terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias

O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (Brasil, 2006) – Nota 7,5
Direção – Cao Hamburger
Elenco – Michel Joelsas, Germano Haiut, Simone Spoladore, Caio Blat, Eduardo Moreira, Paulo Autran, Daniela Piepszyk, Liliana de Castro, Rodrigo dos Santos, Abrahão Farc.

No início de 1970, o menino Mauro (Michel Joelsas) sai de Belo Horizonte com os pais (Eduardo Moreira e Simone Spoladore) com destino ao bairro do Bom Retiro em São Paulo. O casal deixa o garoto na porta do edifício onde vive o avô (Paulo Autran), diz que estão saindo de férias e que voltarão até o início da Copa do Mundo do México no meio do ano. 

Praticamente abandonado, Mauro descobre que seu avô faleceu no dia anterior. Sem ter para onde ir, Mauro é acolhido a contragosto pelo vizinho judeu Shlomo (Germano Haiut), com quem criará um laço de amizade enquanto espera pela volta dos pais. 

Este simpático longa tem um roteiro assinado por Claudio Galperin, Adriana Falcão, Bráulio Mantovani, Anna Muylaert e o diretor Cao Hamburger, este último que utilizou lembranças da própria infância para desenvolver a história. Cao é filho de professores que durante a ditadura foram presos por ajudar pessoas consideradas subversivas. O fato fez com Cao tivesse de passar alguns dias com os avós, sendo que um deles era judeu. 

A dificuldade do garoto em entender o modo de vida dos judeus ortodoxos e a tristeza pela distância dos pais em parte são compensadas pelas amizades com as crianças do bairro e o amor pela futebol, da mesma forma como deve ter acontecido com Cao. 

A atuação natural do garoto Michael Joelsas vale o destaque, ele que foi escolhido em meio a centenas de crianças candidatas ao papel. 

Este foi o penúltimo trabalho do grande Paulo Autran, que tem uma pequena participação e que faleceria no ano seguinte. 

Como informação, o bairro do Bom Retiro era o reduto da colônia judaica em SP até os anos noventa. A partir daí, as novas gerações de judeus se mudaram para bairros de classe média alta como Higienópolis e Pacaembu, enquanto o Bom Retiro foi tomado por coreanos e bolivianos. 

4 comentários:

Pedrita disse...

eu amo esse filme, é simplesmente maravilhoso. vi nos cinemas. beijos, pedrita

Hugo disse...

Pedrita - O filme é sensível e simpático.

Bjos

Amanda Aouad disse...

É um filme sensível que fala muito bem de ditadura e futebol pela visão da criança. Gosto bastante.

bjs

Hugo disse...

Amanda - O diretor Cao Hamburger é especialista para trabalhar com crianças, vide "O Castelo Ra-Tim-Bum".

Bjos