex R. Hibbert), quando foi apelidado de Little (Pequeno) pelos garotos da escola que o perseguiam. Sofrendo também em casa com a mãe drogada (Naomi Harris), Little termina por se apegar ao traficante Juan (Mahershala Ali) e sua namorada Teresa (Janelle Monae). 

A segunda parte segue Chiron adolescente (Ashton Sanders). Ainda mostrando timidez e sendo intimidado pelos jovens da escola, Chiron enfrenta uma fase decisiva na vida, onde precisará se impor. Internamente ele sofre com a dúvida sobre sua sexualidade. A fase final apresenta Chiron adulto (Trevante Sanders), que ganha a vida com o tráfico de drogas, mas que não consegue se desamarrar do passado. 

Com um elenco totalmente negro, o diretor e roteirista Barry Jenkins explora a difícil vida das pessoas que vivem em bairros pobres onde o tráfico de drogas e a violência predominam. O personagem principal é tudo o que uma pessoa não pode ser naquele local. Tímido e com bom coração, Chiron é empurrado para decidir entre aceitar ser uma vítima da sociedade ao seu redor ou enfrentar de peito aberto os inimigos e aceitar as consequências. 

Por mais que o longa seja sensível e ao mesmo tempo doloroso, algumas situações não convencem, como a transformação física do protagonista no terceiro ato a o reencontro que começa na lanchonete na parte final. 

Por tocar em temas polêmicos e atuais, com certeza a crítica especializada irá adorar. Como opinião pessoal, considero um bom filme, mas que poderia ser melhor caso tivesse se aprofundado na vida adulta do protagonista sem enfocar apenas na dúvida sexual da parte final.                                                         

sábado, 11 de fevereiro de 2017

O Salário do Pecado

O Salário do Pecado (The Naked Street, EUA, 1955) – Nota 6,5
Direção – Maxwell Shane
Elenco – Anthony Quinn, Farley Granger, Anne Bancroft, Peter Graves, Else Neft, Jerry Paris.

Nicky Bradna (Farley Granger) é um vigarista que termina condenado a morte após assassinar um comerciante durante um roubo frustrado. Sua sorte muda quando Phil Regal (Anthony Quinn), um notório líder criminoso, descobre que sua irmã Rosalie (Anne Bancroft) está grávida de Nicky. 

Phil pressiona as testemunhas do crime a mudarem seus depoimentos e consegue a reversão da pena. Nicky se casa Rosalie, porém longe do cunhado continua levando uma vida marginal, saindo com outras mulheres e participando de golpes. A relação entre os cunhados não demora para se transformar em conflito. 

Típico filme policial B doa anos cinquenta, este longa utiliza personagens comuns aos gênero, como o gângster, a jovem apaixonada e os pequenos vigaristas, além de um jornalista (Peter Graves) que narra a história e tem participação importante na trama. 

O destaque maior fica para o elenco. Peter Graves ficaria famoso com a série “Missão Impossível” nos anos sessenta, a então jovem Anne Bancroft se tornaria grande atriz e casaria com o diretor Mel Brooks, enquanto Anthony Quinn está perfeito como o gângster que é ao mesmo tempo violento e sentimental. O elo fraco do elenco fica com Farley Granger, ator do clássico “Pacto Sinistro” de Hitchcock, que não convence como o jovem vigarista. 

É um longa mediano, filmado em preto e branco e indicado para quem gosta do gênero,

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Ressurreição

Ressurreição (Risen, EUA, 2016) – Nota 6
Direção – Kevin Reynolds
Elenco – Joseph Fiennes, Tom Felton, Peter Firth, Cliff Curtis, Maria Botto, Luis Callejo, Antonio Gil, Stewart Scudamore, Richard Atwill.

Após participar de uma batalha contra rebeldes, Clavius (Joseph Fiennes) volta par Jerusalém no mesmo dia em que Jesus Cristo (Cliff Curtis) é crucificado. Com medo do corpo ser resgatado pelos discípulos que acreditam na ressurreição de Jesus após três dias, Pôncio Pilatos (Peter Firth) encarrega Clavius de selar o túmulo. 

Mesmo assim, no terceiro dia o corpo desaparece e alguns fiéis dizem ter visto Jesus vivo. Desta vez, Pilatos ordena que Clavius encontre o corpo antes da notícia se espalhar. Conforme se aprofunda na busca e nos interrogatórios com os discípulos, Clavius fica cada vez mais curioso em saber qual a verdade sobre Jesus. 

