quinta-feira, 31 de julho de 2014

Kids

Kids (Kids, EUA, 1995) – Nota 7
Direção – Larry Clark
Elenco – Leo Fitzpatrick, Justin Pierce, Chloe Sevigny, Rosario Dawson.

Em Nova York, vários adolescentes passam o tempo bebendo, usando drogas e fazendo sexo sem proteção. O personagem principal é Telly (Leo Fitzpatrick), um adolescente com atitudes de canalha que tem como objetivo transar com o maior número possível de garotas virgens e depois se vangloriar das conquistas com o amigo Casper (Justin Pearce). 

Uma das garotas que ele deflorou foi Jennie (Chloe Sevigny), que ao acompanhar a amiga Ruby (Rosario Dawson) para fazer um teste de HIV, descobre ser portadora do vírus. A ironia é que Jenny teve apenas um parceiro, enquanto Ruby transou com vários garotos sem proteção e não está infectada. Atordoada com a notícia, Jenny decide procurar Telly para contar sobre a o problema, ao mesmo tempo em que o garoto já tem outra menina virgem como objetivo sexual. 

O então fotógrafo Larry Clark estreou como diretor neste polêmico longa que chegou a ser proibido em alguns países por mostrar adolescentes em cenas fortes de sexo simulado, além dos diálogos diretos sobre sexo. Era uma realidade que muitos não queriam encarar nos anos noventa, de que os adolescentes estavam fazendo sexo cada vez mais cedo e que a AIDS era uma grande ameaça para estes jovens. 

A forma nua e crua com que o diretor abordou o tema também assustou público e crítica. Mesmo após vinte anos, ainda é forte a cena em que várias adolescentes na faixa de doze a catorze anos falam abertamente sobre suas experiências sexuais, como se fossem mulheres maduras, sem contar a chocante sequência final. 

O filme revelou as atrizes Chloe Sevigny e Rosario Dawson, que ainda eram adolescentes e também o ator Leo Fitzpatrick, que não chegou a ser famoso, mas que teve papel interessante na série “The Wire”. 

Este longa pode ser considerado o primeiro de uma trilogia comandada por Clark sobre o mundo adolescente, composta ainda por “Bully” que foca a violência e “Ken Park” que tem como ponto principal o sexo como distúrbio de comportamento. 

Analisando como cinema, estas obras não são grandes filmes, o que chama a atenção é a coragem de mostrar situações que a sociedade prefere esconder debaixo do tapete. 

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