sábado, 20 de julho de 2013

Um Assalto de Fé & Fé Demais Não Cheira Bem


Um Assalto de Fé (Brasil, 2011) – Nota 6,5
Direção – Cibele Amaral
Elenco – Alexandre Carlo, Lauro Montana, Cibele Amaral, André Deca, Alessandro Santos, Falcão.

Galinha Preta (Alexandre Carlo) e Lapão (Lauro Montana) são dois ladrões pé-de-chinelo que tentam se regenerar trabalhando como empacotadores em um supermercado. Quando Jeronimo (André Deca), um amigo da dupla reaparece com um plano para assaltar uma igreja evangélica, os amigos vêem a chance de ganhar uma bolada e mudar para Salvador. Jeronimo é um malando que está infiltrado na igreja como tesoureiro e ainda namora a filha do pastor. Para colocar o plano em ação, o bando convida a stripper Nildinha (Cibele Amaral) que é evangélica e o motorista Japonês (Alessandro Santos). Como ocorre em todo filme sobre assalto, as coisas não sairão como o planejado. 

Mesmo com uma produção quase amadora, inclusive apresentando problemas na edição de som e muito criticado por tirar sarro das igrejas evangélicas e dos pastores desonestos, o filme tem algumas cenas divertidas principalmente na primeira parte, quando o grupo planeja o assalto, mas infelizmente o ritmo cai na parte final, até a fraca sequência do hospital. 

Sou muito crítico quanto a religião, seja ela qual for, por isso assisti ao filme sem a preocupação de que trama fosse ofensiva. A crítica vai além das igrejas evangélicas, em algumas sequências sobra gozação para umbanda e candomblé, mostrando um pai de santo afetado, sem contar a cena em que uma personagem ainda cita a doutrina espírita que não tem ligação alguma com estas religiões. Eu vejo estas piadas como uma crítica ao enganadores da fé e também para aqueles que acabam acreditando em qualquer coisa, por mais absurda que seja a pregação ou o conselho. 

O elenco quase todo desconhecido é encabeçado pela própria diretora Cibele Amorim e pelo vocalista da banda Natirutis Alexandre Carlo, que mesmo sem grande talento, criam personagens engraçados. Vale destacar ainda a participação do cantor brega Falcão como um cantor gospel picareta.

Dei meio ponto a mais na nota pela inacreditável frase do pastor: “Jesus não é povo da areia, Jesus é Jedi”. A melhor frase do filme.  

Fé Demais Não Cheira Bem (Leap of Faith, EUA, 1992) – Nota 7
Direção – Richard Pearce
Elenco – Steve Martin, Debra Winger, Liam Neeson, Lolita Davidovich, Lukas Haas, Meat Loaf, Philip Seymour Hoffman, M. C. Gainey, Troy Evans.

Jonas Nightengale (Steve Martin) é um pastor picareta que viaja pelo interior dos Estados Unidos com um grupo de assistentes com o objetivo de lucrar com a fé dos desesperados. Em cada nova cidade, seus assistentes procuram conhecer as pessoas e listam aquelas com determinados problemas. Este relatório é utilizado por Jane (Debra Winger) durante o culto, que passa as informações para Jonas e este com sua habilidade de showman, faz a platéia acreditar que ele tem o poder da cura ao apontar os problemas de determinada pessoa. O golpe se complica em uma pequena cidade onde o xerife (Liam Neeson) quer proibir o culto, sem contar que Jonas fica atraído pela bela e totalmente descrente Marva (Lolita Davidovich). 

O filme é uma sátira aos picaretas que se aproveitam da fé das pessoas desesperadas, funcionando em boa parte da trama, principalmente pela inspirada atuação de Steve Martin. O problema do roteiro surge na parte final, quando um milagre verdadeiro ocorre e mexe com a consciência dos envolvidos, fato escolhido provavelmente para amenizar a crítica a este tipo de igreja e mostrar que todos podem mudar. Pela proposta inicial que rende algumas boas risadas, este escorregão para o politicamente correto não foi a melhor solução.

2 comentários:

Anônimo disse...

O Fé Demais Não Cheira Bem vai para minha lista de filmes a ver.

Hugo disse...

Kleiton - É um filme divertido até certo ponto.

Abraço