terça-feira, 8 de julho de 2014

A Faca na Água

A Faca na Água (Nóz W Wodzie, Polônia, 1962) – Nota 8
Direção – Roman Polanski
Elenco – Leon Niemczyk, Jolanta Umecka, Zygmunt Malanowicz.

O casal Andrzej (Leon Niemczyk) e Krystyna (Jolanta Umecka) está viajando de carro por uma estrada no interior da Polônia quando um jovem (Zygmunt Malanowicz) praticamente se joga na frente do automóvel pedindo carona. O fato irrita Andrzej, que em seguida de forma surpreendente decide dar carona ao sujeito. Ao chegaram num pier à beira de um lago isolado onde o casal tem um pequeno barco, Andrzef novamente surpreende ao convidar o jovem para velejar com eles. Sem tem o que fazer, seduzido pela chance de aproveitar um estilo de vida diferente do seu e também atraído pela bela Krystyna, o jovem embarca no passeio que aos poucos se transforma numa disputa entre os dois sujeitos. 

Este longa que marcou a estreia de Roman Polanski atrás das câmeras, chamou a atenção da crítica e colocou o nome do diretor no cenário mundial, abrindo caminho para realizar o clássico “Repulsa ao Sexo”. 

Por ser o primeiro trabalho na direção, o longa surpreende pela firmeza de Polanski e principalmente por contar uma história simples recheada de pequenos detalhes que fazem toda a diferença no resultado. Os olhares entre o trio de protagonistas, as cenas em que a bela Krystyna aparece de biquíni ou com a silhueta nua e os diálogos cheios de ironia e dupla sentido são exemplos. 

Os personagens se mostram complexos, como o marido que está chegando na meia-idade e que tenta se mostrar forte para esconder a insegurança no casamento. Ele procura humilhar o jovem caronista para marcar seu território e se sentir jovem, vendo no garoto o que gostaria de ser, enquanto o jovem sem nome aceita a situação esperando uma chance de conseguir o que deseja. A esposa a princípio se mostra fria, fica claro que o casamento tem problemas, até que um determinado fato desperta o fogo que está escondido naquele belo corpo. 

O resultado é um filme em preto e branco com estilo europeu,  muito próximo dos trabalhos da primeira fase da carreira de Polanski, como “O Inquilino” e “Repulsa ao Sexo”.

4 comentários:

Gustavo disse...

Entendo as motivações de quem admira, mas achei frouxo e desinteressante. Prefiro os Polanskis seguintes!

Hugo disse...

Gustavo - Considero que é um filme começa lento, mas que cresce com o decorrer da trama.

Abraço

Alan Raspante disse...

Vi muito pouco do Polanski. Muito mesmo... Tanto que nunca nem tinha procurado saber sobre o seu primeiro trabalho... Taí um filme que preciso ver, e um diretor que preciso conhecer mais (mais do que 'O Bebê de Rosemary', rs)

Hugo disse...

Alan - Polanski tem uma carreira com muitos altos e alguns baixos.

Com certeza vale conhecer suas obras.

Abraço