Apesar de ter ficado marcado negativamente pela parceria com Kevin Costner no fracassado “Waterworld”,  o diretor Kevin Reynolds tem um competente carreira com bons filmes como “A Fera da Guerra”, “Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões” e a minissérie “Hattfields & McCoys”. 

Nesta versão sobre a ressurreição de Jesus, Reynolds explora a história clássica do soldado romano que é convertido, o colocando como testemunha de alguns milagres. É uma escolha que os fiéis mais radicais não irão gostar, pois os milagres e alguns fatos são mostrados de forma diferente ao que está descrito na Bíblia. 

Analisando como cinema, o longa tem um ritmo irregular, principalmente na segunda metade quando testemunhamos a conversão do protagonista, que lembra muito o estilo dos filmes antigos do gênero como “O Rei dos Reis”. 

O elenco também não é dos melhores. Joseph Fiennes parece ter a mesma expressão durante todo o filme. 

A sessão vale apenas como curiosidade. 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

The Bay

The Bay (The Bay, EUA, 2012) – Nota 7,5
Direção – Barry Levinson
Elenco – Kether Donohue, Stephen Kunken, Christopher Denham, Frank Deal, Kristen Connolly, Will Rogers.

Em 2009, no dia da comemoração da Independência Americana, a cidade litorânea de Claridge em Maryland vê sua festa se transformar em horror quando muitas pessoas começam a passar mal. 

O que a princípio parecia uma intoxicação alimentar, não demora para se espalhar pela cidade causando bolhas e terríveis feridas pelo corpo das pessoas, que desesperadas tentam atendimento no único hospital da cidade. 

Por mais que o diretor Barry Levinson tenha comandado alguns filmes sérios como “Sleeppers – A Vingança Adormecida” e “Bugsy”, além de ser um dos produtores da violenta série “Oz – A Vida é uma Prisão”, este “The Bay” é um ponto fora da curva em sua carreira. Na verdade, o longa é muito mais parecido com o estilo de Oren Peli, um dos produtores deste filme e que dirigiu “Atividade Paranormal”. Provavelmente a influência de Oren Peli foi grande no trabalho de Levinson. 

O filme recebeu críticas ruins e acredito que sequer tenha sido lançado nos cinemas no Brasil, porém ao assistir tive uma ótima surpresa. O longa segue o estilo dos falsos documentários utilizando imagens de câmeras de segurança, celulares e skype, entre outros aparatos, para corroborar a denúncia de uma jovem repórter (Kether Donohue) que foi testemunha do ocorrido e que alguns anos depois decidiu contar sua versão da história. 

O roteiro faz uma forte crítica a degradação do meio ambiente através dos resíduos que são descartados de forma criminosa e as consequências que podem ocorrer por causa do fato, lógico que mostrado de uma forma extrema e assustadora, em alguns momentos lembrando o estilo gore. 

O desenvolvimento da trama segue várias personagens. Além da repórter, temos a dupla de cientistas que descobre algo de errado na água, o casal que está viajando para cidade em um barco, o prefeito corrupto, o médico que tenta salvar as pessoas sem saber o que está enfrentando, entre outros. 

É um filme competente na proposta de assustar o espectador, tanto pelas imagens fortes, como pelo terror psicológico de se imaginar que alguma ameaça para saúde pode estar presente em coisas simples do dia a dia que aparentemente são inofensivas.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Dias de Glória

Dias de Glória (Indigenes, Argélia / França / Marrocos / Bélgica, 2006) – Nota 8
Direção – Rachid Bouchareb
Elenco – Jamel Debbouze, Sami Bouajila, Samy Naceri, Roschdy Zem, Bernard Blancan, Mathieu Simonet, Assaad Bouab, Benoit Giros, Mélanie Laurent.

Segunda Guerra Mundial, 1943. Para combater os nazistas, o governo francês recruta soldados nas suas colônias na África. Argelinos e marroquinos se juntam ao exército francês com a promessa de que terão uma vida melhor após vencer a guerra. 

Como promessas geralmente são palavras ao vento, a cada nova missão os soldados africanos percebem que são apenas peões no jogo da guerra. Enquanto os soldados franceses conseguem folgas e promoções, os africanos enfrentam batalhas sem descanso. 

A participação dos soldados africanos na Segunda Guerra é fato pouco explorado no cinema. Mesmo em filmes que mostram batalhas na África, estes personagens eram apenas coadjuvantes. Neste longa, o roteiro segue sete personagens, com destaque para três deles. 

