quinta-feira, 27 de março de 2014

Azul É a Cor Mais Quente

Azul É a Cor Mais Quente (La Vie d’Adele – Chapitres 1 et 2, França / Bélgica / Espanha, 2012) – Nota 8
Direção – Abdllatif Kechiche
Elenco – Lea Seydoux, Adele Exarchopoulos, Salim Kechiouche, Aurelie Recoing, Catherine Salee.

A adolescente Adele (Adele Exarchopoulos) estuda literatura no colégio com o objetivo de se tornar professora. Levando uma vida de adolescente comum ao lado dos pais e dos amigos, Adele se envolve com um garoto e rapidamente descobre que a relação não a satisfaz. Num determinado dia, após uma situação constrangedora, Adele sai com um amigo de colégio que a leva para um bar gay, local onde ela conhece Emma (Lea Seydoux), uma jovem um pouco mais velha que estuda artes e tem os cabelos azuis. A atração mútua se transforma numa relação apaixonada e fortemente sexual. 

Chamado de pornográfico por alguns e de obra-prima por outros, considero que este longa fica no meio do caminho entre os dois termos, na realidade é um ótimo drama sobre amor e as descobertas da juventude intercaladas por cenas de sexo quentes que beiram o explícito, ao mesmo tempo sendo sequências extremamente realistas e interpretadas com uma entrega total das atrizes. 

O desenvolvimento das personagens é um dos pontos altos, tendo a um pouco mais experiente Lea Seydoux interpretando a jovem intelectual totalmente segura com sua sexualidade, enquanto a quase novata Adele Exarchopoulos é a garota insegura, sensível e que esconde seu fogo por trás do rosto angelical. 

A narrativa segue alguns anos na vida das garotas, principalmente focando em Adele, mostrando sua passagem da adolescência para a vida adulta, porém o diretor tunisiano Kechiche deixa algumas situações de lado, fazendo o espectador imaginar o que ocorreu. Por exemplo, não vemos o momento em que Adele conta para sua família que está apaixonada por uma garota, apenas ficando implícito no desenrolar da trama que houve um rompimento. 

O título original é “A Vida de Adele – Capítulos 1 e 2”, o que demonstra que o diretor pensava em uma sequência, porém pipocaram na imprensa noticias de que as atrizes disseram que jamais voltariam a trabalhar com Kechiche, dizendo que a relação com o sujeito foi muito ruim, até mesmo a palavra abuso foi citada. Pela fortes sequências de sexo fica claro que no mínimo o diretor é um voyeur e que com certeza pressionou as atrizes ao extremo. 

O resultado é um ótimo drama, que além das cenas de sexo, tem outras boas sequências como a da discussão sobre preconceito na escola que termina em briga, as cenas no banco do parque e as várias outras em que a bela Adele mostra sua insegurança, seja ao tropeçar nas palavras ou desabar em lágrimas.        

4 comentários:

! Marcelo Cândido ! disse...

Um filme bom e ousado nos seus noventa minutos, mas depois torna-se maçante!

Hugo disse...

Marcelo - Mesmo sendo lento, principalmente na segunda metade, a história é interessante e ousada como você citou.

Abraço

Amanda Aouad disse...

Também acho exagero chamar de obra-prima, mas é um belo filme mesmo.

bjs

Hugo disse...

Amanda - É uma história de vida e amor bem próxima da realidade.

Bjos