Querida Wendy (Dear Wendy, Itália / Estados Unidos / Holanda
/ Espanha / Dinamarca / França / Alemanha / Inglaterra, 2004) – Nota 7
Direção – Thomas Vinterberg
Elenco –
Jamie Bell, Bill Pullman, Michael Angarano, Danso Gordon, Novella Nelson, Chris
Owen, Alison Pil, Mark Webber.
Numa pequena cidade americana onde a maioria da população
trabalha em uma mina de carvão, o jovem Dick (Jamie Bell de "Billy Elliott") decide seguir um
caminho diferente e acaba trabalhando no mercadinho local. A vida sem
perspectivas muda quando ele compra um revolver que acredita ser de brinquedo,
mas que depois descobre através do colega de trabalho Stevie (Mark Webber), que
o artefato é verdadeiro. A antiga arma cria um laço entre os dois sujeitos, que
passam a andar armados e se sentir poderosos.
Eles resolvem fundar um grupo
convidando outros três jovens “perdedores”. Os amigos começam a se reunir toda
semana numa mina abandonada para praticar tiro e estudar coisas absurdas, como
o funcionamento das armas e o estrago que um bala faz no corpo humano. O lema
do grupo é o pacifismo e as armas seriam utilizadas apenas como apoio
psicológico, fato que funciona a princípio mas que levará os jovens a uma
tragédia.
Este longa é uma colaboração entre os pais do Movimento Dogma, tendo a
direção de Thomas Vinterberg (“A Caça”) e o roteiro de Lars Von Trier
(“Melancolia”) que foca no fascínio pelas armas e como elas são um prenúncio de
tragédia.
O filme todo é narrado pelo personagem de Jamie Bell, que conta seu
amor pela arma que ela chama de “Wendy” e os fatos que resultaram dessa união
entre jovens desequilibrados e armas. O roteiro vai além da crítica às armas,
sendo também um estudo de personalidade ao mostrar como o ser humano muda sua
atitude em grupo, muitas vezes se tornando confiante e agindo de forma estúpida,
como se fosse invencível.
Finalizando, o filme também é uma crítica à sociedade
americana, que tende a utilizar o medo para fazer as pessoas acreditarem
nas armas como modelo de defesa. Além disso, a cidadezinha do cenário, que na
verdade é apenas uma enorme praça, tem toda a cara das antigas cidades dos
filmes de western, tendo como clímax um violento tiroteio, marca clássica do
gênero.
American
Gun (American Gunn, EUA, 2002) – Nota 7
Direção –
Alan Jacobs
Elenco –
James Coburn, Virginia Madsen, Barbara Bain, Alexandra Holden, Martin Kove.
Martin Tillman (James Coburn) é um velho aposentado que vive
tranquilamente com a esposa Anne (Barbara Bain) até o dia em que sua filha
Penny (Virginia Madsen) é assassinada. Totalmente inconformado com a situação e
sendo um sujeito pacifista, Martin decide seguir o rastro da arma que matou sua
filha através do número de fabricação do artefato e assim atravessa o país para
saber a história do maldito revólver.
Pelo caminho ele cruzará com personagens
que tiveram contato com a arma e conhecerá histórias tristes semelhantes a
morte de sua filha. Além disso, Martin tentará encontrar a neta Mia (Alexandra
Holden) que saiu de casa e não sabe da morte da mãe.
Este drama pacifista é um
manifesto contras as armas e o rastro de violência que elas costumam deixar,
tendo como ponto principal a sensível e sóbria interpretação do grande James
Coburn, que teve aqui seu último trabalho no cinema. Por uma ironia do destino,
Coburn que quase sempre interpretou o sujeito durão e violento, encerrou sua
carreira com um papel de homem pacifista que sofre pelo assassinato da filha.
Um comentário:
https://www.facebook.com/estante2
a Melhor estante da 7a a arte
Postar um comentário