Said (Jamel Debbouze) é um jovem rude que saiu de uma vila isolada, não sabe ler e que se torna uma espécie de secretário do Sargento Martines (Bernard Blancan), que por seu lado esconde suas raízes árabes para manter viva sua ambição de ser promovido. O terceiro e mais importante personagem é o Cabo Abdelkader (Sami Bouajila). Homem estudado, educado e inteligente, luta sempre por um tratamento igualitário entre os soldados franceses e africanos e sonha em fazer carreira no exército. 

É um filme que apresenta ótimas cenas de ação realistas, ao estilo dos anos setenta, tem um roteiro que vai além da guerra e enfoca pessoas comuns que aceitaram lutar acreditando que teriam uma vida melhor após o conflito, muitos sem imaginar que a diferença entre sonho e realidade é enorme. 

Vale destacar a melancólica sequência final, que começa no cemitério e termina em um pequeno apartamento nos dias atuais.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

30 Dias de Noite

30 Dias de Noite (30 Days of Night, EUA / Nova Zelândia, 2007) – Nota 6,5
Direção – David Slade
Elenco – Josh Hartnett, Melissa George, Danny Huston, Ben Foster, Mark Boone Junior, Mark Rendall, Amber Sainsbury, Manu Bennett.

Numa pequena e isolada cidade do Alasca, um dia antes da região ser tomada pela escuridão que dura trinta dias seguidos, um grupo de vampiros chega ao local com o objetivo de se alimentar. 

O xerife Eben (Josh Hartnett), sua esposa Stella (Melissa George) e alguns moradores se abrigam no sótão de uma casa para tentar sobreviver até a volta da luz natural. 

Esta adaptação de uma história em quadrinhos apresenta uma premissa promissora ao criar uma caçada entre vampiros e humanos no meio de uma região isolada coberta de neve. 

Por mais que a parte técnica seja competente, principalmente a cidade montada em estúdio e as cenas de ataque dos vampiros, o longa perde pontos na narrativa irregular e no roteiro que deixa várias pontas. 

Os pulos no tempo e a falta de ação dos vampiros neste período incomodam, assim como alguns personagens que desaparecem e ressurgem na trama sem muita explicação. O personagem mais interessante é o estranho vivido por Ben Foster, que termina por ser pouco explorado. 

O resultado é um filme de terror mediano, daqueles que tendem a cair no esquecimento.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Shade - Nos Bastidores do Jogo

Shade – Nos Bastidores do Jogo (Shade, EUA, 2003) – Nota 6,5
Direção – Damian Nieman
Elenco – Stuart Townsend, Gabriel Byrne, Thandie Newton, Sylvester Stallone, Jamie Foxx, Melanie Griffith, Hal Holbrook, Bo Hopkins, Dina Merrill, Mark Boone Junior, Tony Amendola, Roger Guenveur Smith, Tony Burton.

Miller (Gabriel Byrne) e sua parceira Tiffany (Thandie Newton) são golpistas que agem em Las Vegas. Eles planejam ganhar uma bolada em uma jogatina clandestina. Para isso, eles se unem ao especialista em manipular cartas Vernon (Stuart Townsend) e ao jogador Jennings (Jamie Foxx). Este primeiro golpe é apenas um passo para o objetivo maior, que seria enfrentar Stevens (Sylvester Stallone), considerado uma lenda entre os jogadores de pôquer.  

Cassinos e mesas de jogos são elementos clássicos de filmes sobre golpes. Aqui, o filme explora este contexto e se apoia em personagens marginais que tentam enriquecer na base da esperteza e do talento com as cartas, além de duas reviravoltas não tão surpreendentes assim. 

Apesar da narrativa segurar a curiosidade do espectador, o roteiro falha ao inserir uma participação boba da Máfia. Além disso, as cenas nas mesas de jogos também são mornas. 

Como curiosidade, em um dos diálogos durante uma partida, um personagem é chamado de “Cincinnati”, que seria uma referência ao clássico sobre pôquer “A Mesa do Diabo (The Cincinnati Kid”), longa de Norman Jewison que trazia um sensacional duelo de jogadores entre o então novato Steve McQueen e o veterano Edward G. Robinson.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Duro de Prender

Duro de Prender (Prison, EUA, 1987) – Nota 4
Direção – Renny Harlin
Elenco – Viggo Mortensen, Lane Smith, Chelsea Field, Lincoln Kilpatrick, Tom Everett, Tommy “Tiny” Lister.

Após presenciar uma execução em uma cadeira elétrica na prisão, o guarda Sharpe (Lane Smith) passa a ter sonhos assustadores. Vinte e cinco anos depois, a mesma prisão onde ocorreu execução e que estava abandonada, é reativada através de um projeto e Sharpe é indicado para ser o diretor.

