sábado, 31 de janeiro de 2015

A Boa Mentira

A Boa Mentira (The Good Lie, Quênia / Índia / EUA, 2014) – Nota 7,5
Direção – Philippe Falardeau
Elenco – Reese Whiterspoon, Arnold Oceng, Ger Duany, Eammnuel Jal, Corey Stoll, Kuoth Wiel, Sarah Baker, Femi Oguns.

De 1983 até 2005, o Sudão sofreu com uma sangrenta guerra civil que deixou um número gigantesco de crianças orfãs, que ficaram conhecidas como “as crianças perdidas do Sudão”, tema que rendeu uma famoso documentário em 2003. Este drama ficcional do canadense Philippe Falardeau, utiliza esta terrível história como premissa. 

O longa é dividido em duas partes, começando nos anos oitenta numa pequena vila no sul do Sudão, quando soldados invadem o local com o objetivo de assassinar todos os moradores. Um grupo de crianças consegue escapar e inicia uma jornada de milhares de quilômetros no deserto em direção a Etiópia a princípio e depois para o Quênia, enfrentando fome, sede, animais selvagens e soldados. São pouco mais de meia-hora de duração que parecem demorar horas, não por ser um filme ruim, mas pelo sofrimento e a violência enfrentada pelas crianças. É de amolecer o coração do sujeito mais duro. 

A segunda parte se passa treze anos depois, em 2001, quando quatro sobreviventes daquela jornada, que moram num acampamento, são escolhidos para viverem nos Estados Unidos como refugiados. A partir daí a trama foca nas dificuldades de adaptação dos amigos ao novo país e principalmente com a nova cultura, além dos traumas que carregam pelo sofrimento que passaram, porém sem apelar para exageros. 

A personagem de Reese Whiterspoon surge como a responsável por ajudá-los a conseguir emprego e aos poucos cria um forte laço de amizade. 

Mesmo com alguns dramas, a parte final é mais leve, resultando até em sorrisos em algumas sequências. 

Como informação, na fase adulta, os sudaneses são interpretados por refugiados verdadeiros ou filhos destes que sofreram com a guerra no Sudão. 

Entendo que o objetivo do filme foi alcançado, equilibrar as emoções entre a tragédia e a esperança, com a mensagem de que para enfrentar obstáculos é sempre melhor estar acompanhado, além de mostrar a insanidade da guerra.   

4 comentários:

Amanda Aouad disse...

Coincidência, acabei de ver o filme no Netflix, rsrs. Só que lá o nome está Uma Boa Mentira, estava procurando pra ver afinal como ficou o nome aqui no Brasil e continuo confusa, o imdb diz Uma Boa Mentira também, mas em outros site e até na foto que você colocou do Blu-ray tá A boa mentira.

De qualquer maneira, o filme atinge seu objetivo mesmo, tenho algumas questões em relação a visão dos Estados Unidos e tal, mas é um filme interessante.

bjs

Hugo disse...

Amanda - Eu também fiquei em dúvida quanto ao título e escolhi colocar o que encontrei em alguns sites da net.

Realmente o filme tem uma visão americana da situação, mas isso não atrapalha o resultado, principalmente a triste primeira parte com as crianças.

Bjos

Pedrita disse...

não sabia que tinha um documentário sobre essa trágica história. vou procurar. pena que focaram a promoção do filme na figura da reese que é muito coadjuvante e mal aparece. mas entendo q o filme só seria visto, principalmente nos estados unidos, se tivesse esse recurso. beijos, pedrita

Hugo disse...

Pedrita - É normal as histórias serem "adaptadas" de uma forma para atingir um público maior.

Bjs