quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Dias de Glória

Dias de Glória (Indigenes, Argélia / França / Marrocos / Bélgica, 2006) – Nota 8
Direção – Rachid Bouchareb
Elenco – Jamel Debbouze, Sami Bouajila, Samy Naceri, Roschdy Zem, Bernard Blancan, Mathieu Simonet, Assaad Bouab, Benoit Giros, Mélanie Laurent.

Segunda Guerra Mundial, 1943. Para combater os nazistas, o governo francês recruta soldados nas suas colônias na África. Argelinos e marroquinos se juntam ao exército francês com a promessa de que terão uma vida melhor após vencer a guerra. 

Como promessas geralmente são palavras ao vento, a cada nova missão os soldados africanos percebem que são apenas peões no jogo da guerra. Enquanto os soldados franceses conseguem folgas e promoções, os africanos enfrentam batalhas sem descanso. 

A participação dos soldados africanos na Segunda Guerra é fato pouco explorado no cinema. Mesmo em filmes que mostram batalhas na África, estes personagens eram apenas coadjuvantes. Neste longa, o roteiro segue sete personagens, com destaque para três deles. 

Said (Jamel Debbouze) é um jovem rude que saiu de uma vila isolada, não sabe ler e que se torna uma espécie de secretário do Sargento Martines (Bernard Blancan), que por seu lado esconde suas raízes árabes para manter viva sua ambição de ser promovido. O terceiro e mais importante personagem é o Cabo Abdelkader (Sami Bouajila). Homem estudado, educado e inteligente, luta sempre por um tratamento igualitário entre os soldados franceses e africanos e sonha em fazer carreira no exército. 

É um filme que apresenta ótimas cenas de ação realistas, ao estilo dos anos setenta, tem um roteiro que vai além da guerra e enfoca pessoas comuns que aceitaram lutar acreditando que teriam uma vida melhor após o conflito, muitos sem imaginar que a diferença entre sonho e realidade é enorme. 

Vale destacar a melancólica sequência final, que começa no cemitério e termina em um pequeno apartamento nos dias atuais.

2 comentários:

Liliane de Paula disse...

Não conheço os atores.
Não sei se gostaria. Acho que não.

Hugo disse...

Liliane - É um tema específico, nem todo mundo gosta, porém o filme é muito bom.