Um novo grupo de detentos é enviado para o local. Assim que é aberta a antiga sala de execuções, descargas elétricas começam a ocorrer, ferindo pessoas e destruindo aparelhos. 

Este filme B somente chegou ao Brasil em vhs no início dos anos noventa, após o diretor finlandês Renny Harlin ficar famoso com “Duro de Matar 2”. A distribuidora brasileira traduziu o título original para “Duro de Prender”, numa tentativa de fazer um paralelo entre os dois filmes. Este tipo de artimanha era comum na época e muitas vezes enganava parte do público.

É um filme ruim, com interpretações caricatas, uma história sem pé nem cabeça e efeitos especiais pra lá de vagabundos. Não vale nem como curiosidade trash. O único fato digno de nota é a presença de Viggo Mortensen antes de ficar famoso. 

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O Duelo & A Caminho do Oeste



O Duelo (The Duel, EUA, 2016) – Nota 6
Direção – Kieran Darcy Smith
Elenco – Woody Harrelson, Liam Hemsworth, Alice Braga, Emory Cohen, Felicity Price, William Sadler, Christopher James Baker, Christopher Berry.

Vinte e dois anos após testemunhar o pai morrer em um duelo de facas, David (Liam Hemsworth) se tornou um Texas Ranger. Ele recebe a missão de investigar o assassinato de mexicanos próximo a uma pequena vila isolada. A missão se torna mais perigosa porque o líder do local é Abraham (Woody Harrelson), o pistoleiro que matou seu pai e que agora diz ter sido tocado por Deus e ganhado a capacidade de curar pessoas. David segue com sua esposa Marisol (Alice Braga) para o local, com o objetivo de descobrir se o sujeito é o responsável pelas mortes dos mexicanos. 

É muito complicado produzir um western que foge dos padrões do gênero. Quase sempre estes experimentos falham. Aqui ocorre exatamente isso. O roteiro tenta transformar o personagem de Woody Harrelson ao mesmo tempo em um líder espiritual de uma seita e um bandido cruel do velho oeste. A narrativa irregular e a “disputa” pela personagem de Alice Braga beiram mais um suspense B do que um western, mesmo que na parte final o diretor explore o clichê do duelo entre os rivais e da violência dos tiroteios. 

O resultado é um filme estranho e irregular.

A Caminho do Oeste (Slow West, Inglaterra / Nova Zelândia, 2015) – Nota 6,5
Direção – John Maclean         
Elenco – Kodi Smit McPhee, Michael Fassbender, Ben Mendelsohn, Caren Pistorius, Andrew Robertt.

Jay (Kodi Smit McPhee) é um jovem escocês que saiu de seu pais natal para encontrar a garota por quem é apaixonado. A garota e o pai fugiram da Escócia e se refugiaram em uma região isolada do oeste americano. Sozinho, um pouco ingênuo e sem entender a brutalidade do local, Jay termina por contratar o pistoleiro Silas (Michael Fassbender) para levá-lo até seu destino. O que Jay não sabe, é que sua amada e o pai são procurados e que Silas pretende receber a recompensa. 

Este western filmado na Nova Zelândia explora a clássica premissa de unir dois personagens completamente diferentes entre si, criando um inusitado laço de amizade. Durante a viagem pela região selvagem, os protagonistas enfrentam índios e bandidos, além de uma dolorosa sequência com um casal desesperado. 

Por mais curioso que pareça por se tratar de um western, o roteiro enfoca também o romance, principalmente em algumas cenas em flashback, além de explorar a busca obstinada do garoto apaixonado interpretado por Kodi Smit McPhee. 

É um faroeste incomum, mesmo com direito a um violento tiroteio na sequência final.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O Grande Desafio

O Grande Desafio (The Great Debaters, EUA, 2007) – Nota 7,5
Direção – Denzel Washington
Elenco – Denzel Washington, Forest Whitaker, Nate Parker, Jurnee Smollett Bell, Denzel Whitaker, Jermaine Williams, John Heard, Kimberly Elise, Gina Ravera, Devyn A. Tyler.

Universidade de Wiley, Texas, 1935. Específica para alunos negros e localizada numa região onde o racismo era muito forte, o aprendizado teria de ir além da sala de aula.

Neste contexto, o professor Melvin Tolson (Denzel Washington) monta uma equipe de alunos para disputar debates com outros colégios. O rebelde Henry (Nate Parker), Hamilton (Jermaine Williams), a novata Samantha (Jurnee Smollett Bell) e o garoto James Farmer Jr (Denzel Whitaker), que é filho do pastor da cidade (Forest Whitaker), são os escolhidos pelo professor. 

