domingo, 17 de maio de 2015

Delírios de um Anormal

Delírios de um Anormal (Brasil, 1978) – Nota 4
Direção – José Mojica Marins
Elenco – José Mojica Marins, Jorge Peres, Magna Miller, Jaime Cortez.

O conceituado psiquiatra Hamilton (Jorge Peres) começa a imaginar que sua esposa Tânia (Magna Miller) será levada por Zé do Caixão (José Mojica Marins), sendo a escolhida para ter seu filho. Aos poucos, Hamilton vai enlouquecendo, tendo alucinações terríveis. Para tentar ajudá-lo, outros psiquiatras chamam José Mojica Marins para um espécie de terapia de choque, mostrando para Hamilton que Zé do Caixão é apenas um personagem. 

O longa em si é um colcha de retalhos com cenas de diversos outros filmes de Mojica, mas existe uma explicação. Nos anos setenta, a única forma de fazer um filme no Brasil era com dinheiro público e para isso existia a Embrafilme, que na época era dominada por cineastas do chamado “Cinema Novo”, que viam no filmes de terror de Mojica algo inferior, que não merecia ser financiado. 

Sem este dinheiro e com dificuldade de conseguir outras fontes para produzir seus filmes, principalmente porque mesmo nos sucessos Mojica deixou de ganhar muito dinheiro (esta história está muito bem detalhada no livro “Maldito” de André Barcinski), o resultado aqui é quase um protesto cinematográfico.

Para tristeza de seus fãs e do cinema, Mojica ficou mais trinta anos esperando um financiamento decente para concluir um novo longa de terror. Neste meio tempo, ele produziu filmes pornográficos nos anos oitenta e dos noventa em diante se tornou esta figura curiosa que utilizou seu personagem Zé do Caixão em programas de TV como o Cine Trash até mesmo nas Noites de Terror do antigo Playcenter em São Paulo. 

Uma pena, o maior diretor do gênero terror do nosso país ficar tanto tempo afastado das telas.

2 comentários:

Pedrita disse...

eu me sinto absolutamente péssima por não ter visto filmes do zé do caixão. adoro o gênero e amo filmes kitsch. beijos, pedrita

Hugo disse...

Pedrita - Este é o filme mais fraco do diretor, porém as obras anteriores são clássicos do terror. Quando tiver oportunidade, assista.

Bjos