sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Amor

Amor (Amour, França / Alemanha / Áustria, 2012) – Nota 8,5
Direção – Michael Haneke
Elenco – Jean Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Hupert, Alexandre Tharaud, William Shimell.

O austríaco Michael Haneke é um dos cineastas mais originais surgidos nos últimos vinte anos. Ele que tinha uma carreira na tv desde os anos setenta, chamou atenção de crítica e público em 1997 com o assustador “Violência Gratuita”. A partir daí seguiu uma carreira consistente com filmes marcantes como “A Fita Branca”, “Caché” e “A Professora de Piano”. Uma de suas marcas são as cenas silenciosas, onde pequenos detalhes como um gesto ou olhar tem importância crucial para entender o contexto. 

Neste novo longa que venceu a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Filme Estrangeiro, Haneke situa praticamente toda a história dentro de um velho apartamento em Paris onde vive o casal de idosos Georges (Jean Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva), dois músicos aposentados. O casal que vive junto há décadas, vê seu mundo virar de ponta cabeça quando Anne sofre um derrame que a deixa com sequelas. A esperança de melhora que surge logo após o problema, se transforma em agonia e tristeza com o passar do tempo, com Georges fazendo de tudo para dar algum conforto a esposa, que infelizmente definha aos poucos. 

O roteiro do próprio Haneke mostra uma realidade que todos temos de medo de enfrentar, as doenças que podem surgir com a velhice e como isso afeta os parceiros. Aqui mesmo tendo como protagonistas um casal que se ama e se respeita, as dificuldades enfrentadas pelo marido são dolorosas, não apenas a questão de ver a mulher amada sofrendo, mas também a difícil relação com a filha (Isabelle Hupert), que questiona o tratamento mesmo sem saber o que poderia fazer de diferente. Outra cena marcante é a discussão com a enfermeira, que nos faz pensar como muitas pessoas acreditam que ser profissional é mais importante do que pensar no lado humano. 

Não se pode deixar de destacar o ótimo casal principal. Os octogenários Jean Louis Trintignant e Emmanuelle Riva tem grandes atuações, inclusive com Riva sendo indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Por outro lado, Trintignant que foi um dos maiores atores franceses dos anos sessenta e setenta, estava afastado das telas há quase uma década. 

O resultado é um realista e doloroso drama.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ah, esse filme... Tenho que assistir... *.*

Eu acho que esse poster consegue expressar muito da angustia dos personagens. E seu texto só reforça ainda mais a sensibilidade do filme. :)

Bjs ;)

Hugo disse...

Ana - É angustiante por ser realista.

Bjos