terça-feira, 26 de março de 2013

Parceiros da Noite

Parceiros da Noite (Cruising, EUA, 1980) – Nota 7,5
Direção – William Friedkin
Elenco – Al Pacino, Paul Sorvino, Karen Allen, Richard Cox, Don Scardino, Joe Spinell, Jay Acovone.

Partes de corpos são encontrados no Rio Hudson em Nova York e após a identificação, a polícia descobre que as vítimas eram homossexuais que frequentavam casas noturnas voltadas para o público gay. Acreditando que os crimes sejam obra de um serial killer, o departamento de polícia decide infiltrar um detetive disfarçado de homossexual na comunidade gay e assim tentar descobrir quem é o assassino. 

Por ser parecido com as vítimas, o escolhido é o detetive Steve Burns (Al Pacino), que aceita a difícil missão por acreditar que possa subir na carreira caso consiga prender o assassino. O que parecia ser apenas uma missão policial, acaba transformando a vida de Steve, que a princípio sente-se incomodado a ser obrigado a frequentar inferninhos escuros com homens mal encarados vestidos de couro. Após algum tempo, esta situação passa a afetar sua relação com a namorada Nancy (Karen Allen) e até mesmo seu trabalho como policial. 

O polêmico diretor William Friedkin que fez fama com os clássicos “Operação França” e “O Exorcista”, vinha de dois grandes fracassos. A aventura “Comboio do Medo” e a comédia “Um Golpe Muito Louco” naufragaram e  talvez por este motivo ele tentou dar um choque na carreira utilizando um tema altamente controverso, mostrar crimes dentro da comunidade gay novaiorquina. 

O tema fez o filme ser bombardeado de todos os lados, mesmo antes de ser lançado, com a comunidade gay alegando preconceito e a crítica dizendo ao público que era um filme forte, que mostrava um lado obscuro da sociedade. O resultado foi um fracasso de público e crítica que afetou diretamente a carreira de Friedkin, que passou a ser visto como um diretor complicado e a partir daí alternou filmes interessantes com bombas, deixando de ser considerado um dos grandes de Hollywood. 

Por outro lado, merecidamente o filme ser tornou cult e está longe de ser a bomba que muitas pessoas acreditavam que fosse na época. A grande sacada de Friedkin foi misturar a investigação dos crimes com um drama pesado, utilizando cenas fortes e um clima estranho para mostrar a descida ao inferno do personagem de Pacino, que aos poucos vai desmoronando psicologicamente pelo contato com aquele mundo. A interpretação de Pacino é um dos pontos altos do filme, com o ator encarando um papel que pouquíssimos astros aceitariam. 

Finalizando, vale destacar o intrigante final em aberto, que deixa a solução a cargo da imaginação do espectador.    

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