Baseado em uma história real, este competente longa dirigido pelo astro Denzel Washington vai além da luta contra o preconceito racial. A proposta do personagem principal era que qualquer pessoa poderia mudar sua vida através da educação e por consequência com o conhecimento de seus direitos e deveres, mesmo vivendo em uma sociedade extremamente injusta. 

O roteiro não se aprofunda em alguns pontos, como a simpatia do personagem principal pelo comunismo e a sua vida como uma espécie de líder comunitário que tentava unir brancos e negros. 

No elenco, além das presenças sempre marcantes de Denzel Washington e Forest Whitaker, vale destacar a espontânea interpretação do garoto Denzel Whitaker, que não tem parentesco algum com os atores, mas que por coincidência carrega seus nomes. O garoto é o protagonista de algumas sequências importantes, principalmente seu discurso no debate final. 

É um filme sem surpresas, mas que cumpre o que promete.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Quase um Segredo

Quase um Segredo ou Pacto Maldito (Mean Creek, EUA, 2004) – Nota 7,5
Direção – Jacob Aaron Estes
Elenco – Rory Culkin, Ryan Kelley, Scott Mechlowicz, Trevor Morgan, Josh Peck, Carly Schroeder.

Sam (Rory Culkin) é agredido por um garoto maior e gordinho chamado George (Josh Peck). O irmão de Sam, Rocky (Trevor Morgan), convence dois colegas (Scott Mechlowicz e Ryan Kelly), além do próprio irmão para aplicarem um trote em George. 

Eles fingem que são amigos de George e o convidam para passear de barco em um rio nos arredores da cidade, como se fosse para comemorar o aniversário de Sam. Junto com os garotos segue a menina Millie (Carly Schroeder). Lógico que a brincadeira não acabará bem. 

Apesar de ficar claro desde início o que ocorrerá no passeio, o diretor Jacob Aaron Estes consegue cativar o espectador através do desenvolvimento dos personagens e do clima de tristeza e melancolia que permeia a vida dos mesmos. 

Os seis personagens em algum momento do filme demonstram o lado bom e também o lado ruim. O problema é que quando o lado ruim surge, os conflitos são potencializados pelo furor da adolescência e pelas frustrações pessoais que cada um carrega. 

É um filme triste, que faz pensar sobre as crises da adolescência e a dificuldade em se colocar no lugar do próximo.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Animais Noturnos

Animais Noturnos (Nocturnal Animals, EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Tom Ford
Elenco – Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor Johnson, Isla Fisher, Ellie Bamber, Armie Hammer, Karl Glusman, Robert Aramayo, Laura Linney, Andrea Riseborough, Michael Sheen.

Três narrativas em períodos diferentes amarram este interessante longa sobre vingança.

Nos dias atuais, Susan (Amy Adams), que é dona de uma galeria de arte, passa por uma crise no casamento com Hutton (Armie Hammer). Ao receber uma cópia do livro que o ex-marido Edward (Jake Gyllenhaal) terminou de escrever, Susan mergulha na assustadora trama literária e relembra o antigo relacionamento.

Estas duas narrativas são mostradas em flashback. A relação do ex-casal não chega a empolgar. Vemos o encontro que deu inicio ao namoro e as diferenças que levaram a separação. A crise de Susan com o marido também é desenvolvida friamente.  

A narrativa mais forte é com certeza a terceira, que foca na trama do livro. Nele, um pai de família chamado Tony Hastings (Jake Gyllenhaal novamente), sua esposa (Isla Fisher) e sua filha adolescente (Ellie Bambier) são perseguidos em uma estrada deserta do Texas por um carro com três sujeitos perigosos, situação que resulta em consequências trágicas.

É um filme que dividiu a crítica. A ótima parte técnica e a narrativa estilosa chamam a atenção, por outro lado, a diferença de qualidade das tramas atrapalha um pouco. Os dramas dos casamentos da personagem de Amy Adams perdem muito em relação a trama do livro, que por si só carrega o filme. Mesmo que a cena final entregue a verdade, é legal a pequena dúvida que fica durante o filme, se realmente a história do livro ocorreu ou não com o escritor. 

Por mais que Amy Adams e Jake Gyllenhall tenham atuações corretas, os destaques do elenco ficam para dois coadjuvantes. O sempre marcante Michael Shannon rouba a cena como o policial texano clássico e um irreconhecível Aaron Taylor Johnson se mostra assustador como um dos delinquentes da estrada. 

Apesar da irregularidade, o resultado é bom filme.