sábado, 23 de maio de 2015

O Passado

O Passado (Le Passé, França / Itália / Irã, 2013) – Nota 8
Direção – Asghar Farhadi
Elenco – Bérénice Bejo, Ali Mosaffa, Tahar Rahim, Pauline Burlet, Elyes Aguis, Jeanne Jestin, Sabrina Ouazani, Babak Karimi.

Após quatro anos vivendo em sua terra natal no Irã, Ahmad (Ali Mosaffa) retorna para França a pedido da ex-esposa Marie (Bérénice Bejo) que deseja oficializar o divórcio. Ao chegar na casa da ex-esposa, Ahmad se surpreende ao saber que ela pretende se casar novamente e também com o comportamento da filha mais velha de Marie, a jovem Lucie (Pauline Burlet), que não aceita o novo relacionamento da mãe com Samir (Tahar Rahim de “O Profeta”), que também tem um filho pequeno chamado Fouad (Elyes Aguis). 

Lucie e sua irmã pequena Léa (Jeanne Jestin) são frutos do primeiro casamento de Marie, mas criaram um laço especial com Ahmad. Marie utiliza este laço para fazer com que Ahmad converse com Lucie para descobrir qual o problema da garota com Samir. Sem perceber, Ahmad é levado para o meio de uma crise de família que não é mais a dele, ao mesmo em que ele não consegue esconder o carinho pelas meninas e a preocupação com a situação. 

Depois dos ótimos “Procurando Elly” e “A Separação”, este último premiado com o Urso de Ouro em Berlim, o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, novamente o diretor e roteirista iraniano Asghar Farhadi entrega um belíssimo drama. Sem trilha sonora, utilizando apenas o som ambiente, focando em diálogos e situações do dia a dia, Farhard prende a atenção do espectador desvendando aos poucos os segredos por trás das atitudes de cada personagem. 

Diferente do cinema iraniano dos anos noventa, que apresentava uma narrativa extremamente lenta em tramas cheias de simbolismos, o estilo de Farhadi é voltado para os dramas pessoais do mundo real, com ênfase nos personagens. 

O tópico principal aqui são as consequências das atitudes dos personagens, que agem pensando apenas em si mesmos, causando sofrimento em quem está próximo. O personagem de Ahmad se torna o catalisador da lavagem de roupa suja. 

Agora é esperar o próximo drama comandado por Asghar Farhadi. 

2 comentários:

Amanda Aouad disse...

Preciso ver esse ainda, gosto muito do cinema de Asghar Farhadi.

bjs

Hugo disse...

Amanda - Os três que assisti do diretor são ótimos.

Bjos