sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O Fio da Inocência & Violento e Profano


O Fio da Inocência (Felicia’s Journey, Canadá / Inglaterra, 1999) – Nota 6,5
Direção – Atom Egoyan
Elenco – Bob Hoskins, Elaine Cassidy, Arsinée Khanjian, Peter McDonald, Gerald McSorley.

No interior da Irlanda, ao avisar o namorado que está grávida, a garota Felicia (Elaine Cassidy) descobre que o jovem está indo para Londres em busca de emprego. Ele não deixa o novo endereço e diz que entrará em contato logo. Humilhada pelo pai que não aceita a gravidez, Felicia decide seguir para Londres em busca do namorado. Na cidade grande, ela cruza o caminho de Joe Hilditch (Bob Hoskins), um chef administrador de uma empresa de cozinha industrial. A aparente bondade do sujeito esconde um perigoso segredo.

Este filme dirigido pelo egípcio Atom Egoyan começa como uma drama e na metade final se transforma num suspense no mínimo estranho. A ingênua personagem de Elaine Cassidy é manipulada pelo esquisito Bob Hoskins, que vê na garota uma semelhança com sua mãe (Arsinée Khanjian), que era uma famosa chef de cozinha na tv. As cenas em que o personagem de Hoskins assiste as fitas da mãe e vê a si próprio como criança são de uma tristeza enorme, sequências patéticas para um adulto. No meio de toda esta mistura, ainda surge a questão religiosa na parte final através de uma missionária maluca.

A carreira de Egoyan é irregular, considero como seu melhor filme o recente “MemóriasSecretas”, ótimo longa protagonizado pelos veteranos Christopher Plummer, Martin Landau e Bruno Ganz. Este "O Fio da Inocência" é estranho e no máximo razoável.

Violento e Profano (Nil by Mouth, Inglaterra / França, 1997) – Nota 6,5
Direção – Gary Oldman
Elenco – Ray Winstone, Kathy Burke, Charlie Creed Miles, Laila Morse, Jamie Foreman.

Único filme dirigido pelo ator Gary Oldman, este longa foca na vida de uma família de classe baixa que vive em Londres em meio as drogas, a bebida e a violência. Oldman se baseou na sua própria experiência de vida para contar esta trágica história. 

O protagonista é o violento Raymond (Ray Winstone), que vive com a esposa grávida (Kathy Burke), o cunhado drogado (Charlie Creed Miles) e sua sogra (Laila Morse). Não existe espaço para amor, afeto ou amizade, as relações são cruas. 

O roteiro escrito por Oldman retrata um mundo sem perspectivas, onde a bebida e as drogas são os escapes para as frustrações, chegando até o momento em que a violência explode em algumas cenas cruéis. Até mesmo a forma de falar é peculiar. Ouvimos um inglês repleto de palavrões e gírias, parecendo uma língua diferente. 

É um filme triste sobre uma realidade cruel. 

2 comentários:

Liliane de Paula disse...

Gary Oldman tem cara de desajustado sempre.
Nem gosto dele por isso.
Mas é uma história cruel mas real.
Merece ser assistida.

Hugo disse...

Liliane - Gary Oldman se inspirou em sua própria história de vida.