quarta-feira, 29 de junho de 2016

O Crítico

O Crítico (El Critico, Argentina / Chile, 2013) – Nota 6,5
Direção – Hernan Guerschuny
Elenco – Rafael Spregelburd, Dolores Fonzi, Ignacio Rogers, Telma Crisanti, Ana Katz, Daniel Kargieman.

Victor Tellez (Rafael Spregelburd) é um veterano crítico de cinema que escreve para um jornal de Buenos Aires. Frustrado com a vida, Tellez também não sente prazer algum com cinema. Suas críticas geralmente detonam os filmes românticos. 

Sua vida muda quando cruza o caminho de Sofia (Dolores Fonzi), uma mulher com temperamento completamento diferente. Sem entender, aos poucos Tellez se envolve com Sofia como se fosse uma história de amor igual aos filmes que ele detesta. 

A proposta do roteiro escrito pelo diretor Hernan Guerschuny funciona apenas em parte. É interessante como Tellez e seus colegas de crítica assistem aos filmes em uma pequena sala como obrigação, sem entusiasmo ou reação alguma. Parecem aqueles funcionários que cumprem o horário pensando em ir para casa, para depois se reunirem no bar e falarem mal do emprego. 

A escolha de fazer com que o protagonista sofra por amor, da mesma forma que os personagens dos filmes que ele crítica, é uma espécie de piada que brinca com os clichês dos filmes românticos. 

Um ponto falho está na subtrama que se mostra caricata sobre um jovem cineasta que odeia Tellez e o persegue.

Como opinião pessoal, acredito que o filme seria melhor se o roteiro explorasse mais a questão da relação pessoal do crítico com o cinema, deixando um pouco de lado o envolvimento amoroso que em momento algum engrena. 

6 comentários:

Anônimo disse...

Essa pegada irônica do filme me intriga, tanto que já tive vontade de assistir. Porém, confesso que não curto muito sátiras românticas. Não sei, percebi que você não gostou muito.

Mas deve ser interessante esse lado do cinema, mesmo que não explore muito.

Bjs ;)

Liliane de Paula disse...

Acho que ia gostar.
Normalmente histórias de amor e de vidas, me interessam.

Vc assistiu Divida de Honra, o faroeste que comentei?
Vc acha que a personagem se enforca porquê?

Queria poder me pendurar num IPAD ou no Computador e ficar vendo filmes e mais filmes.

Hugo disse...

Ana - Eu esperava mais por causa da premissa. Como citei no texto, o romance não convence.

Liliane - Ele se enforca por causa dos sofrimentos que enfrentou, incluindo ser rejeitado pelos homens.

Amanda Aouad disse...

É isso, gosto da premissa do crítico, das discussões pós cabines, etc. Mas, essa ideia de fazer uma comédia romântica fingindo está ironizando ela, acaba sendo boba.

bjs

Marília Tasso disse...

Eu gostei do filme, soube brincar com a figura do crítico, muito bem protagonizado por Rafael Spregelburd, e os clichês das comédias românticas. Tenho anotado uma frase do filme que diz:

"Há dois tipos de pessoas. Aquelas que, ao sair do cinema, vão até o bar e falam, falam para explicar uns aos outros o que acabaram de ver. E aquelas que, ao sair caminham, caminham para evitar que se esvaia a sensação que estão sentindo."

Hugo disse...

Amanda - Também não gostei da escolha do diretor.

Marília - Esta ótima frase que você cita, está muito mais ligado a atuação do crítico do cinema, do que a trama romântica criada pelo diretor. Por isso, acredito que o roteiro poderia ter ser aprofundado na vida profissional do crítico.

Abraço