segunda-feira, 19 de maio de 2014

O Menino do Pijama Listrado & A Menina que Roubava Livros


O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas, Inglaterra / EUA, 2008) – Nota 7,5
Direção – Mark Herman
Elenco – Asa Butterfield, Vera Farmiga, David Thewlis, Rupert Friend, David Hayman, Amber Beattie, Jack Scanlon, Cara Horgan, Jim Norton.

No início da Segunda Guerra, o garoto Bruno (Asa Butterfield) vive em Berlim numa bela casa com os pais (Vera Farmiga e David Thewlis) e a irmã mais velha (Amber Beattie). O pai, que é oficial da exército nazista, recebe a missão de comandar um campo de concentração no interior do pais. A princípio, a esposa sente orgulho do marido sendo promovido, já Bruno fica triste em abandonar os amigos. A família passa a morar numa enorme casa em local afastado, mesmo assim, Bruno consegue ver da sua janela o campo de concentração, o que pela ingenuidade de sua idade acredita ser uma fazenda onde os fazendeiros usam roupas estranhas que parecem pijamas. 

Numa de suas escapadas de casa, Bruno encontra a cerca de arame farpado que mantém os judeus presos e acaba fazendo amizade com um garotinho (Jack Scanlon), que se esconde naquele local para ficar sozinho e diminuir seu sofrimento. Esta relação fará com que aos poucos Bruno perceba que há algo de errado com a situação, mesmo não entendendo exatamente o que está acontecendo. 

Baseado num livro de sucesso, este longa tem como ponto principal mostrar uma terrível situação como a tragédia dos campos de concentração através do olhar puro de uma criança. Sem os vícios e os preconceitos de um adulto, o personagem do garoto Asa Butterfield (que comprovaria seu talento em “A Invenção de Hugo Cabret”) questiona fatos que são refutados por seu professor (Jim Norton) e pelo pai de forma absurda, cegos pela doutrinação do regime nazista. 

Outro ponto interessante é a reação da mãe interpretada por Vera Farmiga, que enquanto usufrui de sua vida burguesa na cidade se mostra feliz com o trabalho do marido, mas quando se torna testemunha ocular dos crimes que seu par comanda, sua vida desaba. É como se a tragédia não existisse enquanto estivesse longe, algo que provavelmente ocorreu com parte da população alemã, que fechou os olhos por medo ou por omissão. 

O final do longa é um verdadeiro soco no estômago do espectador.

A Menina que Roubava Livros (The Book Thief, EUA / Alemanha, 2013) – Nota 7,5
Direção – Brian Percival
Elenco – Sophie Nélisse, Geoffrey Rush, Emily Watson, Nico Liersh, Ben Schnetzer.

Alemanha, 1938, a garota Liesel Meminger (Sophie Nélisse) vê seu irmão pequeno morrer e sua mãe ser levada pelos nazistas por ser comunista. Liesel é enviada a uma cidade do interior do país onde é adotada pelo casal Hubermann. Hans (Geoffrey Rush) é um sujeito simples e bem humorado, enquanto sua esposa Rosa (Emily Watson) é uma pessoa de temperamento difícil. A adaptação na nova vida no início é complicada, mas melhora quando Liesel faz amizade com o vizinho Rudy (Nico Liersh). 

Aos poucos a garota percebe que existe algo de errado com o apoio de parte da população ao nazismo, principalmente após queimarem centenas de livros em praça pública e quando a perseguição aos judeus aumenta e o jovem Max (Ben Schnetzer) é acolhido pela família Hubermann que o esconde no porão da pequena casa. 

Baseado num famoso livro, este drama tem uma interessante história sobre como viviam os cidadãos comuns na Alemanha durante a Segunda Guerra e como eram obrigados a aceitar a loucura do nazismo com medo de serem perseguidos e até assassinados.

Vale destacar a sensível relação entre as crianças e a atuações dos sempre competentes Geoffrey Rush e Emily Watson,

O roteiro toca outros em temas como família, amizade e perdas, com destaque ainda para a narração que deixa o espectador em dúvida sobre quem é o narrador, que revela sua verdadeira identidade apenas no final.  

6 comentários:

Emerson disse...

Interessante a maneira como "O Menino de Pijama Listrado" é apresentada, através dos olhos inocentes de uma criança...Podemos perceber elementos do JOGO como fenômeno, e toda sua ludicidade, nos diálogos dos dois personagens...Ainda não assisti "A Menina que Roubava Livros"...

Abraço!!!

Hugo disse...

Emerson - Os diálogos entre os garotos foi uma grande sacada, mostrando claramente como a guerra é um grande absurdo.

Abraço

Anônimo disse...

A menina que Roubava livros é um filme maravilhoso, muito bom o seu blog.

Hugo disse...

Anônimo - Nos dois casos eu vi apenas o filme e gostei.

Abraço

Amanda Aouad disse...

Interessante você ter unido os dois, pois trazem mesmo muitas semelhanças. Gosto mais do resultado do Menino, talvez por ter lido o livro da Menina e algumas coisa acabem decepcionando. Como o narrador, que no livro se apresenta de maneira mais clara, e sua visão da humanidade é que é o grande plus da história.

bjs

Hugo disse...

Amanda - Por não ter lido os livros, considero que os dois filmes estão bem próximos em qualidade.

Gosto mais do elenco de "A Menina..." e da trama "O Menino...".

Bjos