segunda-feira, 11 de março de 2013

Violência Máxima & Awaydays


Violência Máxima (The Football Factory, Inglaterra, 2004) – Nota 7
Direção – Nick Love
Elenco – Danny Dyer, Frank Harper, Tamer Hassan, Roland Manookian, Neil Maskell.

Tommy Johnson (Danny Dyer) é um jovem trabalhador, assim como seu amigo Rod (Neil Maskell), porém aos finais de semana eles participam de um grupo de hooligans torcedores do Chelsea, que na verdade desejam apenas extravasar suas frustrações e descarregar adrenalina em violentas brigas com os rivais. Entre os líderes do grupo está o veterano Bright (Frank Harper), um sujeito com mais de quarenta anos, casado, pai de dois filhos e extremamente violento. Tommy começa a ter pesadelos com as brigas que participa, uma espécie de premonição de que algo ruim irá acontecer, porém mesmo assim ele não consegue se afastar do grupo. 

Um dos pontos principais do filme é mostrar que a ação dos hooligans não tem ligação alguma com o futebol dentro do campo, a questão de serem torcedores é apenas um gancho para o objetvo que é a violência. Em momento algum vemos cenas dentro de um estádio, as violentas brigas são mostradas em becos e ruas isoladas, onde os baderneiros podem se destruir, uma situação bem real, já que a Inglaterra praticamente erradicou a violência dentro do estádios, qualquer ato neste sentido leva o sujeito para cadeia, o que diminuiu as brigas e as transferiu apenas para a rua. 

O roteiro traça bem o perfil dos envolvidos nestes grupos, aqui com destaque para o violento Bright, que é o grande exemplo dos hooligans que agiam principalmente nos anos oitenta e foram perdendo espaço com a repressão policial das décadas seguintes. 

Como curiosidade, o ator principal Danny Dyer é o protagonista de uma série documental chamada “The Real Football Factory”, onde ele viajou por vários países mostrando a ação das torcidas organizadas, inclusive no Brasil.

Awaydays (Awaydays, Inglaterra, 2009) – Nota 6,5
Direção – Pat Holden
Elenco – Nicky Bell, Liam Boyle, Stephen Graham, Oliver Lee, Ian Puleston Davies.

Liverpool, 1979, Carty (Nicky Bell) é um jovem de classe média que deseja entrar para um grupo de hooligans conhecidos como “The Pack”. Carty faz amizade com Elvis (Liam Boyle), um jovem pobre que faz parte do grupo de arruaceiros, mas que divide com Carty o gosto pela música e pela arte. Após muito insistir, Elvis aceita apresentar Carty ao líder dos hooligans, o veterano Godden (Stephen Graham), dando início a uma jornada do jovem ao mundo da violência. 

Baseado num livro de Kevin Sampson, este longa procura retratar uma época em que o punk rock estava em alta na Inglaterra e os hooligans agiam livremente no país, porém diferente de outros longas que seguiam o mesmo tema, este cria uma estranha relação entre os dois jovens protagonistas, situação que vai além das brigas de rua. 

O filme perde pontos por ser irregular, principalmente nas sequências de sofrimento do personagem Elvis e nas fracas interpretações. Até mesmo o competente Stephen Graham repete o papel de sujeito violento, muito parecido com seu trabalho em “This Is England”. 

Vale destacar a ótima trilha sonora com músicas de grupos da época, como The Rascals e Joe Divison. 

Os créditos finais são em memória de um sujeito com sobrenome Sampson, assim como o escritor, que teria falecido nos anos oitenta com vinte anos de idade. Não consegui encontrar a informação na internet, mas acredito que seja algum parente do escritor e que pode ter falecido em virtude das brigas de hooligans.

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